quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Noiva em fuga

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ASSUNTO


Auto suporte, relações afetivas, familiares e sociais, gestalt-terapia.

SINOPSE

Maggie Carpenter (Julia Roberts) possui um grave problema: não consegue se casar. Já tentou por 3 vezes, mas na hora da cerimônia algo acontece e ela sempre foge do altar. Quando a história chega aos ouvidos de Ike Graham (Richard Gere), um jornalista machista da cidade grande, ele a publica em sua coluna e logo em seguida demitido por não ter confirmado a história antes. Decidido a recuperar o emprego, Ike parte para a cidade de Maggie a fim de provar que a história da noiva fujona verídica.

TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA

Vi pela primeira vez por indicação de minha primeira professora de Gestalt-terapia: Eliane Farah. Éramos um grupo de gestalt-terapeutas em formação que se reuniam com a supervisora uma vez por semana para discutir os casos que estávamos atendendo. Um de nós atendia a uma cliente que tinha uma relação “misturada”, o que em gestalt-terapia chamamos de “confluência” e em psicanálise é conhecida como “simbiose”. Isto significa dizer que a cliente em atendimento funcionava muito fusionada com o parceiro, ou seja, pouco sabia de si. Em gestalt-terapia, privilegiamos qualquer ferramenta que possa ajudar ao cliente a “se dar conta” do seu funcionamento, em detrimento de uma informação. Nesse caso, por exemplo, sinalizar para a tal cliente que ela funcionava desta forma poderia gerar negação ou apenas uma informação a nível cognitivo, sem alcançar suas sensações ou ações de fato. Claro, isso também ajuda, mas qualquer ferramenta que faça a pessoa “se dar conta” de forma a “cair a ficha” sempre será mais eficaz. Por esse motivo, é a fita é uma ótima indicação para pessoas que perdem sua identidade na relação afetiva.
O filme não foi muito aclamado pela crítica, principalmente por ter sido comparado com “Uma linda mulher”, estrelado anteriormente pelos mesmos atores. Sendo considerado como apenas uma jogada de marketing para tentar repetir o sucesso do primeiro, o filme “Noiva em fuga” foi bastante preterido. Trata-se de uma comédia romântica que aparenta ser como todas as outras. Entretanto, é um prato cheio para a psicologia, tendo em vista que retrata um dos nós mais comumente encontrado nas relações amorosas.
Alguns aspectos merecem destaque na trama: a figura do pai e a relação pai-filha, o processo de desenvolvimento a partir da divulgação de um conflito pessoal – o que provoca um “dar-se conta”, a importância das observações feitas por Ike, que descrevem o que para ele é óbvio: o fenômeno em si. Ike afirma: ”Você é a mulher mais perdida que conheço, tão perdida que não sabe nem como quer comer os ovos! Com o padre, eram mexidos; com o hippie eram fritos; com o outro, eram escaldados, e agora, só com claras! Isso é não ter opinião própria! O que você está fazendo?”. Com isso ele se torna facilitador do processo de encontro com a diferença (eu e não- eu), promovendo novas reflexões na busca de si mesma. Começamos a ver mudanças em Maggie com o próprio pai, quando reage dizendo: “talvez você não goste de ter uma filha com problemas. Mas sabe? eu não gosto de ter um pai que vive bêbado”. Fica claro o processo de evolução, mas ainda falta algo. No momento que perde contato com o noivo, Maggie novamente foge do altar. Mas, algo mudou, e ela começa a se descobrir a cada momento, a evoluir para o momento de sentir-se capaz de escolher. Prestem atenção nas pequenas mudanças que podem ser percebidas em suas roupas, nos cabelos, na sua auto-descoberta, o que promove o desenvolvimento de suas potencialidades. E, de novo, são os ovos que representam todo processo de diferenciação, permitindo assim o verdadeiro encontro. Maggie já consegue se perceber mais integrada, então o procura, dizendo: “Queria dizer a você sobre porque eu fujo, às vezes, corro das coisas ... quando eu caminhava até o altar, era para alguém que não fazia idéia de quem eu era realmente. E só a metade da culpa era dele, pois fiz todo o possível para convencê-lo de que eu era exatamente o que ele queria. Então, foi bom eu não ter levado adiante, porque teria sido uma mentira. Mas, você sabia como eu realmente sou ... eu não... (...) ...Benedict, adoro ovos ‘mexidos’ (?). Odeio todos os outros. Não gosto de grandes cerimônias, ficam todos olhando(...)”
E você, como gosta dos ovos??? Brincadeiras a parte, não é um filme novo, você já pode ter visto, mas experimente assistir com um novo olhar. Vale a pena!


2 comentários:

  1. Adorei a história *-----*
    Agora tenho que ver esse filme.
    Valeu a dica :D Parabéns pelo lindo e informativo post.
    Estou seguindo o Blog, adorei aqui. ;)
    Segue meu cantinho se gostar também? *-*
    Sucesso SEMPRE, beeijão ;*

    Ewerton Lenildo - Academia de Leitura
    papeldeumlivro.blogspot.com
    @Papeldeumlivro

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  2. O filme ficou mais interessante para mim agora

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