ASSUNTO
Relações
familiares, afetivas e sociais, doença terminal. depressão, separação e morte.
SINOPSE
Doug e Abi decidem viajar
até à Escócia com os três filhos pequenos, para comemorar o aniversário de
Gordie, o pai de Doug, que celebra 75 anos. No entanto, os dois têm um segredo
que gostariam de esconder do resto da família, mas não será nada fácil ocultar
o divórcio com as crianças por perto… E o que prometia ser uma harmoniosa
reunião familiar acaba por trazer à superfície ressentimentos passados, quando
um dia na praia se transforma em tragédia e as crianças põem mãos-à-obra para
resolver o assunto.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Os
pais (Doug e Abbi) estão em processo de divórcio, não se ouvem mais, discutem o
tempo todo e fazem uma viagem juntos para comemorar o aniversário do pai de
Doug, na Escócia. As crianças, visivelmente afetadas pela separação e brigas
constantes dos pais, prometem não contar ao restante da família, que os pais já
moram em casas separadas. Elas sabem que o aniversariante está doente,
entretanto não sabem que a doença é terminal. A família, como qualquer outra,
tem lá seus segredos e problemas. Aos poucos, as questões emergem, revelando o
avesso do mundo adulto. Mas é o olhar das crianças que nos permite vislumbrar a
obviedade da vida. Temas como separação, depressão e morte são apresentados com
suavidade, sem que o peso e a complicação do mundo adulto, que usa o raciocínio
lógico para se afastar dos “sentidos”. É assim mesmo, as crianças mantém os
sentidos aguçados, vivem em plenitude as percepções de mundo, sem que qualquer
obstáculo racional impeça a experiência. E, são esses personagens graciosos os
responsáveis pelo encantamento e delicadeza da trama. Temos, de fato, muito que
aprender com as crianças! O avô, prestes a fazer 75 anos e enfrentando a doença
terminal, tem uma relação emocionante com os netos. Os diálogos são impregnados
de doçura e clareza, não há regra social capaz de obstruir a comunicação entre
eles.
Morte é um assunto difícil, ainda que seja o único destino de todos nós tornou-se
tabu na cultura ocidental. Por coincidência, com a morte de Domingos Montagner,
ator no auge da carreira e ser humano ímpar, o assunto têm sido amplamente
debatidos. Uma frase chama a atenção quando afirma que a vida é um “sopro”.
Precisamos falar sobre morte, pois a consciência de nossa finitude nos permite
valorizar a vida. Foi uma grata surpresa encontrar essa comédia dramática, que
apresenta a morte através dos olhos das crianças, personagens não contaminados
pelos “pré-conceitos” dos adultos. E é na emergência da situação, que os netos
irão optar pelo óbvio, pelo simples, pelo que realmente importa. Segundo o avô,
as pessoas são todas ridículas, cada qual a seu modo, mas no fim, nada disso
importa diante da vida, apenas o amor. Todos nós teremos o mesmo destino, para
que perder tanto tempo com tantas questões desnecessárias? Afinal, se a vida é
mesmo um sopro, o que escolhemos a cada momento, pensar ou viver? Embora,
algumas críticas não tenham sido favoráveis, o filme é, de fato, um presente.
Falando em “presente”, que tal agradecer e viver a plenitude desta dádiva que é
seu “aqui e agora”?
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