sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Boas Festas!

natal

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O menino de ouro

clip_image001ASSUNTO
Luto, elaboração do luto, superação, relações afetivas, sociais e familiares e fé.
SINOPSE
Um casal decide adotar uma criança após diversas tentativas frustradas de ter um bebê. Zooey, em sua ida a um orfanato, se encanta por Eli, um pequeno garoto de 7 anos que anda de terno e gravata e se comporta como um adulto. Enquanto o coração de Zooey se enche de esperança com a possibilidade de vir a se tornar mãe, Alec, seu marido, tem de quebrar a cabeça para não deixar que a empresa, que seu pai construiu com tanta dedicação, vá a falência e seja obrigada a fechar as portas. Um filme para você acreditar realmente que o amor é para ser dividido e que nós estamos sempre rodeado por anjos, assim é Milagres Acontecem – O Menino de Ouro, que promete te emocionar do início ao fim.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Dia desses, um casal que atendo comentou sobre a experiência de ter assistido ao filme. Diante disso me senti na obrigação de ver. Assim como “A vida que segue”, o filme explora a elaboração do luto na perda de um filho. A diferença está na forma de elaboração. Nesse caso, o filho ainda era criança, e já pegamos o processo no momento que o casal estuda a possibilidade de adotar uma criança. Depois da perda, a mãe não consegue mais engravidar, ainda que fisicamente nada seja encontrado, que possa justificar sua dificuldade. Sua infertilidade é apontada como psicológica, tendo alguma ligação com a perda do filho. Ainda que o filme apresente uma visão surreal, incluindo mais de um anjo como suporte para o casal, o filme é emocionante e promove reflexão. No atendimento psicoterapêutico do consultório, é comum recebermos pessoas em situações de luto. Alguns apresentam algum sintoma físico, como consequência dessa dificuldade de enfrentar a nova realidade, outros podem apresentar sintoma psicológico ou apenas serem trazidos por parentes, quando reconhecem algo muito alterado no comportamento do indivíduo. Fato é que muito do que o filme apresentou, me remeteu ao papel do terapeuta no processo de luto de seus clientes. Os “anjos” do filme, representados pela criança misteriosa e o ‘sem teto’, dão suporte ao casal, facilitando que ambos descubram a própria força, apesar de todos os problemas.

Vida que segue

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Luto, relações afetivas, sociais e familiares.
SINOPSE
Nos meses anteriores ao seu casamento com Diana Floss (Careena Melia), Joe Nast (Jack Gyllenhaal) está morando com os pais daquela que foi sua noiva. Quando Diana é assassinada, ele se vê em uma situação estranha sua relação aos pais dela, Ben (Dustin Hoffman) e Jojo (Susan Sarandon). Todos os três têm de lidar com a tragédia e, junto com a procuradora do Estado, discutir ações legais sobre o caso. Joe faz o que pode para atender a expectativa de todos, lutando contra o sofrimento da perda e lidando com o novo relacionamento que terá pela frente com seus sogros. O casal Floss adora Joe, mas a tristeza e o luto de todos prejudicam a conexão natural que poderia existir entre eles. Quando Joe se apaixona por outra mulher, ele terá de encontrar uma fórmula para seguir o seu coração e não magoar os pais de sua ex-noiva.
CENAS DO FILME
OLHAR DA PSICOLOGIA
O luto já foi tema de diversos filmes. Neste caso, o foco está na elaboração do luto dos pais, que evitam enfrentar a perda da filha, quando resolvem “adotar” o suposto genro como filho. O filme nos trás diversas situações possíveis em dramas semelhantes. Enfrentar a perda de um filho é sempre mais doloroso do que o contrário, a perda dos pais. De fato, ainda que qualquer perda de entes queridos provoque reações inimagináveis, o filho, partir antes dos seus genitores, é um acontecimento inesperado. Ainda assim, Ben e Jojo decidem adotar um comportamento racional, se distanciando da dor profunda que a tragédia provocou. O suposto noivo, por sua vez, além de viver seu próprio luto, se deixa envolver no estranho jogo, tentando viver de acordo com as expectativas do casal. Os três se relacionam de forma artificial, tentando camuflar culpas, dores e segredos. Fugir da realidade transforma a rotina de todos em sucessivas cenas artificiais que não podem durar para sempre. Novos acontecimentos acabam provocando mudanças na situação, fazendo com que cada um precise enfrentar a própria realidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ponto de vista

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Percepção, gestalt-terapia, relações humanas e sociais, visão de mundo.
SINOPSE
O presidente dos Estados Unidos, Ashton (William Hurt), participará de uma conferência mundial sobre o combate ao terrorismo em Salamanca, na Espanha. Thomas Barnes (Dennis Quaid) e Kent Taylor (Matthew Fox) são os agentes do Serviço Secreto designados para protegê-lo durante o evento. Entretanto logo em sua chegada o presidente é baleado, o que gera um grande tumulto. Na multidão que assiste ao atentado está Howard Lewis (Forest Whitaker), um turista americano que estava gravando tudo para mostrar aos filhos quando retornasse para casa. A partir da perspectiva de diversos presentes no local antes e depois do atentado é que se pode chegar à verdade sobre o ocorrido.
TRAILER
OLHAR DA PSICOLOGIA
Indicado por uma professora da pós graduação, o filme lustra conceitos que são caros, não só para a Abordagem Gestáltica, mas para a psicologia e o estudo da percepção.  Ao voltar várias vezes no tempo e contar o episódio pela visão de cada um, o filme abre possibilidades para pensarmos em acontecimentos corriqueiros de nossas vidas. Diferente da relação causal, tão facilmente aceita, a trama nos oferece uma visão de sistema, onde a alteração em um elemento irá mudar a configuração do fato, transformando-o em outra história. Diante disso, a cada ponto de vista, temos uma nova versão. A percepção de cada um é o ingrediente que permite diversas verdades para um mesmo acontecimento. É preciso destacar a importância de interligar as diferentes versões para chegarmos a uma compreensão diferente do episódio. Entretanto, nenhuma das versões vivenciadas pode ser considerada inverosímel, podendo ser alterada por cada novo elemento.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Osama

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Relações familiares, sociais, culturais, identidade feminina, história, regime opressor.
SINOPSE
2003 - Durante o rigoroso regime Talibã, uma menina é obrigada a se disfarçar e agir como menino para sustentar sua família que é composta só de mulheres. Essa medida faz parte de uma lei que pro[ibe as mulheres de sair de casa sem a companhia legalmente aceita, ou seja, de homens da família. Com marido e irmãos mortos, não há ninguém para sustentar a casa. Para isso, ela cortou o cabelo da filha para ela trabalhar com outros homens e meninos. Ela passa a ser chamada de Osama. Tudo corre bem até que Osama é recrutado pelo exército e inicia uma jornada assustadora pelas estradas do Talibã. A farsa é desvendada quando Osama - nome dado por um garoto que tentou proteger a menina da perseguição dos demais colegas de escola - menstrua. A pobre jovem é submetida a castigos físicos e a um julgamento público. Ao que parece a única distração dos afegãos era participar desses julgamentos, nos quais um senhor barbudo (os homens não podiam cortar a barba), idoso, denominado de juiz, ficava deitado emitindo os seus pareceres. Um deles foi o de mandar matar um repórter francês que gravou o protesto público das mulheres afegãs. A punição de "Osama" é a de se tornar esposa de um velho decrépito. Ela chorando, pedindo ao "juiz" que a devolvesse para a sua mãe é o momento mais emocionante do filme. A mulheres eram oprimidas por excelência nas mãos dos talibãs. Filme-denúncia que evidencia em detalhes o atraso em que viviam certas sociedades em pleno século XX. Inspirada numa história real, Osama é a primeira produção depois da queda do regime Talibã.
TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
Assim que pude viajar, não como turista, mais como ‘curiosa’, fiz descobertas sensacionais. O fato de encontrar outras culturas e formas de viver amplia nossa perspectiva de mundo, fazendo com que possamos diversificar nosso repertório existencial. É muito rico, ter contato com outras realidades, que nos permitem maior flexibilidade frente às certezas de outrora. Por isso, adquiri um gosto especial por qualquer ferramenta que nos enriqueça nesse aspecto. “Osama” é uma dessas possibilidades. O filme retrata outra realidade cultural e histórica, muito diversa desse nosso mundo “globalizado”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um divã para dois

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ASSUNTO
Relação terapêutica, sexualidade,  conflito familiar, relações afetivas e familiares, terapia de casal.
SINOPSE
Kay (Meryl Streep) e Arnold Soames (Tommy Lee Jones) estão casados há 31 anos. O relacionamento entre eles caiu na rotina e há tempos não tem algum tipo de romantismo. O sexo entre eles acabou faz tempo, e cada um segue a sua rotina entediante dia após dia. Eles poderiam continuar assim por mais algumas décadas. Mas Kay decide reagir. Querendo mudar a situação, Kay agenda para ambos um fim de semana de aconselhamento com o dr. Feld (Steve Carell). O Dr. Bernie é um famoso terapeuta de casais que já resolveu muitos casos complicados. Quando Kay finalmente consegue arrastar seu teimoso marido para a terapia, nunca mais nada será como antes, pois dividir o mesmo divã com o marido será mais complicado do que dividir a mesma cama. A surpresa é que, as consultas com o terapeuta  acabam servindo como um meio de o casal se conhecer novamente, após anos de intimidade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Muitos se verão retratados em cenas do filme. Quando falo muitos, não me refiro somente aos casais na mesma situação (muitos anos de casados), mas em relacionamento de todas as idades. O filme fala do que não é dito, do que está reprimido, e, isto ocorre em muitas relações, de formas diversas. Só por isso já valeria a pena indicar a trama, mas o filme oferece mais. Então, vamos por partes.
A aparição do ator Steve Carell pode fazer com que o espectador espere uma comédia estilo comercial, ledo engano. Logo, somos apresentados a um psicoterapeuta de casal, sério e comprometido com seu trabalho. Gostei do termo usado em uma crítica que dizia que o ator serviu de escada para os personagens Arnold e Kate discutirem a vida. Não porque concorde com essa afirmação em relação aos atores, nem tenho formação para avaliar tal questão, mas por encontrar no termo uma boa descrição para o papel do psicoterapeuta. Sim, no processo terapêutico, nós psicólogos servimos de escada para as questões e soluções dos clientes que possam emergir. No filme, tal qual ocorre no set terapêutico real, o psicoterapeuta tem a função de provocar o casal a sair do rascunho e passar suas vidas a limpo. Não se trata apenas de um intermediário ou conselheiro, mas um profissional que se torna ferramenta para favorecer a ampliação de possibilidades na vida dos clientes. O fato de se perceberem como estão funcionando abre novas opções de escolha, o que possibilita mudanças reais.

Elles

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Prostituição, relações familiares, afetivas e sociais, pesquisa e trabalho de campo
SINOPSE
Jornalista de uma grande revista voltada para o público feminino, Anne (Juliette Binoche) trabalha em uma matéria sobre a prostituição estudantil. Ela consegue os depoimentos de duas estudantes de Paris, Alicja (Joanna Kulig) e Charlotte (Anaïs Demoustier), que abrem suas vidas sem pudor ou vergonha. Tais confissões acabam ecoando no dia a dia de Anne e interferindo em seus relacionamentos pessoais.Seus encontros com duas as inquietante, movendo-a a questionar suas convicções mais íntimas sobre a família, dinheiro e sexo.
TRAILER (Recomendado para maiores de 16 anos)
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Em geral, as críticas exaltam o trabalho da atriz Juliette Binoche, mas reprovam o roteiro, considerando-o fraco e pouco aprofundado nos temas que propõe. De fato, nada é aprofundado o suficiente. Tem um gosto de reticência, que nos deixa espaço para pensar e repensar nos fatos óbvios que nos fogem à percepção cotidiana. Portanto, temos, sim, alguns assuntos para discutir. No início, pensamos se tratar de documentário, devido ao seu foco, que parte das entrevistas feitas pela repórter. Embora a prostituição seja tema das entrevistas, há outra perspectiva no enredo e do assunto prostituição. As garotas escolhem permanecer na profissão, mantendo vida dupla, escondendo a atividade de prostituta dos próximos. Não há qualquer julgamento moral. Por outro lado, a profissional repórter é também pessoa, que com suas questões pessoais influenciem até mesmo as perguntas que faz.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Múltiplos Sarcasmos

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Crise no casamento, relações familiares, afetivas e sociais.
SINOPSE
Em cartaz no Telecine como O ROTEIRO DE MINHA VIDA, a história do filme passa-se em Nova Iorque, no ano de 1979 e segue Gabriel (Timothy Hutton), um arquiteto de meia-idade que parece ter tudo para ser feliz na vida, mas não é. Começa a questionar as escolhas que tomou ao longo da vida e conclui que não é feliz, acaba sendo demitido do emprego e começa a escrever uma peça de teatro para tentar libertar sua entediante vida do marasmo em que se encontra. Baseado em fatos reais.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A crise existencial do autor da peça é o que dá contorno ao drama. A ideia de escrever é a forma que ele encontra de buscar a si mesmo em meio ao vazio em que se encontra. O distanciamento entre marido e mulher fica logo evidente. Há uma cena em que, a princípio, aparentam um bom relacionamento. Ele está deitado e chama a mulher para exercitarem uma “performance”, ao que ela responde sorrindo, como se tudo fosse ter continuidade. No entanto, logo percebemos que não é um diálogo real, eles não se escutam mais. Muitas crises de casamento passam por momentos semelhantes, quando os diálogos são apenas palavras vazias, que se presta a preencher a rotina, disfarçar a distância que está ocorrendo. É claro que isso pode ser apenas uma fase, quando um dos parceiros decide enfrentar a situação e reivindicar um diálogo verdadeiro, muitas vezes superando a crise com êxito. Não é o caso de nosso personagem, que resulta em separação.

As mulheres do sexto andar

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Relações familiares, afetivas e sociais, choque de classe social e cultural.
SINOPSE
2011 - Paris, anos 60. Jean-Louis Joubert (Fabrice Luchini) é um corretor da bolsa que leva uma típica vida burguesa ao lado da esposa, Suzanne (Sandrine Kiberlain). A vida do casal é alterada quando sua empregada doméstica, que trabalha com eles há 20 anos, pede as contas. Em seu lugar é contratada a espanhola Maria Gonzalez (Natalie Verbeke), que passa a morar com a tia e outras conterrâneas no sexto andar do prédio, onde ficam os alojamentos dos empregados. Impulsionado pela simpatia da nova contratada, Jean-Louis se aproxima de Maria e suas colegas, descobrindo um universo até então desconhecido para ele. Toda a alegria e simpatia das espanholas acabam contagiando Joubert e isso os aproxima bastante, mesmo sem a aprovação da família. O contato com essas mulheres o faz repensar sua vida e descobrir novas emoções. Jean-Louis começa a se aproximar dessas mulheres que, apesar dos dissabores da vida dura que levam, são alegres e bem dispostas. Tocado por estes seres femininos cheios de vida, ele começa a descobrir um novo universo, vivendo com emoção os prazeres mais sutis, em um ambiente completamente diferente aos modos austeros em que estava acostumado.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O drama é também um relato histórico, pois o 6ª andar era de fato um lugar destinado às empregadas na Paris de 1960, além do movimento de fuga da ditadura de Franco, evidenciado na invasão dessas mulheres espanholas na França. O que mais chama atenção na trama é o choque entre universos tão distintos. Ainda que fique claro o contraste entre os dois mundos, o aristocrata é seduzido pela vida que emana daquelas mulheres. Se vida é movimento, ele começa a perceber o quanto estava se distanciando de uma vida real. Até entrar em contato com outra realidade, Joubert era um homem detalhista e muito tradicional. Infernizou a vida das duas empregas que teve para ter um ovo quente perfeito, segundo ele: “Um ovo perfeito e o dia será muito bom”. Aos poucos, vai começando a entender melhor o drama daquelas mulheres...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O bebê de outubro

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ASSUNTO
Aborto, adoção, conflitos familiares, adolescência
SINOPSE
Abrem-se as cortinas, Hannah entra no palco… momentos depois, ela se vê caída ao chão. Todos os exames médicos levam a uma só direção: o difícil nascimento de Hannah. O diagnóstico médico nem se compara à descoberta de quem são seus pais: Hannah foi adotada – após uma tentativa de aborto malsucedida. Perplexa, confusa e irritada, Hannah toma um novo rumo em sua vida na companhia de seu velho amigo Jason. Nessa busca para descobrir seu passado obscuro e encontrar esperança no futuro incerto, ela percebe que a vida pode ir além dos nossos planos e projetos.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Preparem os lenços, o filme emociona bastante. Ainda que seja uma produção Godspel, a trama não se prende a uma visão religiosa. No que tange ao tema adoção, fica claro desde o início a necessidade do filho adotado saber sobre sua condição tão logo possível. A psicologia já nos vem orientando a respeito a muito tempo, indicando livros de estórias a respeito do tema e oferecendo suporte para o assunto. O colapso nervoso de Hanah está relacionado ao fato de não saber quem de fato é. Dados clínicos nos mostram que a “mentira” dentro do contexto familiar, principalmente quando esta encontra-se atuando sobre a negação das origens de uma criança, atua como um fator que leva a situações patológicas.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Click

ClickASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, valores, auto-suporte, momento presente, controle, conceitos gestálticos.
SINOPSE
Michael Newman (Adam Sandler) é casado com Donna (Kate Beckinsale), com que tem Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann) como filhos. Michael tem tido dificuldades em ver os filhos, já que tem feito serão no escritório de arquitetura em que trabalha no intuito de chamar a atenção de seu chefe (David Hasselhoff). Um dia, exausto devido ao trabalho, Michael tem dificuldades em encontrar qual dos controles remotos de sua casa liga a televisão. Decidido a acabar com o problema, ele resolve comprar um controle remoto que seja universal, ou seja, que funcione para todos os aparelhos eletrônicos que sua casa possui. Ao chegar à loja Cama, Banho & Além ele encontra um funcionário excêntrico chamado Morty (Christopher Walken), que lhe dá um controle remoto experimental o qual garante que irá mudar suaa vida. Michael aceita a oferta e logo descobre que ela realmente é bastante prática, já que coordena todos os aparelhos. Porém Michael logo descobre que o controle tem ainda outras funções, como abafar o som dos latidos de seu cachorro e também adiantar os fatos de sua própria vida.
TRAILER
O OLLHAR DA PSICOLOGIA
Eu já tinha assistido ao filme, mas por tê-lo feito muito antes de criar Psicologia & Cinema, não tinha ainda pensado na possibilidade de postar a respeito. Recentemente, encontrei um recado com questões sobre Click e o encarei como uma sugestão. Portanto, após rever o filme, dou asas às minhas percepções e compartilho com vocês. A primeira coisa que me veio a cabeça tem a ver com uma mensagem divulgada no facebook recentemente, afirmando algo semelhante ao tema principal do filme.

O Monge

Poster de O Monge ASSUNTO
Dogmas religiosos, dualidade, incesto, culpa, segredo, relações sociais e sexualidade.
SINOPSE
2012 - Adaptação do famoso romance gótico por Matthew G. Lewis, publicado em 1796. “The Monk” conta a história trágica da scensão e queda de um monge capuchinho na Madri do século XVII. Abandonado ainda bebê nas escadarias de um monastério e criado segundo a rígida ordem dos capuchinhos, Ambrósio se tornou o pregador mais famoso do país. Enquanto grandes multidões vêm de todo os cantos para ouvir seus sermões impressionantes, o sucesso dele é amargamente invejado por outros monges do monastério. Convencido de sua virtude e retidão, o irmão Ambrósio acredita ser imune à tentação... Até que eventos misteriosos começam a aterrorizar o monastério. Seguro quanto as tentações e os poderes do Diabo, ele enfrenta a discordância para acolher Valério (Déborah François), vítima de um acidente, na instituição. Enquanto eventos misteriosos começam a acontecer no local, ele descobre que o jovem, que protege o rosto mutilado com uma máscara, tem o dom de aliviar a dor. Juntos, eles acabam formando uma sinistra parceria que mudará para sempre as suas vidas.
  TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Não é o estilo de filme que eu gosto e devo confessar que tentei assistir duas vezes antes de conseguir completar a façanha. Indicado por uma colega, que relatou como uma experiência fascinante, esforcei-me para apreciar algo no filme. Ainda que não tenha me causado nada próximo ao fascínio, compartilho alguns aspectos  percebidos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Keith

ASSUNTO
Adolescência, diferenças, doença terminal, relações familiares, afetivas e sociais.
SINOPSE
Natalie Anderson  é uma garota de dezessete anos com a vida aparentemente perfeita, que passa a maior parte de seu tempo jogando tênis para ingressar na Duke, uma faculdade bem conceituada, mas a bola de cristal que Natalie vive se quebra, quando ela conhece seu parceiro de laboratório Keith um rapaz problemático que vive com uma caminhonete amarela e tem uma vida bem diferente da dela. Sua mãe morreu e ele vive sozinho com o pai, por isso Keith criou um mundo de fantasia para fugir do real o que vai deixar Natalie e todos a sua volta muito atormentados.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Embora Keith e Natalie sejam de Universos diferentes, ela já fazia parte do mundo dele desde a peça encenada na escola quando eram menores. Ele nos é apresentado na cena com o aquele que aparenta ser terapeuta, quando se despede anunciando que irá se divertir com a moça. Considerado “esquisito” pelos colegas, ele se aproxima de forma inusitada, se tornando seu parceiro na aula de química. Aos poucos, ele vai invadindo o mundo de Natalie, transformando aos poucos o universo dela.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O homem sem face

ASSUNTO
Família monoparental, amizade, relações afetivas e familiares, relação professor-aluno, relação terapêutica e segredo familiar.
SINOPSE
1993 - Em 1968, Chukc Norstad é um menino órfão de pai e que vive com a mãe e duas meio-irmãs, filhas de pais diferentes, num estranho  ninho familiar. Sua mãe (Margaret Whotton) coleciona fracassos conjugais e uma de suas meias-irmãs, Gloria (Fay Masterson), mostra-se agressiva com ele. Ele é angustiado pois não sabe ao certo porque seus pais se separaram e como ele morreu, e deseja ardentemente sair de casa e entrar para uma academia militar e se tornar piloto. Para Chuck, só há uma alternativa: ingressar no colégio militar. O garoto é reprovado no exame preparatório mas ninguém de sua família se importa. Durante o verão, ele conhece o ex-professor Justin McLeod, que foi desfigurado por um acidente automobilístico e vive retirado, evitando os vizinhos,  recluso num lugar apelidado pelos moradores de "ilha do monstro". Após acidente de carro dez anos antes e no qual ficara com parte do corpo com cicatrizes e metade do rosto desfigurado.  O ex-professor rejeita qualquer contato com o menino, mas depois decide ajudá-lo a se preparar para o exame. Ao concordar em lhe dar aulas  os dois iniciam uma amizade que logo será conturbada em função de acontecimentos do passado.  A amizade entre os dois trará a tona fatos do passado de ambos…
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Chukc é um pré-adolescente que sente-se deslocado em seu meio familiar. Considerado “diferente” pelos outros e por si mesmo, ele sonha em se tornar uma figura notória por seus próprios méritos . Talvez, por sentir-se rotulado, seja atraído por outro personagem também considerado diferente em sua comunidade: o professor “monstro”. A evolução dessa amizade

domingo, 29 de julho de 2012

A beira da loucura/Clube dos suicidas

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ASSUNTO
Suicídio, depressão, borderline, relações familiares, afetivas e sociais, psicodiagnóstico, relação terapêutica.
SINOPSE
Jonathan, é um rapaz que tem tudo para vencer na vida. Dinheiro, saúde, juventude, beleza... Não foi à toa que todos se surpreenderam quando ele pegou seu carro e se atirou do alto de um penhasco. Jonathan escapou da morte por um milagre, e agora recebe ajuda do Dr. Figure, um homem experiente, capaz de enxergar além das aparências do jovem revoltado. Ao entrar em contato com suas próprias angústias, Jonathan agora precisa desesperadamente compreender a si mesmo. Mas não sem antes se apaixonar pela enigmática Rachel. O drama mostra momentos limítrofes na vida de diferentes personagens. Todos são pacientes suicidas em recuperação, que chegaram próximos da morte e que agora tentam achar um novo rumo na vida. Entre eles está Jonathan, vivido por Cillian Murphy, que não quer facilitar em nada o trabalho de recuperação. Ele tentou se matar jogando o carro de um precipício logo após a morte do pai alcoólatra. A trilha sonora traz uma coletânea de músicas melancólicas, sobre a tristeza de viver, interpretadas por bandas famosas como The Jam e Pixies. Exibido na TV com o título "Clube dos Suicidas".
TRECHO DO FILME LEGENDADO
O OLHAR DA PSICOLOGIA
2001 - Jonathan perdeu a mãe aos 10 anos e seu pai alcoólatra acaba de falecer. O filme começa no enterro, quando o rapaz já apresenta um comportamento alterado. Depois da tentativa de suicídio, ele é levado a uma instituição psiquiátrica e se junta a um grupo de suicidas. Resistente à terapia no início, o paciente inicia um processo de vínculos com os outros e aos poucos vai conhecendo outros sofrimentos que podem também levar ao suicídio. O psiquiatra ou terapeuta conduz o grupo, evitando medicação, com o objetivo de recuperar o interesse deles pela vida. Através desses vínculos, Jonathan desperta para além de suas questões, se encantando por Rachel, que além de suicida, se autoflagela na sua presença.

E aí, comeu?

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ASSUNTO
Relações afetivas, sociais e familiares, solidão,  crise no casamento, separação.
SINOPSE
Recém separado, Fernando (Bruno Mazzeo) não se conforma com o fracasso de seu casamento com Vitória (Tainá Muller), enquanto seu amigo Honório (Marcos Palmeira), um jornalista machão casado com Leila (Dira Paes), não para de desconfiar que a esposa está traindo ele. Também amigo da dupla, Afonsinho (Emilio Orciollo Netto) sonha em ser um escritor de sucesso, tira onda de intelectual e se relaciona com prostitutas. Juntos, eles vão debater e descobrir qual é o papel deles nesse mundo povoado por mulheres, sejam elas interesses amorosos ou não.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Fui assistir sem muito entusiasmo e me surpreendi. O diálogo inicial é desencorajador para qualquer mulher, trata-se de filosofia barata que faz questão de denegrir a imagem feminina. Aos poucos, nos damos conta que o assunto é semelhante a papo de pescador, pois, ainda que existam as tais “ariranhas”, são apenas amigos jogando conversa fora e afogando suas mágoas no botequim. Não é indicado para qualquer público, pois retrata uma realidade comum aos frequentadores de botequim, que debatem sobre diversos assuntos, incluindo sexo, filosofia chinfrim e muitos palavrões.

Confiança

 
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A adolescência, aborto, relações familiares e afetivas.
SINOPSE
Maria é uma jovem estudante que descobre que está grávida, quando conta aos pais a notícia, seu pai sofre um ataque e morre que faz com que sua mãe a expulse de casa ao mesmo tempo em que seu namorado a abandona. Ela descobre que só poderá contar com Matthew, um rapaz educado, porém introvertido e desprezado pelo próprio pai, Matthew tem problemas em manter um emprego devido aos seus princípios, quando Maria aceita sua ajuda, ambos começam uma relação que mudará seus jeitos.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Confiança é um filme de 1990 de Hal Hartley, que retrata um encontro verdadeiro, onde as trocas favorecem o crescimento de ambos. Simples, assim. Afinal, o verdadeiro encontro só é possível na diferença, e não faltam diferenças entre os dois personagens. Mathew é inteligente, submisso ao pai e contrário ao sistema. Maria não é fã das letras, é contrária a família e aparentemente condizente com o padrão social das garotas de sua idade. Logo no início, é possível perceber alguma semelhança: há conflito familiar e existencial, ambos são alvos de marginalização por motivos distintos.

domingo, 15 de julho de 2012

Menos que nada

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Saúde mental, esquizofrenia, luta antimanicomial, segredo, relação terapêutica, imaginação, relações familiares, sociais e afetivas.
O filme estreia dia 20 de julho e terá lançamento diferenciado, sendo multi-plataforma (salas de cinema, internet, TV e DVD). Na internet, o filme estará disponível gratuitamente, na íntegra, em alta definição, no Sunday TV (sundaytv.terra.com.br). Na TV, o filme passa no Canal Brasil (rede nacional) e na TV-COM (Rio Grande do Sul), às 22h. Nas salas de cinema, o filme estará nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Curitiba e Salvador. A proposta da produção é facilitar o acesso do público ao cinema nacional e ampliar a discussão sobre o sistema manicomial e a saúde pública no Brasil,  abordados no longa-metragem. Para movimentar essa discussão e fazer as pessoas refletirem sobre o filme e o assunto, “Menos que Nada” promoverá uma forte interação com o público na internet por meio das suas redes sociais, no Facebook e no Twitter.  
SINOPSE
Menos que Nada é a história de Dante, um doente mental internado há dez anos num hospital psiquiátrico. Ele é considerado um caso perdido, até que uma jovem médica decide tratar dele e estudá-lo. Ao investigar o passado de Dante, surgem três personagens importantes – seu pai, uma amiga de infância e uma importante cientista. Nem todos eles querem revelar o que sabem.
TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
Em um filme da sessão da tarde, escutei a frase “tudo que existe ou existiu foi um dia sonho (imaginação)”. Concordo, a imaginação é o que nos permite criar novas realidades. Desenvolver nosso potencial criativo é condição necessária para uma vida saudável. Mas, quando nossa criatividade nos desconecta de uma realidade, por mais que nos pareça insuportável, ainda que nos conforte, também pode nos adoecer. Como disse Jerome Lawrence: "O normal sonha com castelos no ar. O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele...". Esta face patológica da imaginação serviu de inspiração para o diretor Carlos Gerbase desenvolver a trama de MENOS QUE NADA. Fui convidada para pré-estreia do filme, que foi inspirado no texto de Arthur Schnitzler: O diário de Redegonda. Na última terça-feira, atendi ao convite com empolgação, não só pelo interesse do site, mas principalmente por explorar a saúde mental, tema tão caro a minha profissão. Devo dizer que ao final, o público aplaudiu de pé, tamanha qualidade da obra. O desenvolvimento da trama oferece a oportunidade de refletirmos sobre muitos temas relacionados à saúde mental e a falência do sistema público de saúde no Brasil. O desdobramento do enredo se dá de forma delicada, proporcionado uma experiência às vezes incômoda, outras vezes prazerosa para qualquer público. A trama supera o tema da doença, nos remetendo a um aspecto comum a todo ser humano: nossa imaginação.

Para Roma com amor

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Adultério, identidade, culpa, escolhas, relações afetivas, familiares e sociais, polaridades, “sociedade do espetáculo”.
O filme proporciona boas gargalhadas, mas não é só isso. Claro que não, falamos de Woody Allen, portanto há sempre um toque crítico e mágico que nos faz refletir. Roma é palco de quatro diferentes tramas, que exploram alguns dramas existenciais contemporâneos, de forma bem humorada.
SINOPSE
O longa é dividido em quatro segmentos. Em um deles, um casal americano (Woody Allen e Judy Davis) viajam para Roma para conhecer a família do noivo de sua filha. Outra história envolve Leopoldo (Roberto Benigni), um homem comum que é confundido com uma estrela de cinema. Um terceiro episódio retrata um arquiteto da Califórnia (Alec Baldwin) que visita a Itália com um grupo de amigos. Por último, temos dois jovens recém-casados que se perdem pelas confusas ruas de Roma.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O embate entre o pensamento americano e europeu pode ser visto na estória em que Allen faz o papel do sogro paranoico. Diante daquela família Italiana que tanto lhe desagrada, o profissional (como sempre: neurótico e fracassado) encontra uma possibilidade de passar a limpo suas frustrações profissionais. Por acaso, escuta o pai da noiva cantando no chuveiro e se encanta com a voz do indivíduo. Até então, ele não tinha ideia de que o chuveiro era contexto necessário para que o canto existisse. Interessante notar que o pai do noivo trabalha com a morte, ou seja, é dono de funerária e que no momento em que está debaixo do chuveiro solta sua voz. Para realizar um espetáculo grandioso e manter o espaço seguro do cantor, é necessário adaptar o cenário à necessidade do artista. As cenas que garantem boas gargalhadas me fizeram refletir. Nesse mundo do espetáculo, onde há necessidade de nos adaptarmos às transformações sucessivas, como seria possível acontecer o contrário, ou seja, fazer com que o mundo se adapte às minhas neuroses. A proposta fantasiosa da trama nos convida a pensar em um ponto de equilíbrio mais flexível.

domingo, 1 de julho de 2012

Vincent quer ver o mar

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Anorexia, Síndrome de Tourette, TOC, luto, relações afetivas e familiares.



SINOPSE
Vincent, um rapaz que sofre de síndrome de Tourette, foge de uma instituição junto com outras duas pessoas, uma moça anoréxica e um rapaz com TOC, para viajar à Itália e realizar o último desejo de sua mãe.


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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Trata-se de um filme alemão de 2010, que apresenta a aventura de três pessoas com diferentes transtornos psiquiátricos. Ainda que retrate fielmente os comportamentos correspondentes a cada um dos transtornos, a trama nos presenteia com um olhar diferenciado e bem humorado. A viagem, que para Vincent tem a finalidade de atender ao desejo da mãe falecida, se torna um aprendizado para todos. Fora dos muros da instituição, as relações vão sendo desenvolvidas de forma surpreendente. Com humor e fotografias belíssimas, o enredo revela o desenvolvimento de novos sentidos para conceitos como respeito, amizade e solidariedade, sem que seja omitido o sofrimento e os conflitos pessoais de cada um.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida no paraíso - Como no paraíso

 
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Relações sociais, afetivas, terapêuticas e familiares, perdas, medo, violência doméstica, diferenças, auto-suporte, Gestalt-terapia.

SINOPSE
Um maestro de sucesso internacional interrompe inesperadamente sua carreira e volta para sua cidade natal no extremo norte da Suécia. Sua fama logo cria um burburinho na cidade, fazendo dele objeto de curiosidade, fascinação e desconfiança. Não demora muito para ele ser convidado a dar uma ajuda ao coro da igreja. Relutante em voltar 'ao centro do palco', ele acaba tendo que aceitar o convite e se surpreende com a redescoberta do amor que sentia pela música. O trabalho com o coro traz novas amizades, mas também novos - e velhos - inimigos. E também traz um novo amor. Fonte da sinopse, clique aqui.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
"Ouvir é o princípio de tudo.”
No caminho de volta, Daniel diz para si mesmo que não tem ideia do motivo que o traz para o lugar de lembranças tão dolorosas, desconfio que aí está a ilustração de como as situações inacabadas nos fazem retornar ao ponto de partida. Sempre podemos reescrever nossa história, não há dúvida. De fato, a sensação de pertencimento é o que o traz ao local que havia deixado marcas de dor em seu corpo e em sua alma. Mas, seu sonho sempre foi compor uma música que abrisse o coração das pessoas. Por mais que tente resistir ao seu dom musical, o maestro acaba encontrando sua liberdade exatamente na música. O processo de transformação que se dá a partir de si, numa troca rica entre os participantes do coro. O maestro busca a voz interior de cada um. Assim como o processo terapêutico gestáltico, Daniel utiliza de qualquer ferramenta que possa favorecer o encontro de cada um consigo e com o meio. É lindo assistir cada componente confrontar seus monstros pessoais e simultaneamente, descobrir seus potenciais. Despertando diariamente o potencial de cada um e de si mesmo, Daniel transforma e é transformado.

Pelos meus olhos

 
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Violência doméstica, relações familiares, casal e família, herança transgeracional, psicoterapia, processo terapêutico.



SINOPSE
A história de uma mulher que, numa noite de inverno, foge de casa levando o filho e mais algumas poucas coisas. Ela sabe que o marido vai procurá-la e isso a deixa apavorada. Ela é tudo para ele. Ele diz, inclusive, que foi ela que lhe deu os seus olhos. Ao longo do filme, as personagens vão revelando um fascinante quadro familiar, através do qual saberemos quem é quem e onde os conceitos de lar, amor e proteção se confundem com inferno, dor e medo.


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Concordo com Sérgio Vaz em 50anosdefilmes- clique aqui, quando diz que o filme é muito mais que uma boa surpresa, é uma obra excepcional. Trata-se de um filme espanhol de 2003, que fala sobre violência doméstica da forma mais clara e verdadeira possível. A trama é atual e se revela indigesta, tendo em vista que o tema é por si só difícil. Não é nada fácil assistir ao que insistimos em evitar. O processo se desenrola diante de nossos olhos, desde o primeiro momento no qual a esposa decide, na calada da noite, sair de casa. Ela já não podia mais aguentar aquele cotidiano violento.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
 Mas, como acontece na maior parte desses lares doentes, ele entra na terapia de grupo e a convence mais uma vez a voltar. Ela, mais uma vez, se entrega de corpo e alma à relação. PELOS MEUS OLHOS é o título em português, pois o original já traz em seu título o discurso de doação de si mesma ao esposo (Te dou meus olhos), ela coloca nas mãos do esposo todo seu corpo e sua alma. É incrível a verdade retratada, onde a esposa, ao retornar ao lar, acredita na possibilidade de nunca mais acontecer e se volta contra as pessoas que confrontam a situação real. O mundo passa a ser perseguidor daquele amor que é parte dela mesma. Esse outro é parte de si mesma, o que revela que o marido não é o único pouco saudável na relação. A terapia de grupo é retratada deflagrando diferentes pessoas com o mesmo problema, os agressores.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Filhos do paraíso

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Infância, relações afetivas, familiares e sociais, valores, amizade, respeito, objetivos.

SINOPSE
Ali (Amir Farrokh Hashemian) é um menino de 9 anos proveniente de uma família humilde e que vive com seus pais e sua irmã, Zahra (Bahare Seddiqi). Um dia ele perde o único par de sapatos da irmã e, tentando evitar a bronca dos pais, passa a dividir seu próprio par de sapatos com ela, com ambos revezando-o. Enquanto isso, Ali treina para obter uma boa colocação em uma corrida que será realizada, pois precisa da quantia dada como prêmio para comprar um novo par de sapatos para a irmã.
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Indicado pela colega Renata, o filme se revelou imperdível. Costumo dizer que viajar e conhecer outras realidades nos dá a oportunidade de vida mais saudável. É verdade, quanto maior for o número de culturas diversas, mais nosso próprio mundo terá a chance de ser expandido. Simples assim. É como também acontece em nossas relações, quanto mais estreito for nosso círculo de amizades, maior o número de neuroses e conflitos. O mundo vai se fechando, vamos naturalizando “verdades”, “deveres”, certezas... Sobra pouco espaço para dúvidas, criatividades, novas questões ou sonhos. Nosso mundo fica pequeno e previsível. É como diz a propaganda: “o que move o mundo são as perguntas”.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
“Filhos do paraíso” nos convida a viajar para outro mundo, para o universo sensível, puro e simples da vida. Quanto Ali perde o sapato da irmã, não pretende colocar a culpa em outra pessoa, nem fugir da situação. Em nenhum momento, o menino se vale do ocorrido para fugir da própria responsabilidade. A parceria entre os irmãos é algo delicioso de se ver. Eles compartilham mais do que apenas o calçado, eles partilham esse período de vida tão delicado. O universo dessas crianças é muito diferente do que conhecemos. Falta dinheiro, modernidade, oportunidade, falta muito. Entretanto, sobram valores, sensibilidade, dedicação e amor. A ingenuidade do pai, quando vai bater de porta em porta, contrasta com a firmeza de seus valores, conforme fica evidenciada na cena do açúcar. Ainda que retrate o contraste entre diferentes classes sociais, o filme nos faz refletir sobre valores, prioridades, escolhas. O ator mirim que faz Ali nos ganha a cada instante. O que é aquela expressão de urgência do menino quando convence o professor de sua necessidade de participar da corrida? Em nenhum momento ele quer ir além do terceiro lugar, pois o que ele precisa – um calçado novo para a irmã – é prêmio para a terceira colocação. Ele pode mais, não interessa. Seu objetivo não é ser o primeiro, nem ganhar premio melhor. Ele só quer dar um calçado a sua irmã. Simples assim. Ele não mede esforços para tanto.

domingo, 10 de junho de 2012

Meu irmão é filho único


Meu Irmão é Filho Único (Mio Fratello è Figlio Unico) - Poster / Capa / Cartaz

ASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, história, conflitos familiares.

SINOPSE
Os irmãos Accio (Elio Germano) e Manrico (Riccardo Scamarcio) cresceram numa pequena cidade italiana durante as décadas de 60 e 70, contrapunham-se politicamente, mas eram apaixonados pela mesma mulher. O longa-metragem Mio Fratello è Figlio Unico, do diretor Daniele Luchetti, acompanha a vida desses irmãos ao longo de 15 anos através das conturbações e reviravoltas da tumultuada história sóciopolitica da Itália. O filme mostra as mudanças de postura, discussões e a inevitável separação dos irmãos por causa de seus rumos até, claro, o reencontro promovido pela sabedoria da idade. Com o tempo, eles percebem a verdadeira essência não apenas de suas diferenças, mas de suas semelhanças.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Uma família italiana com educação a moda antiga, ou seja, entre tapas e pontapés (como diz Accio). Assim como na história da Itália, há um antagonismo no interior da família. Acompanhando a trajetória dos irmãos, a dificuldade para lidar com as diferenças é evidenciada, seja nas posições políticas de um país ou nas diferenças entre os irmãos.

sábado, 9 de junho de 2012

Heróis imaginários

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Adolescência, luto, segredo, suicídio, família disfuncional, relações afetivas, familiares e sociais.

SINOPSE
Sigourney Weaver é a mãe de uma típica família norte-americana nessa produção que trata dos problemas familiares e de relação entre pessoas que moram em uma mesma casa. Mãe de um adolescente rebelde e esposa de um marido que começa a tratá-la como se ela não estivesse lá, ela começa a fumar maconha e ameaça revelar vários segredos que só os familiares conhecem. Essa crise vai levar todos a reavaliarem seus relacionamentos e sua convivência, tanto para o lado bom disso tudo quanto para o ruim. O marido Ben é interpretado por Jeff Daniels e a produção conta, além de ótimas atuações, com um roteiro forte, mas que não deixa de ser também bem humorado.
Uma típica família norte-americana vive uma rotina perfeita à primeira vista. Porém sob a aparência de normalidade esconde-se uma também típica família em crise. Tim (Emile Hirsch), o filho mais novo, experimenta as angústias da adolescência; seu pai, Ben (Jeff Daniels), vive atormentado pelos erros do passado; e sua mãe, Sandy (Sigourney Weaver), administra seu rancor com o consumo de drogas. E agora Sandy está prestes a revelar um terrível e doloroso segredo capaz de dividir os membros da família.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Ainda que a trama seja narrada pelo adolescente Tim, somos convidados a perceber as diferentes reações dos familiares frente à perda trágica. O irmão mais velho é apresentado como aquele que é o melhor em tudo, sendo o orgulho dos pais, enquanto Tim é a ovelha negra. O filho “perfeito” vence mais uma competição e leva um troféu para casa. Na manhã seguinte, a família inicia um dia comum, quando o adolescente vai chamar o irmão campeão para o café da manhã. As marcas de sangue das pegadas de retorno de Tim anunciam a tragédia: o filho mais querido, mais perfeito, mais admirado, cometeu suicídio. A partir de então a comunicação entre esses membros fica inviável. O peso desse rompimento, num momento que mais precisavam uns dos outros, é sentido durante toda trama. Nada é dito sobre o ocorrido, mas o comportamento de todos começa a revelar o possível caos interno que é vivido no luto de cada um. O isolamento é marca na vivência desse luto, tornando o processo mais doloroso para todos.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Benny & Joon - Corações em Conflito

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Autismo, relações afetivas, relações familiares, potencialidade, diferença.

SINOPSE
Joon (Mary Stuart Masterson) é irmã mais nova de Benny (Aidan Quinn), quando eram crianças seus pais morreram, isso foi um trauma para Joon, que é portadora de problemas psicológicos. O filme começa com os dois já adultos, Benny cuida de Joon, evitando ao máximo a ideia de enviá-la para um hospital especializado, mas Joon não colabora, fazendo com que nenhuma governanta pare na casa. Quando Benny perde uma aposta, ele tem que fazer um favor a um amigo e trazer o excêntrico Sam para a sua casa. Sam (Johnny Depp) não é muito comum, mas acaba funcionando como “governanta” da casa, mesmo que seja de seu jeito torto. Sendo fascinado por filmes antigos, ele acaba virando o par perfeito para Joon. Sam e Joon se apaixonam e, pela primeira vez, Benny se vê com ciúme da irmã, com medo de perdê-la, mas tendo que aceitar que ela pode querer ter a sua própria vida.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Desde quando iniciei Psicologia & Cinema, venho me surpreendendo com alguns atores .que trazem em sua bagagem mais filmes com temáticas psicológicas do que eu poderia imaginar. Johnny Depp é um deles. Neste filme, Deep faz Sam, um jovem sensível e pouco convencional, que traz para o mundo real seu encanto pelos personagens do cinema mudo. O filme não é muito conhecido, mas nem por isso menos importante. A relação dos irmãos é o ponto de partida o desenvolvimento da trama. Desde a morte dos pais, Benny cuida de sua irmã Joon, portadora de um transtorno psicológico que requer maiores cuidados. Joon apresenta alguns sintomas que sugerem o diagnóstico de autismo. Independente do psicodiagnóstico, o que se revela como destaque é, de fato, a importância das relações. Para Benny, é difícil imaginar que sua irmã possa ter alguma autonomia.

sábado, 26 de maio de 2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

Meu país

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Relações familiares e afetivas, saúde mental, acolhimento, segredo, distanciamento afetivo, vício no jogo, tolerância.

SINOPSE
Marcos (Rodrigo Santoro) vive na Itália e retorna ao Brasil após a repentina morte do pai (Paulo José). Já no país, ele reencontra o irmão Tiago (Cauã Reymond) e descobre que tem uma meia irmã (Débora Falabella), portadora de problemas mentais. Ao mesmo tempo em que precisam lidar com o luto, Marcos e Tiago precisam conviver com as diferenças existentes entre eles e se acostumar com a nova irmã.

                         TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
O primeiro pensamento que me veio a cabeça, logo que o filme acabou, foi: “Crise é sinônimo de oportunidade”. No momento que somos envolvidos em uma situação de crise é difícil nos darmos conta disso. De fato, a crise em si é algo que nos contamina integralmente, não deixando espaço para muita coisa. Dependendo de nosso momento de vida, somos arrastados pela “maré” com facilidade, e, parece que é apenas o início de outras tempestades que serão desencadeadas. Assim acontece no filme, que reúne a família no momento do falecimento do pai. O fato altera o cotidiano dos irmãos que não se veem há muito tempo. Para Marcos, que pretendia apenas participar do ritual de despedida do pai e retornar a sua rotina na Itália, o falecimento do pai vai desencadear outras situações desagradáveis e inesperadas que poderão alterar seu rumo. Assim, Marcos é informado sobre a existência de uma meia-irmã com problemas mentais que precisa retornar ao ambiente familiar para que não regrida mais. Descobre também que a empresa do pai está em crise e que o irmão é um playboy irresponsável e viciado no jogo. Quanto mais ele tenta tomar as necessárias providencias para retornar a Itália, mais se vê envolvido em questões que não queria fazer parte. No momento em que decide enfrentar e se apropriar da crise, a ordem de suas prioridades muda e ele inicia o processo de se beneficiar da crise, transformando-a em oportunidade. Simples assim!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Triângulo amoroso

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ASSUNTO
Relações afetivas e sociais, casal e família, traição, sexualidade, novas relações amorosas, luto, doença física.



SINOPSE
A história do casal de meia-idade Simon (Sebastian Schipper) e Hanna (Sophie Rois) que vive em Berlim e, simultaneamente, se apaixona e se envolve com o mesmo homem (Devid Striesow). No entanto, quando Hanna fica grávida, surge a pergunta que irá mudar o relacionamento de todos: "quem é o pai?"

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme é sensível e impactante, ousado e delicado, provocador e reconfortante. Como pode ser tudo isso? Sempre vai depender de quem assiste e/ou qual o momento escolhido. O desenvolvimento da trama se dá em torno das relações contemporâneas e suas novas possibilidades. Falando de traição, sexualidade, luto, rotina, mudanças e muito mais, o filme é um trabalho que deve ser visto, discutido e pensado. Um relacionamento desgastado que se torna vivo após a traição. A vivência do luto da mãe, o enfrentamento da doença e o desgaste da relação. A descoberta de novas configurações, novas vivências, novos riscos. Depois de tantas perdas nada mais é chocante, as prioridades mudam. Seria homossexualidade ou apenas a restauração da bissexualidade, que é inerente ao ser humano? Prazer, culpa, traição ou tradição? O filme discute tudo isso com neutralidade, não há julgamento, apenas acontece. Com interpretações fantásticas, a fita nos conduz ao universo dos personagens com naturalidade. As cenas de sexo transmitem autenticidade, não há espaço para pornografia.

Tomboy


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ASSUNTO
Relações afetivas, familiares e sociais, identidade de gênero, fenomenologia.
SINOPSE
“Tomboy” é a denominação dada para meninas que gostam de agir como meninos. Laure (Zoé Héran) é uma garota de 10 anos, que vive com os pais e a irmã caçula, Jeanne (Malonn Lévana). A família se mudou há pouco tempo e, com isso, não conhece os vizinhos. Um dia Laure resolve ir na rua e conhece Lisa (Jeanne Disson), que a confunde com um menino. Laure, que usa cabelo curto e gosta de vestir roupas masculinas, aceita a confusão e lhe diz que seu nome é Mickaël. A partir de então ela leva uma vida dupla, já que seus pais não sabem de sua falsa identidade. Não demora até que Lisa caia em amores por “Mikael”, mas as férias estão para acabar e Laure não sabe como fará para manter seu segredo.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA

Não são as respostas, mas as perguntas que movem o mundo, diz uma vinheta da TV Futura. Tomboy segue tal premissa, não há julgamento, definição ou qualquer resposta. O filme é provocador, sensível e ao mesmo tempo natural. A pureza das crianças desafiam nossas mais sérias teorias. A construção da identidade de gênero é o foco da trama, entretanto, de que gênero nós falamos? Algumas críticas ousaram explicitar seu tema como homossexualidade, será? Tenho minhas reservas quanto a qualquer definição, isto me soa como interpretar olhares, silêncios, angústias latentes. O que afinal define sexualidade ou identidade de gênero? É preciso esclarecer. Identidade de gênero se refere ao gênero em que a pessoa se identifica, masculino ou feminino. A identidade sexual difere da identidade de gênero no sentido em que a identidade de gênero está mais correlacionada com a maneira de se vestir e de se apresentar na sociedade, enquanto a identidade sexual correlaciona-se mais diretamente com o papel de gênero sexual. Algumas vezes considera-se que um transexual do biotipo masculino, cuja orientação sexual é somente por homens e que se relacione sexualmente apenas no papel feminino, possa ser considerado heterossexual. Nos casos mais comuns, homens e mulheres identificam-se no biotipo sexual natural, sem manifestar desejos pela transgenereidade. Algumas pessoas sentem que sua identidade de gênero não corresponde com seu sexo biológico, sendo identificadas por pessoas transexuais ou pessoas intersexo em algumas situações. Como a sociedade insiste que os indivíduos devem seguir a maneira de expressão social (papel social de gênero) baseada no sexo estas pessoas sofrem uma pressão social adicional. No filme, não existe possibilidade de falarmos em orientação do desejo sexual, pois não há corpos adultos para definir tal orientação.