segunda-feira, 23 de abril de 2012

Triângulo amoroso

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ASSUNTO
Relações afetivas e sociais, casal e família, traição, sexualidade, novas relações amorosas, luto, doença física.



SINOPSE
A história do casal de meia-idade Simon (Sebastian Schipper) e Hanna (Sophie Rois) que vive em Berlim e, simultaneamente, se apaixona e se envolve com o mesmo homem (Devid Striesow). No entanto, quando Hanna fica grávida, surge a pergunta que irá mudar o relacionamento de todos: "quem é o pai?"

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme é sensível e impactante, ousado e delicado, provocador e reconfortante. Como pode ser tudo isso? Sempre vai depender de quem assiste e/ou qual o momento escolhido. O desenvolvimento da trama se dá em torno das relações contemporâneas e suas novas possibilidades. Falando de traição, sexualidade, luto, rotina, mudanças e muito mais, o filme é um trabalho que deve ser visto, discutido e pensado. Um relacionamento desgastado que se torna vivo após a traição. A vivência do luto da mãe, o enfrentamento da doença e o desgaste da relação. A descoberta de novas configurações, novas vivências, novos riscos. Depois de tantas perdas nada mais é chocante, as prioridades mudam. Seria homossexualidade ou apenas a restauração da bissexualidade, que é inerente ao ser humano? Prazer, culpa, traição ou tradição? O filme discute tudo isso com neutralidade, não há julgamento, apenas acontece. Com interpretações fantásticas, a fita nos conduz ao universo dos personagens com naturalidade. As cenas de sexo transmitem autenticidade, não há espaço para pornografia.

Tomboy


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ASSUNTO
Relações afetivas, familiares e sociais, identidade de gênero, fenomenologia.
SINOPSE
“Tomboy” é a denominação dada para meninas que gostam de agir como meninos. Laure (Zoé Héran) é uma garota de 10 anos, que vive com os pais e a irmã caçula, Jeanne (Malonn Lévana). A família se mudou há pouco tempo e, com isso, não conhece os vizinhos. Um dia Laure resolve ir na rua e conhece Lisa (Jeanne Disson), que a confunde com um menino. Laure, que usa cabelo curto e gosta de vestir roupas masculinas, aceita a confusão e lhe diz que seu nome é Mickaël. A partir de então ela leva uma vida dupla, já que seus pais não sabem de sua falsa identidade. Não demora até que Lisa caia em amores por “Mikael”, mas as férias estão para acabar e Laure não sabe como fará para manter seu segredo.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA

Não são as respostas, mas as perguntas que movem o mundo, diz uma vinheta da TV Futura. Tomboy segue tal premissa, não há julgamento, definição ou qualquer resposta. O filme é provocador, sensível e ao mesmo tempo natural. A pureza das crianças desafiam nossas mais sérias teorias. A construção da identidade de gênero é o foco da trama, entretanto, de que gênero nós falamos? Algumas críticas ousaram explicitar seu tema como homossexualidade, será? Tenho minhas reservas quanto a qualquer definição, isto me soa como interpretar olhares, silêncios, angústias latentes. O que afinal define sexualidade ou identidade de gênero? É preciso esclarecer. Identidade de gênero se refere ao gênero em que a pessoa se identifica, masculino ou feminino. A identidade sexual difere da identidade de gênero no sentido em que a identidade de gênero está mais correlacionada com a maneira de se vestir e de se apresentar na sociedade, enquanto a identidade sexual correlaciona-se mais diretamente com o papel de gênero sexual. Algumas vezes considera-se que um transexual do biotipo masculino, cuja orientação sexual é somente por homens e que se relacione sexualmente apenas no papel feminino, possa ser considerado heterossexual. Nos casos mais comuns, homens e mulheres identificam-se no biotipo sexual natural, sem manifestar desejos pela transgenereidade. Algumas pessoas sentem que sua identidade de gênero não corresponde com seu sexo biológico, sendo identificadas por pessoas transexuais ou pessoas intersexo em algumas situações. Como a sociedade insiste que os indivíduos devem seguir a maneira de expressão social (papel social de gênero) baseada no sexo estas pessoas sofrem uma pressão social adicional. No filme, não existe possibilidade de falarmos em orientação do desejo sexual, pois não há corpos adultos para definir tal orientação.

domingo, 22 de abril de 2012

Albert Nobbs

 
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Idendidade de gênero, repressão, abuso, relações afetivas e sociais.

SINOPSE
Numa sociedade rígida e intolerante, Dublin de épocas passadas para ser mais claro, uma mulher se disfarça de homem para sobreviver. O longa é ambientado na Irlanda do século 19, quando mulheres se travestiam de homens para poder trabalhar e sobreviver dignamente numa época em que certas funções eram proibidas para o sexo feminino. Glenn Cloose interpreta uma dessas mulheres. Ela é Albert Nobbs, o mordomo de um Hotel, sempre atencioso com os clientes e com as pessoas ao seu redor. Porém, ninguém sabe do seu segredo e sobre seu verdadeiro sonho: juntar dinheiro para abrir o próprio negócio. Mas tudo muda quando Hubert descobre a farsa. Ele, na verdade, também uma mulher. Sua história dá esperanças para Nobbs, pois, para conquistar certa liberdade, Hubert se casou com uma mulher. Assim, Albert vê uma nova possibilidade para seus planos. Sua intenção é casar-se com Helen Dawes e começar uma nova vida, já que passou 30 anos vestido de homem. No entanto, a jovem se envolve com Joe Macken, outro empregado do lugar.
TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Albert Nobbs retrata outra forma da mulher lidar com o universo machista. Diferente do que ocorre no filme DIAS E NOITES, para sobreviver ao sistema, a personagem decide se adaptar as regras. Ou seja, para sobreviver no mundo masculino irlandês do século XIX é preciso se passar por um homem. A trama gira em torno dessa mulher, que depois de sofrer abuso nas ruas, decide se vestir de homem e consegue um trabalho de garçom. Profissional impecável, somente na calada da noite é possível despir o papel masculino e soltar sua intimidade feminina. A mulher só existe por alguns instantes, quando conta suas economias e sonha com seu empreendimento que talvez possa dar espaço para sua verdadeira identidade. Albert Nobbs é o seu papel masculino que não permite emoções, trabalhando como uma máquina e servindo aos seus propósitos mais íntimos. Até então, seu projeto de vida gira em torno da realidade conhecida. Toda estratégia tem como objetivo a autonomia financeira, que poderá ser adquirida pela compra de sua tão sonhada tabacaria. Em dias e noites de trabalho árduo, vivenciando uma identidade que não lhe pertence, ela poupa cada centavo para que seja possível realizar seu sonho. Seu projeto é alterado quando encontra Page, outra travestida que vive como pintor e é casada com outra mulher que a faz feliz. Diante dessa nova verdade, Nobbs se convence a permanecer em seu papel masculino e buscar sua realização no casamento. Depois de 20 anos, não lhe parece difícil permanecer no papel masculino e projetar alguma felicidade nesse papel. O que antes foi uma máscara para encontrar seu lugar no mundo, agora é possibilidade. Sua feminilidade pode ser frustrada eternamente? De fato, seria possível ser feliz com outra mulher?

Dias e noites

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Relações familiares, afetivas e sociais, abuso sexual e de poder, violência doméstica, identidade, história.
SINOPSE
Clotilde (Naura Schneider) se casou ainda jovem, por conveniência, com Pedro Ramão (Antônio Calloni), um rico fazendeiro do interior do Rio Grande do Sul. Decidida a não ceder às tentações da época e à violência do marido, Clotilde questiona os valores da sociedade local e resolve sair de casa. Isto faz com que perca a guarda de seus dois filhos. Já em Porto Alegre ela luta na justiça para reaver sua família, contando com a ajuda do advogado Motta (Zé Vítor Castiel) e do playboy Felipe Clerbon (Dan Stulbach). Entretanto a principal ajuda que recebe vem do empresário Aires de Lucena (José de Abreu).
TRALER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Não faz muito tempo, as verdades eram outras. Diante da comemoração de 5 anos da lei Maria da Penha, vale a pena assistir ao filme, que mostra uma realidade recente, violenta e abusiva, que retrara o poder masculino da família patriarcal. A história retrata a trajetória de uma mulher, que durante 3 décadas luta para sair do lugar comum e ainda assim reconquistar a família. O casamento da jovem Clotilde é resultado de um acordo comercial, mas ela tinha esperança de não ser apenas mercadoria, queria viver uma paixão, uma estória de amor, um sonho. Mas sua realidade é um bem diferente de seus sonhos, não há carinho, respeito ou amor em sua vida conjugal. Seu marido já tinha sido casado e ficou viúvo ao mesmo tempo em que perdia um filho, durante o parto da falecida esposa. Sua obsessão é ter um filho varão e não mede esforços para tanto. Vítima de violência física e psicológica, Clotilde enfrenta dias e noites de abusos, tal qual a égua indomada. Suas reações beiram a loucura, não é possível se adaptar seu sonho de família à realidade de sua vida conjugal, ela não suporta e sai de casa. As palavras de sua avó, no momento em que Clotilde repousa em seu colo, retratam os valores de uma época: “Você poderia ter escolhido ser apenas uma mulher. Mas você, meu amor, escolheu ser gente. E isso, nenhum deles pode entender.”

sábado, 21 de abril de 2012

Guerra dos sexos

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ASSUNTO
Relações amorosas, sexualidade, traição, impotência. 


SINOPSE
2011 -Quatro histórias independentes revelam, de maneira divertida e à italiana, como as divergências entre o homem e a mulher dão continuidade a eterna guerra dos sexos. Isso, claro, motivado em grande parte pelas neuroses femininas e obsessões masculinas.





TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
Descompromissado, o filme apenas apresenta com humor possíveis cenas do cotidiano de qualquer casal. São quatro histórias distintas que encontram o tom da comédia exatamente na rotina de todos nós. Ou conhecemos ou já vivemos algo parecido. Não há qualquer aprofundamento em nenhum dos temas propostos. Entretanto, pode se tornar ferramenta terapêutica para pessoas em situações semelhantes que não se dão conta de alguma situação. Pode ser tema de debate, favorecendo a conscientização de algo. A traição é tema do casal que acaba de ganhar mais um membro. Ela não encontra mais disposição para cuidar da relação amorosa por conta dos cuidados com o neném. Ele, por outro lado, tenta ao máximo resistir às tentações da apaixonada jogadora de seu time. Quantas mulheres têm por algum motivo dificuldade de se aproximar do marido após o parto?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A cova da Serpente

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Saúde mental, psicoterapia, relação terapêutica, hospitais psiquiátricos.

SINOPSE
Virginia, uma jovem mulher, e Robert Cunningham encontram-se e terminam se apaixonando.  Pouco tempo depois, eles se casam.  Após o casamento, Robert começa a notar que Virginia não apresenta o comportamento de uma pessoa normal.  Percebendo que ela precisa de mais ajuda do que a que ele pode lhe proporcionar, Robert decide interná-la numa Instituição para doentes mentais. Lá, ela é atendida pelo paciente Dr. Mark Kick, que lhe dá toda a atenção, iniciando um tratamento  com eletro-choques, hipnoterapia e sessões de psicanálise, visando curá-la da amnésia depressiva em que se encontra.  Aos poucos, ela começa a apresentar melhoras animadoras. Entretanto, ela sofre muito nas mãos da enfermeira-chefe, que vive criando casos e a ameaçando de transferência para o Pavilhão 33, 'a cova das serpentes', onde são confinados os pacientes sem esperanças de cura.  A gota d'água ocorre quando Virginia diz à enfermeira que ela a trata mal porque está apaixonada pelo Dr. Kick e que tem ciúmes pelo fato do médico ser paciente e lhe dedicar bastante atenção. Virginia termina sendo transferida para o Pavilhão 33, onde sofre uma completa recaída.  O novo Pavilhão é tudo o que se possa imaginar de pior num Asilo, com os pacientes desenganados a gritarem e dançarem o tempo todo. Dr. Kick continua o tratamento, obtendo uma boa resposta de sua paciente que, aos poucos, vai se libertando de seus medos e descobrindo as causas de sua doença, causas essas ligadas a sentimentos de culpa mal resolvidos em relação principalmente a seu pai.  No final, completamente curada, ela recebe alta e volta para seu marido. Fonte, clique aqui.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Para quem tem interesse em saúde mental, o filme é um prato cheio. Ainda que antigo, é fonte inesgotável de informações sobretudo, quando nos referimos a tudo que motivou o processo da luta antimanicomial. O fato de ser preto e branco não tira o brilho da trama, que nos convida a acompanhar a luta de um profissional para tratar de sua cliente através da psicoterapia, evitando utilizar os tratamentos que estavam em voga. De fato, a paciente consegue reverter seu quadro patológico no durante o processo. Entretanto, não somos poupados de assistir diversos tratamentos inapropriados, que acontecem com todos os pacientes do hospital psiquiátrico. Enquanto a paciente é parte do processo, um detalhe me chamou a atenção. O tratamento dispensado pelo psiquiatra supera o objetivo individual, pois Virgínia consegue dar continuidade a arte de “estar com” ao se relacionar com outra paciente. Explico melhor...

A vida dos outros

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Regime totalitário, relações sociais, relações afetivas, solidão, arte, criatividade, sociedade do espetáculo, eu-outro, individualidade, identidade, História: Guerra Fria, Cortina de Ferro.

SINOPSE
Em 1984, quando o muro de Berlim ainda estava intacto e a Alemanha era dividida em duas, o autor teatral Georg Dreyman acredita fielmente no socialismo da República Democrática Alemã (RDA), se mantendo como um dos poucos intelectuais insuspeitos. Sedento pelo poder, o Ministro da Cultura Bruno Hempf decide investigar o autor, que, se tiver algum podre escondido, pode lhe render maiores cargos, além de mais liberdade em na relação com sua amante, a atriz fetiche e namorada de Dreyman, Christa-Maria Sieland. O oficial designado para a missão é Gerd Wiesler, o melhor interrogador da Stasi, a polícia política do regime. Vigiando momentos íntimos da vida de Dreyman, o agente passa a entender como os intelectuais enxergam a RDA, e passa ele mesmo a questionar os métodos usados, de invadirA Vida dos Outros. Quando um grande amigo de Georg se mata e ele descobre que o regime esconde os registros de suicídio, o escritor decide publicar secretamente um artigo sobre isto no Ocidente. Wiesler, então, terá que escolher de que lado irá ficar. Leia mais clicando aqui.


TRAILER
 

Indicado pela colega Rosane Pimentel, o filme revela uma realidade pouco explorada, ocorrida na Berlim Oriental de 1984. De fato, a forma como o governo controlava a população parece algo muito distante da realidade que é conhecida por muitos de nós. Não falamos da Alemanha de Hitler, falamos de pouco antes da derrubada do muro de Berlim. Uma história recente, com personagens que ainda estão vivos para contar o que viveram. É importante retomar a história para que seja possível compreender o que o filme retrata. Após a guerra, a Europa estava destruída e precisava se reerguer. Diversas reuniões entre os líderes políticos mundiais resultaram na divisão da Europa. O Leste ficou sob o domínio do Bloco Socialista (países da CORTINA DE FERRO) e o Oeste europeu ficou com o bloco capitalista. Na Alemanha de 1949 é formada a RDA (República Democrática Alemã) ou Alemanha Oriental. A política do líder sociético Stalin é muito dura em países como a Alemanha. O Estado possuía poder absoluto sobre a vida dos alemães de então e criam o Ministério de Segurança do Estado (STASI). A STASI funcionava nos moldes soviéticos, tornando-se um serviço Secreto de ideais socialistas caminhando para o totalitarismo. Sendo “o Escudo e a espada do partido”, a STASI sufocava qualquer possibilidade de oposição, garantindo os ideais do Estado através de violência física e/ou psicológica, prisões, espionagem e censura. O regime totalitário estabeleceu o terror, restando pouco espaço para a humanidade de cada indivíduo, como veremos no filme.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Medianeiras: Buenos Aires na era do Amor Virtual

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Depressão, solidão, síndrome do pânico, rejeição, relações afetivas, sociais e virtuais, fobia social, psicologia social, clínica e escolar.

SINOPSE
Mariana e Martin são dois jovens solitários que moram em prédios vizinhos, mas não se conhecem. Ambos vivem num mundo interior que é contado ao espectador através de narrações e colagens de imagens. Compartilham as mesmas angústias de milhões de pessoas no mundo inteiro; solidão, isolamento, dependência de antidepressivos e problemas de relacionamento. Quase se esbarram a todo o momento, mas se tivessem uma oportunidade de ficar a sós poderiam juntar suas solidões.
Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual conta a história de Martin, Mariana e seus desencontros. Eles vivem na mesma cidade, na mesma quadra, em apartamentos um de frente para o outro mas nunca conseguem se encontrar. Só conseguem se relacionar via internet. Se conhecem online, mas na vida offline se cruzam sem saber da existência um do outro. Como se encontrar no mundo "real" em uma cidade de 3 milhões de habitantes? Nas palavras de seu diretor Gustavo Taretto, "Medianeras é o resultado de várias ideias, que em algum momento -- que eu nem sei dizer qual -- começaram a se unir. A maioria delas é o resultado de minhas observações e da minha curiosidade sobre Buenos Aires e seus habitantes que muitas vezes vivem suas vidas mais na internet do que fora dela.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Antes de qualquer coisa, devo admitir que as indicações da colega Renata Rodrigues são sempre nota mil. Ela escreveu em meu face: Filme fantástico onde percebo que são suscitadas bastante questões emergentes de forma poética e metafórica: O que estamos buscando? Que sentimentos tentamos evitar sob a fulgaz sensação de proteção e um possível afastamento das relações verdadeiramente humanas, do que é belo, do que realmente vale a pena ser vivenciado, muitas vezes, tentando nos proteger sobre a carcaça emocional proporcionada pela virtualidade como um todo?Através de narrações em off dos próprios personagens e com passagens de tempo marcadas por estações do ano, a história de dois jovens é contada em paralelo, com bom humor, ironia e uma pitada de reflexão que remete às nossas próprias realidades quando o assunto é o afastamento cada vez maior que temos do convívio das pessoas por conta do ritmo frenético e das mudanças de comportamento do mundo moderno. A frase de Martín “A Internet me aproximou do mundo, mas me afastou da vida” representa bem algumas das mensagens deixadas pelo filme. O título Medianeiras? Creio que não há uma definição única, só assistindo para darmos a nossa atribuição de sentido ao nome. Recomendo muito! Patricia Araujo Santos, dê uma olhada, tenho certeza de que irá adorar! - Ela tem razão, eu adorei! Um pouco mais que isso, se é possível, amei!
O início do filme me lembrou muito as aulas de Psicologia Escolar com a professora Marcia Parga. No estágio, fazíamos um trabalho de visitação às escolas, onde tínhamos que fazer um “diagnóstico físico” da mesma. A experiência me fascinou, pois não servia somente para escolas. Nós registrávamos tudo que era observável na disposição física do lugar, para que depois tentássemos compreender o que aquela aparência informava a respeito da instituição. Depois de compreender melhor o processo, percebi que estava ali uma evidência clara de que é possível estar disponível à sensibilidade através do que nos é óbvio, mesmo que a aparência tenha o histórico de nos enganar. De fato, estar disponível ao óbvio é o ato de conseguir perceber com sensibilidade o que de fato está sendo mostrado, sem explicações, apenas descrevendo: O fenômeno se revela no óbvio.

domingo, 1 de abril de 2012

A Separação

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ASSUNTO
Separação, relações familiares, afetivas e sociais, costumes, religião, sociedade.



SINOPSE
Após se divorciar da esposa Simin (Leila Hatami), Nader (Peyman Moaadi) é obrigado a contratar uma jovem para tomar conta de seu pai idoso que sofre de Alzheimer em estágio avançado. Porém a diarista está grávida, e trabalhando sem o consentimento de seu marido, condições que junto a um terrível incidente, levará as duas famílias a um julgamento de cunho moral e religioso.
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Drama moral e social aclamado pela crítica, levou a estatueta do Oscar na categoria de filme estrangeiro. A separação provoca reflexões sobre os vários temas apresentados. A mãe escolhe a separação por desejar educar a filha fora de seu país, considerando que assim poderia oferecer para ela um futuro melhor. Para tanto, ela ignora a condição do sogro, que tem Alzheimer e necessita de cuidados especiais. A separação acontece, gerando a disputa pela guarda da filha. Entre outros, a trama desenvolverá temas como os costumes fundamentalistas da sociedade iraniana, e a transformação de valores em uma sociedade. O filme trata de uma história universal - o marido que se vê sozinho e, por orgulho, não reconhece que precisa da mulher -, a crise do patriarcado não respeita fronteiras, mas obviamente no Irã isso tem uma dimensão distinta. Vale a pena conferir!

A tentação

 
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Fanatismo religioso, relações afetivas, familiares e sociais, traição, reabilitação em drogadicção.



SINOPSE
Gavin Nichols (Charlie Hunnam) é um jovem que está na beira de um edifício, ameaçando pular. O detetive Hollis Lucetti (Terrence Howard) é enviado para impedi-lo e, ao conversar com ele, descobre que Gavin está sendo forçado a pular antes do meio dia. A conversa faz com que Gavin e Hollis exponham seus pontos de vista religiosos, em um verdadeiro embate sobre questões filosóficas.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Além de entretenimento, os diálogos trabalham questões religiosas e filosóficas. Fé pessoal e o fanatismo religioso são trabalhados na trama, sem que o filme se torne pesado. As discussões filosóficas e teológicas estão presentes no filme. As relações afetivas, reabilitação e traição tem espaço no desenvolvimento do enredo.
O encontro entre o detetive e o suicida promove a retrospectiva da vida de ambos. O diálogo é permeado por cenas do passado que aos poucos vão dando sentido a situação do momento. O detetive é acionado para ajudar ao suicida, tentando evitar que o pior aconteça. No entanto, o  Lucetti  não está em seus melhores dias, pois acabara de descobrir que é estéril. De quem seriam os dois filhos que criou como seus?
O suicida não parece desejar mesmo morrer. Logo, compreendemos que ele está sendo obrigado, para salvar a vida de seu amor. Somos aos poucos apresentados a trama desse amor, dessa amante. Ela é casada com um fanático religioso, que além de ter convicções rígidas e ser incapaz de aceitar diferenças, cobra diariamente lealdade às suas convicções religiosas e pessoais.  A convivência do casal com Gavin e seu colega de apartamento desperta a pior face do marido: o fanatismo e o preconceito .De fato, não é possível perceber a razão de tanta tolerância por parte da esposa, que é jovem e se submete a situações constrangedoras. Aos poucos, vamos percebendo que existe uma dívida de gratidão em relação a esse marido. De fato, a esposa mantém o casamento por considerar que ele um dia a salvou. 

Distúrbios do prazer

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Abuso, relações afetivas e sociais, fanatismo religioso, homofobia, automutilação.
O filme é denso, difícil de assistir. Após 15 anos de invisibilidade dentro do casamento, Nancy parece buscar confirmação de sua existência através da dor. O prazer está associado à dor, revelando sua vida torturante. Na terapia, Nancy deixa claro o sentimento de e não existir, nem sua mãe, nem tampouco o marido a percebem. Cansada de ser rejeitada por aqueles que deveriam lhe dar amor, suporte para sua existência, Nancy anseia por liberdade. Estar presa a um corpo que a impele a autodestruição de forma lenta e rotineira lhe causam pavor. Sua invisibilidade a atormenta, apenas nos momentos de dor consegue dar sentido a vida. Tal experiência a faz crer que a vida é prisão, é sofrimento, é dor. Abusada pelo tio, rejeitada pela mãe e ignorada pelo marido, ela não se suporta mais e tenta o suicídio. Não acredita na terapia, enfrenta suas verdades no mundo virtual, onde se revela como de fato é. Sua perversidade encontra amparo naquele que poderá libertá-la: A pessoa que aceita matá-la. Desafia a terapeuta, que a enfrenta pela primeira vez, quando diz: Nada posso fazer por você, se você não quiser ser ajudada! (único momento em que Nancy mostra algum respeito pela terapeuta). O suposto assassino se revela atraído emocionalmente por quem ela realmente é, mas já não consegue alcançá-la. Sua decisão é clara, precisa sentir-se livre e a vida pra ela é uma prisão. Ser apresentado como trama baseada em fatos reais provocou reações negativas de alguns críticos, que consideraram que apenas alguns fatos reais serviram de remendo a trama que, segundo eles, foi mal costurada. O filme tem um ritmo lento, provoca polêmica e explicita questões da sexualidade difíceis de ser exploradas. Não é indicado para menores, aliás, é indicado para poucos. As questões sexuais são mais bem exploradas do que as psicológicas. As relações da personagem são apresentadas de forma confusa, não fornecendo material suficiente para qualquer tipo de conclusão. Vale ressaltar que as cenas de automutilação e de práticas sadomasoquistas nem sempre são motivos de sofrimento para muitas pessoas, que vivenciam apenas prazer, sem qualquer tipo de constrangimento.
SINOPSE
Nancy foi abusada pelo tio quando criança e hoje é casada com um executivo insensível, Albert. Sofrendo de tendências suicidas, ela é adepta de auto-mutilação e de práticas sadomasoquistas. Mas nem mesmo isso Albert percebe. Um dia, ao voltar do trabalho, ele encontra um bilhete deixado pela esposa, dizendo ter ido encontrar amigos. Quando, na verdade, Nancy fugiu para buscar salvação em Louis Farley, homem que conheceu na internet. Os dois se confortavam através de emails, fotografias e promessas sexuais, mas agora buscam juntos a liberação completa das dores da vida. Albert Stockton chega do trabalho e encontra um bilhete de Nancy, sua esposa há 15 anos, dizendo que foi ver alguns amigos, mas é mentira. Nancy foi embora com Louis Turley. A vida de Louis, como a dela, tornara-se uma perversa busca por afinidade e realização sexual, nos obscuros caminhos da internet. Albert rastreia Louis e ouve como ele e Nancy se conheceram, começaram seu caso e como terminaram juntos. Albert descobre que nos últimos dias da triste e solitária vida de sua esposa, Nancy fez uma viagem sem volta para a libertação, um lugar onde o desejo é livre, onde a dor se torna prazer e onde o fim é o começo. Um lugar onde ela se uniu a Louis...
Sofrendo de tendências suicidas, ela é adepta de auto-mutilação e de práticas sadomasoquistas. Mas nem mesmo isso Albert percebe. Um dia, ao voltar do trabalho, ele encontra um bilhete deixado pela esposa, dizendo ter ido encontrar amigos. Quando, na verdade, Nancy fugiu para buscar salvação em Louis Farley, homem que conheceu na internet. Os dois se confortavam através de emails, fotografias e promessas sexuais, mas agora buscam juntos a liberação completa das dores da vida.

Pecados íntimos

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Relações sociais, afetivas e familiares; pedofilia; adultério; sexualidade.
Uma cidade pacata e sua rotina aparente, isso mesmo: Aparente. Logo, me lembrei da frase “De perto ninguém é normal”, nesse caso, ninguém é o que aparenta ser. Muitas reflexões são suscitadas na fita. Além de fazer uma clara crítica à vida social carregada de “verdades próprias”, o filme nos remete as questões de responsabilidade pelas escolhas feitas. Como se fosse possível apagar nossa história, da qual somos produto, e retornar ao mundo infantil, evitando o presente.
A vida aparentemente perfeita pode ser ameaçada por qualquer movimento suspeito. Abrir mão da carreira para cuidar da família é o primeiro tema apresentado. Afinal, quando uma mulher faz essa escolha, o faz por escolha consciente ou deseja seguir a “cartilha” de ser boa mãe? O que é afinal ser boa mãe? Existe uma receita que nos indique o melhor caminho? Escolher a família implica de fato em abrir mão da carreira? Quando a realização profissional faz parte também da identidade da pessoa, é possível ser boa mãe abrindo mão de uma parte de si? Até quando essa ausência de si mesma pode verdadeiramente contribuir para uma relação saudável com a família? São perguntas que não fazemos em nosso cotidiano, existe uma verdade pronta, cultural, local, familiar, que não se discute, a naturalizamos, a tornamos verdade. As verdades sociais podem ser cruéis para a singularidade. Claro que não existe resposta pronta, cada um sabe de si. Claro que o tempo de estar com filhos e família é pessoal e intransferível. Claro que algumas mães fazem um intervalo quando as crianças são pequenas, abrem mão de sua carreira por escolha consciente, sendo muito felizes assim. Mas, quantas não se dão conta que as relações estão sendo contaminadas em consequência de ter aberto mão de uma parte de si? Sarah está incomodada com algo em sua vida perfeita, seu incômodo é visível. Seu marido é viciado em pornografia virtual, o que não favorece a autoestima da esposa. Ela abriu mão de sua carreira e alguns sonhos ao casar e assumir o papel de mãe e esposa. E acaba descobrindo que não quer isso para si.
O medo do amadurecimento e das responsabilidades é outro tema do filme. Alguns personagens são adultos que não conseguem viver com as escolhas que fizeram, que se recusam a assumir as responsabilidades das suas vidas, encontrado nas suas fantasias um escape. Brad também está insatisfeito com o rumo de sua vida. Apesar de estar formado, não mostra qualquer entusiasmo para fazer a prova da Ordem dos Advogados e se tornar um profissional responsável. Tal qual uma criança, cabula as aulas para assistir aos adolescentes em seus skates. Ele e outros adultos vão aos poucos revelando suas inseguranças e desejos de proteção. Sua esposa é o oposto das outras, provedora do lar, pouco tempo tem para o marido. Depois de um longo dia de trabalho, só resta atenção para o filho, que a venera. Na cena que o marido a procura na cama, fica claro que não sobra muito tempo para eles, nem sexo, nem diálogo. Quando surge uma mulher que se revela disponível tanto para o diálogo quanto para o sexo, Brad se entrega, ainda que declare culpa. Quando Sarah pergunta se ele realmente quer ser advogado, ela denuncia a falta de diálogo com sua esposa. De fato, as recomendações em família estão mais para o controle de gastos do que para parceria. Brad, como tantos homens, resistiu ao amadurecimento, e, encontrou no casamento o ambiente favorável ao seu medo. A esposa, por sua vez, indiretamente o protege, tal qual uma criança. A traição, ao contrário, lhe dá espaço para se revelar como homem, desejado, ouvido, respeitado. O exercício o faz sentir-se vivo, como homem, como pessoa. A desobediência às regras transforma a forma de ambos olharem o mundo.
Outro foco é Ronnie, um pervertido que ameaça paz da sociedade local. Todos tem medo dele, exceto sua mãe, que o protege como se ainda fosse criança. Depois de cumprir pena por ter se exibido para uma criança, ele é perseguido por um ex-policial moralista, que também tem seus segredos. A real ameaça de Ronnie está na realidade que não se esconde, não é camuflada em falsas aparências. Ele denuncia imperfeição, é um ser atormentado que não compreende a própria angústia. A violência com que a sociedade moralista e hipócrita projeta suas perversões nele se revela maior do que seus atos. Seu descontrole é pouco perto das perversões apresentadas por outros personagens. O “doente” é quem revela maior empenho em assumir responsabilidade por seus atos, mesmo que de forma insana. Curiosa forma de provocar reflexões sobre a tênue linha que separa o normal do patológico.
Confesso que o final moralista me incomodou a princípio, pois nos remete ao final feliz tão almejado socialmente. Entretanto, foi aí que me peguei refletindo sobre tolerância e a sua ausência. Se os casamentos anteriores ao feminismo eram por demais tolerantes com a tirania da família patriarcal, o que anda acontecendo em nossos dias? Ao contrário das gerações anteriores, a intolerância é evidenciada nas relações contemporâneas. Qualquer tipo de dissonância entre os casais tem sido motivo de divórcio. Certamente, ainda existem casamentos que vivem de aparências. Mas, muitos divórcios acontecem por quase nada. A diferença, tão necessária ao verdadeiro contato, tem sido a alvo da intolerância humana. Não seria esta uma denúncia do filme? Afinal, “Não se pode mudar o passado, Mas o futuro pode ser bem diferente!” é a frase do filme que transparece a questão real dos amantes. Ao sonhar no amanhã e não viver o hoje, eles perdiam a oportunidade de perceber como eram e o que tinham. A ameaça de perda real favorece a consciência de suas vidas e amores verdadeiros, não aparentes, não camuflados, não apenas sonhos. A vida com suas imperfeições é o agora que pode construir um futuro. Só então pude apreciar o desfecho do casal.
Primeiro, a sociedade em que vivem: moralista, hipócrita e preconceituosa, onde o que importa não é o que são, mas sim o que parecem ser; e segundo, os laços interpessoais, os desejos e anseios, com todas as suas esperanças e frustrações, que acabam implicando em suas vidas. (...) Na estória principal, a maior dificuldade que o pedófilo enfrenta para voltar ao convívio com sociedade, é a perseguição, julgamento e sede de justiça (desejo de punição) de Larry, um ex-tira. O tira foi diagnosticado com estresse pós-traumático e afastado da polícia. (...)Um filme sobre a intolerância e suas consequências. (...) Ambos vivem aquilo que a sociedade gostaria para eles. Não muito diferente de nos, seres reais. De pano de fundo temos outras questões sociais, como a reinserção do "pedófilo" na sociedade, o preconceito contra o homem que "cuidam" da casa etc. Leia mais clicando aqui.
É a desconstrução das aparências, do pseudo-moralismo e das falsas inocências. (...) Partindo da premissa onde entre quatro paredes todos os seres humanos expressam suas verdadeiras tônicas, anseios e comportamentos - o filme revela-se perturbador. (...) O filme é pontuado em off por um narrador onisciente, faz com que todos os personagens ganhem sustância e intimidade - além do psicológico ser exposto. (...) Há o universo de Sarah - onde tem que lidar com seu marido viciado em pornografia, um homem que precisa se masturbar com vídeos eróticos e ausenta-se do convívio e da atenção à sua esposa insatisfeita. Leia mais clicando aqui.
Entende-se que a traição não é algo justificável, mas a situação de fragilidade que enfrentam os personagens é evidente. (...) Do outro lado, há a realidade de um homem que tem disfunção sexual e precisa se ajustar a uma sociedade preconceituosa, crítica e predatória. E como conter seus ímpetos perversos sexuais? A proximidade dos personagens é evidenciada por existir, a partir do sexo, a motivação de mudar a condição que eles se encontram. E como o senso de culpa reveste estes indivíduos diante de suas imperfeições. É surpreende a humanização da personalidade psicológica do pedófilo aflito por uma segunda chance.  Leia mais....
Ronnie, diagnosticado com um transtorno psicossexual, não consegue lutar contra seus instintos, mesmo sabendo que precisa evitá-los. O solitário personagem sai num encontro com uma moça que parece sua alma gêmea e salvação, com quem poderia dividir algo doce, mas põe tudo a perder devido a sua impossibilidade de censurar vontades. Masturba-se na frente dela, mostrando que mais triste do que a prisão de grades em que estava antes é sua prisão interior. (...) A maioria dos personagens tem vidas infelizes, condenados a suas próprias prisões. Mesmo os que parecem normais, felizes e até modelos sociais, quando olhados abaixo da superfície, são aberrações maiores do que os assumidamente perdidos. (...) Os personagens aparentemente normais, aqueles que julgam os outros, se mostram um tanto quanto estranhos e contraditórios. Criticam o pervertido por se exibir para crianças, quando uma das esposas do parque conta que seu irmão fazia o mesmo para ela, que nunca reagiu, mostrando uma conivência e até mesmo uma satisfação com as atitudes dele. Condenam a infidelidade de Sarah, quando o que mais sentem é inveja por ela estar com o homem de seus sonhos. (...) Julgam coisas que não fazem de forma muito diferente na intimidade e projetam suas perversões e desejos mórbidos nas figuras mais expostas na sociedade – caso de Ronnie. (...)
Apesar do impacto e do sentimento de desespero provocados pela maior parte do filme, o final traz um otimismo que me fez lembrar da beleza do ser humano e de que talvez sejamos todos milagres mesmo, como acredita a mãe de Ronnie. Clique aqui para ler mais.
SINOPSE
Sarah Pierce (Kate Winslet) é casada com Richard (Gregg Edelman) e vive em uma cidade suburbana dos Estados Unidos. Ela leva regularmente sua filha Lucy (Sadie Goldstein) a um pequeno parque perto de sua casa. Lá Sarah observa e conversa com outras mulheres, que também levam seus filhos para brincar e praticamente dedicam suas vidas a eles. Até que um dia surge Brad Adamson (Patrick Wilson) e seu filho Aaron (Ty Simpkins). Brad já esteve no parque anteriormente e foi apelidado pelas mulheres como "rei do baile", mas Sarah nunca o tinha visto. Elas jamais tiveram coragem de falar com ele e nem mesmo sabem seu nome, mas sonham todos os dias com sua aparição. Brad empurra Aaron no balanço, sem dar atenção às mulheres, até que Lucy pede à mãe que também a empurre. Sarah passa a brincar com a filha e começa a conversar com Brad. É o início de uma amizade entre eles, que envolve um homem frustrado por estar desempregado e uma mulher infeliz com seu casamento e sua própria vida. Logo esta amizade torna-se um caso extra-conjugal, pois Brad também é casado, com Kathy (Jennifer Connelly). Enquanto isso, volta à cidade, depois de cumprir pena, um pervertido, preso por exibir-se para uma criança. Ele mora com a sua preocupada mãe (tão superprotetora quanto às do parquinho). Uma das cenas marcantes do filme é a que muitos moradores da cidade estão na piscina e o rapaz (Jackie Earle Haley, indicado ao Oscar), chega e pais e mães correm para retirar suas crianças da água.
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