domingo, 14 de janeiro de 2018

Lady Bird, é hora de voar

ASSUNTO

Adolescência, ansiedade, sexualidade, puberdade, relações familiares, sociais e afetivas.

SINOPSE

Christine McPherson (Saoirse Ronan) está no último ano do ensino médio e o que mais deseja é ir fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, ideia firmemente rejeitada por sua mãe (Laurie Metcalf). Lady Bird, como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva o plano de ir embora adiante mesmo assim. Enquanto sua hora não chega, no entanto, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a progenitora.

TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA


Indicado para o Oscar, o longa acompanha Lady Bird da passagem da adolescência para a maturidade. A jornada de amadurecimento já foi retratada em outros tantos filmes, o Charme daqui está na forma como acontece. A ansiedade adolescente é evidenciada no processo, sem que seja necessário qualquer diagnóstico. Afinal, é bastante comum que a ansiedade acompanhe a adolescência, sem que precise ser considerada uma patologia. Christine quer voar, é aventureira, sonhadora, dramática, impetuosa e muito desafiadora. A família não está em uma situação financeira privilegiada, a mãe aponta isso a todo instante, diferente do pai, que dá “cobertura” para os sonhos da moça. Mãe e filha vivem às turras, diante dos desafios da vida. Não é muito diferente do que acontece com frequencia: o adolescente elege um dos pais para "parceiro" e o outro como inimigo. Se o inimigo é aquele que tem os pés na realidade, frustrando os devaneios adolescentes, ele vira alvo de enfrentamentos, birras, discussões infindáveis.
O processo de adolescer é familiar, cada membro  revive um pouco do próprio processo de amadurecimento, de ser e ter, de sonhar e viver. O filme retrata o proceso com muita honestidade, sem tirar nem por. Falar desse momento, tão complexo em nossas vidas, é falar de intensidade, riscos, desejos, sonhos e muito mais. O desejo de crescer, de amar e ser amada, de perder a tão falada “virgindade”, de inaugurar sua autonomia são parte do processo, repleto de acertos e erros inesquecíveis. Crenças e valores são questionados, passados à limpo, até rejeitados. Verdades próprias são parte de uma busca incansável. A negação de própria história está lá, em cada mentira contada de um jeito muito adolescente de ser. Simples, assim! Encontros e desencontros, tensos e intensos, são retratados na trama, que convida pais e filhos à identificação. Erros, acertos, frustrações e conquistas fazem parte do processo de crescimento, aliás, de vida. Despretensioso, o filme é simples, natural, simpático e sincero! Sem mais, a adolescência como ela  é. 

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