sexta-feira, 23 de agosto de 2013

English, Vinglish

clip_image001 ASSUNTO

Preconceito racial, linguístico e sexual, auto-estima, relações familiares, afetivas e sociais.

SINOPSE

É um filme indiano de 2012 e escrito e dirigido por Gauri Shinde. O filme mostra a história de Shashi, interpretada por Sridevi, uma dona de casa indiana conservadora, que ainda segue alguns costumes tradicionais e só se comunica em híndi, o que dificulta sua convivência social, pois a esmagadora maioria da população indiana fala inglês usualmente. A partir dessa premissa, acompanhamos a viagem de Shashi, sem sua família, a Nova York para ajudar nos preparativos do casamento de sua sobrinha. As circunstâncias forçam-na a afirmar sua independência, inscrevendo-se em um curso de inglês e provando ao mundo que ela é tão capaz quanto qualquer outra pessoa. È possível encontrar o filme online ou para baixar em sites como telona.org.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA

Ainda que o filme trate de uma temática bem específica, ao focar a questão da língua inglesa substituindo a língua nativa, há também um tema universal em voga. Aqui, falamos de nossas formas tradicionais de funcionar no mundo. Quantas pessoas teimam em seguir um “livro de receitas” de como viver, mantendo tradições muitas vezes ultrapassadas. Novos conceitos nos invadem a cada momento, mídias diretas e indiretas repletas de informações. Se, por uma lado, alguns tratam de aparelhar-se com o que tem de melhor em termos de comunicação, outros preferem confiar nas antigas formas de acessar informações. Existem ainda aqueles que simplesmente se fecham dentro de suas certezas tradicionais, não aceitando qualquer mudança. Quantas esposas escolhem viver o papel de “boa dona de casa e mãe” e se esquecem de prestar atenção nos próprios filhos e nas mudanças da vida? Não há receita! Não creio que podemos julgar quaisquer dessas escolhas, pois qualquer extremo nos convida ao desequilíbrio. Sashi é uma dona de casa que preza pelo tradicional, entretanto, acaba por esbarrar em obstáculos sociais que tornam até mesmo suas relações familiares bastante prejudicadas.

Ao se deparar com uma realidade tão diferente da sua, ela se desespera, sente-se perdida, sem chão. Ao enfrentar um universo desconhecido e capaz de provocar-lhe um sentimento de inadequação maior do que já sentia, ela decide mudar o rumo de sua história. As dores e descobertas do caminho tornam sua viagem uma jornada pessoal. Faço um parêntese para destacar o quanto as viagens podem ter um funcionamento terapêutico para qualquer pessoa. Conhecer outras culturas, línguas, costumes, nos dão a oportunidade de ampliar nossos horizontes, flexibilizando nossas formas de ver o mundo e promovendo saúde. Costumo indicar um programa da TV Bandeirantes chamado: O MUNDO SEGUNDO OS BRASILEIROS, que explora, a cada programa, uma cidade diferente. É possível encontrar no You Tube alguns episódios, nos oferecendo uma perspectiva diferente daquela conhecida pelos passeios turísticos. É sabido que o contexto no qual o sujeito está inserido é muitas vezes o que promove diferentes quadros de sofrimento emocional. Quanto mais fechado for este ambiente, menor será o número de contatos nutritivos, o que faz com que as opções de escolhas se tornem ainda menores, podendo nem ter opção disponível. Então, conhecer outras formas de ver o mundo nos amplia a capacidade de escolhas, os pré-conceitos diminuem. Assim ocorre com a personagem, que tem em seu novo curso de inglês contato com pessoas de nacionalidades diversas, portanto diferentes culturas. Durante o curso, Sashi também tem a oportunidade de descobrir-se, tornando possível novas escolhas, mesmo que esta seja permanecer em seu universo, só que agora como uma escolha consciente. A necessidade da sensação de pertencimento ultrapassa a sua cultura, quando descobre que também é possível pertencer a si mesma. Vale a pena conferir!

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