sábado, 26 de janeiro de 2013

Estamira

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Esquizofrenia, relações sociais e familiares.

SINOPSE

Trabalhando há cerca de duas décadas em um aterro sanitário, situado em Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, Estamira Gomes de Sousa é uma mulher de 63 anos, que sofre de distúrbios mentais. O local recebe mais de oito mil toneladas de lixo da cidade do Rio de Janeiro, diariamente, e é também sua moradia. Com seu discurso filosófico e poético, em meio a frases, muitas vezes, sem sentido, Estamira analisa questões de interesse global fala também com uma lucidez impressionante e permite que o espectador possa repensar a loucura de cada um, inclusive a dela, moradora e sobrevivente de um lixão.

Tudo que é Imaginário Tem, Existe, É" "A insanidade de Estamira é uma linguagem de defesa diante de um mundo muito mais louco que ela. A sua loucura é a narração de uma sabedoria torta de uma anomalia que a salva de uma realidade, esta sim, terrivelmente insana" - Arnaldo Jabor, cineasta e jornalista. ESTAMIRA é a história de uma mulher de 63 anos que sofre distúrbios mentais e que durante 20 anos viveu e trabalhou no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho. Carismática e maternal, Dona Estamira convive com um pequeno grupo de catadores idosos num local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de oito mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Muito já foi escrito sobre o documentário que angariou prêmios no mundo todo. Lançado em 2004, o filme trouxe uma denúncia sobre a realidade vivida pelos doentes mentais no Brasil. Retratando seu cotidiano, o diretor fugiu do lugar comum de outras obras que tenham explorado o assunto. No discurso de Estamira havia um misto de extrema lucidez e loucura, abrangendo temas como: a vida, Deus, o trabalho e reflexões existenciais acerca de si mesma e da sociedade. A esquizofrenia é apresentada em sua forma real, sem intermediários, o espectador é envolvido em sua rotina, desmistificando muitas pré-conceitos. Apesar de todo repercussão, pouco ou nada mudou no que tange aos cuidados e contatos com pessoas portadoras de doença mental.

De pernas pro ar 2

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Sexualidade, vício em trabalho, relações afetivas e sociais.

SINOPSE

Alice (Ingrid Guimarães) agora é uma empresária bem-sucedida, que continua trabalhando muito mas sem deixar de lado o prazer sexual. Ela está bastante atarefada devido à abertura da primeira filial de sua sex shop em Nova York, ao lado da sócia Marcela (Maria Paula). Seu grande objetivo é levar para a América um produto erótico inédito, o que faz com que ela fique bastante estressada. Até que, durante a festa de comemoração pela 100ª loja SexDelícia no Brasil, Alice tem um surto devido ao excesso de trabalho. Ela é internada em um spa comandado pela rígida Regina (Alice Borges), onde conhece várias pessoas que buscam controlar suas obsessões e ansiedades.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

O filme segue a linha criativa do primeiro, desde sua preocupação excessiva com o trabalho, até a suas crises familiares pelo mesmo motivo. Porém, a evolução no roteiro brinca com outros assuntos, que devem ser levados a sério. É claro que o filme não tem a pretensão de aprofundar nenhum assunto, pois trata-se de uma comédia romântica no estilo Hollydiano. De todo jeito, o mais bacana é conseguir falar de de sexo sem precisar apelar para cenas eróticas ou palavrões. Aprovado pelo público e reprovado pela crítica, o filme tem lá o seu charme. A trama ironiza questões contemporâneas, como por exemplo, o vício pelo trabalho, que é deslocado para o universo feminino. Além disso, há o vício em redes sociais, a cleptomania e a compulsão sexual, que são problemas pincelados com humor durante as sessões de grupo no SPA –  cenas hilárias. No geral, não passa de um entretenimento leve que garante boas risadas, sem aprofundar qualquer tema. O que de certo modo é positivo, pois  alguns assuntos ganham maior liberdade ao serem apresentados de forma leve. Diversão garantida!

O lado bom da vida

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Família disfuncional, TOC, Transtorno Bipolar, compulsão sexual, relações familiares, afetivas e sociais.

SINOPSE

Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu absolutamente tudo na vida: sua casa, o emprego e a esposa. Deprimido, ele vai parar em um sanatório, onde fica internado por oito meses. Ao sair, Pat passa a morar com os pais e está decidido a reconstruir sua vida, o que inclui retomar o casamento, passando por cima de todos os problemas que teve. Entretanto, seu novo plano muda por completo quando ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma garota misteriosa que também tem seus problemas. É ela quem consegue fazer com que Pat mais uma vez se reconecte com a vida.

Na trama, acompanhamos um homem com sérios problemas emocionais que pegou a mulher o traindo com um homem mais velho e as consequências disso foram internação e distância da família. Algum tempo depois, tentando superar seus problemas, o problemático homem volta para casa e conta com o apoio da família, dos amigos e de uma moça que conhece por acaso. Entre danças e promessas uma amizade vai se construindo sob pilares genuínos, com verdade e sem segundas intenções, pelo menos não a princípio.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

O transtorno bipolar do humor já foi retratado em outros filmes, mas aqui temos outras particularidades, não só deste diagnóstico, mas de outras formas de reagir aos conflitos existenciais. O foco da trama é a estória é sobre Pat, que acabou de sair da clínica psiquiátrica, onde foi internado por ter batido no amante de sua esposa. Ele descobriu que era um bipolar não-diagnosticado, mas se recusa a se medicar. Além de estar obcecado com a ideia de reconquistar sua esposa, ele tem que enfrentar o preconceito, o medo e o desprezo de vizinhos e amigos. Durante sua jornada de recuperação, conhece uma garota chamada Tiffany, que também se encontra em uma etapa difícil. Após se tornar viúva, ela desenvolve compulsão sexual, adquirindo um comportamento promíscuo que lhe traz má fama. Para ambos houve um conflito insuportável como agente provocador do desequilíbrio, ponto que tanto os atrai quanto repele a ambos. O pai do protagonista é um senhor de meia idade viciado em apostas, que acredita seriamente que alguns resultados de jogos são influenciados pela presença ou não de alguém na sala ou acontecimentos importantes que ocorram simultaneamente ao jogo. Além de arriscar a estabilidade familiar com apostas, o provedor da casa apresenta alguns sintomas de TOC. O descontrole emocional é frequente mas não é restrito ao protagonista.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Griff, o invisível

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ASSUNTO

Fobia social, diferenças, relações familiares, afetivas e sociais.

SINOPSE

Produção australiana de 2010 - Griff (Ryan Kwanten) durante o dia trabalha em um escritório, onde vive uma vida reclusa, intimidado por colegas de trabalho. À noite, ele é Griff - O invisível, um super-herói que perambula pelas ruas de seu bairro local protegendo os inocentes. Griff tem seu mundo virado de cabeça para baixo quando ele conhece Melody (Maeve Dermody), uma bela jovem cientista que compartilha a sua paixão pelo impossível.
Seus colegas de trabalho gostam de tirar sarro com a cara dele, seu irmão se preocupa com a personalidade excêntrica e tenta trazer Griff de volta à realidade, lembrando sempre que ele não pode mais se refugiar no mundo de super-heróis. No entanto, é o irmão racional quem fica atraído e namora Melody, uma pessoa que não aparenta gostar nada dessa realidade comum. Quando apresentada a Griff, ela fica fascinada pelas peculiaridades dele e começa a se apaixonar. A dificuldade do personagem em alcançar essa normalidade fica clara quando, na intenção de se camuflar especificamente à paisagem de um ponto de ônibus, Griff opta por sair de casa vestindo uma roupa chamativa, capaz de expô-lo em todos os demais cenários.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

A identidade secreta de Griff é apenas o modo peculiar que jovem encontrou para preencher a própria vida. O filme fala de tolerância, de aceitação, fala sobre as diferentes formas de funcionar no mundo. O protagonista é uma pessoa com sérios problemas de socialização, indicando uma possível fobia social. Ele não tem amigos e ainda é perseguido por um colega de trabalho, que faz questão de evidenciar suas dificuldades. Seu irmão, seu único amigo, se esforça para trazer Griff para realidade, mesmo que se comporte de forma pouco convencional. Este irmão que surge como cuidador preocupado, também é aquele que opera uma “normalidade particular”, que se mostra enfadonha durante os encontros na casa da nova namorada, Melody. Aliás, ele é um cara muito esquisito. Ela, por outro lado, está fora dos padrões e quando é apresentada a Griff fica encantada, entrando em sintonia com o universo “diferente” em que ele vive.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Amor

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Terceira idade, relações familiares e afetivas, cuidado, AVC, processo de envelhecimento.

SINOPSE

Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados, que costumava dar aulas de música. Eles têm uma filha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos, que colocarão o seu amor em teste

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Tudo tem dois lados na vida, não canso de repetir isso. Pois bem, o que falar do amor? Como pode ser amor sem aquele tom meloso ao qual estamos acostumados? Quando falamos de um livro ou filme com tal título, logo criamos a expectativa de ver alguns obstáculos serem vencidos por um casal, que no final trocam carícias e declarações até ser concluído com a famosa frase “E foram felizes para sempre”. Antes que recriminem minha afirmação, me antecipo lembrando que existem também romances que acabam em tragédia, como “Romeu e Julieta”. Entretanto, também neste romance somos brindados com muitas cenas melosas que ilustram o amor que nós estamos acostumados a ver como tal. Não me recordo de qualquer obra que fale do outro lado da moeda, que fale de amor sem recorrer às cenas românticas, recheadas de trocas de beijos apaixonados e declarações de amor. O cotidiano de um casal, todos sabem, ultrapassa e muito o final feliz dos contos de fadas. Muito já se questionou sobre o que vem depois da união feliz, principalmente quando falamos do cotidiano de duas pessoas, antes estranhas, que trazem histórias de vidas diferentes, com valores, crenças e famílias de origem distintas. Ainda assim, muito já se apresentou em filmes e livros sobre encontros e desencontros do amor. No entanto, devo destacar que o filme AMOR nos apresenta o outro lado da moeda deste tema. Estamos falando de toda uma vida compartilhada, e, do que acontece quando a vida está perto do fim.

E se vivêssemos todos juntos?

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ASSUNTO

Luto, sexualidade, terceira idade, solidariedade e amizade.

SINOPSE

2010 - Na região da Grande Paris, vivem os casais Jean e Annie (Guy Bedos e Geraldine Chaplin) e Albert e Jeanne (Pierre Richard e Jane Fonda) mais o viúvo paquerador Claude (Claude Rich). Eles são amigos há décadas e, embora felizes, os sinais da idade começam a aparecer. Jeanne tem um câncer terminal, mas decidiu não contar a Albert, que já apresenta lapsos de memória. Claude, afeito a transas com garotas de programa, não possui o mesmo coração da juventude. Parte, então, de Jean e Annie, ambos com a saúde em dia, a proposta de todos morarem juntos na casa deles. Além da ajuda mútua, a vida comunitária permite a troca de experiências e um contato diário próximo. O grupo contrata um jovem alemão (Daniel Brühl) para auxiliá-los. Para um ator idoso, deve ser um prazer imenso interpretar um ótimo personagem principal. Com gosto e rugas no rosto (exceto a esticada Jane Fonda), o elenco mostra-se afinado e com fôlego de sobra. Entre a graça e a morte iminente, o diretor e roteirista Stéphane Robelin comanda seu segundo longa-metragem sem choro nem vela. Prefere fazer um registro real da velhice oferecendo reflexões prudentes e comoções contidas. Retirado da veja, leia mais.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Existem alguns assuntos que permanecem como tabus, principalmente quando falamos de sexo e morte. Permanece muita distorção na exploração dos temas. Quando o ponto é sexo, por exemplo, ainda há uma distância grande entre a realidade dos fatos e a as estórias “de pescador” que são propagadas. Quanto à morte, evitamos a todo custo tocar no assunto, apesar de ser a única certeza que temos desde o nascimento. É, parece que tudo que é óbvio, também assusta. No entanto, o filme ousa discutir estes tabus com bom humor, sem perder de vista a realidade. É um filme que sinaliza o que é inevitável: o ciclo final da vida e a morte. “Velhice”, “terceira idade”, “boa idade” são os termos usados para nomear o ciclo que mais tem alterado as estatísticas, pois a expectativa de vida tem atingido um crescimento até então inimaginável. Novas demandas exigem novas configurações que possam atendê-las.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

As aventuras de Pi

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Vida, adolescência, relações afetivas e familiares, autoconhecimento, criatividade, perdas, fé, autoestima, fantasia, coragem, luta pela sobrevivência.

SINOPSE

Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento devido à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A ideia é se mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para reiniciar a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala chamado Richard Parker.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Indicado pela colega Sandra Picanço, me senti na obrigação de assistir ao filme que a tinha encantado. Há quem diga que o filme tem um forte apelo religioso, e, também quem diga o contrário, que é uma afronta as religiões, pois ninguém poderia ter três crenças ao mesmo tempo. Pi diz que "A fé é uma casa de muitos quartos", portanto ele escolhe o seu jeito de vivenciar 3 religiões e ponto. O mais importante para ele é ter fé! Pi está na adolescência e enfrenta momentos de acordo com essa fase, está na busca de novos conhecimentos sobre o mundo, questionando tudo e todos, desafiando os perigos da vida e se apaixonando pela primeira vez. Seu mundo é ameaçado quando o pai comunica a decisão da grande mudança que farão. Diante do inevitável, Pi não se conforma com a situação. Dentro do cargueiro que os leva para o Canadá, sua inquietude abre as portas de um novo universo, que mescla fantasia e realidade, em um mundo repleto de sentidos ambíguos na sua existência. Diante do naufrágio, a trama nos apresenta um novo Universo, que pode ser escolhido como fantasioso, simbólico ou apenas como fatos costurados pela lembrança que restou no adulto, de suas desventuras adolescentes. Um novo mundo de sentidos e sensações nos é ofertado, para que cada telespectador faça a sua escolha.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A estranha vida de Thinothy Green

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Adoção, esperança, fantasia, relações afetivas, sociais e familiares.

SINOPSE

A Estranha Vida de Timothy Green conta a história de um casal (Garner e Edgerton) que não consegue ter filhos. Em uma noite regada à vinho, Jim propõe à sua esposa que façam um jogo: ambos escreveriam em pedaços de papel as características que gostariam que seu filho tivesse, tal como “ele nunca desiste das coisas”, “irá marcar o gol da vitória” e “será como Picasso, com um lápis”. Em seguida eles colocam os pedaços de papel em uma caixa e enterram no quintal. Porém, e é sempre no “porém” que a fantasia acontece, após uma noite com uma estranha tempestade (onde a chuva ao invés de cair, sobe para o céu) um menino cheio de lama aparece na casa dos Green, os chamando de “papai e mamãe”. A partir daí a história já está lançada. Timothy aparenta ter entre 10 anos e seu comportamento “é o de um menino com as qualidades que os pais desejaram”, mas “essas qualidades se manifestam de maneira que nunca poderiam ter imaginado”.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Um filme que trata de vários assuntos de maneira encantadora e sutil. Uma fábula sobre o desejo de ter um filho. Ao depositarem todas as folhas/sonhos em uma caixinha de madeira e enterram no jardim, o casal abre a porta da fantasia para a elaboração de um sonho. O que vem a seguir é pura magia. O filme é uma fábula, por isso é pura fantasia, imaginação. Trata-se de uma bela reflexão sobre amar o diferente, aceitar as imperfeições que a sociedade entende como "defeitos de fábrica", ou seja, sobre adoção. Timothy Green é muito especial. Filme indicado para toda a família, especialmente, para os casais impedidos de terem filhos.

As vantagens de ser invisível

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Adolescência, abuso sexual, rejeição, homossexualidade, drogas, depressão, suicídio, consumo de drogas por menor.

SINOPSE

Na trama conhecemos Charlie, um rapaz pacato e solitário que sofre por não ter amigos. Com o início do ano letivo ele tem mais uma chance de conseguir aumentar seu número de amizades (que basicamente se restringe a seus irmãos). Após algumas situações constrangedoras e o início de uma amizade com seu professor de literatura, Charlie conhece Patrick (Ezra Miller) e Sam (a ex- Hermione, Emma Watson), um casal de meio irmãos que fazem parte da turma dos descolados. Logo, Charlie se sente muito bem aceito por esses novos amigos e assim uma grande amizade vai nascendo. Leia mais clicandoa aqui.

O filme narra a história de Charlie (Logan Lerman), um garoto introvertido que acaba de entrar para o high school -- o equivalente ao ensino médio nos Estados Unidos -- e tem de lidar com um dos maiores temores da adolescência: não ser aceito em nenhum grupo. No entanto, logo nos primeiros dias de aula, o menino é acolhido por uma turma de veteranos desajustados. O grupo inclui o gay Patrick (o brilhante Ezra Miller, de Precisamos Falar Sobre o Kevin) e sua meia-irmã Sam (Emma Watson, a Hermione de Harry Potter em seu primeiro ótimo papel após a franquia), uma menina bonita, mas ingênua, que já beijou toda a escola. Para ler mais, clique aqui.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Ambientado no começo da década de 90, quando as pessoas trocam fitas cassete com suas músicas favoritas e podiam reclamar de não ter nada pra ver na TV, o filme  foi aclamado pela crítica, que em sua maioria o considera como o “filme adolescente” do ano. Trata-se de um drama que não se restringe a retratar as crises previsíveis dos adolescentes, ele vai além e costura outras questões.

Bird

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Dependência química, transtornos alimentares, relações familiares, sociais e afetivas.

SINOPSE

Cinebiografia do famoso saxofonista Charles "Bird" Parker, um dos mais famosos musico da historia do jazz. Sua arte e sua vida deixou um profundo legado. O talentoso diretor/ator Clint é um aficionado de jazz de longa data, e com esse filme que fornece um retrato emocionante do jazz visionário de Charlie "Bird" Parker. Eastwood, também pinta um retrato vívido do mundo do jazz em toda sua complexidade. Forest Whitaker, como Parker, fornece uma interpretação apaixonante que ajuda a fornecer uma compreensão do gênio do homem, e das tragédias de suas crises ou do uso de drogas. Clint não faz nenhum julgamento moral em relação ao músico. Ele homenageia a sua arte e respeita o homem. Magnífica trilha sonora (ganhadora do Oscar), com os solos dos discos originais de Parker, um gênio incansável que viveu intensos 35 anos (1920 a 1955). Filme sobre um músico fantástico, tremendamente talentoso.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Viciado em drogas desde muito jovem, Charlie teve ao longo da sua carreira muitos altos e baixos. Charlie aprendeu a tocar ouvindo uma vitrola velha, por isso o som que produzia era único e transbordava seu amor pela música. Apesar do sucesso, o músico tinha sérios problemas com abuso de substâncias e transtornos alimentares, o que prejudica sua vida. Graças ao apoio da sua dedicada mulher Chan, que tudo fez para evitar o seu internamento numa instituição mental, Charlie continuou a tocar o seu novo estilo de música, levando a uma autêntica revolução no jazz. A trama nos brinda com sua trilha sonora invejável, principalmente para os amantes do jazz, mas também explora os transtornos psicológicos do artista.

O Exótico Hotel Marigold

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Luto, terceira idade, autodescoberta, homossexualidade, recomeço, amizade

SINOPSE

Já aposentados, sete ingleses, até então desconhecidos (Bill Nighy, Maggie Smith, Judi Dench, Tom Wilkinson, Penelope Wilton, Celia Imrie e Ronald Pickup), são aliciados a viver o resto dos seus dias num suntuoso hotel na Índia. Uma vida luxuosa a um preço acessível, segundo a agência que lhes vende o pacote. Porém, lá chegando, descobrem que o antigo palácio, agora transformado Hotel Marigol, já não tem o esplendor do passado. Desiludidos e sentindo-se enganados, os sete revelam algumas dificuldades em adaptar-se a uma cultura totalmente diferente da sua. Porém, será ali mesmo, com a preciosa ajuda do jovem indiano Sonny (Dev Patel), que cada um descobrirá que não existe idade limite para redescobrir a alegria de viver.

(...) eles serão transformados por suas experiências compartilhadas, descobrindo que a vida e o amor pode começar de novo quando você deixar de viver no passado. Cinema 10 - leia mais clicando aqui.

A chegada à Índia fará com que cada personagem se aproxime cada vez mais, enfrentando – ou se refugiando – de todas as diferenças que envolvem as díspares culturas: caos, pobreza, fé, culinária, poluição, clima, entre tantos outros. E o convívio dos acolhedores e solidários indianos será capaz de quebrar a barreira dos reservados britânicos em um filme que toca de forma delicada e sincera em temas como morte, solidão e amizade, além da chegada à velhice aliada ao confronto direto com o próprio passado, presente e futuro. Politicamente falando, o longa ganha ainda mais créditos ao nos colocar diante de britânicos e indianos convivendo em harmonia. Afinal, o passado recente da colonização britânica na Índia, que durou quase um século de conflitos. A ideia de mostrar personagens diferentes que acabam por descobrir mais um sobre o outro já rendeu numerosas obras, mas “O Exótico Hotel Marigold” faz isso com uma qualidade acima da média. Cinema com rapadura, crítica completa aqui.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

A falta de perspectiva ou as questões inerentes à idade desses aposentados são a motivação necessária para que realizem essa viagem para um luxuoso hotel com custo baixo. Suas expectativas giram em torno de tudo aquilo que era oposto ao que viviam, ou seja, conforto, luxo e lazer. Entretanto, encontram um hotel decadente e precário. Foram seduzidos com visões de uma vida de lazer, mas chegam para encontrar no palácio um espelho de suas vidas. É exatamente este o ponto que dará início à jornada pessoal de cada um dos personagens.

Coisas que perdemos pelo caminho

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Luto, violência doméstica, drogas, dependência química, relações afetivas, sociais e familiares

SINOPSE

Audrey Burke (Halle Berry) está em choque com a notícia que acaba de receber: Brian (David Duchovny), seu marido, foi morto em um ato de violência o qual ele não tinha qualquer ligação. Audrey agora sente-se perdida e, por impulso, recorre a Jerry Sunborne (Benicio Del Toro), um amigo de infância do marido que é viciado em drogas. Desesperada para preencher o vazio em sua vida que existe desde a morte de Brian, Audrey convida Jerry para morar no quarto anexo à garagem da família. Jerry atualmente está lutando para evitar as drogas e vê nesta oportunidade a chance de se recuperar de vez, ele passa a agir como se fosse o substituo de Brian na vida de Audrey e seus filhos.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Li, certa vez, algo sobre como uma viúva fez o discurso no velório de seu estimado marido. Diferente do esperado, ela enaltecia os pequenos defeitos que fora obrigada a suportar dia após dia, como seu ronco, e outras “cositas” mais. Entretanto, no final de seu relato, ela afirma que eram exatamente as imperfeições, tão humanas de seu finado esposo, que fariam falta em seu cotidiano. O som de seu ronco, por exemplo, é o que marcava não só sua presença, mas a existência desse outro tão querido. Afinal, são as nossas imperfeições que demonstram nossa singular existência. Quando Audrey perde seu marido, que é morto ao socorrer uma mulher que sofria de violência doméstica, ela se vê sem chão. Desnorteada, aos poucos, ela entra em contato com aquilo que não conseguia compreender, suas discordâncias, queria se aproximar do que era mais humano nele. Aquela amizade que ele mantinha com um viciado era algo que ela não podia compreender. Entretanto, é exatamente aí que ela encontra maior ligação com seu amor e é também onde busca a elaboração de seu luto. Ao convidar esse amigo para morar em sua casa, ela inicia um processo de aproximação e afastamento de sua história. Ela havia perdido o marido, o amigo tinha perdido a esperança muito antes de perder o amigo. A proximidade deles permite, não só o resgate da esperança, mas a elaboração do luto e a celebração da vida. Os conflitos são inevitáveis quando personagens tão antagônicos se encontram, mas é exatamente nessas colisões que ambos criam novas oportunidades. O vício e a difícil recuperação de um dependente químico são temas bem explorados na trama, que bem ilustra a necessidade de apoio de pessoas queridas durante o processo. É um filme que fala de elaboração de luto, de recuperação de viciados, de morte e de vida, coisas que fazem parte do nosso cotidiano, mas que preferimos evitar falar sobre.                                         Patrícia Simone

Nada é óbvio, tudo está trabalhado com maestria, e as relações de proximidade incomodam mesmo. É um defeito humano ter mesmo disso, de estar tão perto ao ponto que esses personagens estão uns dos outros. O medo de precisar, o medo de se entregar é outra temática muito bem colocada aqui. Em nenhum momento Jerry e Audrey são colocados como um futuro casal: são apenas duas pessoas que precisam uma da outra de maneiras que não conseguem sequer explicar. Cine rapadura, para ler a crítica completa, clique aqui.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Boas Festas!

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O menino de ouro

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Luto, elaboração do luto, superação, relações afetivas, sociais e familiares e fé.
SINOPSE
Um casal decide adotar uma criança após diversas tentativas frustradas de ter um bebê. Zooey, em sua ida a um orfanato, se encanta por Eli, um pequeno garoto de 7 anos que anda de terno e gravata e se comporta como um adulto. Enquanto o coração de Zooey se enche de esperança com a possibilidade de vir a se tornar mãe, Alec, seu marido, tem de quebrar a cabeça para não deixar que a empresa, que seu pai construiu com tanta dedicação, vá a falência e seja obrigada a fechar as portas. Um filme para você acreditar realmente que o amor é para ser dividido e que nós estamos sempre rodeado por anjos, assim é Milagres Acontecem – O Menino de Ouro, que promete te emocionar do início ao fim.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Dia desses, um casal que atendo comentou sobre a experiência de ter assistido ao filme. Diante disso me senti na obrigação de ver. Assim como “A vida que segue”, o filme explora a elaboração do luto na perda de um filho. A diferença está na forma de elaboração. Nesse caso, o filho ainda era criança, e já pegamos o processo no momento que o casal estuda a possibilidade de adotar uma criança. Depois da perda, a mãe não consegue mais engravidar, ainda que fisicamente nada seja encontrado, que possa justificar sua dificuldade. Sua infertilidade é apontada como psicológica, tendo alguma ligação com a perda do filho. Ainda que o filme apresente uma visão surreal, incluindo mais de um anjo como suporte para o casal, o filme é emocionante e promove reflexão. No atendimento psicoterapêutico do consultório, é comum recebermos pessoas em situações de luto. Alguns apresentam algum sintoma físico, como consequência dessa dificuldade de enfrentar a nova realidade, outros podem apresentar sintoma psicológico ou apenas serem trazidos por parentes, quando reconhecem algo muito alterado no comportamento do indivíduo. Fato é que muito do que o filme apresentou, me remeteu ao papel do terapeuta no processo de luto de seus clientes. Os “anjos” do filme, representados pela criança misteriosa e o ‘sem teto’, dão suporte ao casal, facilitando que ambos descubram a própria força, apesar de todos os problemas.

Vida que segue

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Luto, relações afetivas, sociais e familiares.
SINOPSE
Nos meses anteriores ao seu casamento com Diana Floss (Careena Melia), Joe Nast (Jack Gyllenhaal) está morando com os pais daquela que foi sua noiva. Quando Diana é assassinada, ele se vê em uma situação estranha sua relação aos pais dela, Ben (Dustin Hoffman) e Jojo (Susan Sarandon). Todos os três têm de lidar com a tragédia e, junto com a procuradora do Estado, discutir ações legais sobre o caso. Joe faz o que pode para atender a expectativa de todos, lutando contra o sofrimento da perda e lidando com o novo relacionamento que terá pela frente com seus sogros. O casal Floss adora Joe, mas a tristeza e o luto de todos prejudicam a conexão natural que poderia existir entre eles. Quando Joe se apaixona por outra mulher, ele terá de encontrar uma fórmula para seguir o seu coração e não magoar os pais de sua ex-noiva.
CENAS DO FILME
OLHAR DA PSICOLOGIA
O luto já foi tema de diversos filmes. Neste caso, o foco está na elaboração do luto dos pais, que evitam enfrentar a perda da filha, quando resolvem “adotar” o suposto genro como filho. O filme nos trás diversas situações possíveis em dramas semelhantes. Enfrentar a perda de um filho é sempre mais doloroso do que o contrário, a perda dos pais. De fato, ainda que qualquer perda de entes queridos provoque reações inimagináveis, o filho, partir antes dos seus genitores, é um acontecimento inesperado. Ainda assim, Ben e Jojo decidem adotar um comportamento racional, se distanciando da dor profunda que a tragédia provocou. O suposto noivo, por sua vez, além de viver seu próprio luto, se deixa envolver no estranho jogo, tentando viver de acordo com as expectativas do casal. Os três se relacionam de forma artificial, tentando camuflar culpas, dores e segredos. Fugir da realidade transforma a rotina de todos em sucessivas cenas artificiais que não podem durar para sempre. Novos acontecimentos acabam provocando mudanças na situação, fazendo com que cada um precise enfrentar a própria realidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ponto de vista

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Percepção, gestalt-terapia, relações humanas e sociais, visão de mundo.
SINOPSE
O presidente dos Estados Unidos, Ashton (William Hurt), participará de uma conferência mundial sobre o combate ao terrorismo em Salamanca, na Espanha. Thomas Barnes (Dennis Quaid) e Kent Taylor (Matthew Fox) são os agentes do Serviço Secreto designados para protegê-lo durante o evento. Entretanto logo em sua chegada o presidente é baleado, o que gera um grande tumulto. Na multidão que assiste ao atentado está Howard Lewis (Forest Whitaker), um turista americano que estava gravando tudo para mostrar aos filhos quando retornasse para casa. A partir da perspectiva de diversos presentes no local antes e depois do atentado é que se pode chegar à verdade sobre o ocorrido.
TRAILER
OLHAR DA PSICOLOGIA
Indicado por uma professora da pós graduação, o filme lustra conceitos que são caros, não só para a Abordagem Gestáltica, mas para a psicologia e o estudo da percepção.  Ao voltar várias vezes no tempo e contar o episódio pela visão de cada um, o filme abre possibilidades para pensarmos em acontecimentos corriqueiros de nossas vidas. Diferente da relação causal, tão facilmente aceita, a trama nos oferece uma visão de sistema, onde a alteração em um elemento irá mudar a configuração do fato, transformando-o em outra história. Diante disso, a cada ponto de vista, temos uma nova versão. A percepção de cada um é o ingrediente que permite diversas verdades para um mesmo acontecimento. É preciso destacar a importância de interligar as diferentes versões para chegarmos a uma compreensão diferente do episódio. Entretanto, nenhuma das versões vivenciadas pode ser considerada inverosímel, podendo ser alterada por cada novo elemento.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Osama

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Relações familiares, sociais, culturais, identidade feminina, história, regime opressor.
SINOPSE
2003 - Durante o rigoroso regime Talibã, uma menina é obrigada a se disfarçar e agir como menino para sustentar sua família que é composta só de mulheres. Essa medida faz parte de uma lei que pro[ibe as mulheres de sair de casa sem a companhia legalmente aceita, ou seja, de homens da família. Com marido e irmãos mortos, não há ninguém para sustentar a casa. Para isso, ela cortou o cabelo da filha para ela trabalhar com outros homens e meninos. Ela passa a ser chamada de Osama. Tudo corre bem até que Osama é recrutado pelo exército e inicia uma jornada assustadora pelas estradas do Talibã. A farsa é desvendada quando Osama - nome dado por um garoto que tentou proteger a menina da perseguição dos demais colegas de escola - menstrua. A pobre jovem é submetida a castigos físicos e a um julgamento público. Ao que parece a única distração dos afegãos era participar desses julgamentos, nos quais um senhor barbudo (os homens não podiam cortar a barba), idoso, denominado de juiz, ficava deitado emitindo os seus pareceres. Um deles foi o de mandar matar um repórter francês que gravou o protesto público das mulheres afegãs. A punição de "Osama" é a de se tornar esposa de um velho decrépito. Ela chorando, pedindo ao "juiz" que a devolvesse para a sua mãe é o momento mais emocionante do filme. A mulheres eram oprimidas por excelência nas mãos dos talibãs. Filme-denúncia que evidencia em detalhes o atraso em que viviam certas sociedades em pleno século XX. Inspirada numa história real, Osama é a primeira produção depois da queda do regime Talibã.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Assim que pude viajar, não como turista, mais como ‘curiosa’, fiz descobertas sensacionais. O fato de encontrar outras culturas e formas de viver amplia nossa perspectiva de mundo, fazendo com que possamos diversificar nosso repertório existencial. É muito rico, ter contato com outras realidades, que nos permitem maior flexibilidade frente às certezas de outrora. Por isso, adquiri um gosto especial por qualquer ferramenta que nos enriqueça nesse aspecto. “Osama” é uma dessas possibilidades. O filme retrata outra realidade cultural e histórica, muito diversa desse nosso mundo “globalizado”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um divã para dois

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ASSUNTO
Relação terapêutica, sexualidade,  conflito familiar, relações afetivas e familiares, terapia de casal.
SINOPSE
Kay (Meryl Streep) e Arnold Soames (Tommy Lee Jones) estão casados há 31 anos. O relacionamento entre eles caiu na rotina e há tempos não tem algum tipo de romantismo. O sexo entre eles acabou faz tempo, e cada um segue a sua rotina entediante dia após dia. Eles poderiam continuar assim por mais algumas décadas. Mas Kay decide reagir. Querendo mudar a situação, Kay agenda para ambos um fim de semana de aconselhamento com o dr. Feld (Steve Carell). O Dr. Bernie é um famoso terapeuta de casais que já resolveu muitos casos complicados. Quando Kay finalmente consegue arrastar seu teimoso marido para a terapia, nunca mais nada será como antes, pois dividir o mesmo divã com o marido será mais complicado do que dividir a mesma cama. A surpresa é que, as consultas com o terapeuta  acabam servindo como um meio de o casal se conhecer novamente, após anos de intimidade.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Muitos se verão retratados em cenas do filme. Quando falo muitos, não me refiro somente aos casais na mesma situação (muitos anos de casados), mas em relacionamento de todas as idades. O filme fala do que não é dito, do que está reprimido, e, isto ocorre em muitas relações, de formas diversas. Só por isso já valeria a pena indicar a trama, mas o filme oferece mais. Então, vamos por partes.
A aparição do ator Steve Carell pode fazer com que o espectador espere uma comédia estilo comercial, ledo engano. Logo, somos apresentados a um psicoterapeuta de casal, sério e comprometido com seu trabalho. Gostei do termo usado em uma crítica que dizia que o ator serviu de escada para os personagens Arnold e Kate discutirem a vida. Não porque concorde com essa afirmação em relação aos atores, nem tenho formação para avaliar tal questão, mas por encontrar no termo uma boa descrição para o papel do psicoterapeuta. Sim, no processo terapêutico, nós psicólogos servimos de escada para as questões e soluções dos clientes que possam emergir. No filme, tal qual ocorre no set terapêutico real, o psicoterapeuta tem a função de provocar o casal a sair do rascunho e passar suas vidas a limpo. Não se trata apenas de um intermediário ou conselheiro, mas um profissional que se torna ferramenta para favorecer a ampliação de possibilidades na vida dos clientes. O fato de se perceberem como estão funcionando abre novas opções de escolha, o que possibilita mudanças reais.

Elles

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Prostituição, relações familiares, afetivas e sociais, pesquisa e trabalho de campo
SINOPSE
Jornalista de uma grande revista voltada para o público feminino, Anne (Juliette Binoche) trabalha em uma matéria sobre a prostituição estudantil. Ela consegue os depoimentos de duas estudantes de Paris, Alicja (Joanna Kulig) e Charlotte (Anaïs Demoustier), que abrem suas vidas sem pudor ou vergonha. Tais confissões acabam ecoando no dia a dia de Anne e interferindo em seus relacionamentos pessoais.Seus encontros com duas as inquietante, movendo-a a questionar suas convicções mais íntimas sobre a família, dinheiro e sexo.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Em geral, as críticas exaltam o trabalho da atriz Juliette Binoche, mas reprovam o roteiro, considerando-o fraco e pouco aprofundado nos temas que propõe. De fato, nada é aprofundado o suficiente. Tem um gosto de reticência, que nos deixa espaço para pensar e repensar nos fatos óbvios que nos fogem à percepção cotidiana. Portanto, temos, sim, alguns assuntos para discutir. No início, pensamos se tratar de documentário, devido ao seu foco, que parte das entrevistas feitas pela repórter. Embora a prostituição seja tema das entrevistas, há outra perspectiva no enredo e do assunto prostituição. As garotas escolhem permanecer na profissão, mantendo vida dupla, escondendo a atividade de prostituta dos próximos. Não há qualquer julgamento moral. Por outro lado, a profissional repórter é também pessoa, que com suas questões pessoais influenciem até mesmo as perguntas que faz.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Múltiplos Sarcasmos

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Crise no casamento, relações familiares, afetivas e sociais.
SINOPSE
Em cartaz no Telecine como O ROTEIRO DE MINHA VIDA, a história do filme passa-se em Nova Iorque, no ano de 1979 e segue Gabriel (Timothy Hutton), um arquiteto de meia-idade que parece ter tudo para ser feliz na vida, mas não é. Começa a questionar as escolhas que tomou ao longo da vida e conclui que não é feliz, acaba sendo demitido do emprego e começa a escrever uma peça de teatro para tentar libertar sua entediante vida do marasmo em que se encontra. Baseado em fatos reais.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
A crise existencial do autor da peça é o que dá contorno ao drama. A ideia de escrever é a forma que ele encontra de buscar a si mesmo em meio ao vazio em que se encontra. O distanciamento entre marido e mulher fica logo evidente. Há uma cena em que, a princípio, aparentam um bom relacionamento. Ele está deitado e chama a mulher para exercitarem uma “performance”, ao que ela responde sorrindo, como se tudo fosse ter continuidade. No entanto, logo percebemos que não é um diálogo real, eles não se escutam mais. Muitas crises de casamento passam por momentos semelhantes, quando os diálogos são apenas palavras vazias, que se presta a preencher a rotina, disfarçar a distância que está ocorrendo. É claro que isso pode ser apenas uma fase, quando um dos parceiros decide enfrentar a situação e reivindicar um diálogo verdadeiro, muitas vezes superando a crise com êxito. Não é o caso de nosso personagem, que resulta em separação.

As mulheres do sexto andar

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Relações familiares, afetivas e sociais, choque de classe social e cultural.
SINOPSE
2011 - Paris, anos 60. Jean-Louis Joubert (Fabrice Luchini) é um corretor da bolsa que leva uma típica vida burguesa ao lado da esposa, Suzanne (Sandrine Kiberlain). A vida do casal é alterada quando sua empregada doméstica, que trabalha com eles há 20 anos, pede as contas. Em seu lugar é contratada a espanhola Maria Gonzalez (Natalie Verbeke), que passa a morar com a tia e outras conterrâneas no sexto andar do prédio, onde ficam os alojamentos dos empregados. Impulsionado pela simpatia da nova contratada, Jean-Louis se aproxima de Maria e suas colegas, descobrindo um universo até então desconhecido para ele. Toda a alegria e simpatia das espanholas acabam contagiando Joubert e isso os aproxima bastante, mesmo sem a aprovação da família. O contato com essas mulheres o faz repensar sua vida e descobrir novas emoções. Jean-Louis começa a se aproximar dessas mulheres que, apesar dos dissabores da vida dura que levam, são alegres e bem dispostas. Tocado por estes seres femininos cheios de vida, ele começa a descobrir um novo universo, vivendo com emoção os prazeres mais sutis, em um ambiente completamente diferente aos modos austeros em que estava acostumado.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
O drama é também um relato histórico, pois o 6ª andar era de fato um lugar destinado às empregadas na Paris de 1960, além do movimento de fuga da ditadura de Franco, evidenciado na invasão dessas mulheres espanholas na França. O que mais chama atenção na trama é o choque entre universos tão distintos. Ainda que fique claro o contraste entre os dois mundos, o aristocrata é seduzido pela vida que emana daquelas mulheres. Se vida é movimento, ele começa a perceber o quanto estava se distanciando de uma vida real. Até entrar em contato com outra realidade, Joubert era um homem detalhista e muito tradicional. Infernizou a vida das duas empregas que teve para ter um ovo quente perfeito, segundo ele: “Um ovo perfeito e o dia será muito bom”. Aos poucos, vai começando a entender melhor o drama daquelas mulheres...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O bebê de outubro

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ASSUNTO
Aborto, adoção, conflitos familiares, adolescência
SINOPSE
Abrem-se as cortinas, Hannah entra no palco… momentos depois, ela se vê caída ao chão. Todos os exames médicos levam a uma só direção: o difícil nascimento de Hannah. O diagnóstico médico nem se compara à descoberta de quem são seus pais: Hannah foi adotada – após uma tentativa de aborto malsucedida. Perplexa, confusa e irritada, Hannah toma um novo rumo em sua vida na companhia de seu velho amigo Jason. Nessa busca para descobrir seu passado obscuro e encontrar esperança no futuro incerto, ela percebe que a vida pode ir além dos nossos planos e projetos.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Preparem os lenços, o filme emociona bastante. Ainda que seja uma produção Godspel, a trama não se prende a uma visão religiosa. No que tange ao tema adoção, fica claro desde o início a necessidade do filho adotado saber sobre sua condição tão logo possível. A psicologia já nos vem orientando a respeito a muito tempo, indicando livros de estórias a respeito do tema e oferecendo suporte para o assunto. O colapso nervoso de Hanah está relacionado ao fato de não saber quem de fato é. Dados clínicos nos mostram que a “mentira” dentro do contexto familiar, principalmente quando esta encontra-se atuando sobre a negação das origens de uma criança, atua como um fator que leva a situações patológicas.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Click

ClickASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, valores, auto-suporte, momento presente, controle, conceitos gestálticos.
SINOPSE
Michael Newman (Adam Sandler) é casado com Donna (Kate Beckinsale), com que tem Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann) como filhos. Michael tem tido dificuldades em ver os filhos, já que tem feito serão no escritório de arquitetura em que trabalha no intuito de chamar a atenção de seu chefe (David Hasselhoff). Um dia, exausto devido ao trabalho, Michael tem dificuldades em encontrar qual dos controles remotos de sua casa liga a televisão. Decidido a acabar com o problema, ele resolve comprar um controle remoto que seja universal, ou seja, que funcione para todos os aparelhos eletrônicos que sua casa possui. Ao chegar à loja Cama, Banho & Além ele encontra um funcionário excêntrico chamado Morty (Christopher Walken), que lhe dá um controle remoto experimental o qual garante que irá mudar suaa vida. Michael aceita a oferta e logo descobre que ela realmente é bastante prática, já que coordena todos os aparelhos. Porém Michael logo descobre que o controle tem ainda outras funções, como abafar o som dos latidos de seu cachorro e também adiantar os fatos de sua própria vida.
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O OLLHAR DA PSICOLOGIA
Eu já tinha assistido ao filme, mas por tê-lo feito muito antes de criar Psicologia & Cinema, não tinha ainda pensado na possibilidade de postar a respeito. Recentemente, encontrei um recado com questões sobre Click e o encarei como uma sugestão. Portanto, após rever o filme, dou asas às minhas percepções e compartilho com vocês. A primeira coisa que me veio a cabeça tem a ver com uma mensagem divulgada no facebook recentemente, afirmando algo semelhante ao tema principal do filme.

O Monge

Poster de O Monge ASSUNTO
Dogmas religiosos, dualidade, incesto, culpa, segredo, relações sociais e sexualidade.
SINOPSE
2012 - Adaptação do famoso romance gótico por Matthew G. Lewis, publicado em 1796. “The Monk” conta a história trágica da scensão e queda de um monge capuchinho na Madri do século XVII. Abandonado ainda bebê nas escadarias de um monastério e criado segundo a rígida ordem dos capuchinhos, Ambrósio se tornou o pregador mais famoso do país. Enquanto grandes multidões vêm de todo os cantos para ouvir seus sermões impressionantes, o sucesso dele é amargamente invejado por outros monges do monastério. Convencido de sua virtude e retidão, o irmão Ambrósio acredita ser imune à tentação... Até que eventos misteriosos começam a aterrorizar o monastério. Seguro quanto as tentações e os poderes do Diabo, ele enfrenta a discordância para acolher Valério (Déborah François), vítima de um acidente, na instituição. Enquanto eventos misteriosos começam a acontecer no local, ele descobre que o jovem, que protege o rosto mutilado com uma máscara, tem o dom de aliviar a dor. Juntos, eles acabam formando uma sinistra parceria que mudará para sempre as suas vidas.
  TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Não é o estilo de filme que eu gosto e devo confessar que tentei assistir duas vezes antes de conseguir completar a façanha. Indicado por uma colega, que relatou como uma experiência fascinante, esforcei-me para apreciar algo no filme. Ainda que não tenha me causado nada próximo ao fascínio, compartilho alguns aspectos  percebidos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Keith

ASSUNTO
Adolescência, diferenças, doença terminal, relações familiares, afetivas e sociais.
SINOPSE
Natalie Anderson  é uma garota de dezessete anos com a vida aparentemente perfeita, que passa a maior parte de seu tempo jogando tênis para ingressar na Duke, uma faculdade bem conceituada, mas a bola de cristal que Natalie vive se quebra, quando ela conhece seu parceiro de laboratório Keith um rapaz problemático que vive com uma caminhonete amarela e tem uma vida bem diferente da dela. Sua mãe morreu e ele vive sozinho com o pai, por isso Keith criou um mundo de fantasia para fugir do real o que vai deixar Natalie e todos a sua volta muito atormentados.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Embora Keith e Natalie sejam de Universos diferentes, ela já fazia parte do mundo dele desde a peça encenada na escola quando eram menores. Ele nos é apresentado na cena com o aquele que aparenta ser terapeuta, quando se despede anunciando que irá se divertir com a moça. Considerado “esquisito” pelos colegas, ele se aproxima de forma inusitada, se tornando seu parceiro na aula de química. Aos poucos, ele vai invadindo o mundo de Natalie, transformando aos poucos o universo dela.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O homem sem face

ASSUNTO
Família monoparental, amizade, relações afetivas e familiares, relação professor-aluno, relação terapêutica e segredo familiar.
SINOPSE
1993 - Em 1968, Chukc Norstad é um menino órfão de pai e que vive com a mãe e duas meio-irmãs, filhas de pais diferentes, num estranho  ninho familiar. Sua mãe (Margaret Whotton) coleciona fracassos conjugais e uma de suas meias-irmãs, Gloria (Fay Masterson), mostra-se agressiva com ele. Ele é angustiado pois não sabe ao certo porque seus pais se separaram e como ele morreu, e deseja ardentemente sair de casa e entrar para uma academia militar e se tornar piloto. Para Chuck, só há uma alternativa: ingressar no colégio militar. O garoto é reprovado no exame preparatório mas ninguém de sua família se importa. Durante o verão, ele conhece o ex-professor Justin McLeod, que foi desfigurado por um acidente automobilístico e vive retirado, evitando os vizinhos,  recluso num lugar apelidado pelos moradores de "ilha do monstro". Após acidente de carro dez anos antes e no qual ficara com parte do corpo com cicatrizes e metade do rosto desfigurado.  O ex-professor rejeita qualquer contato com o menino, mas depois decide ajudá-lo a se preparar para o exame. Ao concordar em lhe dar aulas  os dois iniciam uma amizade que logo será conturbada em função de acontecimentos do passado.  A amizade entre os dois trará a tona fatos do passado de ambos…
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Chukc é um pré-adolescente que sente-se deslocado em seu meio familiar. Considerado “diferente” pelos outros e por si mesmo, ele sonha em se tornar uma figura notória por seus próprios méritos . Talvez, por sentir-se rotulado, seja atraído por outro personagem também considerado diferente em sua comunidade: o professor “monstro”. A evolução dessa amizade

domingo, 29 de julho de 2012

A beira da loucura/Clube dos suicidas

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ASSUNTO
Suicídio, depressão, borderline, relações familiares, afetivas e sociais, psicodiagnóstico, relação terapêutica.
SINOPSE
Jonathan, é um rapaz que tem tudo para vencer na vida. Dinheiro, saúde, juventude, beleza... Não foi à toa que todos se surpreenderam quando ele pegou seu carro e se atirou do alto de um penhasco. Jonathan escapou da morte por um milagre, e agora recebe ajuda do Dr. Figure, um homem experiente, capaz de enxergar além das aparências do jovem revoltado. Ao entrar em contato com suas próprias angústias, Jonathan agora precisa desesperadamente compreender a si mesmo. Mas não sem antes se apaixonar pela enigmática Rachel. O drama mostra momentos limítrofes na vida de diferentes personagens. Todos são pacientes suicidas em recuperação, que chegaram próximos da morte e que agora tentam achar um novo rumo na vida. Entre eles está Jonathan, vivido por Cillian Murphy, que não quer facilitar em nada o trabalho de recuperação. Ele tentou se matar jogando o carro de um precipício logo após a morte do pai alcoólatra. A trilha sonora traz uma coletânea de músicas melancólicas, sobre a tristeza de viver, interpretadas por bandas famosas como The Jam e Pixies. Exibido na TV com o título "Clube dos Suicidas".
TRECHO DO FILME LEGENDADO
O OLHAR DA PSICOLOGIA
2001 - Jonathan perdeu a mãe aos 10 anos e seu pai alcoólatra acaba de falecer. O filme começa no enterro, quando o rapaz já apresenta um comportamento alterado. Depois da tentativa de suicídio, ele é levado a uma instituição psiquiátrica e se junta a um grupo de suicidas. Resistente à terapia no início, o paciente inicia um processo de vínculos com os outros e aos poucos vai conhecendo outros sofrimentos que podem também levar ao suicídio. O psiquiatra ou terapeuta conduz o grupo, evitando medicação, com o objetivo de recuperar o interesse deles pela vida. Através desses vínculos, Jonathan desperta para além de suas questões, se encantando por Rachel, que além de suicida, se autoflagela na sua presença.