sábado, 18 de janeiro de 2014

12 Anos de escravidão

 
imageASSUNTO
Preconceito racial, relações afetivas, familiares e sociais, violência, abuso físico e psicológico, período nebuloso da história americana, luta por direitos básicos.
SINOPSE
12 Anos de Escravidão é um filme baseado na inacreditável e verdadeira história de um homem que luta por sobrevivência e liberdade. Na época pré-Guerra Civil dos Estados Unidos, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro livre do norte de Nova York, é sequestrado e vendido como escravo. Diante da crueldade (personificada por um dono de escravos desumano, interpretado por Michael Fassbender) e de gentilezas inesperadas, Solomon luta não só para se manter vivo, mas também para manter sua dignidade. No décimo segundo ano de sua odisseia inesquecível, Solomon encontra casualmente com um abolicionista canadense (Brad Pitt), que muda sua vida para sempre.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Mais do que apenas um absurdo da trajetória humana, a escravidão foi um período obscuro que revelou aquilo que há de mais desumano no homem: seu nível de crueldade. A ilusão de ser superior ao seu semelhante (ou seria a de sentir-se ameaçado pela diferença que não compreende?) fez e ainda faz o homem agir de forma violenta e ultrajante com a própria espécie. O filme conta a história de um e de muitos, pois retrata o que muitos negros vivenciaram durante a escravidão, fosse na América ou no Brasil. Infelizmente, a violência, a humilhação, a dor física e psicológica sofrida por eles não foram apenas parte obscura de  História deixada no passado. Este e utros tipos de preconceitos continuam a suscitar ações violentas que são estampadas regularmente em jornais. Na trama, acompanhamos a história de um homem livre, negro, que após ter constituído família e alcançado certa estabilidade social, é sequestrado e forçado a abrir mão da própria identidade. Solomon recebe uma proposta de trabalho como violinista e aceita viajar para Washington por alguns dias, para se apresentar junto a um grupo, o que promete um bom retorno financeiro. Logo, nos deparamos com a mudança drástica ocorrida em cena, acontece da noite para o dia. De noite, o clima era de comemoração pelo possível sucesso dos shows. De manhã, as correntes que prendem o violinista revelam outra atmosfera. Trata-se do tráfico humano, que é executado da forma mais ultrajante possível. Preso, espancado e humilhado, ele é transportado para o sul, para onde será contrabandeado (No sula escravidão ainda era uma realidade) e vendido para trabalhar em plantações. Atente para o fato que sua identidade precisa ser trocada, ele então é transformado de forma cruel em Pratt. A partir de então, acompanhamos cenas que chocam e partem o coração de qualquer pessoa.
Como se não bastasse ter que abrir mão da própria identidade, Solomon passa a testemunhar a dor de seus irmãos, que são violentados, espancados e mortos na sua frente. Sem contar que será ainda obrigado a participar ativamente de cenas violentas contra seus irmãos. Ele logo aprende a calar, evitar confrontos, omitir suas habilidades para leitura e escrita, enfim, aparentar ser outra pessoa. Quando ousa apresentar ideias que irão facilitar a vida dos proprietários, ele desperta a revolta de John Tibeats, que o jura de morte. Nesta cena, fica claro o quanto sua inteligência se torna uma ameaça. E o que mais revolta, é assistir o despeito de tal personagem, que não admite a possibilidade do outro saber mais do que ele. Sendo assim, para se mostrar superior, não basta humilhar, espancar, desrespeitar, ele precisa matar aquele que ameaça a mediocridade da própria existência. Então, uma das cenas mais cortante do filme é exibida, quando o mesmo tenta enforcar o músico. Cenas como esta nos remetem às ocorrências policias que são motivadas por diferentes tipos de preconceitos. Em pleno século XXI, ainda assistimos cenas tão cruéis quanto as que foram fielmente retratadas no filme. A tragédia ainda nos assombra, a história não ensinou o suficiente. As diferenças continuam ameaçando pessoas medíocres. Há muito ainda que aprender, principalmente sobre o convívio com diferentes formas de funcionar no mundo. A trama segue acompanhando os 12 anos que o levaram para aquela vida, que de tão sofrida motivou-o a lutar pela abolição da escravatura posteriormente. Impossível não ser tocado pela veracidade das cenas que transpiram dor e sofrimentos inimagináveis. É vergonhoso saber que somos produto e parte de uma história tão cruel. O filme evidencia a monstruosidade que pode habitar cada um de nós.





5 comentários:

  1. Olá. Estou no primeiro semestre do curso de psicologia. Sua visão sobre o filme me ajudou muito em uma atividade que estou fazendo.
    Obrigada, eu simplesmente amei o seu trabalho.
    Deus abençoe. ;)

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    1. Débora,
      Obrigada por sua participação. Volte sempre!
      Abs,

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  2. Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Loyanne Alves,
      Obrigada por sua participação. Que bom que o artigo te serviu, volte sempre!
      Abs

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