sábado, 25 de outubro de 2014

Mary & Martha: Unidas Pela Esperança


ASSUNTO
Bullying, solidariedade, luto, perdas, relações, familiares, 
afetivas e sociais.

SINOPSE
Mary vai morar com o filho na África, mas ele acaba
morto, vítima de malária. Logo, ela conhece Martha, que também perdeu o filho  para a doença. Juntas, elas vão tentar prevenir outras famílias deste mal e impedir que outras mães sofram da mesma forma.






TRAILER



O OLHAR DA PSICOLOGIA
Vamos começar pelo óbvio, falando de perda, de luto. Quando se trata de um filho, a coisa fica mais complicada ainda. Como elaborar o luto da perda de um filho? Preparem seus lenços, a trama apresenta a dor da perda de um filho em dose dupla. Não é fácil acompanhar, muito menos viver. No filme, encontramos duas personagens na mesma situação, ambas perdem seus filhos. Mas como toda situação, cada qual tem sua particularidade, seu contexto. Mary decidiu proteger seu filho de uma situação de bullying na escola. Atentemos as questões pessoais de Mary. Depois de ser informada sobre o que acontecia com o filho, ela percebe o quanto está distante dele e demonstra sentir-se culpada por isso. Ao longo da trama, percebemos que a mesma sofreu com a ausência do pai, que priorizava o trabalho antes da família. Com a percepção atravessada por sua história, ela escolhe “corrigir” seu comportamento, indo com o filho para África por seis meses. Seu planejamento inclui estudos, proteção, resgate da própria história e aproximação do universo do filho. Durante seus primeiros momentos junto ao filho, há uma crítica sutil ao mundo virtual, que tem ocupado o tempo familiar, antes preenchido com as trocas familiares. Em outro lugar, somos apresentados à família de Martha, senhora dedicada, que representa o papel claro da mãe protetora. Seu filho querido, superprotegido e amado, decide se aventurar também na África, se engajando num projeto de voluntariado. A África, lugar da perda, é também lugar do encontro com a humanidade de cada um. A morte por malária já faz parte do cotidiano dos africanos, pois em condições desumanas, sem assistência suficiente ou possibilidades de prevenção, a doença se alastra. Interessante, se compararmos a situação atual do EBOLA, receios a parte, temos a ilusão de que acontecendo lá, tão longe, na África, não terá chance de nos atingir. Somos evoluídos, temos melhores condições, etc. Como se não fizéssemos parte do mesmo planeta, da mesma condição humana, da mesma rede. Assim também, me parece, pensou o filho de Martha que se sentindo inatingível distribui as pílulas entre as crianças, e, não tomou. Martha e Mary perderam seus filhos no mesmo lugar, elas tinham em comum a dor dessa perda quando se conheceram. Ambas precisavam elaborar seu luto, momento difícil que as conduziu para o local da tragédia. Talvez, apenas talvez, ficasse mais fácil de compreender um acontecimento tão fora da ordem natural das coisas. Embora aparente mais uma resenha do que um artigo, tal introdução é importante para a compreensão do que discutiremos a seguir.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan

 
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Deficiência auditiva e visual, limite, relações familiares, afetivas e aprendizagem.
SINOPSE
A incansável tarefa de Anne Sullivan, uma professora, ao tentar fazer com que Helen Keller, uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda (pelo menos em parte) as coisas que a cercam. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança.
O filme The Miracle Worker (sem distribuição no Brasil, produzido para TV em 2000 nos EUA, dirigido por Nadia Tass) é um "remake" de dois filmes sobre o mesmo tema: "The Miracle Worker", produzido em 1962, dirigido por Arthur Penn, distribuído no Brasil com o título O Milagre de Anne Sullivan; e "The Miracle Worker", também produzido para TV em 1979, dirigido por Paul Aaron, que em 1984 teve ainda uma sequencia com o título "Helen Keller, The Miracle Continues".
TRAILER
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme retrata uu período da história de vida de uma menina cega e surda. O nome dela era é Helen Keller, de sete anos, filha de proprietários de terras. Ela não sabia o que era mundo e não sabia como interpretá-lo, e apesar disso tudo, ela precisava muito se expressar. A trama retrata uma parte da história da menina, depois dela já ter perdido a visão e a audição. A família, por sua vez, após tê-la quase perdido, faz todas as vontades que pensam ser dela. Hellen, por sua vez, se parecia com um animal agressivo, ela chutava, mordia, cuspia, sem conseguir se comunicar. Foi o desespero, o limite diante dos espetáculos grotesco da criança, que favoreceu a descoberta de Anne Sullivan, a professora de métodos pouco convencionais, que surge para disciplinar, domesticar e educar a menina. Ela foi cega (fez nove cirurgias nos olhos) e usa óculos escuros para proteger-se do sol. Ao se deparar com Helen, entende que ali está o maior desafio da sua vida: o desafio de explicar a uma menina como viver no mundo e como entende-lo. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram.