sexta-feira, 8 de abril de 2016

Frankie e Alice


ASSUNTO
Relações sociais e familiares, relação terapêutica, psicodiagnóstico, transtorno dissociativo de identidade.

SINOPSE
Frankie (Halle Berry) é uma dançarina noturna que sofre com o transtorno de múltiplas personalidades, e luta diariamente contra seus alter egos bem específicos: uma criança de sete anos chamada Genius e uma mulher branca racista chamada Alice. A fim de eliminar estas vozes interiores, ela passa a frequentar sessões com um psicoterapeuta, Dr. Oz (Stellan Skarsgard), para decifrar e superar seus fantasmas pessoais.





TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA

Existe um clássico sobre o tema chamado SYBIL, também baseado numa história real, que retrata o tratamento do Transtorno Dissociativo de Identidade, originalmente denominado transtorno de múltiplas personalidades, conhecido popularmente como dupla personalidade. Naquele filme foi apresentado o caso de 17 personalidades e a intervenção proposta era distinta do caso descrito em Frankie e Alice. Dr. Oz é convocado para o atendimento de Frankie, que após alguns problemas com a justiça, se propõe ao tratamento, desde que seja ele o médico responsável. O transtorno Dissociativo de Identidade é uma condição mental em que um único indivíduo demonstra características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, cada uma com sua maneira de perceber e interagir com o meio. O pressuposto é que ao menos duas personalidades podem rotineiramente tomar o controle do comportamento do indivíduo. O critério de diagnóstico também leva em consideração perdas de memória associadas, geralmente descritas como tempo perdido ou uma amnésia dissociativa aguda. Frankie sobrevivia com o dinheiro que ganhava num bar de strip-tease e tinha um histórico de momentos de amnésia, acordando depois num local desconhecido. Após observar pequenos detalhes no comportamento de Frankie, o Dr, Oz levanta a hipótese de um caso clínico raro. A primeira observação é a de que uma personalidade é fumante, a outra não. Daí em diante, ele descobre diferenças no sotaque, na postura, até mesmo na cor! Ainda que Frankie seja negra, uma das personalidades se apresenta como branca e racista.
Com o prosseguimento do trabalho, Dr, Oz também descobre uma terceira personalidade, uma criança fragilizada e extremamente inteligente. Com a proposta de uma intervenção química, o psiquiatra escolhe hipnotizar a paciente para estudar profundamente o caso, acessando através da hipnose suas personalidades. Depois disto, a sua vida envolta em mistérios e traumas passados começa a vir à tona. Diferente de Sybil, que tem um desfecho satisfatório, concluindo o caso, o filme acompanha o trabalho até a identificação das personalidades e a comunicação do fato para a cliente. Não há desfecho nem cura, apenas a identificação e a promessa de que o trabalho seguiria com o acompanhamento do Dr. Oz. Confesso que em se tratando do tema, prefiro o primeiro filme. Entretanto, apresentar outra forma de condução de um caso clínico tão difícil já é suficiente para que seja um filme recomendado. 

8 comentários:

  1. Acabei de assistir ao filme e gostei. Uma amiga tinha me indicado como sendo o caso de uma paciente que possuia transtorno boderline, mas ela possui TDI. Sou estudante de psicologia e estou começando a estudar sobre psicopatologias. TDI e transtorno boderline se assemelham em que?

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    1. Lamento a demora, só recentemente, descobri que existiam varios comentários numa caixa de spam, que ignorava a existência. Acredito que a diferença mais gritante está no fato da questão do Borderline estar na relação com o meio ambiente, o foco é a relação, sua forma de se relacionar com o outro. Ja no TDI, há descaracterização da personalidade, uma despersonalização ou cisão na própria personalidade, uma distorção. Obrigada por sua particpação.

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  2. Filme realmente maravilhoso, em pensar que é baseado em fatos reais,eu aconselho a verem o filme 😍♥️

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  3. Gostei demais desse filme...passei horas tentando lembrar o nome. Pois indicarei para meus famíliares.

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    1. Um ponto interessante do filme é relativizarmos, apesar da intensidade da patologia, quantas situações vividas podem sufocar, ou dar lugar, a uma parte de nós. Gratidão pela participação, volte sempre!

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  4. Todos nós temos outros de nós. Só algumas pessoas desenvolvem transtorno emocionais que são estudados à luz da psicologia.

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    1. Lamento a demora, só recentemente, descobri que existiam varios comentários numa caixa de spam, que ignorava a existência. Sim, gosto de sua observação, todos os transtornos são a intensidade, frequência e forma de afetar o funcionamento do ser, que irão caractacterizar os transtornos. Obrigada pela participação!

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