sexta-feira, 27 de maio de 2011

Jantar com amigos

jantar com amigos ASSUNTO
Relacionamento casal, relações afetivas, sexualidade no casamento.
A grande sacada do filme é fazer de uma situação informal (o jantar) o ponto de partida e o eixo principal de onde se desenrola toda a trama. Um casal serve de suporte psicológico para que o outro se analise. Interessante perceber no filme que cada qual ficou do lado de seu amigo em particular. Karen saiu em defesa de Beth e Gabe de Tom. E, esta forma instintiva e intuitiva de cada qual defender o próprio amigo, suscitou a útil oportunidade de ambos fazerem uma avaliação em seu papel de marido e mulher dentro do casamento. Infelizmente, com o passar dos anos, a tendência de marido e mulher é se tornarem, no casamento, mais amiguinhos do que amantes. Quando isso ocorre, há um esfriamento no aspecto sexual e afetivo. O que abre brechas para se tentar suprir estas carências fora da relação conjugal Dificuldades no casamento sempre existiram, separações estão ocorrendo a todo instante, mas, saber lidar com as crises e buscar ajuda para tentar recuperar o que se perdeu ou, pelo menos, preparar-se para a tomada de decisões sérias de maneira melhor embasada é o que nem sempre se vê. O filme contribui de forma muito positiva a se fazer uma auto-avaliação da relação conjugal e como cada parceiro tem sido afetado pelo peso do tempo na relação. A intensidade do amor, do sexo, das brincadeiras, do lazer, vai rareando com o tempo e o casal nem sempre se dá conta de que está faltando alguma coisa, embora, na prática, o relacionamento esteja mudado. Na análise da situação conflitante e desestabilizadora por que passam Tom e Beth, o filme propicia bons momentos para se avaliar a questão da afetividade entre um casal, a questão dos filhos, a questão da busca de um novo parceiro, os fatores motivadores de uma separação e como problemas não resolvidos, emoções não verbalizadas são acumuladas vindo a tornar-se explosivas em algum momento da relação. Na verdade, Gabe e Karen constituíam um casal normal, que amadureceu, envolveu-se com o trabalho, cuidou da educação dos filhos, fazia excelentes refeições, mas que afastaram-se afetivamente um do outro. No auge da avaliação, deitados na cama, entre a leitura ou outra de um parágrafo de livro que cada qual lia, ela desabafa sua decepção com o relacionamento dos dois do ponto de vista da sexualidade: “Não tem saudades de mim? Não sente mais falta de mim?” E conclui não compreender que milagre os mantivera unidos: “Não sei como não nos perdemos também!” É neste instante que Gabe se recorda do seu velho jogo de sedução e cortejo, da velha fórmula de flertar com a namorada e a põe em prática. O filme termina de forma bem romântica, sinalizando que nunca é tarde para redescobrir o que se perdeu no caminho e ajustar o casamento pondo em prática o perdão, a busca, o encontro e que nunca se é velho demais para experimentar a alegria do amor entre um casal que verdadeiramente decidiu construir uma vida a dois. Leia mais clicando aqui...
SINOPSE
Baseado na peça vencedora do Prêmio Pulitzer de Donald Margulies, Jantar Com Amigos é um filme honesto e muitas vezes engraçado que explora o lado doce e ao mesmo tempo amargo da amizade. Gabe e Karen formam um casal feliz. Há anos têm como melhores amigos Tom e Beth. Certa noite, quando preparam o jantar, recebem a notícia da separação, Tom trocara Beth por outra e estão se divorciando. Logo se sentem obrigados a tomar partido nesta batalha e à medida que a separação vai acontecendo, novos relacionamentos se formam e os dois resolvem fazer um balanço do próprio casamento e já não tem tanta certeza que são felizes com o que descobrem.
TRAILER (Inglês)

Encantadora de baleias

A encantadora de baleias ASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, cultura.
Neozelandês. Ao adaptar o livro baseado em uma lenda dos Maoris, a diretora conseguiu unir de maneira irrepreensível conflitos familiares, choque entre gerações e, especialmente, a luta de uma pessoa para mostrar que é forte o suficiente para enfrentar as regras estabelecidas. Encantadora de Baleia é um filme que utiliza as tradições de um povo para nos apresentar o belo drama de uma garota de 11 anos que tem que lutar contra o descrédito de seu avô e, ao mesmo tempo, conseguir um modo de impedir que sua comunidade fique cada vez mais desunida. É estranho percebermos que Paikea luta contra as tradições que a mantém à margem da sociedade para tentar salvar estas mesmas tradições. Dolorosamente ciente de ter quebrado a linha de sucessão desejada - "meu irmão gêmeo morreu, e eu não", diz ela -, Pai tira incentivo e bom senso de sua avó, uma personalidade forte. A decepção de Koro começa com seus filhos. A geração de seus filhos é preguiçosa e se sente deslocada. Os garotos cresceram e viraram pais semi-ausentes. O pai de Paikea, que aprendeu a escultura tradicional dos maoris e virou artista plástico com carreira na Alemanha, se vê dividido entre duas culturas. Seu bem humorado irmão, Rawiri (Grant Noa), cresceu gordo e preguiçoso. Determinado a encontrar um novo líder para seu povo, Koro começa a ensinar a garotos da aldeia o que é preciso para ser guerreiro. Quando os pais dos meninos observam seus filhos cantando os cantos tradicionais, eles mostram sentir-se ao mesmo tempo orgulhosos e envergonhados. Os atores deixam isso claro sem qualquer diálogo. O que move a história é uma conexão profunda com a terra e o mar. Este, alternadamente azul turquesa e cinza, é um personagem essencial na história, assim como o são as baleias que se comunicam com Paikea. O grande conflito nasce do amor genuíno que a criança sente pelo avô. Rejeitada de todas as formas (o desinteresse do velho pela criança transforma-se gradualmente em hostilidade aberta), Paikea vai tentar, de todas as formas, atrair a atenção do avô. Enquanto isso, o filme busca discutir assuntos mais nobres: menos a noção de família, e mais a maneira como os costumes ocidentais corrompem a pureza das comunidades mais primitivas.
Diversas questões são levantadas durante o filme. Sem dúvida a que mais chama atenção inicialmente diz respeito exatamente ao drama dos povos tribais. Estes temem perder os laços e a continuidade de sua cultura em um mundo cada vez mais consumista, individualista e globalizado. Mas o que significa manter as tradições? É mantê-las de forma inalterada, como a milhares de anos atrás, apenas porque “sempre foi assim”, e correr o risco de perder a sua verdadeira razão de ser, ou dar continuidade a ela com pequenas alterações, mas mantendo sua essência, significado e importância? O conflito central do filme é exatamente esse. Koro defendia sem perceber a permanência das alegorias, enquanto Pai almejava a continuidade da tradição. Mas as verdadeiras questões por trás do filme não dizem respeito exclusivamente aos maoris: são universais. Trata-se do processo de se aprender a viver, de se ter esperanças de dias melhores e de que sempre é possível recomeçar quando não esquecemos de quem somos e de que não estamos sozinhos. É isso que Pai traz a seu povo: uma nova chance de continuar e prosperar. A aldeia da menina é um lugar decadente e quase estéril no começo da película. Graças a Pai o lugar ganha um ar novo, como um jardim antes morto que agora tem grandes possibilidades de gerar novas e belas flores. Não que física e economicamente a aldeia mude num passe de mágica, mas o que muda é a perspectiva daqueles que ali vivem. Encantadora de Baleias é, enfim, uma sábia e belíssima fábula. Leia mais clicando aqui
SINOPSE
Os Whangara vivem, há mais de mil anos, numa bela e modesta vila na costa leste da ilha. Conta a lenda que um semi-Deus ancestral, de nome Paikea, chegou ali montado numa baleia. A partir daí, todo o primogênito de cada geração da linhagem ligada diretamente a ele, torna-se o líder da aldeia dos Whangara. Pelo menos, até hoje.A menina Pai é a sobrevivente de um parto complicado, que terminou com a morte de sua mãe e de seu irmão gêmeo, que assumiria o legado da família. Atormentado, o pai da menina parte sem destino, deixando a criança sob os cuidados do avô, Koro (Rawiri Paratene), o atual chefe da tribo. Entristecido pelo rompimento da linhagem, Koro cuida da neta com amor, mas mantém um certo distanciamento, afinal, sua missão na Terra era preparar seu sucessor e ele falhou, pois Pai não é o homem que era esperado. Quando Pai (Keisha Castle-Hughes) completa 11 anos, ela começa a tentar provar que talvez possa sim assumir o papel que seria de seu pai ou de seu irmão. Enquanto Koro, em busca de um futuro líder, ensina as tradições ancestrais aos meninos locais, Pai decide estudar por conta própria. Bisbilhotando as aulas do avô e com uma ajuda do tio, ela aprende danças, rituais e, principalmente, a lutar com a taiaha (bastão de guerra típico dos maori). Óbvio que tais estudos são completamente proibidos às mulheres. Mas se ela está cometendo o maior dos sacrilégios ou estabelecendo uma nova ordem para o povo milenar, só as baleias, os poderosos animais que deram vida àquela tribo, poderão revelar.
TRAILER

Diário de uma paixão

o diario de uma paixão ASSUNTO
Alzheimer, relações de casal e família, relações afetivas e sociais
O filme conta a linda história de um casal, em que, ela atingida pelo Mal de Alzheimer é convencida através da leitura do seu diário- por ele, a relembrar ou recordar a história de amor vivida pelos dois. A perseverança está na ida dele diariamente a clínica onde ela está internada para tratar da doença e ele ler para ela, relatando tudo que foi vivido por. É uma amor que transpõe obstáculos diários, onde o reconhecimento chega em poucos segundos e num estalo quando ele consegue com ela uma conexão com o presente, tudo volta ao esquecimento, pois ela se assusta por não reconhecê-lo e apavora-se diante do desconhecido.O amor é abnegado tanto pelo marido quanto pelos filhos e os netos que sabem que nunca serão reconhecidos, mesmo assim a visitam. Diário de uma Paixão retrata de forma bastante romântica a vida de uma pessoa com demência e de sua família. Como em muitos outros filmes que abordam o tema, a perda de memória é um dos poucos sintomas mostrados, e a reação da família à doença é sempre muito boa. O personagem de Duke, que fica pacientemente ao lado de Allie com a esperança de que ela recupere a memória,é bastante diferente dos familiares da vida real. Alguns estudos mostram que a família ou o cuidador, normalmente, se cansa e/ou perde a paciência com a pessoa doente, já que é preciso responder muitas vezes as mesmas perguntas e, às vezes, ainda ser acusado de mentiroso. “... Às vezes ela acabou de almoçar e ela diz que ninguém deu comida pra ela”, reclama um familiar. Um dos aspectos da perda de memória que é abordado no filme é o triste e comum fato de a pessoa doente não reconhecer os familiares próximos. A cena em que Allie não reconhece os filhos é muito tocante, e de forma sutil, mostra uma maior realidade com relação ao sofrimento dos familiares. “Ela não se lembra de nada, de nada, de nada, só do passado. Se você conversar com ela agora, nem dois minutos ela já esqueceu. Além disso, a cena mostra como os filhos de Allie discordam da atitude de Duke de morar na instituição só para ficar com ela, já que ela sequer lembra-se deles. Vemos nesse filme uma linda e emocionante história de amor, mesclada com uma triste realidade, mesmo que contada de forma romântica. Além do tema corriqueiro de amor impossível entre pessoas de classes sociais diferentes, e da distância da realidade quando o tema da demência é abordado, esse é um filme realmente emocionante, e sem dúvida vale a pena ser visto.
SINOPSE
Baseado no romance best-seller The Notebook de Nicholas Sparks, o filme Diário de Uma Paixão é uma história sobre oportunidades perdidas, amadurecimento e a força de um amor duradouro.
Quando a adolescente Allie Hamilton (RACHEL McADAMS) vai passar o verão com a família na cidade litorânea de Seabrook, na Carolina do Norte, nos anos 40, conhece o garoto Noah Calhoun (RYAN GOSLING), que mora na cidade. Noah sente que é amor à primeira vista. Embora a menina seja de uma família rica e ele seja um operário, os dois se apaixonam profundamente durante um verão repleto de emoção e liberdade.Eles são separados pelas circunstâncias - e pela súbita eclosão da Segunda Guerrra Mundial -, mas ambos permanecem assombrados pelas lembranças um do outro. Quando Noah volta para casa após a guerra, Allie se foi para sempre de sua vida, mas não do seu coração. Embora Noah ainda não saiba, Allie voltou a Seabrook, onde eles se apaixonaram. Ocorre que agora Allie está noiva de Lon (JAMES MARSDEN), um soldado abastado que conheceu quando foi voluntária num hospital. Décadas mais tarde, um homem (JAMES GARNER) lê um caderno antigo para uma mulher (GENA ROWLANDS) que visita regularmente no asilo. Embora a memória dela esteja prejudicada, ela se deixa envolver pela emocionante história de Allie e Noah - e por alguns breves momentos consegue reviver uma época de paixão e turbulência, em que eles juraram que ficariam juntos para sempre.
TRAILER

A rede social

a rede social ASSUNTO
Relações sociais, afetivas, ética, amizade, isolamento social, bullying virtual.
O filme começa com diálogos incessantes e pouco importa do que se depreende deles. O objetivo é entender que os jovens se interessam por informação - em grande quantidade, pouco importa sua qualidade ou profundidade. O mesmo se aplica aos relacionamentos, sejam amorosos ou simples amizades. Zuckerberg é uma figura paradoxal, é um jovem que utiliza o lado lógico em todas as suas ações, e logo no início do filme vemos ele e sua namorada terminando um relacionamento e ele não percebe a crueldade de suas palavras, sempre frias guiadas por suas razões, que mesmo refletindo a verdade magoam as pessoas. O Zuckerberg de “A Rede Social” é uma pessoa pouco, ou nada, sociável, o que torna irônico sair dela o nascimento de um site de relacionamento, um mecanismo que agrega as pessoas entre si, o que talvez venha de uma carência emocional, mas que para Fincher ainda é apenas o resultado de um gênio, ainda ferido pelo rompimento, mas com uma fome de criar. De dar um próximo passo. Seus dedos deslizam pelo teclado enquanto o resto da universidade curte suas festas privadas regadas a drogas, álcool e sexualidade à flor da pele, Zuckerberg parece não ter tempo para isso, e assim resolve criar sua própria festa, onde ele é o “cara” e não um atleta qualquer cheio de músculos. Antes chegar à rede social virtual triunfante, passa-se pelo fiasco que é a vida offline de Mark Zuckerberg. A desconstrução do mito do herói exerce aqui um exemplar genial no século XXI. Pode-se dizer que a sua sociabilidade deformada é proporcional à sua criatividade, talento empreendedor e facilidade em criar tecnologias (ainda criança, cedeu para a Microsoft um software para realizar downloads de mp3). Mark é um gênio e disso ninguém duvida, mas o próprio roteiro de Aaron Sorkin tenta se manter imparcial neste sentido, não o julgando como vilão, mas o apresentando como um jovem que se tornou bilionário a partir da criação de um site que vem crescendo ano após ano e expandindo as suas atividades para outros países. A história acaba sendo também sobre as relações cada vez mais vazias que começaram a ser criadas a partir da internet e das suas redes sociais. Em um determinado momento do filme, Sorkin apresenta a expressão “me adicione no facebook” como um bordão que havia se tornado sucesso entre os estudantes de Harvard e de outras universidades. A própria namorada de Eduardo Saverin se comporta de uma maneira completamente distorcida quando ele muda o “status do seu relacionamento” para solteiro no Facebook. As pessoas passaram a dar mais importância a conhecer outras pessoas e a se conectarem a elas, não mais pelo convívio pessoal, mas sim em estarem ligadas na internet. Dentro do Facebook, ou do Orkut, você pode ter 300, 400, 500 amigos. Mas quantos deles são realmente próximos a você? Quantos deles você realmente pode chamar de amigo? Por esta razão é emocionante a cena em que Eduardo Saverin, já movendo uma ação contra Mark Zuckerberg quando o brasileiro vê as suas ações sendo diluídas de 33% para 0.03%, pergunta a Mark por que ele havia feito aquilo com o único amigo que ele tinha. Eles eram amigos, por mais que Eduardo não conseguisse chamar a sua atenção e que Mark estivesse concentrado nos planos de expansão de Sean Parker. E a mesma emoção sentida nesta cena pode também ser sentida em outro momento, quando uma das advogadas de defesa diz a Mark que ele não é um babaca como as pessoas comentam ou falam, mas que ele vive se esforçando para se tornar um e deixar esta impressão nos outros. A Rede Social é um filme sobre ética e relacionamentos. A vida de Mark acaba sendo uma trágica ironia. Ele é um nerd socialmente excluído no selvagem sistema social dos universitários de Harvard, que sonha com popularidade. No entanto, a obstinação de Mark pela "popularidade" é tanta que acaba sacrificando essas poucas relações valiosas. Nossa cultura ocidental adora exaltar a fama e o status, mas muitas vezes o preço disso é bem alto. Como diz o slogan do filme "Você não conquista 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos". Mesmo que esses inimigos sejam seus amigos. Será que vale mesmo a pena? A grande ironia é que o criador do Facebook (teoricamente uma rede de "amizades" - ou status, dependendo do usuário), rico, famoso, "conectado" a milhões de pessoas, acaba como um grande solitário. Uma ferramenta que teoricamente serve para aproximar pessoas acaba afastando-o de todas as pessoas que realmente importavam. Tempos de redes sociais, tempos de relações líquidas, tempos de paradoxos. “A rede social” é um filme atual por abordar questões pertinentes como o bullying virtual ou a falsa sensação de poder que a internet pode criar. Isso sem falar na questão dos direitos autorais em tempos de web colaborativa e até mesmo na crise da indústria fonográfica.
SINOPSE
Em 2003, o jovem gênio em programação de computadores Mark Zuckerberg, graduando da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, leva um fora da namorada e ataca a reputação dela por meio de seu blog. Em seguida, cria um aplicativo para avaliar a beleza e sensualidade das universitárias do campus, o Facemash, com ajuda do programador e amigo Eduardo Saverin - brasileiro.A invenção torna Zuckerberg popular e três outros estudantes o convidam para ajudar a colocar no ar um projeto pessoal deles: uma rede social universitária, na qual os cadastrados poderão se relacionar sabendo exatamente quem é a pessoa por trás da tela do computador. Nesse momento, Mark se tranca em seu quarto e aprimora as ideias dos colegas, criando o “The Facebook”, embrião da rede social Facebook.O filme, baseado no livro “Bilionários Por Acaso - A Criação do Facebook”, mostra cenas do passado e do presente, com Mark programando o site e se defendendo no tribunal de seus ex-colegas, que lutam pelo crédito e ganhos financeiros a que julgam ter direito.
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terça-feira, 24 de maio de 2011

Lixo Extraordinário

lixo ASSUNTO
Relações sociais, auto-suporte, contato, cultura, arte, processo terapêutico.
Esse foi um dos filmes mais impactantes que assisti e por isso se tornou tão difícil postar. Várias vezes, eu me sentei diante do computador para tentar reunir informações, que fossem suficientemente capazes de descrever a experiência. Percebi ser impossível sintetizar. Buscar no “Papai Google” complicou a situação, pois a infinidade de relatos é grande. Como compactar tudo isso? Impossível. Qualquer palavra sobre ele se torna pequena ou simplória demais diante da avalanche de sentimentos que causa. Lixo extraordinário consegue transformar um documentário que poderia ser chato e monótono em quase uma ficção. É realmente extraordinário! E ainda tem outro mérito fantástico, porque você não precisa ter nenhum conhecimento prévio sobre arte ou artista, pois tudo é devidamente apresentado. Lixo Extraordinário é daqueles filmes para serem vistos de coração aberto. Importante é ver, pensar e se emocionar. O motivador, emocionante e sensacional Lixo Extraordinário é uma aula de humanidade e cidadania que vai te tocar profundamente. Por esse motivo, convido todos para participarem do fórum, somando sua experiência. É um filme fácil de encontrar, até mesmo para assistir online, não perca!
Os diretores tiveram uma excelente sacada de entrelaçar o trabalho do artista plástico com a vida dos catadores de material reciclado, focando todo o processo de “transformar lixo em arte (...). e se transformar durante o processo”. Vik começa a conhecer as pessoas e vamos percorrendo os seus passos na construção do seu projeto. E tudo é feito por meio de uma montagem extremamente bem construída. Vik Muniz, além de um grande artista, é um ser raro que compartilha com o público sua sensibilidade. Ele diz: “O momento que uma coisa se transforma em outra é o momento mais bonito”. O que Vik propõe se desdobra: O que a arte é capaz de realizar com pessoas? Tudo nos faz refletir, até o quanto realmente essas pessoas mudaram diante daquilo, diante da possibilidade de olhar, não só para a beleza da arte feita justamente daquilo que, para eles é sustento, mas que parece não mais servir para a sociedade.
Leia mais clicando aquil
O artista:
É impossível enxergar a separação entre os temas, entre o criador, a obra de arte e os verdadeiros artistas. “Lixo Extraordinário” trafega exatamente através dessa teia humana e sensível. Durante todo tempo o espectador é convidado e viajar, não em pequenas histórias, mas sim em pessoas vivas. Os acontecimentos se dão de forma tão natural que, a cada depoimento prestado por uma daquelas pessoas, é uma oportunidade de perceber o que é ser humano. “Lixo Extraordinário” é um filme emocionante e o trabalho de Vik Muniz é tão extraordinário quanto à própria história.
Logo no início do filme, os catadores surpreendem ao mostrar a felicidade e o orgulho que sentem por trabalhar de forma digna, o que já serve como um choque de realidade impactante – capaz de alterar as percepções do espectador.  Engajado inicialmente em um retrato social crítico, com o passar do tempo o filme revela o poder transformador da arte na vida das pessoas. O público é convidado a refletir sobre a questão da marginalização daquelas pessoas, absolutamente excluídas da sociedade. E, depois de sua metade passa a, inevitavelmente, emocionar-se com a transformação que o contato através da cultura é capaz de trazer. Destaco “cultura” como possibilidade de encontro autêntico, o que faz com que os envolvidos sejam tocados e transformados, e, isso é o que há de mais lindo no uso da arte como ferramenta de contato!
Acompanhando um dos catadores indo trabalhar, a câmera observa o personagem bradar sobre o caminhão que “A luta é grande, mas a vitória é certa”, palavras sábias, que escorregam através de um sorriso sem dentes, atropelada pela falta de escolaridade (como o próprio faz questão de lembrar), mas que brilham com os olhos marejados de esperança e do orgulho de estar ali fazendo um trabalho honesto. É fácil o espectador dar de cara com a surpresa desses momentos e perceber que a consciência, tanto de vida quanto ecológica (que está tão em voga), às vezes se descobre muito mais forte em lugares que ninguém imagina. Conhecer as pessoas que trabalham no lixão é um dos pontos mais interessantes do documentário. É a partir dali que aquelas pessoas observam o mundo. Inicialmente doidos para se mostrar para a câmera e com discursos de auto-afirmação na ponta da língua, os catadores contam que lêem livros que encontram no lixão, que passam vergonha na rua por voltarem para casa fedendo, falam dos problemas de relacionamento entre outras declarações. Não é agradável viver no meio do lixo, mas muitas mulheres gostam de deixar claro que é muito melhor estar ali do que na calçada se prostituindo. Os catadores mostram que têm mais consciência sócio-ambiental do que muitos moradores do Leblon e Barra. Em seus relatos eles falam do quanto é perdido nos lixos e como as pessoas desperdiçam suas coisas. E o pior de tudo: pessoas jogam livros no lixo. Podemos perceber que tem gente ali que tem mais cultura e consciência que muita gente de classe média. Tião já leu Nietzsche ("Ah, Nietzsche era um cara que tinha uma filosofia muito maneira", explica) e Maquiavel. Zumbi sonha em construir uma biblioteca com os livros que encontra no lixo que vai de leitura fácil como O Código da Vinci ao livro A Arte da Guerra. Cada ser humano ali tem uma história, um sonho, um futuro.
Os catadores não são apenas objetos para belas fotografias artísticas de Vik em meio à sujeira, mas passam também a serem autores das obras ao darem os contornos necessários – sempre com material retirado do lixo. É fascinante ver os catadores utilizando a matéria-prima que antes não passava para eles de meio de sustentação para fazer arte. Mais fascinante ainda é conhecer essas pessoas, saber o que elas pensam da vida e extrair delas lições de vida. Assim, a emoção daquelas pessoas humildes ao verem o resultado de seus esforços e perceberem suas capacidades intelectuais para produzir, e até mesmo interpretar a arte, é facilmente dividida com o público que, em privado, inevitavelmente pensa que é hora de rever certos conceitos sobre a importância da cultura e os efeitos da exclusão social que leva ao desperdício de talentos.
À medida que os catadores passam a fazer parte do processo de criação de Muniz fica evidente que não há como sair inalterado do encontro. O processo teve um poder transformador na vida deles, e os fizeram pensar diferente e ver que no final de tudo: tudo é arte. E a transformação - que antes parecia tão ingênua ao ser discursada por Vik Muniz na introdução - acontece diante de nós. Mudanças reais aconteceram, como uma das mulheres que largou o marido. Vik se surpreende e pergunta se, então, foi uma mudança ruim, ao que ela responde: “Não, foi maravilhosa! Comecei a me enxergar como pessoa, antigamente eu era um mulambinho”. Quem antes tinha até vergonha de seu trabalho, passou a ter orgulho. Pessoas desacreditadas, sofridas, passaram a ganhar seu merecido valor, e o principal, ganharam voz. Seus rostos foram parar em Londres, sendo admirados por intelectuais em museus, dividindo espaço com Basquiat e sendo leiloados juntamente com peças de Andy Warhol. E o mais bonito é ver a reação deles diante do sucesso, com gratidão nos olhos e dizendo “fui eu que fiz”. É emocionante ver como Tião, o presidente da Associação de Catadores de Lixo do Aterro Sanitário de Gramacho, se emociona ao falar que Deus foi muito bom com ele; ou ainda a senhora que, depois de tanto tempo trabalhando no aterro, se muda para um lugar, mas acaba voltando para lá, pois sentia saudade dos seus amigos; e também o outro lado, da mulher que não deseja voltar para ali nunca mais. O choro de Tião quando vê sua Associação ser roubada dá lugar a uma posterior alegria de trabalhar com arte e de descobrir outra visão de mundo. É na fala de Tião que percebo a melhor descrição da experiência desse encontro com a arte – nesse caso a obra em si, mas que pode ser também o filme, que também é arte ou a vida, que também é transformação. E o brilho nos olhos surge com naturalidade e credibilidade quando ele diz: “Acho que (arte) tem que passar alguma coisa para as pessoas. Você pode não gostar de uma coisa (apenas) porque nunca experimentou”.
Disse antes que o filme fala de processo terapêutico, isso se deve a semelhança desse encontro, da experiência, da transformação da pessoa através da arte. Muniz traz a proposta de retratá-los, tornando possível para cada um se ver de outro ângulo, e assim, descobrir-se, revelar-se. E não é a também a terapia uma forma de arte?
SINOPSE
O documentário mostra o contato do artista plástico Vik Muniz com os catadores de material reciclável do Aterro do Jardim Gramacho, maior da América Latina, localizado no Rio de Janeiro. A partir da experiência, surge um novo combustível criativo para Vik e, como contrapartida, os catadores diminuem sua distância com a arte e conseguem condições melhores de vida. Muniz recria pinturas famosas, como fez numa série de imagens de crianças que trabalham nas plantações de cana-de-açúcar, usando sobras do processo de refino. Assim, quando a cineasta Lucy Walker indagou Muniz se podia fazer um filme sobre ele enquanto trabalhava em seu próximo projeto, os dois se concentraram naquela que parecia a locação perfeita – Jardim Gramacho. O documentário de Walker explora o processo criativo de Muniz enquanto ele cria novas obras a partir do que os outros deixaram para trás, mas também traça os perfis das pessoas que vivem perto do Jardim Gramacho e sobrevivem separando o útil do inútil. Walker empresta dignidade aos chamados “catadores de lixo”; enquanto eles revelam as coisas valiosas que podem ser encontradas no lixo das outras pessoas e como eles conservam seu orgulho e respeito apesar de suas parcas circunstâncias. O documentário aborda não só o trabalho de Vik, mas também o poder transformador da arte, capaz de alterar não só a realidade das pessoas, mas ainda a percepção de mundo que elas têm.
É arrebatador ver como aquelas pessoas trabalhavam no aterro disputando o lixo em meio aos urubus. E quando aqueles dejetos eram despejados, todos corriam para conseguirem catar o lixo que eles precisavam para serem reciclados. Como o próprio Vik Muniz diz em uma determinada cena, eles foram parar ali porque lhes faltou sorte na vida. E isso fica claro quando eles começam a contar as histórias, de como perderam os seus pais e foram para lá tentar uma oportunidade. Alguns poderiam estar se prostituindo, roubando ou partindo para o tráfico de drogas. Mas, ao invés disso, estão ali em meio àquele lixo para ganharem, ao final do dia, os R$ 50 que ajudarão a viver e a continuar vivendo. É uma verdadeira experiência sentimental capaz de nos fazer dar valor ao que muitos não se dão ao direito de sentir. Serve como protesto, um grito de excluídos que estão à deriva, mas que aos poucos passam a perceber que têm o seu valor. Essas pessoas são as responsáveis pela comprovação de que é possível fazer com que a arte desempenhe um papel social que muitas vezes soa como uma utopia. Logo de cara, aliás, o que mais surpreende em Lixo Extraordinário é constatar a natureza alegre daqueles indivíduos, que, mesmo levando uma existência que o resto da população provavelmente consideraria como o “fundo do poço”, abraçam com orgulho a profissão que, afinal de contas, é responsável por alimentar suas famílias. Sentindo-se obviamente à vontade diante da equipe comandada por Lucy Walker (o brasileiro João Jardim, responsável pelo lindo Janela da Alma, assina a co-direção), os personagens vistos neste documentário brincam, fazem piadas e confissões sem qualquer resquício de auto-censura – e é impossível não se deixar contagiar pela natureza brincalhona de pessoas que, mesmo em meio a um importante protesto, respondem ao chamado para uma greve de fome com um irreverente: “Sim, vamos fazer a greve de fome! Mas meio-dia vou ali almoçar!”. Da mesma maneira, é importante observar como os realizadores conseguem capturar momentos incrivelmente reveladores e dolorosos, como no instante em que a associação dos catadores é assaltada, levando seus dirigentes à desesperança absoluta, e também no momento em que, visitando o barraco de uma das personagens, captura a triste ironia de uma tevê que, no meio daquela miséria, exibe um episódio de Riquinho.
TRAILER
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Entrevista com Tião Clique aqui
Jô entrevista João jardim Clique aqui
Entrevista completa do Jô com Tião Santos Clique aqui
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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Duro aprendizado

DURO APREND ASSUNTO
Racismo, xenofobia, opressão, diversidade sexual, relações familiares, afetivas e sociais.
Grupos diferentes nos são apresentados e ao longo do filme irão se entrelaçar formando a história dessa tensão bastante contemporânea. Desde a questão dos estupros dentro do campus sobre os quais algumas matérias já foram publicadas em grandes meios de comunicação, até a vivência da segregação, perseguição da população negra dentro do espaço do campus, passando pela questão da orientação sexual e outros temas ainda pincelados ao longo do roteiro. A tensão se instala e fica bem clara ao longo do desenrolar da película, em uma direção que não se furta a aprofundar reflexões bastante importantes em meio a conversas entre os personagens. Faz refletir e se apresenta como um bom filme para balançar as mais rígidas convicções baseadas em preconceitos, problematiza questões sociais de uma maneira mobilizadora de emoções das mais diversas. Malik questiona de maneira incessante o caminho da luta da população negra dentro de um país de supremacia branca. De frente a estátua de Colombo que dá nome à universidade, tece comentários históricos de uma maneira bastante pontual, novos parâmetros do pensar nossos heróis dentro da atualidade, há em nossos dias valores que foram sendo modificados ao longo de décadas de lutas encaminhadas por grupos alcançando modificações de crenças antes instituintes dos ideais da cultura. Nosso personagem  nos leva pelas mãos ao tomar contato com toda a tensão estrutural, a luta de forças que está abrigada dentro da malha social, da questão dos vínculos como também bastante determinados por nossos papéis dentro desse tecido, falando de origem de classe, gênero, raça, religião, ideologia. Em muitos momentos do filme o espectador será levado a sentir o mesmo estado “confusional” do personagem, onde aquilo que se acredita busca se determinar na cena, mas algo de insólito leva a um pensar por outros caminhos, brilhante essa forma como o filme nos encaminha para os questionamentos necessários, delicadas e sutis cenas que nos levam a uma desconstrução de importantes crenças.  Não há conciliação possível, embora o amor, via fala de sua namorada, queira convidar a um revisitar essas separações raciais, sociais, de grupos. O filme não se propõe, e não cumpre mesmo essa tarefa, de apresentar soluções para a tensão social e muito menos buscará um final feliz para aplacar nossas angústias frente ao modelo instituído, o convite ao final do filme é: “desaprenda” - uma desconstrução e uma nova busca. O personagem que se apresenta no filme e que levará ao clímax de toda situação, o calouro de skinheads, parte dessa necessidade de se sentir pertencente a um grupo, sua violência e força partirão dessa fragilidade que traz, ferida exposta em um desamparo de não pertencer a nenhum grupo, cooptado pelos skinheads determinará o trágico desfecho do filme.Mais uma vez seremos levados a emoções contraditórias conduzidos pela atuação de Malik, entre horror, ódio, desprezo e nojo; mas também através de uma compreensão amorosa, a frase de sua namorada, a vítima que recebe o tiro, ressoa em nossas emoções e crenças: “Por que?!!”. O filme provoca uma reflexão sobre o indivíduo/mundo, essa relação tão importante, essa necessidade de um movimento circular onde uma peça do sistema pode e deve mudar, para que seu entorno também se transforme. Vale a pena conferir!
SINOPSE
1995 - Nosso personagem principal, Malik (Omar Epps), negro americano que consegue acesso à universidade (campus fictício da Columbia). Ele um corredor promissor que tem acesso a uma bolsa parcial para seus estudos, porém não tem como algo muito aprofundado sua relação com o conhecimento, a busca do saber. No intuito de conseguir a bolsa integral aceita competir em nome da Universidade. Em seu caminho atravessará o professor de Ciências Políticas, Phipps (Laurence Fishburne) que o levará a questionar seus próprios posicionamentos frente à vida, a luta racial, a relação com o conhecimento e discurso. Assim como sua proximidade e amizade com um veterano estudante na Universidade, o aluno Fudge (Ice Cube), marcará sua trajetória nesse primeiro semestre dentro do campus.Junto aos dilemas de jovem estudante, ocorrem outras narrativas paralelas que em comum têm apenas o campus da Columbus.

sábado, 7 de maio de 2011

As coisas impossíveis do amor

as coisas impossiveis do amor ASSUNTO
Traição, recasamento, luto, relações afetivas, familiares e sociais.
Com o título original “The other woman “ – Em português, seria “A outra mulher” -, o filme apresenta a perspectiva de Emília, a esposa do segundo casamento. Embora possa parecer parcialidade, quando a primeira esposa é vista como “megera” na situação, é apenas uma das possíveis perspectivas de um mesmo fato. É claro, o comportamento reativo, como de muita ex esposa, é considerar a “madrasta” como desqualificada para cuidar do filho. Fica óbvia também, a frustração em relação ao próprio casamento, que foi finalizado por conta da “amante”, que permanece sendo vista de forma distorcida, como “ladra de maridos”. Aqui, preciso comentar o quanto retrata uma realidade do nosso cotidiano. É mais fácil responsabilizar um terceiro pelo fim de uma relação, principalmente, quando há a frustração pelo que é considerado “fracasso” para quem sente a perda, sem levar em conta a possibilidade do final de um ciclo, que já era anunciado muito antes da entrada do terceiro. Retornando ao filme, o processo de luto é intercalado com as dificuldades de um “recasamento”, uma nova família que se forma em paralelo a outra e as dificuldades enfrentadas durante o processo. O luto pela perda de um casamento e as transformações da família são mostradas no comportamento do filho, da primeira esposa, além do ex marido, que vive o luto da família anterior. O espectador é convidado a participar do processo de elaboração do luto em relação a bebê vivido pela mãe, pelo pai e também pelo irmão. Os primeiros momentos sugerem que o pré-adolescente é apenas um menino mimado que implica com a madrasta, cutucando a ferida aberta de seu luto. O garoto é inteligente, mas resiste a nova situação e sente a dificuldade da relação com a madrasta. No desenrolar do filme, percebemos que ele também elabora seu luto, seja das transformações familiares ou da perda da irmã, que o estava ajudando a configurar sua nova família. Uma nova configuração familiar trás fantasmas da nossa família de origem, bem como da família anterior, e, o filme também ilustra o fato. Os conflitos psicológicos vividos pela protagonista, no processo de luto atual, provocam a revisão de questões de sua família de origem. Assim, as situações abertas ou inacabadas do passado ressurgem, emergindo na relação com seu pai e com seu entorno, numa busca frenética de fechamento. Então, é possível acompanharmos atentos os desequilíbrios e crises vividos como “oportunidade” de mudança. Sob esse aspecto, o filme cumpre seu papel ao revelar dos conflitos de relacionamento uma resolução que emociona. “As coisas impossíveis do amor” é um drama sensível, comovente e principalmente verdadeiro sobre a complexidade dos sentimentos humanos.
SINOPSE
Natalie Portman interpreta uma advogada, Emilia, casada com Jack (Scott Cohen), o qual conheceu na época em que ele era casado e começaram a ter um relacionamento. Os dois se casam, mas infelizmente, sua vida toma um rumo inesperado quando os dois perdem a sua filha recém-nascida e Emilia passa a lutar para superar a dor, tentando criar um laço afetivo com seu enteado William (Charlie Tahan). Ao mesmo tempo, ela também tenta superar suas divergências com seu pai, causadas por infidelidade. Além de ter que suportar os dramas de Carolyn (Lisa Kudrow), a ex-mulher do seu marido. É a história de uma mulher devastada pela perda do seu bebê recém nascido, que desencadeia diversos conflitos entre uma família – o relacionamento de uma madrasta com um garoto que não sabe de que lado estar, um pai que tenta apaziguar os ânimos do seu lar e uma mãe que foi traída e a princípio tenta controlar as coisas a sua volta. Além dos conflitos em sua própria casa, Emilia enfrenta o luto e carrega o fardo da culpa. Para não deixar de lado, ela também culpa o pai pela infidelidade a sua mãe, culpando-o por não ter traído somente a mãe, como também a ela. O filme pode ser bastante conflituoso para alguns, mas vai agradar principalmente aos fãs da atriz. Mas ela também da espaço ao pequeno Charlie Tahan, que mostra que talento não depende da idade.
TRAILER

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Alguém para dividir os sonhos

alguem p div sonhos ASSUNTO
Esquizofrenia, desospiralização, amizade, exclusão social.
Drama de grande sensibilidade, retratando a sincera amizade que enlaçou duas criaturas sofredoras, em busca de sobrevivência na turbulenta Nova Iorque. No início, uma voz em off relata: era uma vez...“Um menino preto, bem a cor não interessa, entrou na floresta com um tênis novo, uma camisa nova lilás e um casaco cinza, novo também. Lá ele foi assaltado e roubaram-lhe todas as suas roupas. Ao sair da floresta nu, o menino continuava com a mesma felicidade com que entrou, pois sabia ele que o bem mais precioso não lhe fora roubado. Sua alma”. Vemos o personagem hospitalizado, depois um prédio demolido e ele nas ruas... Embora a sinopse não fale a respeito, pensei muito no processo de desospitalização, e em quantos pacientes foram jogados na rua sem a menor estrutura social para recebê-los. Quantos esquizofrênicos estão pelas ruas do mundo, incluindo Brasil?
Muitas cenas são delicada e despertam nossa reflexão. Chamo a atenção para o momento que Mathew tenta regressar ao lar, encontrando a fechadura trocada e a informação que sua mãe estava viajando sem deixar autorização para ele entrar. Mais um momento que retrata a realidade de muitas famílias na mesma situação, sem a menor disponibilidade para o acolhimento. Fica clara a carência do sentimento de pertencimento, em outra cena, quando o amigo diz que o sente como filho, fazendo planos de uma vida de cuidados um com o outro, A sensação de pertencer a algum lugar (pessoa, família) faz com que Mathew paralise, e, sonhe, s suspire, é espetacular o dedobramento da cena.
Também importante o diálogo sobre a esquizofrenia e o retorno do amigo:.
“ - Ouço vozes, sabe?
- Não há nada de errado nisso. E Joana D´Arc? Ela ouvia vozes. É considerada santa, não esquizofrênica. E Moisés?
- Que tem ele?
- Ouvia vozes. Ele ouviu uma Voz. Se não tivesse ouvido, não teria a tradição judaico-cristã. Moisés desceu daquela montanha. Perguntaram-lhe o que ele ouviu. Ele disse: “Tu não matarás. Tu não cometerás adultério. “Disseram: - “Ouviu isso, Moisés? Vozes disseram isso?” Eles o encheram de sedativos e o trancaram.
Se não fosse pelas vozes, ainda seríamos pagãos. Sacrificaríamos cordeiros e até pessoas. Seríamos sacrificadores. Talvez você não seja esquizofrênico. Talvez seja um santo.” (Daí a razão do nome original deste filme).
Ainda tem outra cena, quando Mathew está surtando e o amigo o chamando... sensacional, tanto quanto na hora da contagem do dinheiro, de sua “incapacidade” para fazê-lo, quando o amigo entra em seu delírio, confirma sua capacidade e diz que não vai deixar ninguém atrapalhar sua ação. Isso basta para que Mathew sinta-se confirmado em sua capacidade. O filme é imperdível, vale a pena pegar na locadora, e assistir.
SINOPSE
(THE SAINT OF FORT WASHINGTON) – 1993 -Essa e a historia de Matthew (Dillon), um rapaz ingênuo e bondoso, recém-saído de um hospital psiquiátrico. Obrigado a passar a noite num abrigo de indigentes conhecido como Fort Washington, ele conhece Jerry (Glover), um veterano da guerra do Vietnã que perdeu tudo, inclusive família e emprego. Nasce assim, uma amizade entre os personagens. Enquanto tentam ganhar a vida de maneira digna, encaram as adversas situações com doses de bom humor, mesmo ao limpar pára-brisas nas ruas de Nova York. O dinheiro arrecadado pode significar uma nova vida para ambos. Um filme que emociona, com atuações marcantes de Danny Glover e Matt Dillon,e uma trilha sonora considerada uma das melhores do gênero segundo o site Music from the Movies.
TRAILER