ASSUNTO
O Auto-suporte, abuso, dependência química, drogas, preconceito, homossexualidade, relações afetivas, sociais e familiares, violência.
SINOPSE
Três momentos da vida de
Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na
infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do
universo do crime e das drogas, este é um poético estudo de personagem. O
protagonista trilha uma jornada de autoconhecimento enquanto tenta escapar do
caminho fácil da criminalidade e do mundo das drogas de Miami. Encontrando amor
em locais surpreendentes, ele sonha com um futuro maravilhoso.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
O
filme poderia ter como título CHIRON EM BUSCA DE SI MESMO, pois retrata a trajetória
de Chiron na busca da própria identidade, diante de um contexto adverso, agressivo
e desestruturado. A jornada é universal e também particular, tendo em vista suas
peculiaridades. Ele é negro, pobre e ainda vive em uma família monogâmica e
disfuncional. Sim, a mãe não tem possibilidade de lhe oferecer suporte, sendo
dependente química, suas alterações abusivas contribuem para a infância
solitária do menino. Diante de um contexto tão insensível e adverso, Little (apelido de infância) sobrevive
como pode. Vítima de bullying, preconceito racial e homofóbico, seus conflitos
existenciais encontrarão algum suporte no afeto de Juan, o traficante, e sua namorada, pessoas que abrem espaço para sua autenticidade. A namorada contribui
para que o menino encontre uma brecha de suporte afetivo em meio ao conturbado
universo em que vive, enquanto Juan ocupa o vazio da figura paterna. Seu desenvolvimento encontra novos obstáculos, seja na
transição para a adolescência, ou para a vida adulta.
Litle vive sua primeira experiência homossexual junto
ao único e possível amigo. Na adolescência, os conflitos aumentam, a
sexualidade entra em pauta e as frustrações e injustiças trazem duros
aprendizados. Juan já está morto, as pressões do meio aumentam. O preconceito,
a violência e o caos fazem parte da trajetória de Chiron, que não encontra
suporte afetivo em seu lar para enfrentar seus medos e inseguranças. Através da
dor e dos poucos exemplos de amizade e afeto, das decepções e desilusões,
Chiron é injustiçado e preso. De vítima a marginal, ele se vê obrigado a construir
BLACK, a personificação de uma armadura capaz de proteger sua fragilidade, ao
mesmo tempo em que impõe respeito ao contexto hostil. É sabido que os contatos que fazemos ao longo
da vida são capazes de contribuir imensamente em nossa forma de ver e funcionar
no mundo. A mãe viciada, o traficante sensível e o amigo traidor foram pessoas
que tocaram a alma do protagonista, fosse sufocando ou favorecendo sua autenticidade.
Atrás de músculos e aparelhos dentários, Black reencontra seu amigo/amor de
infância, contato que favorece a revelação e/ou integração de sua identidade. A homossexualidade, o
abandono parental, o refúgio no crime são temas abordados na trama, de forma
poética, sensível e humana. Sons, cores, silêncios, ausências, presenças, pausas
e movimentos costuram o drama, uma verdadeira obra prima capaz de promover
ricas reflexões.
Ai o silêncio... esse ponto central do não dito, foi para mim uma experiência maravilhosa... Shiron um doce, um ser humano único!!!!
ResponderExcluirMais uma vez, obrigada por sua participação, Denise, volte sempre!
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