ASSUNTO
Relações sociais, familiares e afetivas, eutanásia, direito de esdcolha.
SINOPSE
No Filme Online Mar Adentro, Ramón Sampedro (Javier Bardem) é um
homem que luta para ter o direito de pôr fim à sua própria vida. Na juventude
ele sofreu um acidente, que o deixou tetraplégico e preso a uma cama por 28
anos. Lúcido e extremamente inteligente, Ramón decide lutar na justiça pelo
direito de decidir sobre sua própria vida, o que lhe gera problemas com a
igreja, a sociedade e até mesmo seus familiares.
TRAILER
O
OLHAR DA PSICOLOGIA
Recentemente, postamos sobre o filme COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ, um drama
romanceado que discute um tema semelhante ao de MAR ADENTRO: O direito de
escolha, a dignidade do ser. O foco do tema é maior no drama de 2004, razão para este post. Ramón afirma repetidamente “Viver é um direito, não uma obrigação”. Difícil
compreender o desejo dele de acabar com a própria vida. Acompanhamos um homem
inteligente, sagaz, sensível e íntegro, lutando para ter o direito de escolher
o final da própria vida. Em um primeiro momento, é possível pensar que o filme
defende sua posição, só que não. O filme apresenta diferentes argumentos,
contra e a favor da eutanásia. Desde sempre, ele difere de outros, não se usa
como exemplo. Seu sorriso, que impressiona por sua magnitude, é expressão de
tristeza, embora pareça o contrário. Ele afirma que em suas condições, aprendeu
a chorar através do sorriso. Desconcertante, pois para o espectador, seu
sorriso poderia ser uma bela razão para manter sua vida. É seu sorriso que
ilumina os que o cercam, apesar de ser também cruel em sua relação com a
realidade dos fatos: a morte é para a maioria uma possibilidade, menos para os
que dependem de outrem. Ele luta pelo direito de escolha! Sua escolha é clara,
pensada e repensada por 28 anos.
O público nutre esperança de outro desfecho,
quando vislumbra possibilidade de romance, de amor. Aprendemos em nossa cultura que o amor
salva, né? Só que não é bem assim. O amor é para ele respeito pelas escolhas do
outro. Será que algo pode mudar? Não é fácil acompanhar tantos argumentos
morais, culturais, legais e religiosos que cercam o debate. Não é fácil julgar!
As condições particulares de Ramón podem resultar em uma celebração da vida!
Sim, a vida que ele não pode ter é a mesma que outros tantos querem encerrar. A
cena em que finge ter dor no pé para a criança é desconcertante. A dor que não
tem o direito de sentir é a mesma que se torna razão de tantos suicídios?
Talvez. A ausência de controle, a dependência eterna, a infelicidade diante das
próprias condições podem não ser consideradas suficientes para o expectador.
Mas, como julgar a perspectiva do outro, um lugar impensável para quem está do
outro lado. O filme é desconcertante, polêmico e provocador. Seu testemunho diante
da justiça reume seu mundo, ele diz: “Negar a propriedade privada de nosso
próprio ser é a maior das mentiras culturais. Para uma cultura que sacraliza a
propriedade privada das coisas – dentre elas – a terra e a água – é uma
aberração negar a propriedade mais privada de todas, a nossa Pátria e reino
Pessoal. Nosso corpo, vida e consciência – nosso universo.” Filme imperdível!
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