Saúde mental, psicodiagnóstico, relações sociais, afetivas e familiares, esquizofrenia, reforma psiquiátrica.
SINOPSE
Nello, um sindicalista afastado do sindicato por suas ideias avançadas, se vê dirigindo uma cooperativa de doentes mentais, ex-pacientes dos manicômios fechados pela Lei Basaglia. Acreditando firmemente na dignidade do trabalho, ele convence os sócios (doentes mentais) a substituir as esmolas assistencialistas por um trabalho de verdade, inventando para cada um, uma atividade incrivelmente adaptada às respectivas capacidades, mas indo também de encontro às inevitáveis e humanas contradições.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Um filme que consegue ser comédia, drama e retratar a história, é mesmo sensacional! Para quem é da área de saúde, o filme é uma aula sobre a reforma psiquiátrica italiana, conhecida como psiquiatria democrática. A negação da psiquiatria que aprisionava em manicômios, faz com que o movimento, iniciado por Baságlia, priorize a inclusão do diferente na sociedade. Baseada em fatos reais, a trama gira em torno do encontro de um sindicalista, que defende suas ideias cooperativistas, e, um grupo de doentes mentais, que foram beneficiados pela recente reforma do sistema de saúde mental italiano, promovida por Franco Baságlia. De fato, o sindicalista nada sabia sobre a reforma psiquiátrica, conforme pode ser visto na cena em que o psiquiatra pergunta a respeito. No entanto, suas ações junto aos ditos “loucos”, ainda que por outras razões, acaba por ser a prática do pensamento da reforma, visto que prioriza a inclusão. Para o sindicalista, é a oportunidade de colocar em prática suas ideias cooperativistas, e, consequentemente, ele dá lugar para a singularidade de cada paciente. Eles se tornam sócios da cooperativa, saem da invisibilidade, encontram um lugar. Através do voto, cada sócio participa, encontrando seu valor no ato. Por outro lado, o diretor motiva e valoriza a singularidade de cada um, fazendo com que eles possam participar com suas próprias possibilidades. A oportunidade de ser ouvido faz com que as questões particulares e gerais encontrem espaço. Sendo assim, logo a trama tem a chance de discutir questões, que podem abranger outros segmentos da sociedade.
A medicalização, muitas vezes reveladas como forma de aprisionamento do ser, é a queixa dos pacientes no filme e hoje se revela como foco de discussão em outras formas de estar no mundo. Há séria discussão no que se refere, por exemplo, ao diagnóstico e medicalização de crianças com TDAH (Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade), ou, com a força da indústria farmacêutica frente aos desconfortos da vida. Há remédios para qualquer mal, para a beleza, juventude, dor, ou como tristeza, beleza, envelhecimento e etc. A sexualidade é também discutida no filme de forma muito bem humorada, sem deixar de destacar sua importância para qualquer ser humano. Há também uma dura crítica a qualquer fórmula de rótulos, evidenciando o prejuízo que qualquer tipo de conceito antecipado (preconceito, rótulo, categorização), que pretenda aprisionar, pode causar ao ser humano em geral. Escrevi sobre o assunto no blog, para ler clique aqui.
O longa retrata a história, nos faz rir, chorar e, principalmente, refletir sobre o quanto ainda repetimos os mesmos erros em pleno século XXI! Eu tive a oportunidade de trabalhar com saúde mental, experiência que muito me encantou. O que mais aprendi sobre a luta antimanicomial é que ela está ainda engatinhando. A sociedade não tem noção de que existam pessoas por trás de rótulos, indivíduos que precisam apenas saber que existem. Não é raro lermos em jornais ou assistirmos na TV algum ato violento estar associado à loucura. Desta forma, não é difícil generalizar a informação, considerando que a pessoa portadora de transtorno mental é perigosa. A falta de informação e debate resulta em discriminação, o que contamina a todos. Assim, qualquer diferença precisa ser aprisionada a um rótulo e medicada, não serve ao sistema! De fato, não é só de loucura que trata o filme, há muito mais, todos precisamos ter a sensação de pertencimento, de ser reconhecido em nossa singularidade.
O longa retrata a história, nos faz rir, chorar e, principalmente, refletir sobre o quanto ainda repetimos os mesmos erros em pleno século XXI! Eu tive a oportunidade de trabalhar com saúde mental, experiência que muito me encantou. O que mais aprendi sobre a luta antimanicomial é que ela está ainda engatinhando. A sociedade não tem noção de que existam pessoas por trás de rótulos, indivíduos que precisam apenas saber que existem. Não é raro lermos em jornais ou assistirmos na TV algum ato violento estar associado à loucura. Desta forma, não é difícil generalizar a informação, considerando que a pessoa portadora de transtorno mental é perigosa. A falta de informação e debate resulta em discriminação, o que contamina a todos. Assim, qualquer diferença precisa ser aprisionada a um rótulo e medicada, não serve ao sistema! De fato, não é só de loucura que trata o filme, há muito mais, todos precisamos ter a sensação de pertencimento, de ser reconhecido em nossa singularidade.
Para saber mais, leia a resenha clicando aqui.
Eu vou assistir esse filme, e fazer uma resenha sobre ele, me parece que ele é muito bom além de ser muito importante para o curso de psicologia. ainda mais quando falamos da reforma manicomial, lutando contra as praticas de tortura e o reconhecimento do sujeito a ser tratado.
ResponderExcluirQue legal! Por favor, compartilhe, assim que o fizer. Obrigado pela participação, volte sempre!!
Excluirboa noite
ResponderExcluirapesar de ter que ler a legenda o filme e mito bom e como diz o titulo da para fazer, nada e impossivel desde que tenha uma forma de trata os internados, deixa a discriminaçao de lado o preconceito e trata-los como seres humanos que sao, que precisam se sentir uteis.
Ana Paula,
ExcluirMuito legal sua sacada, de fato, resumidamente, o grande tema do filme é DÁ PARA FAZER, basta começar. Isso vale pra tudo, né? Obrigada por sua participação, volte sempre!
Precisava de uma base teórica, estou bem perdida, alguém teria uma ideia bacana para citar no meu relatório?
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