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quinta-feira, 1 de março de 2012

Tiranossauro

Tiranossauro
clip_image002ASSUNTO
Relações afetivas, familiares e sociais; violência, abuso, comportamento autodestrutivo, alcoolismo.
Uma colega querida me citou na seguinte mensagem do face book: Esse belíssimo e impactante filme contextualiza a natureza multifacetada de todos nós: somos anjos e demônios. As agruras são potencializadas com as rupturas de paradigmas. As aparências enganam. Na comunhão de anseios, na difícil acomodação entre egoísmo e altruísmo, uma forma de felicidade encontra sua forma de acontecer, e ela geralmente pede alguém para experimentá-la conosco. Percebo o cuidado e a forma competente que o diretor aborda a fragilidade e os desdobramentos de todo e qualquer tipo de relação humana! RECOMENDO MUITO!!!!!!! (Renata Rodrigues).
Diante do fato, Procurei o filme para assistir e compartilhar com vocês. “Tiranossauro” fala de pessoas e problemas que nos são tão próximos. As formas de existência que chocam em um primeiro olhar, mas que se aproximam de nossa realidade cotidiana. Os protagonistas podem ser nossos vizinhos, colegas de algum conhecido, ou, simplesmente existir em nossas fantasias ou pensamentos. Fato é que por mais chocante que nos pareçam, fazem parte de nossa humanidade. Joseph é se apresenta de forma assustadora a princípio, suas atitudes transparecem seu desgosto pela vida, e conseqüente comportamento de autodestrutivo. Um contraste evidente quando se trata de relacionar-se com uma criança ou com a própria Hannah. Aquele que parecia pouco humano, agressivo, “sem coração”, se revela, ao longo da trama, uma pessoa sensível. Nada é o que aparenta ser, logo ficamos cientes disso no desenrolar do enredo. Um olhar superficial nos engana, há mais dentro de cada um. O filme não aprofunda as questões que tornaram Joseph tão reativo, mas nos oferece a pista de ter convivido com muitas injustiças e viver um momento de ‘tolerância zero’ com tudo que o cerca. Hannah, por sua vez, tem diversas provocações à sua passividade. Sua doçura é desafiada diariamente através do abuso e da violência que lhe é imposta por seu marido. No momento de reagir se identifica com seu novo amigo, Joseph, e sua mais humana expressão da existência. É do inusitado que vislumbra a possibilidade de se arriscar a viver. É nessa relação que as possibilidades se desdobram, nos oferecendo oportunidade ímpar de refletir sobre nossos gritos e silêncios do dia a dia. Vale conferir!
Tiranossauro é mais sutil: é a palavra, o amor, que acaba encontrando unidade no poético mundo do caos. Encontrando um paralelo estrutural com o Contra a Parede de Fatih Akin, o filme inglês se sobressai ao utilizar o mundo cão de uma tragédia para estudar o retrato de um homem que, perdido na vida, encontra em outra perdição, a paz. Leia mais clicando aqui.
A potência do filme é arrebatadora, com seqüências que acompanham o público por longos minutos após o final da sessão (como a primeira aparição do marido abusador de Hannah), eterna nas expressões radicalmente sofridas de Mullan e de Olivia Colman. E essa sensação vale mais que qualquer pequena derrapada, pois como pode ser extraído do próprio filme, o erro é parte fundamental para o amadurecimento. Continue lendo.
“Tiranossauro” acompanha a lenta construção de um relacionamento entre o auto destrutivo Joseph e Hannah, vítima de violência e abusos. (...)Mullan interpreta um personagem que vê o fim da vida a aproximar-se, mergulhado na tristeza, um desespero que afoga nas constantes visitas ao pub e nas trocas de ameaças com os jovem da terra. (...)“É sobre o encontro de duas almas que vêm de estratos sociais diferentes, mas que descobrem uma amizade, que se compreendem e partilham a dor, algo que parece muito improvável porque a sociedade levanta muita barreiras. No filme, uma das vitórias é exatamente o facto da personagem da Olivia sentir-se confortável e à vontade com este homem que no inicio pensamos que é um indivíduo muito perigoso”. Leia mais....
SINOPSE
Joseph é um viúvo atormentado. Desempregado, violento e alcoólatra, ele passa a vida descontando sua raiva ao mundo. Um dia, porém, conhece a religiosa Hannah, dona de um brechó de caridade. Apesar das diferenças entre os dois, o jeito acolhedor de Hannah faz com que eles desenvolvam uma forte amizade. Casada, ela tem uma vida conjugal aparentemente normal, mas que esconde um marido agressivo e ciumento. Ligados pelo desamparo, Joseph e Hannah precisam encontrar um caminho para suas vidas. Vencedor do prêmio especial do júri de ator e atriz e melhor direção no Sundance Film Festival 2011.
TRAILER OFICIAL (Inglês)
Comentado em Portugal

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O silêncio de Melinda

 
clip_image001ASSUNTO
Abuso, Adolescência, relações familiares, afetivas, sociais e terapêuticas, psicologia escolar, familiar e do adolescente.
A princípio, achei que fosse um filme sobre o universo adolescente. Afinal, guardando as devidas diferenças culturais, alguns dos dilemas da adolescência são universais. O que logo fica evidente na estória é a ambigüidade tão peculiar a esta etapa de vida. A necessidade de se diferenciar e, ao mesmo tempo, de sentir-se igual outros. A dicotomia é comum na mudança para o mundo adulto, pois há um ímpeto em querer ser “único”, se destacando na multidão, se opondo a tudo que lhe parecia até então “verdadeiro”. Por outro lado, há também a necessidade de se identificar com algum grupo que lhe dê um “lugar”, nessa fase que se entende como um “nada”, para algumas situações não é mais criança, para outras ainda não é adulto.
Pois bem, Melinda relata suas sensações a partir do primeiro dia de aula, com as reclamações que poderiam ser de qualquer aluno nesta fase. Aos poucos, vamos acompanhando com detalhes seus contatos com o universo escolar e começamos a desconfiar que a personagem seja vítima de bullying. Podemos acompanhar sua angústia diante de cada rejeição, cada fato que lhe causa dor. No desenrolar da trama, acontecimentos do ano anterior, aos poucos são revelados, nos fornecendo pistas sobre o que poderia ter causado, não apenas seu comportamento isolado, mas também o comportamento de todas as tribos que a rejeitavam.
Logo ficamos sabendo que os colegas a odeiam por ter chamado a polícia numa festinha do outro ciclo escolar, prejudicando muitos. Sua versão dos fatos começa a nos ser apresentada através de flashbacks, que nos revelam trechos dessa mesma festa. As relações de Melinda foram contaminadas. Fica clara a diferença entre a Personagem “enturmada” no passado e a que se revela isolada, sendo considerada “esquisita” por aqueles que não presenciaram a festa. Em casa ela dá sinais de que algo anda errado, tanto quanto no ambiente escolar, mas nem seus pais nem seus professores tentam descobrir o que de fato ocorre com a moça. Então, somos familiarizados com a origem de tudo: O galã da escola havia a estuprado na tal festa e na atualidade namora a sua ex-melhor-amiga. O silêncio de Melinda é também o silêncio de muitas que passam pelo mesmo episódio, faz parte de um comportamento padrão, quando a vítima é paralisada, fica confusa entre a culpa e a vergonha, sem conseguir elaborar o fato.
Então, o professor de artes, começa a dar espaço para a expressão de sua dor. Aqui, como no filme “Somos todos diferentes”, o professor de artes configura perspectivas da relação terapêutica. Ele estimula sua expressão a cada momento, dando espaço para que ela possa aos poucos se reconstruir, se integrando, organizando através da arte seu mundo dilacerado. Suas angústias vão sendo aos poucos enfrentadas, restando apenas o segredo do passado que implora por ser revelado.
Faço aqui um intervalo para chamar atenção sobre outras formas de comunicação. Pais e professores que conhecem o aluno podem perceber mudanças bruscas que tentam dizer algo. É certo que a adolescência em si caracteriza comportamento diferenciado, mas as bruscas mudanças estão sempre a serviço de comunicar algo. É preciso mais que ouvir palavras, o corpo e as atitudes também falam! Tente perceber as diversas tentativas desse “organismo” se comunicar no filme, seja o momento do pesadelo, ou de diversos outros movimentos. Em gestalt-terapia, nossa visão de homem abrange um “organismo em relação”, que é o conjunto do ser e sua forma de estar no mundo. O “organismo” comporta seu campo – configurado por todas as relações que influenciaram e permanecem na sua forma de estar no mundo agora. De acordo com essa visão, nosso organismo está sempre em busca do equilíbrio, da auto-regulação, buscando atender as necessidades do indivíduo.
Ao telefonar para a polícia, a intenção era denunciar o abuso que tinha sofrido. No desdobrar dos acontecimentos, a personagem paralisa, mais do que só o corpo, seu organismo tinha sido violentado como um todo. A cena do retorno para sua casa mostra o quanto está desnorteada e perdida, seu caminhar é vazio, segue no “automático”, sobrevive ao fato, funcionando de “forma disfuncional”, o silêncio serve a busca de auto-regulação, mas não atende a auto-realização, que é natural ao ser humano. A situação inacabada, assim considerada em gestalt-terapia, busca um fechamento satisfatório. A “forma” (=GESTALT) de funcionamento de Melinda denuncia uma situação inacabada, durante a fita, acompanhamos as diversas tentativas de ser concluída, sendo trazidas, aos poucos para sua consciência, como necessidade urgente. A expressão artística de suas dores vai abrindo espaço para contatar o mundo como é agora, se libertando aos poucos de cada trecho do passado que consegue elaborar, se aproximando de fato de sua “forma” de ser. A adolescente começa a fazer contato com o mundo, está pronta para ouvir a colega, quando lhe explica que:  para ela realmente tornar-se uma revolucionária, o silêncio não pode ser tão eloquente como seu discurso. A cena na qual Melinda cabula a aula, ilustra a emergência de sua necessidade de fechamento, quando ela reflete sobre a possibilidade de contar para alguém, qualquer pessoa...
Na trama, após um difícil comunicado – Melinda escreve para a amiga, pois ainda não consegue falar sobre o fato-, o autor do estupro busca silenciá-la através de uma segunda tentativa de estupro. Entretanto, não há mais silêncio no mundo da adolescente, existe reação por agora e por ontem. A menina está pronta para falar, assim a fita segue até o momento que a mãe oferece a opção do silêncio, ao que ela retruca, “Não, eu quero falar”. Desfecho com sabor de liberdade.
O filme é de fato sobre o estupro, sem perder de vista os dilemas do adolescente e suas possibilidades. Uma denúncia ao silêncio, tão comum em fatos semelhantes, o filme nos oferece a oportunidade de refletir sobre outros aspectos do universo familiar e escolar. Entre publicações sobre o filme, destaco os artigos a seguir, que merecem atenção:
SINOPSE
É o primeiro dia do primeiro colegial para Melinda, mas ela não se mistura à euforia dos corredores da escola, na verdade é como se nem estivesse ali. Isolada pelos amigos por ter chamado a polícia durante uma festa da galera, ela não consegue falar do terrível trauma que sofreu naquela noite, nem para as amigas, nem para si mesma. Mas decide tentar reencontrar sua voz e, finalmente, se expressar. O Silêncio de Melinda é um filme contundente e perturbador, adaptado do best seller "Speak" vencedor do prêmio New York Times.
TRAILER

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desejos e Traições

DESEJOS E TRAIÇÕES ASSUNTO
Relações familiares, afetivas, segredos.
Com diálogo denso, o filme aborda os conflitos e segredos familiares, a partir de encontros de seus membros com personagens que fizeram ou fazem parte da história familiar. Homossexualismo, abuso, proteção são parte dos fantasmas que assombram a família.
Desejos e Traições é aquele independente sobre drama familiares, verdades e segredos que permanecem por gerações, e o confronto dos mesmos. Leia mais clicando aqui
SINOPSE
Três irmãs e um irmão tentam se libertar do fantasma do pai e viver num ambiente mais agradável, mas a medida que o tempo vai passando, eles vão se desgarrando das meias-verdades e ninguém que está envolvido sai ileso. Tudo isso ficou escondido, finalmente, começa a aparecer ódio, as traições, o desejo e os amores num filme intenso que faz você pensar, e muitos nas suas relações.
TRAILER

domingo, 31 de julho de 2011

Sybil

Sybil ASSUNTO
Psicodiagnóstico, Relações afetivas, familiares, abuso, violência, saúde mental.
Lembro de ter lido esse livro quando ainda estava no segundo grau, isso faz muito, muito tempo. Já na ocasião, fiquei encantada, e, acredito ter sido uma das motivações para que estudasse psicologia. Encontrei na internet essa versão filmada e resolvi assistir. Não foi menos impactante, certamente. No entanto, diversas reflexões foram estimuladas. Não só por ser psicóloga, mas também por ter como referência a abordagem gestáltica, foi possível ampliar consideravelmente minha visão. Sem desconsiderar as diversas conjecturas a respeito do diagnóstico, fiquei me perguntando quantas partes de nós são dissociadas em situações conflituosas. Questionei sobre as neuroses leves ou não. Pensei sobre o processo terapêutico e seu objetivo, que na maior parte das vezes é de nos “integrar” como PESSOA. E, de alguma forma, “juntar nossas partes” em um único ser, integrado e capaz de fazer novas escolhas. Um ser “inteiro” capaz de enfrentar novos conflitos, que certamente ainda surgirão. Pois, o processo terapêutico não pretende tornar o mundo mais fácil, menos conflituoso. Ao contrário, o objetivo é nos integrar de tal forma que possamos enfrentar novos desafios do mundo, fazer novas escolhas, ampliar nossa capacidade de responder com habilidade a novos desafios. O ser responsável por suas escolhas, este é o nosso objetivo. Então, foi lindo perceber que além do transtorno psiquiátrico tão óbvio no filme, podemos refletir a respeito de nossas “pequenas defesas” ou “respostas automáticas” que foram construídas em situações insuportáveis. Aprendemos a evitar novas situações ameaçadoras com a mesma resposta. Nós crescemos, amadurecemos, mas em qualquer situação que nos pareça ameaçadora, lá vamos nós, ligamos o “automático” e respondemos da mesma forma a diferentes estímulos. Aprendemos assim a evitar a possível “dor” ou “ameaça”. Aprendemos assim a evitar o agora. Não seria tudo isso algo semelhante às tantas personalidades de Sybil? Tudo o que buscamos na terapia não poderia ser resumido em “atualizar” nossa nova condição de ser? Não seria “reviver” nossos medos, enfrentá-los no presente e percebermos que já não somos mais tão indefesos?
Sybil teve uma infância repleta de episódios violentos, com o pai omisso e a mãe esquizofrênica, a menina sofreu todo tipo de abuso, agressão, violência.  Indefesa, sem condições de enfrentar as situações, sufocou emoções, e, sobreviveu através de novas personalidades. A partir da relação entre a Sybil e sua psiquiatra, o filme apresenta trechos importantes do processo terapêutico que durou 11 anos. Seus relatos são traduzidos em imagens que nos convidam a partilhar suas dores de forma impactante. É na relação doentia com sua mãe que a doença se instala. Mas, também é na relação que Sybil encontra a saúde, só que dessa vez,  em outra relação, na relação terapêutica. É no encontro autêntico com sua psiquiatra que Sybil se “integra”, atualizando sua forma de “ser no mundo”.
O filme nos faz refletir sobre cada uma das nossas partes, nossos “pedaços” do passado que insistem em nos impedir de viver o nosso presente de forma fluída e saudável. No final, quando todas as personalidades dão as mãos, e até a mais sofrida e machucada, sente-se abraçada, não pude deixar de observar que cada um de nós precisa disso: se abraçar, se integrar, se aceitar como é. O psicodiagnóstico, nossa “classificação” ou “rótulo” só nos fala da intensidade de nossa “dissociação” ou de nossa forma pessoal de divisão. Pois, o filme é uma bela metáfora da vida de todos nós… apenas  humanos.
Sybil conta a história verídica da paciente psiquiátrica Sybil Isabel Dorsett, que sofria de Transtorno Dissociativo de Identidade (também conhecido como MPD – Multiple Personality Disorder ou Transtorno de Múltiplas Personalidades, e que passou a ser oficialmente chamado de DID - Dissociative Identity Disorder a partir de 1994). Ao longo do tratamento, foram identificadas 16 personalidades de Sybil (incluindo a personalidade atuante, e várias personalidades femininas e masculinas, de diversas idades).
Controvérsia

O livro e o filme foram muito bem recebidos, e o Transtorno Dissociativo de Identidade, que era relativamente raro antes do caso Sybil, teve um grande aumento no número de casos diagnosticados, especialmente nos anos 80 e 90; nos anos de 1953-54, quando Sybil foi diagnosticada, havia apenas 11 casos documentados de personalidades múltiplas, e nenhum com tantas personalidades como Sybil. O único outro caso documentado de paciente com personalidades múltiplas viva naquela época era “Eve” (cuja história foi contada em As Três Faces de Eva). Na época da publicação de “Sybil”, em 1973, havia cerca de 75 casos documentados de MPD (Transtorno de Múltiplas Personalidades); nos 25 anos seguintes, foram diagnosticados cerca de 40.000 casos, quase todos nos Estados Unidos; especialistas começaram a duvidar da validade de tais diagnósticos, e culpam o livro por incentivar a indústria de charlatães especializados no tratamento de vítimas de abusos, dos quais o paciente nem mesmo se recorda. Pesquisadores tentam agora analisar o caso que começou tudo isto, e separar o que é realidade do que é ficção. Leia mais clicando aqui.

O filme mostra as torturas e repressões causadas pela mãe esquizofrênica, o pai ausente, o avô fanático religioso e a morte prematura da avó, único ponto de afeto e aceitação na vida da criança, e a conseqüente fragmentação da personalidade da paciente, numa tentativa de suportar os abusos sofridos
Fonte: Clique aqui
SINOPSE
Nova York. Sybil Dorsett (Sally Field) é uma jovem mulher que desenvolveu várias personalidades, como mecanismo de defesa para os abusos que sofreu nas mãos da sua mãe, Hattie (Martine Bartlett). Assim Sybil criou personalidades bem distintas: a agressiva Peggy Lou, a potencialmente suicida Mary, o bebê Sybil Ann e muitas outras, totalizando mais de dez. Uma psicanalista, Cornelia Wilbur (Joanne Woodward), diagnostica a condição de Sybil e tenta ajudá-la, apesar de saber que está lidando com um caso único.
TRECHOS DO FILME

sexta-feira, 18 de março de 2011

No limite do silêncio

no limite do silencio ASSUNTO
Relação terapêutica, relações familiares, sociais, afetivas, abuso, violência doméstica, incesto.


SINOPSE
2001 - Michael Hunter (Andy Garcia) é um psiquiatra que fica arrasado quando seu filho adolescente, Kyle (Trevor Blumas), se suicida. Este fato provocou a separação do casal, pois Penny (Chelsea Field), sua ex-mulher, o culpou pelo acontecido e na verdade ele também se considerava responsável pelo fato. Três anos após o suicídio, Michael não dá mais consultas e só dá palestras e escreve livros. Até que Barbara Wagner (Teri Polo), uma ex-aluna, lhe pede para examinar o caso de Thomas Caffey (Vincent Kartheiser), um garoto que foi marcado por uma tragédia familiar. Com a mãe morta e o pai preso Tommy foi para um orfanato, mas agora, quando ele está prestes para completar dezoito anos, será liberado, sendo que Barbara sente que ele ainda não está pronto. Inicialmente Michael se recusa a tratar do caso, mas gradativamente se interessa e vai conversar com Tommy. Logo que Tommy e Michael se encontram as barreiras entre médico e paciente ficam confusas, pois entre eles há mais alguém e este alguém é Kyle.

TRAILER
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
No Limite do Silêncio conta duas histórias sobre pedofilia que levam suas vítimas a estados psicopatológicos, cujos desfechos são: tentativa de suicídio, o ato consumado em si e homicídios. Contrário a tratamento com psicotrópicos, Michael encaminha o adolescente deprimido a um amigo de confiança, para psicoterapia. Aproveitando uma saída da família, Kyle comete suicídio em casa - ato aparentemente explicado pela depressão. Na verdade, o adolescente foi vítima de abuso sexual, o que o pai vem saber três meses após o suicídio. Descoberto por Michael, o responsável pelo crime de pedofilia também se mata. O filme mostra difícil momento a que chegou o psicólogo Michael Hunter, que é abordado pela ex-aluna Barbara Wagner, para ajudá-la em um caso difícil. Assim como Kyle, Thomas também foi vítima de pedofilia, trauma que desencadeia no jovem um comportamento agressivo e violento, beirando a fobia social e a psicopatia. Tommy defende-se de qualquer aproximação íntima feminina, chegando a matar, ante o percebido como ameaça. Mas, há muita ambivalência aí. Ao aceitar o trabalho, o psicólogo voltará a ter contato com as mais doloridas e profundas lembranças que ele mesmo gostaria de ter esquecido. A relação entre psicólogo e paciente se torna um difícil jogo de manipulação de sentimentos. A história, que de início promete um enredo linear, dá várias reviravoltas, como se fosse a condução de uma fala (Tommy) em terapia, cujo psicólogo conduz, ao facilitar o “dar-se conta” do cliente – posterior percepção do que há por trás dos mecanismos de defesa do paciente. “No limite do silêncio”, portanto, apresenta os sintomas do cliente como formas de buscar seu equilíbrio, formas de evitar o contato com os acontecimentos dolorosos que não suporta lembrar. Interessante constatar que o psicólogo foca no não verbal, no que não é dito - respiração, olhar, expressões faciais, para auxiliar o cliente. A exemplo do trabalho em Gestalt-terapia, o filme apresenta a visão humanista do trabalho terapêutico, sem esquecer do humano que há no terapeuta. 
Lins sobre outros olhares na rede: Link 1 Link 2 Link 3

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eclipse total

eclipse total ASSUNTO
Relações familiares e afetivas, segredo, abuso.
Na verdade, “Eclipse Total” é uma obra que provoca emoções fortes, onde o Medo está presente em muitos momentos do filme e onde existem fantasmas verdadeiros. Os fantasmas reais que atormentam os personagens e os sufocam no presente (vindos frequentemente de memórias do passado) são a violência doméstica e a doença. O argumento do filme vai nos revelando, passo a passo, todos os segredos da intriga, todas as fraquezas dos seus personagens, todos os enigmas mantidos como insolúveis. Os momentos do passado cruzam-se com a narrativa do presente. Dolores revive uma acusação pública perante a comunidade local. E as piores memórias vêm trazer-lhe à consciência a crueldade da sua vida passada. Ela é uma mulher amarga, azeda e relativamente indiferente.
SINOPSE
Selena St. George (Jennifer Jason Leigh -Jovem Procura Companheira), uma escritora de sucesso que vive em Manhattan fica surpresa com a notícia de que a sua mãe, de quem se encontra separada, foi acusada de homicídio. Com algum ressentimento, Selena regressa à sua pequena cidade natal no Maine para oferecer ajuda. Não que ela acredite que Dolores (Kathy Bates) é inocente. Na verdade, ela tem suspeitas acumuladas desde há vinte anos atrás As duas fecham um círculo bizarro, despedaçando juntas passado e presente, memória e fato, para revelar a surpreendente verdade que se esconde por trás de duas mortes.

sábado, 13 de novembro de 2010

Aquário

aquario ASSUNTO
Adolescência, relações afetivas, familiares e sociais
Aquário segue os passos da protagonista e revela com crueza os cenários, modos e a forma de falar e de agir das pessoas de uma cidade industrial e comum do Reino Unido. A dureza do cenário caminha lado a lado e de forma “harmônica” com a dureza das pessoas e suas relações. A personagem ainda não descobriu como romper com o círculo vicioso de pouca (ou nenhuma) afetividade no qual ela foi criada. E o perigo ronda muito perto. Seja através dos grupos de adolescentes que andam em bandos e ameaçam uns aos outros, seja na figura atrativa e aparentemente amistosa de um homem jovem que se aproxima da família.
Garotas como Mia, tão carentes de afeto, incentivo e educação, existem aos montes em diversos cenários de muitos países. Crescendo em ambientes cinzas e duros em vários sentidos, estes jovens, especialmente as garotas, são vítimas fáceis. Seja de mães despreparadas, de garotos(as) altamente competitivos(as), ou de aproveitadores. LEIA MAIS CLICANDO AQUI
É uma visão realista da educação e em como o meio social tem muita influência nesse processo de formação. É a aproximação de uma adolescente ao mundo adulto e todas as desilusões como consequência Leia mais...
Fica evidente que, se Mia tem suas próprias questões sobre a família, Connor também tem as suas - cujos segredos são mais secretos e venenosos do que Mia ou a mãe dela poderiam imaginar. (...)A situação prenuncia um final tenso com a adoração de Mia se transformando em raiva e em seguida, em uma determinação para sobreviver, para superar tal situação, e para perdoar. Arnold mostra-nos que o que faz a relação entre a Mia e Connor tão incomum, não convencional, não é atração sexual, mas a manifestação muito verdadeira do desejo frustrado e ilusório de serem pai e filha.Leia outra crítica clicando aqui
SINOPSE
Aquário” é a história de Mia (Katie Jarvis), uma instável adolescente de 15 anos que está sempre metida em confusão, foi expulsa da escola e é relegada pelas amigas. A garota toma fôlego. Ela respira de forma acelerada. De frente para umas janelas que dão para uma vista geral da cidade urbana comum na qual ela vive, esta garota liga para uma amiga que não lhe atende. Irritada, ela sai em busca da amiga, Keeley (Sarah Bayes). Mia (Katie Jarvis), a garota irritada, enfrenta um grupo de garotas que acompanha Keeley. Desta forma, geralmente no confronto, é que Mia aprendeu a resolver seus problemas. Filha de uma mãe nada afetiva, Joanne (Kierston Wareing), Mia não vê a hora de escapar de sua realidade com poucas perspectivas. Num quente dia de Verão, a sua mãe traz para casa um misterioso homem chamado Connor (Michael Fassbender) que promete mudar as suas vidas…
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Bulliyng

bulying ASSUNTO
Relações familiares, sociais, bullying
  • Qual seria a conduta correta da escola para evitar o bullying sofrido por Jordy?
  • O que deveria ter feito a própria vítima para se proteger?
  • O que deveriam ter feito as testemunhas silenciosas que a tudo assistiam?
  • A família de Jordy agiu corretamente?
SINOPSE
Jordi é um garoto de 15 anos que recentemente perdeu o pai e, juntamente com sua mãe, decide mudar sua cidade para começar uma nova vida. E no princípio tudo parecia ir bem. Mas o destino vai reservar um choque, porque quando Jordi ultrapassar o limiar do novo instituto, que retoma, sem saber o transfronteiras escuro do inferno em si. E ele te convida para entrar, com um sorriso de refrigeração, é Nacho, um colega de classe, que apesar de sua idade agora pertence à raça dos que são alimentadas só o medo e a dor dos outros.
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O lenhador

o lenhador ASSUNTO
Pedofilia, inserção social, preconceito
(...)os fantasmas do seu “pecado” o perseguem no seu recomeço. (...) Precisava lidar com a sua “doença” e ao mesmo tempo lidar com as pressões sociais daqueles que esperavam que a qualquer momento Walter fosse cometer os mesmos erros. Considerado por todos um monstro, ele precisava estabelecer uma confiança acerca de suas potencialidades realizadoras e inatas. Durante todo o filme é perceptível a constante luta de Walter para se tornar uma pessoa “normal” que para ele era ser capaz “de olhar para menininhas, até conversar com elas, e não pensar em...” abusar delas. (...)crescimento em direção a completude só acontece quando se dá condições para isso, no caso do personagem do filme as condições não eram as mais propicias nem na sua relação com terapeuta, nem em suas relações sociais. Na pessoa da namorada Vicki surge a possibilidade de um recomeço e na efêmera relação existente entre ele e uma desconhecida menina ele percebe que tem sim capacidade de auto-construção. Essa cena é uma peça chave do filme, onde Walter demonstra profunda empatia pela menina que é abusada sexualmente pelo pai. Neste momento, percebe-se que ele pode sim deixar o papel de monstro (...) No que se refere à relação terapêutica estabelecida no filme, a personagem não encontra condições básicas (compreensão empática, consideração positiva incondicional, congruência, etc) para a reorganização de sua personalidade. O estado de congruência do terapeuta delimita uma maneira de ser da pessoa na relação.... Uma análise da psicologia humanista, clique aqui
SINOPSE
Depois de muitos anos recluso na prisão por conta de abuso a menores, ato violento e injustificável, Walter consegue a condicional. Após 12 anos na prisão por molestar garotas menores de idade, Walter (Kevin Bacon) se muda para uma pequena cidade. Ele vai viver num pequeno apartamento, que fica defronte de uma escola de ensino básico, que está cheia de crianças. Walter arruma emprego em uma madeireira e se mantém o mais reservado possível, mas isto não o impede de se envolver com Vicki (Kyra Sedgwick), uma extrovertida colega de trabalho que promete não fazer nenhum julgamento dele. Porém ele não pode escapar do seu passado e, quando os colegas de trabalho descobrem, se mostram quase nada compreensivos.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A vida secreta das palavras


a v sec das palav

ASSUNTO


Segredos – Violência, solidão, deficiência auditiva, relação cuidador e cuidado, abuso. estupro

SINOPSE

A Vida Secreta das Palavras conta a história de Hanna, uma mulher solitária e com um passado misterioso. Funcionária exemplar, ela é obrigada a tirar férias. Numa plataforma petrolífera onde só trabalham homens, num lugar isolado no meio do mar, houve um acidente. Sem ter o que fazer e nem para onde ir, Hanna é voluntária para cuidar de Josef, um homem que ficou temporariamente cego. Hannah é introvertida, solitária e parcialmente surda. Entre eles cria-se uma estranha intimidade que se vai aprofundando, laços cheios de segredos, verdades, mentiras, humor e dor que mudarão as suas vidas para sempre.


TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
É um filme sobre a solidão, sobrevivência, sobre a (in)capacidade de seguir em frente. O passado de Hanna não é revelado no início do filme, não há uma só informação sobre ela, além de seu sotaque do leste europeu e a necessidade de uso de um aparelho de surdez (que é desligado quando ela quer ficar sozinha). Hanna não falta ao trabalho, não se relaciona com os colegas e come todos os dias arroz, frango e maçãs. Mas essa vida sem sal, sem sabores (a culinária, não por acaso, será uma grande metáfora adiante), esconde um segredo, que demora a ser revelado, mas é catártico. 

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Preciosa

preciosa ASSUNTO
Racismo, pobreza, injustiça social, violência doméstica, abuso sexual, boderline
O filme é um drama pesado e realista, provavelmente não vai agradar a todos. Não é o tipo de filme que você sai leve do cinema; não, é o tipo de filme que, ao terminar a sessão, você sente que levou um soco no estômago. Preciosa é negra, pobre, morbidamente obesa e disléxica. Adolescente, é maltratada pela mãe, que passa o dia inteiro vendo TV, dependendo da caridade do governo e pouco se importando com a filha, a não ser para manter o seu benefício. Precious é fechada, sem amigos, sendo que seu único escape são alguns sonhos/devaneios, onde ela é famosa, tem um namorado branco e rico, etc. Algumas cenas no filme demonstram a fuga da realidade, um mecanismo de defesa que nega acontecimentos tão traumáticos. Com olhar perdido, voz marcante e ar de quem não sabe o que está fazendo neste mundo, a garota dá à sua personagem um incrível senso de alienação que mais tarde perceberemos não ser exatamente um descaso diante da vida, mas sim um escudo, uma crosta criada pelas feridas do mundo. No decorrer da trama, seu personagem cresce, ganha autoestima. E, nos momentos de sonho, a atriz se transmuta totalmente. Vira outra, bem diante dos nossos olhos. Ao resignificar a sua vida ela conseguiu não naturalizar a violência que sofria, a professora teve uma escuta ativa e a amou, sentimento esse nunca vivenciado por ela. O amor de pais nunca teve, o que teve no lugar deste amor nunca caracterizou algo de bom para Preciosa. Sua mãe com características boderline, traços característicos de psicose, é um destaque.
SINOPSE
Ela tem 16 anos, é uma gorda com obesidade mórbida e negra. Mora no Harlem. Seu pai lhe engravidou duas vezes, na 2ª gravidez é expulsa da escola que não lhe ensinou a escrever nem a se comunicar. Teve sua primeira filha aos 12 anos, ela é chamada de “Mongo” em referência à Síndrome de Donwn da qual é portadora, a criança é criada pela avó. Sua mãe é algo que só vendo para saber, mas recebe os cheques da Assistência Social. Ela sonha ter um namorado mas os meninos a odeiam. Sua vida é um inferno e algo acontece quando vai para uma escola alternativa onde conhece Blu Rain (Paula Patton). Além das estrelas Mariah Carey despida do invólucro de diva glamurosa, de um belo Lenny Kravitz e do show de falta de humor daquela que aprendemos a ver fazendo humor, Mo’Nique (Mary, a mãe infeliz de tanta infelicidade) temos muito o que perceber neste longa de temas indigestos e baseado em história real.
TRAILER

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cama de gato

cama de gato ASSUNTO
Abuso sexual, violência

O filme é uma produção nacional que tratou especificamente das questões de jovens brasileiros. Narrada como perdida, "metida" em uma espécie de vácuo de valores e referências, a juventude retratada no filme ilustra a dificuldade dos jovens da atualidade em encarregar-se dos efeitos de seus atos. As experiências mostradas seguem um ritmo alucinado, no qual parece não sobrar muito espaço para a reflexão, tampouco para o silêncio. Em nome do prazer e da diversão - fala que se repete ao longo do filme, - o trio de calouros universitários comete atos cujos efeitos são realmente fatais.
SINOPSE
O filme retrata a vida de três amigos, colegas do colegial de uma escola particular de São Paulo. Representantes da classe média-alta, estes garotos vivem dilemas próprios da juventude dos anos 90: a necessidade de se divertir, aliada a uma preocupação de se estabelecer em uma sociedade baseada na economia global que oferece cada vez menos oportunidades e onde a crescente desigualdade social aparece como consequência natural do sistema. A diversão confunde-se com a violência. Na tentativa de se divertirem a "qualquer custo", acabam matando pessoas e passam a tentar encobrir os crimes sem deixar nenhuma pista que possa envolvê-los nos assassinatos. Quanto mais eles tentam resolver os problemas que criaram, mais eles se complicam. Porém, o limite entre complicação e diversão torna-se bastante tênue.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A morte e a donzela

a morte e a donzela ASSUNTO
Violência, tortura, ditadura
O filme narra a história de Pauline Escobar, uma mulher que sofrera uma intensa tortura durante um período ditatorial do país. O fato acabara se transformando em um trauma, fazendo com que ela praticamente se desligasse do mundo. Acabara casando com um importante advogado e se mudara para uma casa situada no topo de uma colina, onde se encontrava em auto-exclusão da sociedade. Não desejava ter ninguém por perto, nem mesmo permitia que alguém soubesse de sua existência. O verdadeiro confronto se trava no psiquismo dos protagonistas, a personagem depois do sofrimento de certo trauma, reencontra aquele que imagina ter sido o grande algoz de sua vida.

SINOPSE
1994 -Em um país da América do Sul, Paulina Escobar (Sigourney Weaver) é uma mulher que foi torturada durante a ditadura e ainda não se recuperou do trauma. Ela mora em uma casa afastada da cidade grande com seu marido, que também era ativista político. Uma noite ele chega em casa com a companhia de um médico a quem deu carona na estrada. Ouvindo a voz do estranho, Paulina está certa de que trata-se do torturador e decide que é o momento de vingança. O marido não sabe se aquele é o homem ou se Paulina está confusa, mas terá de ouvir o relato de todos os horrores não contados. Baseado na peça de Ariel Dorfman.
TRAILER:

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A cor púrpura

a cor purp ASSUNTO
Preconceito, abuso, homossexualidade, dominação e dependência na relação conjugal.
O filme tem o mérito de desnudar a sociedade negra pós-escravidão sob uma bem-sucedida visão imparcial. Mostra que a crueldade não estava apenas na escravidão antes imposta pela casta branca, mas sim dentro das próprias famílias negras da época, que reprimiam as mulheres de forma ainda mais implacável que seus opressores. O sofrimento da personagem de Whoopi Goldberg não encontra consolo em ninguém de sua família (exceto por sua irmã), mas em pessoas que vêm de fora e não necessariamente se encaixam dentro do padrão aceito pela sociedade, como a cantora de cabaré Shug (Margaret Avery) ou a nora de seu truculento marido. A personagem principal é vítima de violência psicológica e sexual por parte do pai, violência física e psicológica pelo marido e torna-se ela mesma defensora do uso da violência para lidar com “mulheres insolentes”, fornecendo um exemplo da transmissão intergeracional da violência. Embora partindo de um tema pesado, o filme é impregnado com mensagens de alegria, demonstrações de afeto e superação pessoal, esplendidamente personificadas por Whoopi Goldberg.
SINOPSE
Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.
Trailer

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tabu

tabu ASSUNTO

Preconceito e alienação, sensibilidade e violência

O filme revela as raízes do desejo e as faíscas da intolerância racial. Descendente de árabes, Jasira é acossada por apelidos racistas na escola texana em que estuda. Sem apoio na família, pois o pai repressor não entende os anseios femininos, e a mãe, separada dele, só quer saber dos novos namorados, Jasira não percebe que o perigo mora ao lado. Seu vizinho alimenta uma doentia obsessão por ela - e está disposto a tudo para levá-la para cama. Enredada numa atmosfera doméstica sufocante, sem saber separa o desejo do amor, a romântica Jasira é uma vítima fácil. Pois ela não sabe que - como na guerra cujos ecos lhe soam longínquos - os homens capazes dos objetivos mais altruístas também são levados, por sentimentos semelhantes, às ações mais torpes

SINOPSE

Baseado no provocante romance Deserto de Jasira, de Alicia Erian (definido como uma mescla de Beleza Americana e Lolita), Tabu narra a história de superação de Jasira, uma garota de 13 anos, entrando na adolescência. Durante a guerra do Iraque, ela vive com sua mãe americana e o futuro padrasto, que está encantado com a crescente maturidade da garota. Por isso, sua mãe a envia para o Texas com seu rígido pai Libanês. Este trata de educá-la nos valores tradicionais da cultura muçulmana. Entretanto, Jasira segue sem saber muito bem o que fazer com sua sexualidade quando nota como seu corpo afeta os homens que a rodeiam, em especial seu vizinho (Aaron Eckhart), um atraente e intolerante soldado da marinha.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dúvida

duvida ASSUNTO
Abuso, relações sociais e afetivas, pedofilia, percepção, ética e religião.
No filme, as dualidades entre branco e negro, liberal e conservador, bom senso e intolerância e carinho e desejo carnal são um plano de fundo extremamente relevante e atual, em um período de descrença quanto à nobreza do caráter humano. A questão principal do filme não está relacionada aos fatos, mas sim em como as evidências são interpretadas tanto pelos personagens quanto pelo próprio público. Dúvida não é um filme de conclusões hermeticamente fechadas, o que pode fazer com que ele seja apreciado somente por aqueles que se propõem a ir ao cinema a fim de pensar. É um filme difícil, traçado de uma forma complexa e por isso atraente não somente pelo roteiro, mas principalmente pelas atuações. O trio de protagonistas mostra-se forte o suficiente para sustentar as questões abertas propostas pela trama.
SINOPSE
O ano é 1964 e o cenário é a escola St. Nicholas, no Bronx. O vibrante e carismático padre Flynn (Philip Seymour Hoffman), vem tentando acabar com os rígidos costumes da escola, que há muito são guardados e seguidos ferozmente pela irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep), a diretora com mãos de aço que acredita no poder do medo e da disciplina. Os ventos das mudanças políticas sopram pela comunidade e, de fato, a escola acaba de aceitar seu primeiro aluno negro, Donald Miller. Mas quando a irmã James (Amy Adams), uma freira inocente e esperançosa conta à irmã Aloysius sobre sua suspeita, induzida pela culpa, de que o padre Flynn está dando atenção exagerada a Donald, a irmã Aloysius se vê motivada a empreender uma cruzada para descobrir a verdade e banir o padre da escola. Agora, sem nenhuma prova ou evidência, exceto sua certeza moral, a irmã Aloysius trava uma batalha de determinação com o padre Flynn, uma batalha que ameaça dividir a Igreja e a escola com consequências devastadoras.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Chegadas e partidas

Chegadas e partidas ASSUNTO
Casal e família, Segredo, Apatia, Relações familiares, afetivas e de casal.
Chegadas e Partidas é um retrato bem-humorado da família contemporânea, onde um homem comum procura reconstruir sua vida em um ambiente novo e completamente diferente do seu, uma comunidade pesqueira.
SINOSPE
Quoyle (Kevin Spacey) leva uma vida pacata, até conhecer Petal (Cate Blanchett). Rapidamente, casam-se e dessa união nasce Bunny. Enquanto Quoyle trabalha fora e ainda cuida da casa, Petal perambula pelos bares e dorme com todos os homens que encontra. A vida de Quoyle piora quando Petal vende a pequena Bunny e foge com o namorado. Ambos morrem num acidente de carro e, para completar o drama, os pais de Quoyle se suicidam. Após tantos problemas, a tia de Quoyle (Judi Dench), aparece e resolve levá-lo para Newfoundland, pequena cidade do Canadá, onde viveram os ancestrais da família. Quoyle, junto da filha e da tia, encontram um novo mundo, e começam a perceber que as coisas podem melhorar.
Veja a crítica
Outra crítica
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O príncipe das marés

ASSUNTO
Casal e família, segredo, violência, abuso, suicídio, relação terapêutica, conflitos familiares, mecanismos de defesa.
O filme tem uma qualidade técnica irretocável além de fazer um brilhante estudo psicológico de uma família esfacelada, cujas vivências da infância vão se manifestar na vida adulta com as conseqüências afetando de diversas formas os envolvidos. Nessa produção temos personagens que enfrentam situações difíceis mostradas num clima pesado e adulto, sem ser piegas. Vale notar também a sutileza como é mostrada a violência contra uma criança, o que acaba captando a empatia e a compreensão do público que consegue acompanhar o filme sem se cansar.
genio indomavel 2
Incluído no livro  “Cinema e Ajustamentos criativos”, que também pode ser encontrado aqui
SINOPSE
A irmã de um treinador de futebol da Calorina do Sul (Nick Nolte) tentou suicídio e, agora, precisa da ajuda do irmão para tentar se recuperar. Nessa viagem, Tom Wingo se envolve com Susan Lowestein (Barbra Streisand), a psiquiatra de sua irmã. Tom desenvolve uma relação pertubada com Susan, onde flhos e um segredo de família incomodam sua mente. Numa tentativa desesperada de salvar a sua irmã e a si próprio, Tom e Susan iniciam uma viagem através de recordações reprimidas - uma viagem em que juntos fazem novas descobertas sobre cada um de si e... sobre o outro.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Festa de Familia


ASSUNTO




Segredo desvendado de um abuso sexual em família


"Festa de Família" é uma crítica visceral aos valores burgueses, à hipocrisia social, ao preconceito, aos estereótipos.
Dogma - é um movimento cinematográfico internacional que foi escrito para a criação de um cinema mais realista e menos comercial.  Dentre as regras do manifesto estão: a  câmera deve ser usada na mão e são proibidos truques fotográficos ou filtro. 

SINOPSE
Patriarca (Henning Moritzen) de família dinamarquesa comemora seus 60 anos em grande estilo, reunindo a família em um hotel de luxo. Mas uma revelação feita por seu filho pode estragar a festa. Um dos primeiros e talvez o melhor filme do movimento dogma.