segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Vida que segue

clip_image001 ASSUNTO
Luto, relações afetivas, sociais e familiares.
SINOPSE
Nos meses anteriores ao seu casamento com Diana Floss (Careena Melia), Joe Nast (Jack Gyllenhaal) está morando com os pais daquela que foi sua noiva. Quando Diana é assassinada, ele se vê em uma situação estranha sua relação aos pais dela, Ben (Dustin Hoffman) e Jojo (Susan Sarandon). Todos os três têm de lidar com a tragédia e, junto com a procuradora do Estado, discutir ações legais sobre o caso. Joe faz o que pode para atender a expectativa de todos, lutando contra o sofrimento da perda e lidando com o novo relacionamento que terá pela frente com seus sogros. O casal Floss adora Joe, mas a tristeza e o luto de todos prejudicam a conexão natural que poderia existir entre eles. Quando Joe se apaixona por outra mulher, ele terá de encontrar uma fórmula para seguir o seu coração e não magoar os pais de sua ex-noiva.
CENAS DO FILME
OLHAR DA PSICOLOGIA
O luto já foi tema de diversos filmes. Neste caso, o foco está na elaboração do luto dos pais, que evitam enfrentar a perda da filha, quando resolvem “adotar” o suposto genro como filho. O filme nos trás diversas situações possíveis em dramas semelhantes. Enfrentar a perda de um filho é sempre mais doloroso do que o contrário, a perda dos pais. De fato, ainda que qualquer perda de entes queridos provoque reações inimagináveis, o filho, partir antes dos seus genitores, é um acontecimento inesperado. Ainda assim, Ben e Jojo decidem adotar um comportamento racional, se distanciando da dor profunda que a tragédia provocou. O suposto noivo, por sua vez, além de viver seu próprio luto, se deixa envolver no estranho jogo, tentando viver de acordo com as expectativas do casal. Os três se relacionam de forma artificial, tentando camuflar culpas, dores e segredos. Fugir da realidade transforma a rotina de todos em sucessivas cenas artificiais que não podem durar para sempre. Novos acontecimentos acabam provocando mudanças na situação, fazendo com que cada um precise enfrentar a própria realidade.
Quando Joe encara o momento presente com autenticidade, ele também favorece o enfrentamento e a elaboração do luto de todos. Segredos e culpas são libertados, já não são mais um peso a ser carregado. A dor e a tristeza pode então seguir seu curso, aos poucos as lembranças ocupam o espaço. A negação, tão comumente encontrada em situações de luto, pode durar muito tempo, às vezes resultando em doenças (físicas e psicológicas). Nem sempre a pessoa se dá conta de como está funcionando. A elaboração de um luto é sempre muito difícil e é importante saber quando pedir ajuda, procurando um profissional qualificado ou outro tipo de auxílio. O mais importante é reconhecer um caminho diferente do que tem trilhado até então, descobrir algo em que acredite. Nem sempre, como no filme, um acontecimento surge para provocar a mudança necessária no sistema familiar. A sensação de perda de sentido para as coisas pode trazer prejuízos maiores. Procurar algum tipo de suporte psicoterapêutico é recomendado. Ainda que seja prioritára a reconfiguração familiar após uma perda, o drama deixa em aberto o caminho dospais.  Entretanto, Joe abre novas possibilidades ao enfrentar a verdade e seguir seu caminho, se libertando da paralização que tinha o envolvido até então. Os diálogos oferecem algumas pistas do desdobrar dos acontecimentos. Aliás, muitos diálogos nos ofertam momentos de reflexão, recomendo!




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