domingo, 22 de junho de 2014

Toda forma de amor

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ASSUNTO
Relações familiares, sociais e afetivas, dificuldade em relações afetivas estáveis, luto, doença terminal, depressão e homossexualidade. 

SINOPSE
Oliver Fields (Ewan McGregor) é um sujeito de vida pacata como artista gráfico que perdeu a mãe há cinco anos. Ele sofre um novo abalo ao receber duas notícias vindas de seu pai, Hal (Christopher Plummer), que anuncia ter câncer e ser homossexual. Oliver embarca em um relacionamento com a atriz francesa Anna (Mélanie Laurent) e espera que as experiências passadas em seu núcleo familiar, ainda que inusitadas, o auxiliem na construção de sua vida amorosa.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Estamos diante de um tema bastante atual que atinge pessoas de diversas idades: A dificuldade em estabelecer uma relação afetiva estável. A trama acompanha as reflexões e enfrentamentos de Oliver, um sujeito deprimido que se encontra em momento de luto, vagando em pensamentos que insistem em prendê-lo ao passado. As lembranças de Oliver surgem em flashbacks e vão costurando a trama, retratando momentos de sua vida. Em suas lembranças de infância há somente a presença mãe, indicando a ausência paterna durante longo tempo. O pai se torna mais presente após a morte da mãe, quando se revela gay aos 75 anos, momento em que revela também ter câncer – situação pouco compreendida pelo filho. O título original Begginers já sugere a ideia central, que pretende mostrar o quanto somos todos iniciantes em matéria de relacionamentos afetivos.

Malévola

ASSUNTO
Relações afetivas, conflitos existenciais, amor.

SINOPSE
Baseado no conto da Bela Adormecida, o filme conta a história de Malévola (Angelina Jolie), a protetora do reino dos Moors. Desde pequena, esta garota com chifres e asas mantém a paz entre dois reinos diferentes, até se apaixonar pelo garoto Stefan (Sharlto Copley). Os dois iniciam um romance, mas Stefan tem a ambição de se tornar líder do reino vizinho, e abandona Malévola para conquistar seus planos. A garota torna-se uma mulher vingativa e amarga, que decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora (Elle Fanning). Aos poucos, no entanto, Malévola começa a desenvolver sentimentos de amizade em relação à jovem e pura Aurora.


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O OLHAR DA PSICOLOGIA
 
clip_image002A mais encantadora das criaturas se chama Malévola, uma fada-menina linda que tem chifres, asas e mora no reino encantado de Moors, repleto de criaturas mágicas, encantadoras, estranhas e diferentes do que os humanos podem considerar belo. A harmonia com a natureza é marca deste lugar que não tem rei. Há entre os habitantes respeito mútuo, o que garante a harmonia. Muito próximo há outro reino, que habitado por humanos, tem um rei e está repleto de sentimentos “demasiadamente humanos”, como ganância, disputa pelo poder, inveja, intolerância, etc. Malévola, por ser a mais poderosa das fadas, assume o lugar de protetora de seu reino, pois a harmonia com a natureza e a boa convivência com as diferenças se tornam alvo de incompreensão e inveja do reino vizinho. Assim começa a história daquela que se transformou em uma das vilãs mais conhecidas dos contos de fadas. A grande diferença está em apresentar um novo ângulo.

Terapia do sexo


ASSUNTO
Sexualidade, compulsão, relações sociais, afetivas, terapêuticas e familiares.

SINOPSE
Adam (Mark Ruffalo) e Phoebe (Gwyneth Paltrow) iniciam um relacionamento, só que quando ela quer apimentar um pouco as coisas ele hesita, pois não está pronto para contar a verdade: de que está passando por um tratamento contra o vício por sexo. Ao lado de Mike (Tim Robbins), Neil (Josh Gad) e Dede (a cantora Pink), Adam faz uma terapia de 12 passos contra essa dependência e compartilha frequentemente seus desafios, medos e confusões sobre o que está passando.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Com o título original THANKS FOR SHARING (Obrigada por compartilhar), a trama retrata as dores e angústias vividas por diferentes participantes de uma sala de autoajuda para viciados em sexo. Eles estão em diferentes estágios de uma mesma dependência: Adam é um solteirão, consultor ambiental, que mantém uma abstinência de cinco anos; Mike é um construtor civil de meia idade, desde sempre casado com a sua namorada do colegial e visto por todos como o guia do grupo; e Neil um jovem médico de urgências, em fase de negação, e, Dede, a mais nova integrante do grupo. Enquanto mostra as dificuldades enfrentadas por eles, a trama aborda também conflitos familiares, particularmente na relação de Mike com seu filho. O dilema do velho ditado “em casa de ferreiro o espeto é de pau” é bem ilustrado, ao mostrar a diferença entre a disponibilidade do pai em relação ao filho, daquela dispensada ao grupo. Adam irá enfrentar alguns obstáculos para construir uma relação afetiva que possa incluir o sexo, sem que perca o controle da situação. Com a entrada de Dede, Neil tem a oportunidade de estar do outro lado da situação, o que permite que se dê conta da própria perspectiva. Ambos abrem espaço para o apoio mútuo, o que permite novas configurações. A produção independente não conquistou sucesso de crítica, nem de público, mas tem seu devido reconhecimento ao abordar um assunto tão complexo em uma comédia romântica, o que torna o filme leve e esclarecedor. O programa de Doze Passos (twelve-step program) é a estratégia central da grande maioria dos grupos de autoajuda para o tratamento de dependências ou compulsões, sendo mais conhecidos no Brasil os Alcoólicos Anônimos (e grupos relacionados como Al-Anon/Alateen, voltados às famílias de alcoólatras) e Narcóticos Anônimos. O programa foi criado nos Estados Unidos em 1935, por William Griffith e Doutor "Bob" Smith, inicialmente para o tratamento de alcoolismo e mais tarde estendido para praticamente outros tipos de dependência, como acontece no grupo MADA (Mulheres que amam demais) e em grupos de viciados em sexo. A importância desses grupos de autoajuda é indiscutível, entretanto é necessário destacar a necessidade do acompanhamento psicoterapêutico na maior parte dos casos de dependência.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Pais e filhos (Like a father like a son)

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ASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, paternidade socioafetiva, paternidade biológica, personalidade, conflitos existenciais e familiares.
SINOPSE
Ryota (Masaharu Fukuyama), um homem determinado, trabalhador e bem-sucedido, e a sua mulher, Midori (Machiko Ono), formam um casal com um projeto de vida ambicioso, que inclui proporcionar ao seu filho Keita, de seis anos, a melhor preparação para o futuro e todas as oportunidades para vencer na vida. Mas tudo muda no dia em que recebem um telefonema avassalador: houve uma troca na maternidade e, afinal, o filho que pensavam ser seu não o é. O filho biológico vive com um casal humilde que, embora não lhe falte com amor e bons valores, está longe de ter planos comparáveis aos de Ryota. Este pai de família vê-se assim forçado a questionar tudo, incluindo a própria condição de pai e educador, sem perder de vista os fortes laços familiares e o bem-estar emocional das crianças. Em simultâneo, vai ter de encontrar forças para lidar com o profundo dilema de ter de escolher entre a força do sangue ou do amor.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
A proposta principal oferece importantes reflexões sobre os laços familiares. Afinal, que tipo de laço nos une? São os laços sanguíneos, afetivos ou culturais? É sabido que os pais exercem grande papel dentro da família, pois é através deles que a criança dá inicio a seu contato social em na cultura em que está inserido. É na família que a criança forma suas primeiras ligações afetivas e encontra seus modelos. Destacamos a palavra papel, por conta da sua importância como tal, não os considerando como pais biológicos e sim como aqueles que vivem o papel de pais, ou seja, pais socioafetivos. A paternidade socioafetiva já é amplamente reconhecida, fazendo parte no Brasil do vocábulo jurídico, para nomear, por exemplo, os pais adotivos ou aqueles que conviveram por determinado tempo com as crianças. Podemos, então, constatar a importância do convívio familiar na construção da identidade do ser humano, principalmente nos primeiros anos de vida. As mães, conforme retratado no filme, logo sinalizam a respeito, ao questionarem a adaptação das crianças após seis anos de convivência. Os conflitos individuais e familiares virão à tona com a chocante informação sobre a troca de bebês na maternidade.

domingo, 15 de junho de 2014

Disconnect

 
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ASSUNTO

Relações familiares, afetivas, sociais e virtuais. Luto, relação terapêutica, abordagem gestáltica, fobia social, adolescência, crimes virtuais, cyberbullying, casal e família.

SINOPSE

Este drama mostra várias histórias pessoais, tendo em comum os efeitos perversos do uso excessivo de tecnologia, Internet e telefones celulares. A vida de um casal entra em perigo quando sua vida privada é exposta online, uma viúva e antiga policial descobre que seu filho humilha um garoto da escola pela Internet, um advogado obcecado por seu telefone não consegue se comunicar com a própria família, e uma jornalista vê sua vida se transformar quando ela pesquisa a história de um adolescente que faz atuações eróticas pela webcam.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Não é o primeiro filme que discute o tema. “Rede Social” explorou as dificuldades de relacionamento do autor do facebook. Recentemente, “Ela” entrou no Universo afetivo entre o real e o virtual, revelando angústias e carências contemporâneas. Em “Disconnect”, a trama retrata alguns dos principais riscos das relações que estão sendo construídas nas redes sociais, a partir de três histórias que vão se conectando ao longo do filme. Baseado em fatos reais, o enredo costura a trama partindo de vidas que irão se conectar na rede virtual ou real através de alguns acontecimentos. Diante desta teia virtual, a trama nos apresenta diferentes formas de conexões e desconexões nas relações contemporâneas. Em cada um dos três casos, temos contatos pouco saudáveis, virtuais ou reais sendo pontuados, que podem ou não se desenvolver para um melhor contato ou uma solução saudável. Desta forma, temos bastante para refletir sobre diferentes formas de fazer contato com o outro, seja através do virtual ou não. Em tempos de globalização, as relações virtuais ganham formas humanas, no entanto, por outro lado promovem novos tipos de conflitos e distúrbios emocionais.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ninfomaníaca 1 e 2

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Sexualidade, compulsão sexual, crenças, religião, valores morais, gênero, conceitos e preconceitos.
SINOPSE
ATENÇÃO: CENAS DE SEXO EXPLICITO, NÃO INDICADAS PARA MENORES. Volume 1 - Bastante machucada e largada em um beco, Joe (Charlotte Gainsbourg) é encontrada por um homem mais velho, Seligman (Stellan Skarsgard), que lhe oferece ajuda. Ele a leva para sua casa, onde possa descansar e se recuperar. Ao despertar, Joe começa a contar detalhes de sua vida para Seligman. Assumindo ser uma ninfomaníaca e que não é, de forma alguma, uma pessoa boa, ela narra algumas das aventuras sexuais que vivenciou para justificar o porquê de sua auto avaliação.
Volume 2 - A continuação da história de vida de Joe investiga os aspectos mais sombrios de sua vida adulta, e o que a levou aos cuidados de Seligman. Últimos três capítulos de "Ninfomaníaca".
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Volume 1 - clique aqui.
Volume 2 - clique aqui.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Antes de tudo, devo sinalizar que o filme é para poucos, pois é preciso ter abertura para compreender as críticas, explícitas ou sutis, feitas pelo diretor. Aos que esperavam um filme pornográfico o que encontraram foi frustração, pois a trama nos confronta com conceitos e preconceitos sócio culturais. Escolhi reunir os dois volumes por uma questão simples: Não é possível ter plena compreensão sem que ambos sejam assistidos. No primeiro volume, temos maior foco no relato de suas aventuras sexuais desde a infância. Não há qualquer dado que possa nos ajudar a aprofundar o conhecimento sobre o contexto da vida de Joe. Assistimos as trocas com Seligman, que não parece concordar com a autoavaliação da moça, que se deprecia, sentindo-se má pessoa por ser ninfomaníaca. Ao narrar a história de sua vida, Joe encontra nas reações de Seligman possíveis “interpretações” ou outras perspectivas, que poderiam ser também do espectador (ou que podem servir para induzir o público). Seus comentários estão sempre associados a alguma referência, o que nos conduz para possibilidades que não ocorreriam sem tal intromissão. Suas referências incluem a música, as artes plásticas, a poesia e filmes – incluindo “Anticristo” do mesmo diretor. Prazer e dor, deleite e desamor, desamparo e autonomia estão entre as polaridades expressas na trama, que choca, confunde e violenta diferentes formas de ver tudo que é apresentado. O senhor solitário entra no lugar do psicólogo, que escuta sem julgar, principalmente ao favorecer para que Joe possa se ver de outra forma. Seligman é um intelectual que domina vários campos do conhecimento, com isso ele tenta analisar e compreender a obsessão de Joe por sexo, ao mesmo tempo conduzindo o espectador ao questionamento e provocando reflexões sobre alguns tabus.