sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ensina-me a viver

ensina-me a viver ASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, auto-suporte, adolescência, terceira idade.
Uma colega me chama no face book, ainda extasiada com o filme que tinha visto na véspera. Recomendando “Ensina-me a viver”, relata a experiência deliciosa de contatar a película. Imediatamente assisto e sou tomada por diversas emoções. Ela tinha razão, o filme é imperdível, extremamente atual, ainda que seja de 1971. O filme fala de pessoas, relações, vida e morte, de uma maneira humana e profundamente real. Contrastando Morbidez X vivacidade, Burguesia x anarquia, dependência e liberdade, vida, identidade, e muito mais. O filme nos agracia com perspectivas divertidas e emocionadas provocando-nos questionamentos sobre nossas certezas, conceitos e pré-conceitos. Vale a pena conferir!
O contraste é a marca principal do filme. Afinal, a abordagem da vida e da morte é feita de uma maneira diferente, apresentando comicamente o drama psicológico através do relacionamento entre gerações normalmente conflitantes. Maude acredita que pode lhe mostrar seu direito à liberdade, tão prejudicado pelo autoritarismo da mãe. A rebeldia de Harold é demonstrada por sua hilária obsessão pela morbidez. Impregnando-se de um inconfundível humor-negro, o jovem termina por fazer coisas inusitadas
Na época foi considerado uma comédia de humor negro. Porém, é um filme existencialista, meio sartreano, considerado cult pelos críticos: Harold é a morte, Maude é a vida – simples assim. Como pano de fundo, a guerra do Vietnã, que já era considerada sem sentido, contrastando com a 2ª Grande Guerra representada pela personagem de Maude – intenção do diretor.Uma comédia romântica que não tem pieguice nem grandes arroubos de paixão – ao contrário: os personagens vão se desenvolvendo com a naturalidade dos esquecidos, dos que não se encaixam na “normalidade”, dos párias que se juntam, se aquecem, se auxiliam e a ligação está feita. Para quem gosta de humor negro, é diversão garantida. Entretanto, é um filme que fala da alteridade de cada um – e sua unicidade consequente. Pura ternura, puro aprendizado, delicadeza na mão de um diretor que sabia o que estava fazendo.Leia mais clicando aqui
"Ensina-me a viver" é uma cativante lição de vida, narrada com a alegria bizarra de uma comédia negra. Harold é um jovem de vinte anos que tem uma paixão macabra pela morte e todas as suas formas de manifestação. Diverte-se fingindo suicídios cujas encenações não conseguem atrair a atenção de uma mãe distante. Gosta de assistir a funerais bem como a outras formas terminais de destruição, como a demolição de prédios. (...) A cena de abertura é hilariante, quando a mãe entra na sala e, com uma indiferença perturbadora, ignora o filho que jazia suspenso no ar, enforcado, fazendo o seu telefonema sem alterar a postura. Ela já conhecia a arte do filho, mas nós não, era o nosso primeiro encontro e todo aquele ritual de preparação do suicídio parecia-nos demasiado real, para ser interrompido assim, tão levianamente. (...). No psiquiatra, Harold deita-se no divã como um morto no seu caixão, a ouvir as palavras inconsequentes do especialista. (...). A solução da carreira militar ficou comprometida após a encenação com a cúmplice, Maude, de uma peça em que ele demonstrava perante o tio todo o seu desejo entusiasta de combater para poder dar largas à sua veia de carrasco inquisitorial. O tio assustou-se com tanta dedicação. Mas, falta falar de Maude... Maude é uma velha senhora de 79 anos que, ao contrário de Harold, nutria uma paixão sem limites pela vida. As suas histórias cruzaram-se durante uma das cerimónias fúnebres que os dois frequentavam assiduamente, embora por motivos diferentes. (...) Para ela, a morte era encarada com a alegria natural de quem já gozou o máximo. É esta alegria que ela vai transmitir a Harold, o desejo de viver, de ganhar asas e aproveitar a curta passagem por este mundo... Estas duas excêntricas personagens vão acabar por cimentar uma forte amizade. Maude ensina a Harold a ver a vida através dos seus olhos apaixonados e ele acaba por descobrir que a amava (à vida e a Maude). (...) No dia em que completava 80 anos, Maude decide concretizar o que um dia se propusera: a vida tem beleza enquanto há energia para desfrutá-la; 80 anos era uma bonita idade para completar em glória esta aventura. Tomou comprimidos suficientes para não voltar a acordar e partiu... Harold guia o carro descontrolado em direcção a um precipício. Um carro num mergulho mortal caicom estrondo pelas encostas escarpadas. Lá em cima uma silhueta toma forma até vermos Harold que, pela última vez, simulou um suicídio. Ele abandona a cena a tocar o banjo que Maude lhe dera.
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Outra qualidade de Ensina-me a viver: o filme não é apenas uma comédia, também consegue fazer um painel social muito eficiente, principalmente da sede de sangue do tio, do passeio no hospital (reparem o doente caindo, sem ninguém socorrê-lo), dos conselhos imbecis, do psiquiatra (que afinal faz a piada inevitável –“nesta sociedade freudiana espera-se que os rapazes se apaixonem pela mãe, mas você foi apaixonar-se por sua avó”) e principalmente de um grande momento de estupidez - o discurso do padre (em que o ator consegue passar toda a hipocrisia). Como comédia social, o filme está somente a um passo de Pequenos Assassinatos (Little Murders, 1971, de Alan Arkin, baseado em peça de Jules Feiffer). Como psicológica, é igualmente funcional. Explica o comportamento suicida de Harold apenas com discrição, sem exageros ou clichês. Leia mais clicando aqui
CRÍTICA

SINOPSE
O relacionamento entre um rapaz de 20 anos com obsessão pela morte, que passa seu tempo indo a funerais ou simulando suicídios, e uma senhora de 79 anos encantada com a vida. Eles passam muito tempo juntos e, durante esta convivência, ela expõe a beleza da vida. Ele decide se casar com ela, mas no entanto uma surpresa o aguarda, que mudará sua vida para sempre.
Órfão de pai, Harold tem 19 anos, uma mãe controladora ao extremo, um tio no exército e pertence a uma família americana rica e tradicional. Faz análise, é católico, já tentou o suicídio 15 vezes. Como diversão, vai a funerais e até dirige um carro funerário. Faz tudo isto para chamar a atenção da mãe, que é uma socialite fútil, mas só consegue fazê-la reagir com impaciência ou indiferença. Harold é parte de uma sociedade onde não tem lá muita importância e existencialmente não tem muito significado.Maude é uma senhorinha de 79 anos, austríaca, sobrevivente de um campo de concentração, viúva, que mora atualmente na América e adora funerais. Diz que 80 anos é a idade ideal para morrer – “75 é ainda muito jovem e 85 é perda de tempo”. Acredita que a vida deve ser vivida dia a dia por inteiro, sem restrições, sem tristezas. Vive uma vida cheia de significado e faz suas escolhas deliberadamente. Ela fará 80 anos na próxima semana.Esses dois seres se encontram em um funeral e daí nasce um relacionamento importante: ela o ensina a apreciar a vida e a ser liberto, a usar o tempo para fazer o melhor para si, o prazer da música e de cantar, a tocar banjo, a apreciar a arte. Enquanto isto, sua mãe o coloca em um programa nacional para arranjar-lhe uma noiva.Tornar-se mais próximo de Maude o faz querer casar-se com ela. Prepara então uma festa surpresa para o seu aniversário, quando pretende pedir-lhe em casamento. Enquanto dançam, Maude diz que tomou uma overdose de pílulas e que, por volta de meia noite, estará morta, reafirmando que 80 anos é a idade ideal para morrer. Leia mais clicando aqui
TRAILER

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