sábado, 26 de janeiro de 2013

O lado bom da vida

clip_image001ASSUNTO

Família disfuncional, TOC, Transtorno Bipolar, compulsão sexual, relações familiares, afetivas e sociais.

SINOPSE

Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu absolutamente tudo na vida: sua casa, o emprego e a esposa. Deprimido, ele vai parar em um sanatório, onde fica internado por oito meses. Ao sair, Pat passa a morar com os pais e está decidido a reconstruir sua vida, o que inclui retomar o casamento, passando por cima de todos os problemas que teve. Entretanto, seu novo plano muda por completo quando ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma garota misteriosa que também tem seus problemas. É ela quem consegue fazer com que Pat mais uma vez se reconecte com a vida.

Na trama, acompanhamos um homem com sérios problemas emocionais que pegou a mulher o traindo com um homem mais velho e as consequências disso foram internação e distância da família. Algum tempo depois, tentando superar seus problemas, o problemático homem volta para casa e conta com o apoio da família, dos amigos e de uma moça que conhece por acaso. Entre danças e promessas uma amizade vai se construindo sob pilares genuínos, com verdade e sem segundas intenções, pelo menos não a princípio.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA

O transtorno bipolar do humor já foi retratado em outros filmes, mas aqui temos outras particularidades, não só deste diagnóstico, mas de outras formas de reagir aos conflitos existenciais. O foco da trama é a estória é sobre Pat, que acabou de sair da clínica psiquiátrica, onde foi internado por ter batido no amante de sua esposa. Ele descobriu que era um bipolar não-diagnosticado, mas se recusa a se medicar. Além de estar obcecado com a ideia de reconquistar sua esposa, ele tem que enfrentar o preconceito, o medo e o desprezo de vizinhos e amigos. Durante sua jornada de recuperação, conhece uma garota chamada Tiffany, que também se encontra em uma etapa difícil. Após se tornar viúva, ela desenvolve compulsão sexual, adquirindo um comportamento promíscuo que lhe traz má fama. Para ambos houve um conflito insuportável como agente provocador do desequilíbrio, ponto que tanto os atrai quanto repele a ambos. O pai do protagonista é um senhor de meia idade viciado em apostas, que acredita seriamente que alguns resultados de jogos são influenciados pela presença ou não de alguém na sala ou acontecimentos importantes que ocorram simultaneamente ao jogo. Além de arriscar a estabilidade familiar com apostas, o provedor da casa apresenta alguns sintomas de TOC. O descontrole emocional é frequente mas não é restrito ao protagonista.

O espectador é mergulhado nas neuroses, agitações, hiperatividades do protagonista, que discute Hemingway, às três da manhã, com o pai. O filme indica os diversos rótulos usados para reduzir uma pessoa a um defeito, sintoma ou diagnóstico, esquecendo que por trás existe um ser singular e único, que não pode ser reduzido a qualquer rótulo. Ao abordar os sintomas da bipolaridade, são evidenciados tanto os episódios de euforia quanto os de depressão. A trama, de fato, personifica na tela os sentimentos internos de diferentes personagens. Aos poucos, identificamos mania, obsessão, compulsão, euforia, descontrole e depressão. De quebra, o enredo evidencia a família disfuncional como fundo. Está tudo lá, durante o processo de Pat, que através do encontro com Tiffany, vai lentamente se des-cobrindo. Interessante destacar a importância da arte - a dança – durante o processo, que se revela terapêutico para ambos. Como não poderia deixar de ser, o desfecho retorna ao previsível final feliz dos filmes. Confira!

Patrícia Simone

Pat  sempre esta vestido com um saco plástico preto, desses usados para jogar lixo. Em uma analogia podemos perceber que a corrida é a fuga realidade, e o lixo é a exteriorização do que ele sente por dentro. Já não bastassem seus problemas habituais de saúde, que em nenhum momento há a negação desses problemas, o rapaz ainda tem que viver em um mundo que lhe vê como um monstro. Leia o artigo completo de Rodrigo Santuci clicando aqui.

10 comentários:

  1. Esse filme é maravilhoso! ótima postagem! ;)

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    1. Lamento a demora, só recentemente, descobri que existiam varios comentários numa caixa de spam, que ignorava a existência. Antes tarde, do que nunca, gratidão por sua participação!

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  2. Eu amei a história. Eu sou definitivamente um fã Bradley Cooper e seus filmes não me perder, embora alguns são muito mal feitas. Pela maneira, recentemente eu vi americana Sniper, uma proposta que eu recomendo muito para ver.

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    1. Lamento a demora, só recentemente, descobri que existiam varios comentários numa caixa de spam, que ignorava a existência. Obrigada por sua participação, estou retomando aos poucos.

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  3. Eu simplesmente AMO " O Lado Bom da Vida", mas não muito pelo Pat e sim pela Tiffany. Como a personagem é verdafeira em suas nuances, apesar de a história ser ficticia e adaptada de um livro. Uma traumatizada, com uma carga de tragédia enorme, se agarrando à uma compulsão causada pelas circunstâncias do trauma para ir prosseguindo, mas que se aceita como portadora de um disturbio, se trata, e ainda luta para conquistar o alvo que já não se enquadra em sua compulsão, é algo verdadeiro. E suportando a aparente distância que este lhe dá. Como está bem a Jennifer Lawrence nesse papel! Outra não daria relevância a Tiffany. AMO!

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    1. Lamento a demora, só recentemente, descobri que existiam varios comentários numa caixa de spam, que ignorava a existência. Muito interessante seu olhar, obrigada pela participação, volte sempre!

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  4. Sim, o transtorno de Pat é o núcleo central do filme. Aparentemente. Porque tanto no livro quanto no filme, apesar de, como sempre, um não ser exatamente como o outro ( até porque a linguagem cinematográfica e a literária são diferentes) , Tiffany apresenta mais nuances, é traumatizada, se agarra a uma compulsão para suportar a dor. Aprendeu que deve haver um enfrentamento de dificuldades, o faz de maneira claudicante e sofrida, mas precisa prosseguir. Pat, o afeto, é a verdade no meio de sua luta. Tiffany, sem trocadilhos, corre por fora e se torna a improvável protagonista, pela riqueza de nuances, oque rouba a cena. Um componente importante para alguém com transtornos ela tem: se aceita e se trata.

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    1. Estou adorando suas participações, que alimentam nossa proposta inicial de troca das diferentes percepções. Obrigada!

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    2. Lamento a demora, só recentemente, descobri que existiam varios comentários numa caixa de spam, que ignorava a existência. Não há elemento sufuciente para fechar um diagnóstico claro, entretanto, os recortes da trama sugerem algum tipo de trauma, a partir da perda do marido. Não há elementos suficientes para fechar um diagnóstico, somente a informação de seu descontrole após a perda do marido. Obrigada pela participação,, volte sempre!

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