quinta-feira, 20 de outubro de 2016

6 anos

ASSUNTO

Relações afetivas, sociais e familiares, casal adolescente,


SINOPSE

Um jovem casal, Dan (Ben Rosenfield) e Mel (Taissa Farmiga), se conhecem desde a infância e estão namorando há 6 anos. A princípio, eles parecem ter um amor ideal, mas a notícia de uma oportunidade de emprego para Dan pode abalar o romance e mudar o rumo das coisas dependendo da escolha que ele fizer. Talvez o futuro que eles tinham imaginados juntos não se torne mais uma realidade.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA


O filme retrata os altos e baixos de um relacionamento, particularmente no que se refere ao primeiro amor, o primeiro sonho de construir uma vida compartilhada. Mas, no fundo, cada amor é único, vivenciado como especial e capaz de ser para sempre... Viver uma paixão é acreditar que será para sempre! Dan e Melanie se conhecem dede a infância, eles partilharam momentos de amor e de dor, vivenciaram diferentes experiências, cresceram juntos. A relação do casal não é possessiva, eles vivem uma relação saudável, respeitam a individualidade, revelam-se como exemplo de “casal perfeito”. Os seis anos se tornam um marco. Os amigos estranham e comentam, alegando que a estabilidade daquela reação poderia roubar outras experiências. O “casal fofo” não aparenta ser afetado, a princípio. Entretanto, logo surge desconforto, carência, descompasso,  descuido. A intimidade construída ao longo do tempo revela outra face, a fronteira individual é invadida de forma inesperada. De forma sutil, a trama revela a violência, o que favorece o debate sobre o perigo das relações amorosas abusivas. Qual é o limite entre uma discussão saudável e o descontrole, o desrespeito, a violência física ou psicológica? O mundo gira, revelando que a perfeição não existe. As mudanças são necessárias, as frustrações fazem parte do desenvolvimento. A capacidade de lidar com as mudanças e frustrações é testada, o que provoca constantemente o encontro com a imperfeição humana. Acontecimentos internos e externos, previsíveis ou não, fazem parte da vida. Nem sempre é possível lidar com as crises, seja por traição ou por uma reação descontrolada capaz romper a barreira do respeito. Existem traições que ajudam ao casal a lidar com a crise, afinal pode ser o sintoma da relação,  capaz de revelar a necessidade do contrato amoroso ser revisado.  Entretanto, a crise de qualquer relação, seja de 6, 7 ou qualquer outro par de anos, pode servir para o fim de um ciclo, um recomeço, ou, pode resultar no rompimento. Tudo vai depender da forma do casal lidar com as mudanças. Aí está o charme do filme, que retrata possíveis transformações rotineiras de qualquer relação amorosa. Assim como uma roupa ou sapato podem deixar de ser confortáveis, a relação pode se transformar a ponto de não ser mais confortável para os envolvidos, buscar ajustes, adaptações ou descartar, romper? Eis a questão. Sair da zona de conforto é sempre difícil, ainda que não seja mais tão confortável assim... O desenrolar da trama não pretende apontar caminhos, nem definir soluções, apenas conta como é possível para eles lidar com aquela crise. Aliás, o amadurecimento individual pode ser um ponto a ser considerado, pois a ‘certeza’ sai nitidamente da pauta do casal, abrindo novas possibilidades, talvez incompatíveis com o status quo. 

sábado, 17 de setembro de 2016

O nosso ultimo verão na Escócia / O que nós fizemos no nosso feriado (Netflix)

ASSUNTO

Relações familiares, afetivas e sociais, doença terminal. depressão, separação e morte.

SINOPSE

Doug e Abi decidem viajar até à Escócia com os três filhos pequenos, para comemorar o aniversário de Gordie, o pai de Doug, que celebra 75 anos. No entanto, os dois têm um segredo que gostariam de esconder do resto da família, mas não será nada fácil ocultar o divórcio com as crianças por perto… E o que prometia ser uma harmoniosa reunião familiar acaba por trazer à superfície ressentimentos passados, quando um dia na praia se transforma em tragédia e as crianças põem mãos-à-obra para resolver o assunto.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA


Os pais (Doug e Abbi) estão em processo de divórcio, não se ouvem mais, discutem o tempo todo e fazem uma viagem juntos para comemorar o aniversário do pai de Doug, na Escócia. As crianças, visivelmente afetadas pela separação e brigas constantes dos pais, prometem não contar ao restante da família, que os pais já moram em casas separadas. Elas sabem que o aniversariante está doente, entretanto não sabem que a doença é terminal. A família, como qualquer outra, tem lá seus segredos e problemas. Aos poucos, as questões emergem, revelando o avesso do mundo adulto. Mas é o olhar das crianças que nos permite vislumbrar a obviedade da vida. Temas como separação, depressão e morte são apresentados com suavidade, sem que o peso e a complicação do mundo adulto, que usa o raciocínio lógico para se afastar dos “sentidos”. É assim mesmo, as crianças mantém os sentidos aguçados, vivem em plenitude as percepções de mundo, sem que qualquer obstáculo racional impeça a experiência. E, são esses personagens graciosos os responsáveis pelo encantamento e delicadeza da trama. Temos, de fato, muito que aprender com as crianças! O avô, prestes a fazer 75 anos e enfrentando a doença terminal, tem uma relação emocionante com os netos. Os diálogos são impregnados de doçura e clareza, não há regra social capaz de obstruir a comunicação entre eles.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Já estou com saudades

ASSUNTO
Relações afetivas, sociais, familiares, câncer, amizade, parceria, luto.

SINOPSE
Jess (Drew Barrymore) e Milly (Toni Collette) são melhores amigas desde a infância. Enquanto Milly se casou, teve dois filhos e construiu uma carreira de sucesso, Jess decidiu levar uma vida pacata ao lado do marido Jago (Paddy Considine). Após se submeter a um tratamento, Jess enfim consegue engravidar. Mas a notícia vem justamente quando Milly descobre ter câncer de mama e precisa passar por quimioterapia, o que necessitará do apoio não apenas da amiga, mas de toda a família.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

O tema central já foi apresentado em diferentes ocasiões, falamos de Câncer, uma doença devastadora que atinge grande parte da humanidade. A dificuldade em lidar com as pequenas e grandes questões (sociais, físicas, psicológicas) são apresentadas de forma clara e honesta. Temos como pano de fundo a amizade sólida de duas parceiras de vida, mulheres que se conhecem desde a infância e partilharam aventuras e desventuras ao longo da vida. Os pontos e contrapontos são costurados entre ambas, durante o processo de declínio de Milly frente à doença, e, da busca e conquista de Jess, na construção da própria família. Prepare o lenço, as lágrimas serão prováveis, bem como as risadas, muitas vezes provocadas por diálogos inteligentes e com de pitadas de  humor. Há uma honestidade quase cruel nos pequenos gestos, encontros e desencontros atravessados pelo processo do adoecimento de Milly.

domingo, 28 de agosto de 2016

Amizades Improváveis

ASSUNTO
Luto, separação, distrofia muscular, isolamento, adolescência.

SINOPSE
Após sofrer com uma tragédia, Ben se torna um cuidador para conseguir dinheiro. Seu primeiro cliente, Trevor, é um divertido jovem de 18 anos com distrofia muscular. Um paralisado emocionalmente, outro paralisado fisicamente, Ben e Trevor saem pela estrada para encontrar esperança, amizades, e Dot neste engraçado e emocionante conto. Jennifer Ehle, Megan Ferguson, e Frederick Weller completam o elenco ao lado do trio principal.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Amizades improváveis é uma produção da Netflix despretensiosa, foi baseada em um livro homônimo e desenvolvida como um Road Movie. Ainda que toque em temas de conflitos existenciais, o longa não aprofunda, o que o torna leve, sem tons excessivamente dramáticos. Ben está em processo de luto, com dificuldade de lidar com a perda do filho e o divórcio eminente. O escritor se afasta do próprio ofício e mergulha no curso de Cuidador, esta foi a forma encontrada para evitar seu luto. Aqui, abro parênteses, pois ainda que apresentado de forma superficial, sua estratégia é bastante usada em momentos de perdas ou crises existenciais. É comum ver pessoas mergulhadas em projetos, investindo energia, “ocupando” todo o tempo em algo que substitua a vivência da dor eminente. Evitar a dor é um mecanismo de defesa muito comum, que nem sempre se desdobra de forma favorável. Algumas vezes, o a fuga da elaboração do luto pode ser apenas uma forma de adiar, podendo resultar em um quadro depressivo devido ao acumulo de dor não elaborada. Não é o caso de Ben, pois sua intenção é frustrada, a escolha dele se desdobra em situações que tenta evitar: o enfrentamento de seu luto. Trevor surge como possibilidade de seu primeiro trabalho , se tornando parte importante do caminho de retorno de Ben. O rapaz não é nada simpático, tem distrofia muscular, isolamento social, é implicante e provocador. Logo, percebemos que as provocações farão parte da relação, impossibilitando que ambos permaneçam na zona de conforto. Assim, iniciam uma viagem, na qual poderão conhecer mais sobre o outro e sobre si mesmos.