Deficiência Visual, preconceito, relações familiares
Trata-se do drama de um menininho cego (o excelente Mohsen Ramezani, cego de verdade) rejeitado pelo pai. Se o documentário brasileiro Janela da Alma é um filme sobre deficientes visuais que se vale mais da palavra do que da imagem, no iraniano A Cor do Paraíso acontece justamente o contrário. O diretor faz uso do belo cenário natural e da exploração sensorial dos sons para tentar mostrar que a vida pode ser percebida de outras maneiras. E que o paraíso pode estar bem ali, no meio do inferno - basta querer vê-lo. Um filhote de passarinho esperando para ser colocado de volta ao ninho; o toc-toc-toc dos pica-paus; o colorido dos campos onde o menino cego brinca com as irmãs; a superioridade que ele demonstra na leitura em braile durante uma classe com crianças "normais": cada um desses pequenos momentos carrega em si grande significado. “A Cor do Paraíso" possui quase todos os elementos de uma tragédia grega, um personagem com a falha trágica (o pai de Mohamad), a vontade dos deuses (neste caso de Alá) que rege todas as coisas, uma série de eventos relacionados que conduz à epifania e ao final catártico.
SINOPSE
A Cor do Paraíso narra a comovente história de Mohammad, um menino cego que mora numa escola para deficientes. Com a chegada das férias, ele espera passar algum tempo com as irmãs, a avó e o pai no vilarejo onde mora a família. Viúvo, o pai encontra-se com dois problemas em relação ao filho: não tem mais condições de mantê-lo na escola especial, e pretende se casar novamente e o menino deficiente é como um obstáculo para isso. Por isso, não quer que ele passe as férias em casa, mas junto a um marceneiro cego que pode tomar o menino como aprendiz. O filme gira em torno desta delicada relação entre pai e filho, dos laços de família e da sensibilidade do menino cego. Mohammad é um garoto muito vivo, que tem uma enorme sensibilidade. Seu jeito simples de "ver o mundo" é uma lição de vida.
Trailer
Queria saber o que vc entendeu no final do filme...Para mim o menino não morreu no final, interpretei que ele tocava Deus com os dedos e houve um milagre...até porque o som dos pássaros mais alto indica que ele estava vivo...
ResponderExcluirum abraço
O pai fica desesperado e tenta salvar o filho só que não consegue quando ele chega na margem do rio, ele encontra o filho desmaiado e não consegue acordá-lo e nessa hora o Sol bate na mão de Mohamed e ele sente Deus, assim morre. Creio que pode ser interpretado de sua forma, mas, no meu ver é uma visão de transcendência, morte sim, mas não esse bicho papão que a vê apenas como fim.
ResponderExcluiro filme é muito bom e as cenas são muito bem representadas de acordo com o tema , para entender o final do filme só mesmo sabendo identificar o sinais do filme
ResponderExcluirfilme muito comovente
ResponderExcluirTrata-se do drama de um menininho cego (o excelente Mohsen Ramezani, cego de verdade) rejeitado pelo pai.
ResponderExcluirna verdade no filme o menino disse que seu professor dizia para ele que os cegos iriam sentir alá, então, logo que ele morre ele consegui tocar em alá, ou sentí-lo. Mesmo já morto.
ResponderExcluirArte é isso mesmo, cada um a percebe de um jeito, há um pouco de mundo particular em cada um. Muito lindo isso!Obrigada a todos!
Excluiramei esse filme
ResponderExcluirFilme incrível, do começo ao fim. Simbólico e tocante.
ResponderExcluirDe fato, é incrível. Obrigada por sua participação, volte sempre!
ExcluirAbçs
Senti que o pequeno Mohamed tocava Alá no fim, da mesma forma que ele havia dito ao cego carpinteiro. Adorei o filme. Cenário multicor, sons interessantes. Recomendo.
ResponderExcluirEm determinada parte do filme o menino diz a sua "querida vovó" que viu como sua mão era branca, portanto, ao meu ver, o final do filme remete a esta parte. Como se de alguma maneira a sua vó viesse buscá-lo. Os pássaros cantando também dão um sinal de que o garoto realmente morreu, pois nos momentos em que este parava e os ouvia, momento de pura reflexão e sintonia a natureza divinal, ainda em vida, era o momento de se comunicar com Alá.
ResponderExcluirLu,
ExcluirMuito legal sua sacada, não tinha me dado conta desse detalhe. Obrigada por sua participação, pois assim colabora com nosso objetivo primeiro, que é ser enriquecido com diferentes percepções. A arte nos proporciona diferentes olhares, isso é lindo! Volte sempre!
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ResponderExcluirLindo filme! Não tinha entendido muito bem o final, mas consegui entender melhor lendo os comentários aqui. Concordo com todos, especialmente com a Lu Fialho. Para mim, o filme mostra como nossas ações traçam o nosso destino. Um pai egoísta e individualista acaba perdendo tudo e todos e ficando sozinho e sem nada ao final. Já o menino cego, sempre amoroso e sensível à vida, conseguiu encontrar, ao final, o Deus que ele tanto procurou. E sua referência à mão branca da avó talvez seja porque a avó já tinha encontrado Deus, o que conseguimos perceber pelo fato de ela ter sempre se mostrado muito religiosa, amorosa e sensível à vida.
ResponderExcluirPatrícia A.
Patrícia,
ExcluirObrigada por sua participação, a proposta é mesmo esta: Os diversos olhares ampliam nosso saber! Volte sempre.
Abçs
Acho que, como a mão do menino se mexeu, o autor quiz mostrar que ele sobreviveu. Senão somente a cor esbranquiçada apareceria em sua mão, para mostrar que ele estava no paraíso
ResponderExcluirO mais legal de qualquer arte é essa percepção de cada um. Obrigada por compartilhar a sua! Abçs
ExcluirOs dedos mexeram pra ler as letras do canto dos pássaros como ele sempre fazia.
ExcluirMuito legal ler os comentários de vocês, acabei de assistir o filme. Eu gostaria mesmo é de ler que ele estava vivo, só pra me consolar um pouquinho. Mas me parece mais coerente o fato dele ter morrido. Por mais que o pai tenha sido individualista, acredito que todos merecem uma segunda chance, assim, com a vida de Mohammad, ele poderia tanto dar o amor que o filho merecia, quanto mudar e se tornar uma pessoa melhor com essa experiência de quase-perda. Esse filme me deixou muito emocionada, pois também tenho uma avó muito especial, que se parece muito na simplicidade, atitudes, crenças e gestos com a avózinha de Mohammad. E pensar que histórias como essa estão acontecendo ao redor do mundo, é muito interessante. Espero que todos sejam felizes nos finais, por mais clichê que isso pareça.
ResponderExcluirAdoro ver um post ter tamanha repercussão. Na realidade, desde o início do Blog/site, a intenção era essa, provocar trocas que nos enriqueçam. Quando cada um comenta a sua percepção, não há certo e errado, há o encontro do universo da arte com o mundo particular de cada um. Como comprovou Einsten, tudo é relativo, e o encontro dessas diferentes percepções só nos enriquecem. Obrigada pela participação!
Excluiramei o flime e muito comovente nao tem espliçao
ResponderExcluirObrigada pela participação, volte sempre!
Excluiradorei o filme, no meu entender, o menino sobrevive com o amor do pai em forma de arrependimento ali expressado na praia. Desejo saber se e isso mesmo? O pai teve ralmente uma segunda chance?
ResponderExcluirLuciene Garcia,
Luciene,
ExcluirSugiro que leia todos os comentários e siga sua percepção. De fato, trata-se de uma obra de arte, e, como tal, transcende a intenção do autor, transformando-a nas verdades de cada um (espectador). Acho até que um mesmo espectador terá percepções distintas, de acordo com seu momento de vida.
Obrigada pela participação!
Tão comovente, tão realista e ao mesmo tempo triste! Belíssimo, acho que no final ele morre, aquela luz é a prova de que Mohammad se encontra com Ala. Chorei demais em quase todas as cenas, que ator sensacional, Mohsen Ramezani esta de parabéns, queria saber como ele esta atualmente.
ResponderExcluirJaqueline,
ExcluirObrigada por sua participação, compartilhando sua percepção. O ator mirim Mohsen Ramezani (o Mohammad) é cego de verdade, o que dá um incrível realismo a história. Desde então, o ator não parece ter feito mais filme.
Volte sempre!
Mas que belíssimo filme! Tenho um outro olhar ainda do filme. A vovó já sabia oq iria acontecer, tanto que ela diz ao filho que temia pelo futuro do filho e não a do neto. Quando o broche que o neto deu a ela cai no rio e ela tenta pega-lo ali é uma "revelação" que ela tem. Outra coisa, quando a vovó falece o neto tbm sente. Quanto ao final, para mim foi a vovó que resgatou a sua alma, que também justificaria a existência de Deus/Alá!
ResponderExcluirBoa reflexão, Hellen! Não tinha visto por este ângulo. Obrigada pela participação, volte sempre!
ExcluirO nome do filme já relata o que houve no final (A cor do Paraíso) a maioria nao entendeu bem esse final e fala que ele nao morreu, mas ele morreu sim, se não o nome do filme nao teria sentido, a mão dele brilha e ganha mais cor,isso mostra que ele chegou no Paraíso e enxergou, os dedos se movem pois é o momento em que ele tocou em Alá, tem uma parte do filme que ele diz que um dia conseguirá tocar Alá.
ResponderExcluirObrigada por sua participação, volte semre!
ExcluirAbs,
Os dedos dele tocou porque leu o canto dos passaros, como sempre fazia. Acho que o filme deixa um duplo sentido, para que cada um interprete o brilho nas mãos de um modo. A avó não brilhou ao morrer.
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