domingo, 19 de fevereiro de 2012

Meu nome é Khan

clip_image002ASSUNTO
Autismo, “Síndrome de Asperger”, Luto, preconceito etnico, diferença, violência, amor, perdas, superação, potencialidades.
SINOPSE
O filme “My Name is Khan” conta a história de Rizvan Khan, um indiano portador da síndrome de Asperger's, um tipo de autismo. Depois que se muda para os Estados Unidos, Khan se apaixona por Mandira, uma cabeleireira separada que vive com o filho Sameer (Sam). Khan é maometano e Mandira, hindu, mas suas diferenças religiosas não impedem que se casem. Os problemas começam com o 11 de Setembro, quando passam a ser atacados por sua origem étnica e devido a generalizações preconceituosas. Depois de sofrer bullying por parte de colegas, Sam é morto em uma briga, e Mandira, revoltada, culpa o marido, e lhe diz que ele só poderia voltar depois que dissesse ao presidente da república que ele não é um terrorista, e que o filho dela também não era. Rizvan interpreta isso literalmente, e empreende uma peregrinação para ter sua esposa de volta.

TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
Madrugada, carnaval, ligo a TV e encontro o filme no telecine. “Asperger” me chama a atenção na sinopse, mas a intenção era apenas que me ajudasse a dormir e depois poderia procurar o filme para assistir com calma. Eu já estava com muito sono, no entanto fui despertada pela trama que me envolvia mais e mais, a cada momento. Acabei por ver o filme completo, às vezes chorando, às vezes rindo, mas completamente encantada. Ultimamente tenho me deparado com filmes indianos imperdíveis, este é um deles, recomendo! Trata-se de uma trama muito bem costurada que aborda assuntos diversos. A história de uma pessoa diagnosticada com Síndrome de Asperger, e sua forma de funcionar no mundo diante das mais diferentes dificuldades que encontra em seu caminho. Khan é também mulçumano e está incluído no grupo das pessoas boas, pois como dizia sua mãe “só há uma única diferença entre os seres humanos, as pessoas boas e as más”. Apesar dos obstáculos impostos por seu funcionamento, o amor de sua mãe o permitiu desenvolver suas potencialidades, tornando-o um adulto inteligente e habilidoso. Ao trabalhar com a venda de produtos para salão de beleza, Khan conhece Mandira, uma cabelereira por quem se apaixona. Logo que compreende o que sente, embora tenha dificuldade tanto de expressar sentimentos como de fazer contato, ele se emprenha em convencê-la a se casar com ele. Mandira têm um filho que aos poucos vai se tornando também filho dele, que acaba por registrá-lo como tal. A família se muda para Los Angeles, onde a esposa começa o próprio negócio, um salão de beleza, onde o casal segue trabalhando, construindo a família tão desejada por ambos. Até aqui, somos convidados a compartilhar momentos de alegria com essa doce e pura criatura e sua determinação e pureza de lidar com o mundo. A trama muda de tom e nos proporciona momentos de tristeza e perplexidade diante de todos os acontecimentos a partir de 11 de setembro.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Inquietos

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ASSUNTO
Morte, perdas, luto, adolescência.
Confesso que quase desisti quando percebi que a trama se parecia muito com o filme “Ensina-me a viver”, uma obra prima da década de 70 que conta a estória de duas pessoas que também se conhecem durante um velório. Entretanto, fora isso, apenas a diferença dos personagens na forma de lidar com a morte pode marcar alguma proximidade entre as estórias. Aqui, falamos de outros personagens e de outros tipos de conflitos. “Inquietos” apresenta um adolescente perdido, produto de um luto não elaborado na ocasião da perda dos pais. Em sua rotina pouco convencional, conhece uma jovem com câncer que possui uma atitude muito positiva em relação à vida. Dentre os assuntos considerados difíceis para o ser humano lidar, certamente a morte é de longe o mais complicado, considerando a cultura ocidental, claro. Se a finitude é algo que assombra os dias de vida, a perda é outro aspecto do sofrimento que ronda os caminhos do ser humano. E é exatamente na adolescência que qualquer assunto fica muito mais complicado de ser abordado, visto ser um momento de mudança onde o maior dilema está na definição do seu lugar no mundo. É exatamente nessa fase que os personagens se conhecem. A dificuldade de lidar com morte e perda é abordada de forma poética no filme, através do casal protagonista, que aos poucos vão sendo nutridos pelas trocas dessa relação. A oposição dos personagens é o que oferece a oportunidade de crescimento para ambos. É nesse encontro de diferenças que ele encontra o caminho para elaborar também o luto de seus pais, é através do enfrentamento dos dias de despedida que Enoch se dá conta que não pode se despedir dos pais. Sua raiva vem à tona, e, o mundo começa a ficar mais real. Seu amigo “fantasma” (imaginário) é o que “morreu para honrar a família”, mas que perdeu a oportunidade de amar de fato, sem medo do tempo que poderia restar a esse amor. - Amigo que serve de suporte enquanto não consegue encarar suas dores e sofrimentos, buscando seu equilíbrio (a parte positiva restante de si que o que não estava pronto ainda para enfrentar) -. Muitos de seus conflitos são elaborados através do personagem fantasma, que desaparece no momento que ele decide encarar o amor, apesar da possibilidade de perda, de morte, do fim, Morte, transformação, mudança de ciclo, tudo isso é representado no filme de forma sensível. É no final, através de seu discurso silencioso, que Enoch se despede da forma mais bonita possível. Seu silêncio e sorriso marcam o renascimento, uma mudança real de ciclo, da qual sai amadurecido.
Sobrevivente de um acidente que matou seus pais, ele vive em depressão. O jeito que encontrou para lidar com a morte foi tornar-se penetra de funerais. (...) Van Sant consegue um equilíbrio difícil ao introduzir um toque surreal no terceiro personagem, Ryo Kase (Hiroshi Takahashi), sempre vestido num curioso uniforme de piloto kamikaze da Segunda Guerra Mundial. Se logo se pode imaginar a verdadeira natureza de Ryo, nem por isso suas conversas com Enoch são menos saborosas, já que ele funciona como um misto de alter ego e observador do amigo e de seu romance, a quem não falta uma fina ironia. (...) Embalado nessa espécie de aura espontânea dos dois protagonistas, o filme, que foi exibido na seção "Um Certo Olhar", do Festival de Cannes 2011, respira uma doçura juvenil com a qual só muito mal-humorados não vão simpatizar. Leia mais clicando aqui.
O roteiro do filme é sempre pensado pra frente, mostrando que o passado dos dois não faz diferença, e sim o seu futuro juntos. Mesmo assim temos alguns detalhes que explicam as atitudes de Enoch, mas nada que explica o conformismo de Annabel. Mais, aqui.
Fala-se do fim nesse filme. Não como tragédia, mas sim renascimento. Refundação de uma pessoa. É pela morte, pela quebra e ruptura que se faz possível encontrar vida, recomeço, outros caminhos. Numa história potencialmente tristonha, Van Sant retira a melancolia de cena e põe o sorriso contido. Leia mais...
(...)o filme passa o tempo todo buscando uma forma mais leve de se olhar para a vida e de poder aceitar assuntos ainda tão doloridos para nós como perda e doenças ainda incuráveis. (...)“drama de aceitação” sobre a infelicidade, angústias e inevitabilidades que nos cercam – e que a felicidade seria como a relação entre Enoch e Annabela, algo rápido, intenso e breve – como a vida humana, que como diz a protagonista é equivalente a segundos em toda a existência do universo. Clique para ler mais.
À primeira vista Inquietos parece bem narrativo porque o arco dramático de Enoch é claro: diante da possibilidade da morte de Annabel, ele conseguirá digerir o luto engasgado por seus pais. (...)Em Enoch e Annabel - casal de nomes ancestrais que se vestem como seus avós - o cineasta encontra um amor ao mesmo tempo velho e atemporal, envolto em fabulações e teatros que dão à relação um bonito ar de tragédia antiga. É a inocência devolvida e é também uma espécie de infância reconquistada - aquilo de que o órfão Enoch tanto sentia falta. (...)Mas o idílio é só uma passagem. Quando Enoch e Annabel deixam o "mundo natural" e retornam ao convívio, Inquietos revela nos detalhes a transformação do casal. O plano dos dois deixando o hospital é o mais interessante: enquanto o médico continua conversando com a irmã mais velha da garota, Enoch e Annabel caminham pelo corredor de vidro, e a iluminação dessa cena passa a impressão de que os dois, apesar das más notícias, saem enlevados, flutuando no ar. Leia aqui...
SINOPSE
No filme, Annabel Cotton (Mia Wasikowska) é uma bela e encantadora paciente com câncer terminal que é profundamente apaixonada pela vida e pela natureza. Enoch Brae (Henry Hopper) é um jovem que desistiu dos negócios da vida, depois de um acidente que tirou a vida de seus pais. Quando esses dois “desajustados” se encontram em um funeral, eles acham algo em comum em suas experiências de vida. Para Enoch, isso inclui seu melhor amigo, Hiroshi (Ryo Kase) que é o fantasma de um piloto Kamikaze. Para Annabel, envolve uma admiração de Charles Darwin e um interesse em como as outras criaturas vivem. Ao saber que Annabel está prestes a morrer, Enoch quer ajudá-la a enfrentar os últimos dias com um irreverente abandono, um destino tentador, e a morte por si própria.
Assim como o amor entre os dois cresce, a realidade do mundo se fecha sobre eles. Com ousadia e um pouco de infantilidade, os dois irão enfrentar bravamente o que a vida reservou para eles. Combatendo a dor, a raiva e a perda com brincadeiras e originalidade, esses dois desajustados viram a mesa e decidem viver de acordo com suas próprias regras. Sua jornada começa a colidir com a implacável marcha do tempo, com o ciclo natural da vida que levará Annabel.
TRAILER

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O silêncio de Melinda

 
clip_image001ASSUNTO
Abuso, Adolescência, relações familiares, afetivas, sociais e terapêuticas, psicologia escolar, familiar e do adolescente.
A princípio, achei que fosse um filme sobre o universo adolescente. Afinal, guardando as devidas diferenças culturais, alguns dos dilemas da adolescência são universais. O que logo fica evidente na estória é a ambigüidade tão peculiar a esta etapa de vida. A necessidade de se diferenciar e, ao mesmo tempo, de sentir-se igual outros. A dicotomia é comum na mudança para o mundo adulto, pois há um ímpeto em querer ser “único”, se destacando na multidão, se opondo a tudo que lhe parecia até então “verdadeiro”. Por outro lado, há também a necessidade de se identificar com algum grupo que lhe dê um “lugar”, nessa fase que se entende como um “nada”, para algumas situações não é mais criança, para outras ainda não é adulto.
Pois bem, Melinda relata suas sensações a partir do primeiro dia de aula, com as reclamações que poderiam ser de qualquer aluno nesta fase. Aos poucos, vamos acompanhando com detalhes seus contatos com o universo escolar e começamos a desconfiar que a personagem seja vítima de bullying. Podemos acompanhar sua angústia diante de cada rejeição, cada fato que lhe causa dor. No desenrolar da trama, acontecimentos do ano anterior, aos poucos são revelados, nos fornecendo pistas sobre o que poderia ter causado, não apenas seu comportamento isolado, mas também o comportamento de todas as tribos que a rejeitavam.
Logo ficamos sabendo que os colegas a odeiam por ter chamado a polícia numa festinha do outro ciclo escolar, prejudicando muitos. Sua versão dos fatos começa a nos ser apresentada através de flashbacks, que nos revelam trechos dessa mesma festa. As relações de Melinda foram contaminadas. Fica clara a diferença entre a Personagem “enturmada” no passado e a que se revela isolada, sendo considerada “esquisita” por aqueles que não presenciaram a festa. Em casa ela dá sinais de que algo anda errado, tanto quanto no ambiente escolar, mas nem seus pais nem seus professores tentam descobrir o que de fato ocorre com a moça. Então, somos familiarizados com a origem de tudo: O galã da escola havia a estuprado na tal festa e na atualidade namora a sua ex-melhor-amiga. O silêncio de Melinda é também o silêncio de muitas que passam pelo mesmo episódio, faz parte de um comportamento padrão, quando a vítima é paralisada, fica confusa entre a culpa e a vergonha, sem conseguir elaborar o fato.
Então, o professor de artes, começa a dar espaço para a expressão de sua dor. Aqui, como no filme “Somos todos diferentes”, o professor de artes configura perspectivas da relação terapêutica. Ele estimula sua expressão a cada momento, dando espaço para que ela possa aos poucos se reconstruir, se integrando, organizando através da arte seu mundo dilacerado. Suas angústias vão sendo aos poucos enfrentadas, restando apenas o segredo do passado que implora por ser revelado.
Faço aqui um intervalo para chamar atenção sobre outras formas de comunicação. Pais e professores que conhecem o aluno podem perceber mudanças bruscas que tentam dizer algo. É certo que a adolescência em si caracteriza comportamento diferenciado, mas as bruscas mudanças estão sempre a serviço de comunicar algo. É preciso mais que ouvir palavras, o corpo e as atitudes também falam! Tente perceber as diversas tentativas desse “organismo” se comunicar no filme, seja o momento do pesadelo, ou de diversos outros movimentos. Em gestalt-terapia, nossa visão de homem abrange um “organismo em relação”, que é o conjunto do ser e sua forma de estar no mundo. O “organismo” comporta seu campo – configurado por todas as relações que influenciaram e permanecem na sua forma de estar no mundo agora. De acordo com essa visão, nosso organismo está sempre em busca do equilíbrio, da auto-regulação, buscando atender as necessidades do indivíduo.
Ao telefonar para a polícia, a intenção era denunciar o abuso que tinha sofrido. No desdobrar dos acontecimentos, a personagem paralisa, mais do que só o corpo, seu organismo tinha sido violentado como um todo. A cena do retorno para sua casa mostra o quanto está desnorteada e perdida, seu caminhar é vazio, segue no “automático”, sobrevive ao fato, funcionando de “forma disfuncional”, o silêncio serve a busca de auto-regulação, mas não atende a auto-realização, que é natural ao ser humano. A situação inacabada, assim considerada em gestalt-terapia, busca um fechamento satisfatório. A “forma” (=GESTALT) de funcionamento de Melinda denuncia uma situação inacabada, durante a fita, acompanhamos as diversas tentativas de ser concluída, sendo trazidas, aos poucos para sua consciência, como necessidade urgente. A expressão artística de suas dores vai abrindo espaço para contatar o mundo como é agora, se libertando aos poucos de cada trecho do passado que consegue elaborar, se aproximando de fato de sua “forma” de ser. A adolescente começa a fazer contato com o mundo, está pronta para ouvir a colega, quando lhe explica que:  para ela realmente tornar-se uma revolucionária, o silêncio não pode ser tão eloquente como seu discurso. A cena na qual Melinda cabula a aula, ilustra a emergência de sua necessidade de fechamento, quando ela reflete sobre a possibilidade de contar para alguém, qualquer pessoa...
Na trama, após um difícil comunicado – Melinda escreve para a amiga, pois ainda não consegue falar sobre o fato-, o autor do estupro busca silenciá-la através de uma segunda tentativa de estupro. Entretanto, não há mais silêncio no mundo da adolescente, existe reação por agora e por ontem. A menina está pronta para falar, assim a fita segue até o momento que a mãe oferece a opção do silêncio, ao que ela retruca, “Não, eu quero falar”. Desfecho com sabor de liberdade.
O filme é de fato sobre o estupro, sem perder de vista os dilemas do adolescente e suas possibilidades. Uma denúncia ao silêncio, tão comum em fatos semelhantes, o filme nos oferece a oportunidade de refletir sobre outros aspectos do universo familiar e escolar. Entre publicações sobre o filme, destaco os artigos a seguir, que merecem atenção:
SINOPSE
É o primeiro dia do primeiro colegial para Melinda, mas ela não se mistura à euforia dos corredores da escola, na verdade é como se nem estivesse ali. Isolada pelos amigos por ter chamado a polícia durante uma festa da galera, ela não consegue falar do terrível trauma que sofreu naquela noite, nem para as amigas, nem para si mesma. Mas decide tentar reencontrar sua voz e, finalmente, se expressar. O Silêncio de Melinda é um filme contundente e perturbador, adaptado do best seller "Speak" vencedor do prêmio New York Times.
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Filhote

Filhote
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Homossexualidade, infância, drogas e Aids.
Misturando temas ousados, polêmicos e explosivos, o filme apresenta o universo homossexual de uma forma diferente. Nada do que estamos costumados a ver, pois se trata de uma comunidade gay de gordinhos e gordões, chamada de “ursos” em Madrid. Sendo apresentada em seu cotidiano, não há falsos pudores nas cenas, que revelam com naturalidade as trocas de beijos, olhares e carícias vivenciadas entre gays, seja na cama ou em outro lugar. Tudo é retratado com naturalidade, sem vulgaridades, ainda que possa chocar àqueles que se dizem sem preconceito, mas estranham as cenas de amor entre duas pessoas do mesmo sexo. Portanto, não pode ser apreciado por homofóbicos, de forma alguma! Não é como outros filmes, que focam as questões existenciais daquele que é homossexual. Não, ao contrário, o tema segue o cotidiano de vida sendo modificado por acontecimentos reais, que podem alterar a vida de qualquer pessoa. Entretanto, a naturalidade das cenas de amor entre os gays ainda chocam bastante a diversas culturas, que ainda acreditam que se trata de uma “doença” ou uma questão de escolha. Lamentavelmente, é uma realidade também em nosso país, que ainda levanta diversas polêmicas e violência em torno do tema.
Voltando ao filme: a chegada do sobrinho torna a vida do tio um tanto quanto diferente. Ele inicia uma rotina bem distante da que está acostumado, na tentativa de oferecer um ambiente saudável para o sobrinho. É interessante notar o companheirismo e parceria construída entre ambos, irá fazer com que o tio reveja sua vida. O envolvimento da mãe do menino com drogas irá alterar a vida de ambos, trazendo novos desdobramentos, incluindo o surgimento da avó do menino, que se opõe a possibilidade do neto ser criado por um homossexual. O restante da estória, só assistindo para descobrir.
Os amigos percebem que ele está sobrecarregado por conta da criança e da situação da irmã e fazem uma festa surpresa regada a muito cabelo e colocação. Leia mais clicando aqui.
(…) contrariando expectativas preconceituosas de que o universo gay se limita a homens afetados ou musculosos. Leia mais clicando aqui.
SINOPSE
Pedro (Jose Luis Garcia-Perez) é um dentista homossexual que passa a vida à procura do prazer. Certo dia, ele se oferece para cuidar de Bernardo (David Castillo), filho de 11 anos de sua irmã Violeta (Elvira Lindo), que parte para a Índia com o namorado. No início, Pedro muda o seu comportamento para poupar o sobrinho, que não dá nenhum trabalho para o tio. Mas a tranqüilidade acaba quando Violeta e o companheiro são presos e ficam anos encarcerados na Índia. Pedro terá então de enfrentar a avó paterna de Bernardo, já que ela não aceita que o neto seja criado por um homossexual.