Mostrando postagens com marcador Psicoterapia e filosofia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Psicoterapia e filosofia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O amor no divã

ASSUNTO

Relações afetivas, relação terapêutica, traição, casal e família, crise conjugal

SINOPSE

Malka Stein (Zezé Polessa) é uma renomada psicóloga e terapeuta especializada em realizar terapias de casal e guiar casamentos para um lugar melhor. No entanto, após trinta anos do seu próprio casamento e com a chegada de um novo casal ao seu consultório, Malka começa a perceber que ela mesma pode estar precisando de uma terapia de casal.





TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA

Estréia prevista para 8 de dezembro. Uma comédia leve e encantadora sobre a busca de terapia durante a crise conjugal. Confesso que me surpreendi, positivamente. Para terapeutas e casais, não há como não se identificar com uma ou outra passagem. Podemos chamar de clichê ou óbvio, mas não há como fugir disso, quando tentamos falar de crise conjugal. Afinal de contas, todos temos facilidade de reconhecer o óbvio na atitude dos outros, já em nós mesmos não é tão fácil assim. O filme é divertido, leve e provocante. Temos a crise como tema que costura a trama, não só com o casal que busca terapia, mas também com a própria terapeuta e mais dois casais que são entrevistados durante sua evolução. A forma de cada um lidar com os conflitos da relação é particular, entretanto, não é incomum encontrar reações semelhantes, como se fossem construídas socialmente. As diferentes perspectivas, do terapeuta e dos clientes, se desenrolam na tela de forma graciosa e bem humorada, sem deixar de apontar diferentes realidades. Uma obra de ficção não tem compromisso de retratar fatos, seja do processo terapêutico, do tempo de sessão, da forma de contrato, ou, do tipo de intervenção indicada, sensata ou ética. Sendo assim, foi surpreendente como o filme conseguiu extrair risos frouxos do público, principalmente, pela sutileza e obviedade que com a qual conseguiram se aproximar da realidade dos fatos. Críticas sutis e temas necessários, como traição, sexualidade, conflitos de casal, conflitos existenciais, fronteira individual de casal, e, até do terapeuta, se entrelaçam na tela, proporcionando momentos de diversão, descontração e reflexão. Sim, difícil sair de lá sem ter o que debater, seja como profissional terapeuta ou como parte de uma relação conjugal. Com tempo curto de projeção e sem precisar se aprofundar em cada tema, a comédia pode ser um programa pra lá de agradável, podendo render ricos debates.  

sábado, 18 de junho de 2016

Nise: O coração da loucura

ASSUNTO
Saúde mental, Movimento antimanicomial, Arteterapia, Terapia ocupacional, relação terapêutica, relações sociais, afetivas e familiares.

SINOPSE
Ao voltar a trabalhar em um hospital psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro, após sair da prisão, a doutora Nise da Silveira (Gloria Pires) propõe uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem da esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. Seus colegas de trabalho discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de lidar com os pacientes, através do amor e da arte.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA

É indiscutível a importância de Nise da Silveira, psiquiatra de reconhecimento internacional ao defender terapias alternativas no tratamento de transtornos mentais. O filme nos presenteia com interpretações excelentes, retratando com fidedignidade uma realidade cruel de sujeitos portadores dos mais diferentes tipos de transtornos mentais e os procedimentos desumanos adotados na ocasião.  A personalidade inquieta, inconformada e desafiadora da psiquiatra é apresentada na trama, focando prioritariamente o aspecto  humano  da profissional. Na tentativa de compreender melhor as demandas daqueles pacientes, Nise ofereceu um lugar para expressão de suas angústias, inaugurando um novo canal para trocas. Ela se preocupou com o aspecto afetivo das doenças mentais, oferecendo espaço para que os sujeitos pudessem “juntar os cacos” de si mesmo, numa tentativa de integração. Diferentes aspectos sobre a importância de Nise da Silveira já tem sido exaustivamente discutido nas críticas e nos diversos artigos sobre o filme. Aqui, escolhemos restringir as considerações no aspecto humano da trama, desconsiderando o olhar na doença mental e priorizando a saúde.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O porco espinho

 
clip_image002
ASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, filosofia, pré-adolescência.

SINOPSE
Paloma é uma menina séria e inteligente de 11 anos, decidida a se matar em seu décimo-segundo aniversário. Fascinada por arte e filosofia, a menina passa o dia filmando seu cotidiano, a fim de fazer um documentário. À medida que a data de seu aniversário se aproxima, ela conhece pessoas que a fazem questionar sua visão pessimista do mundo.


TRAILER (em espanhol)
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme foi baseado no livro “L’Élégance du Hérissson”, a elegância do porco espinho. Arthur Schopenhauer expôs a parábola do porco-espinho, na sua obra Parerga e Paralipomena, como uma metáfora acerca dos desafios subjacentes às relações de intimidades dos seres humanos. Segundo o filósofo, para enfrentar um Inverno rigoroso um grupo de porcos-espinhos precisaram de se juntar para que pudessem aquecer-se mutuamente, de forma a enfrentarem o frio que os atingia. No entanto, terminada a aproximação, os porcos-espinhos começaram a afastar-se, pois os espinhos que cobrem os seus corpos (servem de defesa contra os predadores) tornaram essa mesma proximidade demasiado dolorosa de suportar. Mas como é que eles iriam encontrar a distância adequada de forma a se aquecerem sem se magoarem? O dilema do porco-espinho é um dilema humano. No filme, a pequena filósofa decide registrar aproximações a afastamentos existentes no universo a sua volta, antes de partir. A menina é parte de uma família disfuncional, onde o pai é um político ausente e a mãe, que toma ansiolíticos diariamente, cuida mais de suas plantas do que das filhas.  Sim, ao considerar o vazio de sua existência, particularmente no que se refere a vida adulta que conhece, ela decide marcar a data de se retirar do mundo, que para ela não tinha sentido. Eis que surgem personagens que podem transformar sua visão de mundo.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ninfomaníaca 1 e 2

clip_image002ASSUNTO
Sexualidade, compulsão sexual, crenças, religião, valores morais, gênero, conceitos e preconceitos.
SINOPSE
ATENÇÃO: CENAS DE SEXO EXPLICITO, NÃO INDICADAS PARA MENORES. Volume 1 - Bastante machucada e largada em um beco, Joe (Charlotte Gainsbourg) é encontrada por um homem mais velho, Seligman (Stellan Skarsgard), que lhe oferece ajuda. Ele a leva para sua casa, onde possa descansar e se recuperar. Ao despertar, Joe começa a contar detalhes de sua vida para Seligman. Assumindo ser uma ninfomaníaca e que não é, de forma alguma, uma pessoa boa, ela narra algumas das aventuras sexuais que vivenciou para justificar o porquê de sua auto avaliação.
Volume 2 - A continuação da história de vida de Joe investiga os aspectos mais sombrios de sua vida adulta, e o que a levou aos cuidados de Seligman. Últimos três capítulos de "Ninfomaníaca".
TRAILER
Volume 1 - clique aqui.
Volume 2 - clique aqui.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Antes de tudo, devo sinalizar que o filme é para poucos, pois é preciso ter abertura para compreender as críticas, explícitas ou sutis, feitas pelo diretor. Aos que esperavam um filme pornográfico o que encontraram foi frustração, pois a trama nos confronta com conceitos e preconceitos sócio culturais. Escolhi reunir os dois volumes por uma questão simples: Não é possível ter plena compreensão sem que ambos sejam assistidos. No primeiro volume, temos maior foco no relato de suas aventuras sexuais desde a infância. Não há qualquer dado que possa nos ajudar a aprofundar o conhecimento sobre o contexto da vida de Joe. Assistimos as trocas com Seligman, que não parece concordar com a autoavaliação da moça, que se deprecia, sentindo-se má pessoa por ser ninfomaníaca. Ao narrar a história de sua vida, Joe encontra nas reações de Seligman possíveis “interpretações” ou outras perspectivas, que poderiam ser também do espectador (ou que podem servir para induzir o público). Seus comentários estão sempre associados a alguma referência, o que nos conduz para possibilidades que não ocorreriam sem tal intromissão. Suas referências incluem a música, as artes plásticas, a poesia e filmes – incluindo “Anticristo” do mesmo diretor. Prazer e dor, deleite e desamor, desamparo e autonomia estão entre as polaridades expressas na trama, que choca, confunde e violenta diferentes formas de ver tudo que é apresentado. O senhor solitário entra no lugar do psicólogo, que escuta sem julgar, principalmente ao favorecer para que Joe possa se ver de outra forma. Seligman é um intelectual que domina vários campos do conhecimento, com isso ele tenta analisar e compreender a obsessão de Joe por sexo, ao mesmo tempo conduzindo o espectador ao questionamento e provocando reflexões sobre alguns tabus.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A vida secreta de Walter Mitty

clip_image001

ASSUNTO
Relações sociais, afetivas e familiares, auto conhecimento, autoestima, fobia social, relações virtuais, espaço e tempo (aqui e agora).
SINOPSE
Walter Mitty (Ben Stiller) é o responsável pelo departamento de arquivo e revelação de fotografias da tradicional revista Life. Ele é um homem tímido, levando uma vida simples, perdido em seus sonhos. Ao receber um pacote com negativos do importante fotógrafo Sean O'Connell (Sean Penn), ele percebe que está faltando uma foto. O problema é que trata-se justamente da foto escolhida para ser a capa da última edição da revista. É quando, Walter, com o apoio de Cheryl (Kristen Wiig) é obrigado a embarcar em uma verdadeira aventura.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Uma cliente adolescente já tinha comentado sobre o desejo de assistir ao filme, consegui uma versão dublada e guardei. Recentemente, uma colega renomada o indicou também, tive que verificar. A princípio, o filme aparenta ser uma daquelas comédias “sem noção”, apenas mais um besteirol americano. Entretanto, os mais sensíveis poderão perceber a riqueza da trama. Diversos olhares se tornam possíveis diante da experiência. Para alguns, o filme pode ser sobre o Universo particular de alguém com dificuldade em se relacionar, que tem uma rotina metódica e que encontra na fantasia algum tipo de compensação. Para outros, o foco pode estar na necessidade de qualquer ser humano de dar asas à própria imaginação, de criar situações, de viver aventuras, de se permitir, ou seja, de agir no lugar de pensar. Pode também ser apontado como uma comédia dramática a respeito de crises existenciais dos novos tempos, que englobam o tempo ou a falta dele, o espaço real ou virtual, as relações familiares e sociais. Fato é que o filme parte de um momento de crise, sim, para acompanhar o processo de autoconhecimento de nosso anti-herói. A vida secreta dele é também a de cada um de nós, quando escolhemos nos refugiar em pensamentos, no lugar de sentir a vida no momento que ela acontece.

sábado, 13 de abril de 2013

Tudo por um sonho

clip_image002ASSUNTO
Adolescência, relações familiares, relações afetivas, família disfuncional, alcoolismo.
SINOPSE
Este drama inspirado em fatos reais conta a vida de Jay Moriarity (Jonny Weston), um prodígio do surf que decide aos 15 anos de idade enfrentar a costa Mavericks, onde ficam as maiores ondas do planeta. Nessa região, as marés chegam a atingir a altura de um prédio de cinco andares. Para tal feito, ele conta com a ajuda de Frosty Hesson (Gerard Butler), um veterano do surf. A relação entre ambos transforma suas vidas.
TRAILER
A força de um sonho… uma lição de vida!
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme está repleto de clichês, como diz a crítica, no entanto, nada que comprometa a proposta da trama, que além de contar fatos verídicos, oferece uma lição de vida. Jay teve uma vida difícil, desde que sua mãe foi deixada pelo marido e se entregou à bebida. O menino cresce tendo que estudar, trabalhar e ainda cuidar da mãe. Na mesma ocasião em que seu pai vai embora, o garoto se depara com o perigo e a imensidão do mar, que iriam despertar nele o sonho de sua vida. Seu salvador, Frosty, no início reluta em se transformar em seu mestre, mas acaba desenvolvendo um amor paterno pelo menino. Nessa relação, estilo mestre e pupilo, Jay encontrará suporte para enfrentar seu medo, sua dor e a força necessária para lutar pelos seus sonhos. Em sua caminhada, Jay amadurece, se faz suporte e se torna uma das maiores lendas do surf. A trama emociona, principalmente se levarmos em conta que a filosofia do surf, pode se transformar em filosofia de vida.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

As Sessões

clip_image001ASSUNTO
Sexualidade, deficiência física, processo terapêutico, terapia sexual.
SINOPSE
2012 - Mark O'Brien (John Hawkes) é um escritor e poeta que, ainda criança, contraiu poliomielite. Devido à doença ele perdeu os movimentos do corpo, com exceção da cabeça, e precisa passar boa parte do dia dentro de um aparelho apelidado de "pulmão de aço". Mark passa os dias entre o trabalho e as visitas à igreja, onde conversa com o padre Brendan (William H. Macy), seu amigo pessoal. Sentindo-se incompleto por desconhecer o sexo, Mark passa a frequentar uma terapeuta sexual. Ela lhe indica os serviços de Cheryl Cohen Greene (Helen Hunt), uma especialista em exercícios de consciência corporal, que o inicia no sexo.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Indicado pelo atual colega e ex professor Mauro Paiva, AS SESSÕES é de fato sensacional. A grande sacada do filme, ao retratar Mark, é focar o seu bom humor e sua capacidade de se sustentar apesar de suas limitações. Seu grande dilema é sentir-se incompleto por permanecer virgem, ainda que tenha ereções e orgasmos descontrolados. Diante da questão, novos desafios surgem em seu caminho, quando decide buscar alternativas que o ajudem a sentir-se Homem, adulto, ou seja, perder a virgindade. A trama se desdobra de forma delicada, em diálogos ricos com o padre - que revelam suas questões religiosas e íntimas –, o processo terapêutico com a “substituta sexual” – Terapeuta sexual que o auxilia no processo de consciência corporal e faz algumas intervenções psicológicas - e suas relações em geral, consigo, com pessoas do mesmo sexo ou o sexo oposto. Dogmas religiosos, conceitos sociais e pré-conceitos são deixados de lado diante da questão existencial básica, que é o dilema de Mark.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida no paraíso - Como no paraíso

 
clip_image001ASSUNTO
Relações sociais, afetivas, terapêuticas e familiares, perdas, medo, violência doméstica, diferenças, auto-suporte, Gestalt-terapia.

SINOPSE
Um maestro de sucesso internacional interrompe inesperadamente sua carreira e volta para sua cidade natal no extremo norte da Suécia. Sua fama logo cria um burburinho na cidade, fazendo dele objeto de curiosidade, fascinação e desconfiança. Não demora muito para ele ser convidado a dar uma ajuda ao coro da igreja. Relutante em voltar 'ao centro do palco', ele acaba tendo que aceitar o convite e se surpreende com a redescoberta do amor que sentia pela música. O trabalho com o coro traz novas amizades, mas também novos - e velhos - inimigos. E também traz um novo amor. Fonte da sinopse, clique aqui.
TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
"Ouvir é o princípio de tudo.”
No caminho de volta, Daniel diz para si mesmo que não tem ideia do motivo que o traz para o lugar de lembranças tão dolorosas, desconfio que aí está a ilustração de como as situações inacabadas nos fazem retornar ao ponto de partida. Sempre podemos reescrever nossa história, não há dúvida. De fato, a sensação de pertencimento é o que o traz ao local que havia deixado marcas de dor em seu corpo e em sua alma. Mas, seu sonho sempre foi compor uma música que abrisse o coração das pessoas. Por mais que tente resistir ao seu dom musical, o maestro acaba encontrando sua liberdade exatamente na música. O processo de transformação que se dá a partir de si, numa troca rica entre os participantes do coro. O maestro busca a voz interior de cada um. Assim como o processo terapêutico gestáltico, Daniel utiliza de qualquer ferramenta que possa favorecer o encontro de cada um consigo e com o meio. É lindo assistir cada componente confrontar seus monstros pessoais e simultaneamente, descobrir seus potenciais. Despertando diariamente o potencial de cada um e de si mesmo, Daniel transforma e é transformado.

Pelos meus olhos

 
clip_image001ASSUNTO
Violência doméstica, relações familiares, casal e família, herança transgeracional, psicoterapia, processo terapêutico.



SINOPSE
A história de uma mulher que, numa noite de inverno, foge de casa levando o filho e mais algumas poucas coisas. Ela sabe que o marido vai procurá-la e isso a deixa apavorada. Ela é tudo para ele. Ele diz, inclusive, que foi ela que lhe deu os seus olhos. Ao longo do filme, as personagens vão revelando um fascinante quadro familiar, através do qual saberemos quem é quem e onde os conceitos de lar, amor e proteção se confundem com inferno, dor e medo.


                                                                          TRAILER


Concordo com Sérgio Vaz em 50anosdefilmes- clique aqui, quando diz que o filme é muito mais que uma boa surpresa, é uma obra excepcional. Trata-se de um filme espanhol de 2003, que fala sobre violência doméstica da forma mais clara e verdadeira possível. A trama é atual e se revela indigesta, tendo em vista que o tema é por si só difícil. Não é nada fácil assistir ao que insistimos em evitar. O processo se desenrola diante de nossos olhos, desde o primeiro momento no qual a esposa decide, na calada da noite, sair de casa. Ela já não podia mais aguentar aquele cotidiano violento.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
 Mas, como acontece na maior parte desses lares doentes, ele entra na terapia de grupo e a convence mais uma vez a voltar. Ela, mais uma vez, se entrega de corpo e alma à relação. PELOS MEUS OLHOS é o título em português, pois o original já traz em seu título o discurso de doação de si mesma ao esposo (Te dou meus olhos), ela coloca nas mãos do esposo todo seu corpo e sua alma. É incrível a verdade retratada, onde a esposa, ao retornar ao lar, acredita na possibilidade de nunca mais acontecer e se volta contra as pessoas que confrontam a situação real. O mundo passa a ser perseguidor daquele amor que é parte dela mesma. Esse outro é parte de si mesma, o que revela que o marido não é o único pouco saudável na relação. A terapia de grupo é retratada deflagrando diferentes pessoas com o mesmo problema, os agressores.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Medianeiras: Buenos Aires na era do Amor Virtual

clip_image002ASSUNTO
Depressão, solidão, síndrome do pânico, rejeição, relações afetivas, sociais e virtuais, fobia social, psicologia social, clínica e escolar.

SINOPSE
Mariana e Martin são dois jovens solitários que moram em prédios vizinhos, mas não se conhecem. Ambos vivem num mundo interior que é contado ao espectador através de narrações e colagens de imagens. Compartilham as mesmas angústias de milhões de pessoas no mundo inteiro; solidão, isolamento, dependência de antidepressivos e problemas de relacionamento. Quase se esbarram a todo o momento, mas se tivessem uma oportunidade de ficar a sós poderiam juntar suas solidões.
Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual conta a história de Martin, Mariana e seus desencontros. Eles vivem na mesma cidade, na mesma quadra, em apartamentos um de frente para o outro mas nunca conseguem se encontrar. Só conseguem se relacionar via internet. Se conhecem online, mas na vida offline se cruzam sem saber da existência um do outro. Como se encontrar no mundo "real" em uma cidade de 3 milhões de habitantes? Nas palavras de seu diretor Gustavo Taretto, "Medianeras é o resultado de várias ideias, que em algum momento -- que eu nem sei dizer qual -- começaram a se unir. A maioria delas é o resultado de minhas observações e da minha curiosidade sobre Buenos Aires e seus habitantes que muitas vezes vivem suas vidas mais na internet do que fora dela.
TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Antes de qualquer coisa, devo admitir que as indicações da colega Renata Rodrigues são sempre nota mil. Ela escreveu em meu face: Filme fantástico onde percebo que são suscitadas bastante questões emergentes de forma poética e metafórica: O que estamos buscando? Que sentimentos tentamos evitar sob a fulgaz sensação de proteção e um possível afastamento das relações verdadeiramente humanas, do que é belo, do que realmente vale a pena ser vivenciado, muitas vezes, tentando nos proteger sobre a carcaça emocional proporcionada pela virtualidade como um todo?Através de narrações em off dos próprios personagens e com passagens de tempo marcadas por estações do ano, a história de dois jovens é contada em paralelo, com bom humor, ironia e uma pitada de reflexão que remete às nossas próprias realidades quando o assunto é o afastamento cada vez maior que temos do convívio das pessoas por conta do ritmo frenético e das mudanças de comportamento do mundo moderno. A frase de Martín “A Internet me aproximou do mundo, mas me afastou da vida” representa bem algumas das mensagens deixadas pelo filme. O título Medianeiras? Creio que não há uma definição única, só assistindo para darmos a nossa atribuição de sentido ao nome. Recomendo muito! Patricia Araujo Santos, dê uma olhada, tenho certeza de que irá adorar! - Ela tem razão, eu adorei! Um pouco mais que isso, se é possível, amei!
O início do filme me lembrou muito as aulas de Psicologia Escolar com a professora Marcia Parga. No estágio, fazíamos um trabalho de visitação às escolas, onde tínhamos que fazer um “diagnóstico físico” da mesma. A experiência me fascinou, pois não servia somente para escolas. Nós registrávamos tudo que era observável na disposição física do lugar, para que depois tentássemos compreender o que aquela aparência informava a respeito da instituição. Depois de compreender melhor o processo, percebi que estava ali uma evidência clara de que é possível estar disponível à sensibilidade através do que nos é óbvio, mesmo que a aparência tenha o histórico de nos enganar. De fato, estar disponível ao óbvio é o ato de conseguir perceber com sensibilidade o que de fato está sendo mostrado, sem explicações, apenas descrevendo: O fenômeno se revela no óbvio.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Com amor... da idade da razão

clip_image001
ASSUNTO
Relações familiares, afetivas, sociais, auto-percepção, filosofia, psicoterapia.
Não sei se eu estava cansada, mas o fato é que cochilei no começo do filme. Ainda pensando que não valeria a pena, fui despertada por uma cena corriqueira, e aí, não pisquei mais o olho. O filme é tudo de bom. O resgate de nossa criança nos é relembrado a cada instante. Sim, quantos de nós esquecemos a criança que ainda habita em nós? E ainda chamamos isso de “amadurecer”... Será? Nossa criança é aquela que sente, pouco explica, apenas nos lembra quem somos realmente. Pois bem, o filme é um convite à reflexão, vale à pena conferir!
SINOPSE
Sophie Marceau é Marguerite Flore, uma bem su­cedida empre­sária que, ao completar 40 anos, recebe uma carta de uma garota de sete anos. A mensagem, porém, foi escrita por ela mesma na infância e pediu que o tabelião da cidade onde vivia, na França, lhe entregasse em 2010. Isso porque ela queria ter certeza sobre o rumo que a sua vida tomaria e o que havia planejado, ainda pequena, para quando crescesse. Além de trabalhar feito doida e de ter o marido que não era aquele com que sonhava em casar, o espectador vai acompanhar as mudanças no seu comportamento, além da (falta de) relação com o irmão e o sobrinho. Assim, o desenvolvimento da personagem pode fa­zer, por exemplo, com que o espectador também acompanhe o rumo da sua própria vida e, portanto, fazer uma auto-avaliação. Afinal de contas, não é só na tela grande que a vida nem sempre toma o rumo que se pretende.
TRAILER

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O pequeno príncipe

O PEQUENO PRINCIPE ASSUNTO
Fantasia, imaginação, reflexão sobre afetos, escolhas, elaboração de luto,etc.
Já é conhecido o livro que além de agradar as crianças, também tem a incrível capacidade de fazer os adultos retornarem à infância, relembrando coisas simples, mas importantes, que deixamos de lado quando crescemos. O filme também conta a história de um principezinho que mora em um planeta do tamanho de uma casa. Ele resolve partir em uma jornada que o leva através de vários planetas até aterrissar na Terra. No caminho conhece vários personagens peculiares, como o rei, o vaidoso, o bêbado, o empresário, o acendedor de lampiões, o geógrafo, a serpente, a raposa, o vendedor, o manobreiro e o aviador. Todos eles têm algum ensinamento - bom ou mau - a repassar ao pequeno príncipe, assim como ele tem lições a ensinar a cada um desses. Quase genial adaptação do livro. Quase, porque se enrola em alguns números musicais desnecessários, que infelizmente são vários, em inglês e sem legenda.
2010 - De acordo com informações do site da Variety, a França pode entrar no mundo dos filmes 3D em breve, com a animação que seria a adaptação de “O Pequeno Príncipe“.
SINOPSE
1978 - A história gira em torno do piloto da Segunda Guerra (Richard Kiley), que começa sua aventura no deserto depois de uma pane no meio do Saara. Certa manhã, é acordado pelo Pequeno Príncipe (Steven Warner), que lhe pede: "Desenha-me um carneiro"? É aí que começa o relato das fantasias de uma criança como as outras, que questiona as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. O principezinho havia deixado seu pequeno planeta, onde vivia apenas com uma rosa vaidosa e orgulhosa. Em suas andanças pela Galáxia, conheceu uma série de personagens inusitados – talvez não tão inusitados para as crianças!
“tu és responsável pelo que cativas”.
O que tem importância para você?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

K-pax

k-pax ASSUNTO
Relações terapêuticas, afetivas, sociais, hipnose, psicodiagnóstico.

SINOPSE
Prot (Kevin Spacey) é um homem misterioso, que vive dizendo ter vindo do planeta K-Pax, distante 1000 anos-luz da Terra. Por causa disto ele é internado em um hospício, onde conhece o Dr. Mark Powell (Jeff Bridges), um psiquiatra disposto a provar que ele na verdade sofre de um grave distúrbio de personalidade. Mas as descrições de Prot sobre como é a vida em seu planeta acabam encantando os demais pacientes do hospício, fazendo com que eles queiram ir com Prot quando ele diz que está próximo o dia em que deverá voltar ao seu planeta.
TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
Logo no início da projeção já fica claro que, dentro da representação de mundo desse paciente, ele realmente era um ser de um planeta distante. Como paciente, o Dr. Mark Powell cria uma forte interação e relação de amizade. Aqui vemos um exemplo clássico do movimento humanista, que considera a totalidade do ser, dentro de seu universo. Prot explica que veio de K-Pax, um planeta distante mil anos luz da Terra, viajando através da poderosa energia da luz, e seus conhecimentos em astronomia e supostas contribuições nas curas dos outros pacientes insanos do hospital conseguem confundir o psiquiatra que acaba considerando-o como o mais convincente dos loucos (ou não?). O Dr. Powell recorre então a sessões de hipnose com Prot e consegue descobrir informações importantes sobre seu passado obscuro que podem esclarecer a verdade. A eterna dúvida sobre a real identidade de Prot permanece durante todo o filme, podendo ter uma dupla interpretação no final. De fato, temos a possibilidade de pensar o psicodiagnóstico de esquizofrenia. Entretanto, o filme oferece um deslocamento desse olhar, trazendo uma perspectiva humanista da experiência do paciente. Ainda que seja utilizada a hipnose como suporte, o que fica evidenciado como ferramenta eficaz é o movimento de "estar com". Nesse aspecto, a empatia é fundamental, a realidade do cliente não é confrontada, ao contrário, é o ponto de partida possível para qualquer processo terapêutico. Independente da proporção, todo ser humano enfrenta situações que podem ser insuportáveis, em algum momento da vida. A possibilidade do organismo, diante das adversidades, pode ser acessar um universo particular fantasioso ou desenvolver algum sintoma. Sempre, qualquer alternativa é o melhor que pode ser feito naquele momento, a partir do repertório particular de cada um. K-pax é um filme charmoso, que privilegia o olhar humanista nas telonas, em detrimento dos rótulos habituais. Vale a pena conferir!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Don Juan de Marco

Don juan de marco ASSUNTO
Esquizofrenia, relações afetivas, familiares e terapêutica
O jovem criou um mundo para si, onde buscava esquecer os acontecimentos traumáticos da sua vida, principalmente relacionados à sua mãe, que, ao que parece, foi uma mulher adúltera. Para se proteger , O “Dom Juan” se utiliza de vários mecanismos de defesa. Ele nega a sua realidade o tempo todo, porque aquilo lhe provoca uma angústia insuportável. O personagem busca assumir a identidade de Dom Juan, evitando assim o reconhecimento das suas próprias inadequações. Ele preferiu isolar os pensamentos que lhe remetiam a fatos desagradáveis da sua vida, desvinculando de outras idéias, para que esses fatos viessem a ficar “esquecidos”, com pouco acesso por ele próprio, evitando as fortes emoções Apesar de apresentar todo esse quadro, o rapaz também se mostrava o tempo inteiro consciente da sua fantasia. Ele sabia que aquela sua estória não era real, conhecia a sua realidade, apenas criou para si, um mundo no qual ele pudesse liberar seus desejos, suas fantasias. Utilizáva-se da máscara justificando esconder sua vergonha por ter sido o estopim da morte de seu pai. Ele conseguia manter uma capacidade de alternância entre a realidade e a fantasia. Estava extremamente consciente de sua vida, de que estava em um hospital psiquiátrico e etc., porém preferia encarar a situação daquela forma fantasiosa, porque lhe era menos desgostoso. O psiquiatra, ao invés de bombardeá-lo com medicamentos, resolveu ouvir sua história e embarcar no seu devaneio, e acabou por envolver-se por completo. Na relação ambos são afetados. O médico, então, passa a ter um comportamento diferente, começa a querer resgatar o romantismo no seu casamento. O delírio de Don Juan é extremamente apaixonante, pois trata de uma forma suprema e graciosíssima das questões do amor e da sexualidade. Uma história que nos leva a refletir sobre nossas visões limitadas de encarar o amor em todas as idades e épocas. É preciso ver através das máscaras.
Dom Juan DeMarco, sob a direção de Francis F. Copolla, mostra um jovem ( J. Deep), que afirma ser Dom Juan DeMarco, um conquistador de mulheres que usa a máscar, se veste como um cavalheiro e ameaça suicídio do alto de um prédio, deprimido pela perda de seu amor. Um psiquiatra,Jack Micller(Marlon Brando) é indicado para tratá-lo.Durante a primeira sessão, o rapaz pede-lhe que ele não lhe dope,que ele lhe contará sua vida. O diretor insiste  que o rapaz é um lunático e que seja tratado como tal.O psiquiatra pede-lhe um tempo, para que possa tratá-lo sem o uso de remédios, o diretor mesmo a contragosto concorda.Nas sessões seguintes, o jovem fala-lhe de sua vida na ilha onde cresceu, cercado de amor  e da paixão dos pais, de sua vida amorosa. Fala-lhe de uma maneira , tão envolvente, que o médico não sabe até onde é realidade ou fantasia.Apartir daí, o psiquiatra passa ter uma visão da vida e dos relacionamentos pessoais.Revigorado, passsa a tratar a mulher Marilyn( Faye Dunaway) , mais atenciosamente com uma paixão  jovial que há muito deixara de existir no relacionamento deles.Tornam-se companheiros e amantes. Quando se encerra o prazo dado pelo diretor,pede a Dom Juan que  fale perante a junta médico quem ele era, um jovem com problemas e que já estava curado. E asim ele recebe alta. O psiquiatra, que estava próximo de se aposentar,  vai para a ilha de Dom Juan , com a mulher e lá passa a viver feliz.
VÍDEOS:
Diálogo - Fantasia e realidade:
TRAILER:

sábado, 1 de maio de 2010

Fonte da vida

ASSUNTO

Filosofia, Existencialismo, morte, auto-suporte.
Fonte da vida é daqueles filmes que desafiam nossa maneira "enquadrada" de vermos tudo.  Há vários simbolismos ao longo da história e uma crença forte no poder do amor. A História, em três tempos, fala da morte e do amor através de subjetividades. Não é fácil, mas é uma viagem pra lá de interessante se abandonarmos nossas seguras resistências, permitindo-nos um novo olhar. Mudam os cenários e os contextos, mas a questão abordada é a mesma: o apego ao que amamos, o medo da indefinição do pós-morte, a angustia de sermos sozinhos e o aprendizado que absolutamente tudo é transitório.
SINOPSE
O filme é uma odisséia sobre a luta eterna de um homem para salvar a mulher que ama. Sua jornada épica começa na Espanha do século XVI, onde o conquistador Toma (Hugh Jackman) inicia sua busca pela Fonte da Juventude, a lendária entidade que, acredita-se, garante a imortalidade. Como cientista dos dias de hoje, Tommy Creo, luta desesperadamente para encontrar a cura para o câncer que está matando sua amada esposa, Isabel (Rachel Weisz). Viajando pelo espaço como um astronauta do século XXVI, Tom começa a entender os mistérios que o consumiram por um milênio. As três histórias convergem para uma só verdade, assim que Tomas de todos os períodos - guerreiro, cientista e explorador - coloca em xeque a vida, o amor, a morte e o renascimento.




sexta-feira, 9 de abril de 2010

Quando Nietzsche Chorou


ASSUNTO






Existencialismo e psicologia
O filme tem um diálogo forte que explora campos interessantes da filosofia e da psicologia.

SINOPSE
O filme conta a história fictícia de um encontro entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche e o médico Josef Breuer. Com tendências suicidas, ele está desesperado depois de se apaixonar por uma amiga, que acaba procurando o doutor Breuer para ajudá-lo. O médico, por seu lado, está envolvido emocionalmente por uma de suas pacientes. Assim, os dois começam mais do que uma análise, um verdadeiro conflito psicológico. O médico acaba envolvido pelas idéias de seu paciente mais famoso, e começa a perceber coisas que nem imaginava sobre si mesmo. 

A pequena miss Sunshine



ASSUNTO






Padrões de relação familiar
O pai desenvolveu um método de auto-ajuda que é um fracasso, a mãe é assombrada constantemente pelos segredos excêntricos da família, principalmente os de seu irmão Frank , um acadêmico com tendências suicidas especializado em Proust, a menina de óculos, ligeiramente rechonchuda, de sete anos, candidata a rainha da beleza, e o adolescente movido a raiva, leitor de Nietzsche, com um firme voto de silêncio. Completa a família o avô, um desbocado hedonista recentemente expulso de sua casa de repouso por consumo de heroína. 

SINOPSE
Pequena Miss Sunshine” é uma comédia centrada nas personalidades marcantes e problemáticas de uma família norte-americana. No filme, a família Hoover embarca numa viagem de três dias, do Novo México à Califórnia, para que a filha caçula, Olive, participe de um concurso de beleza infantil, o Pequena Miss Sunshine.

Crítica


Um outro olhar