segunda-feira, 24 de março de 2014

Álbum de família

imageASSUNTO
Relações familiares, segredo, alcoolismo, suicídio, câncer, dependência química, adultério, pedofilia, divórcio e incesto.
SINOPSE
Barbara (Julia Roberts), Ivy (Julianne Nicholson) e Karen (Juliette Lewis) são três irmãs que são obrigadas a voltar para casa e cuidar da mãe viciada em medicamentos e com câncer (Meryl Streep), após o desaparecimento do pai delas (Sam Shepard). O encontro provoca diversos conflitos e mostra que nenhum segredo estará protegido. Enquanto tenta lidar com a mãe, Barbara ainda terá que conviver com os problemas pessoais, com difíceis relações com o ex-marido (Ewan McGregor) e com a filha adolescente (Abigail Breslin).
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Que família é essa? Pergunta apropriada diante do encontro com personagens tão densos. Beverly é o pai, um professor, escritor aposentado e alcoólatra. Sua mulher é Violet, portadora de câncer, ela é viciada em medicamentos e tem a língua bastante afiada. De acordo com o próprio marido, o câncer na boca é uma ironia, tendo em vista a quantidade de veneno destilado por ela. Somos apresentados a ambos, no momento em que o mesmo contrata a índia Johnna, nos fazendo crer que seria para cuidar da casa e de Violet, devido à doença. O diálogo ilustra bem o quanto agressões verbais estão naturalizadas no convívio do casal. Violet já dá pistas sobre suas crenças, valores e sua forma de enfrentar não só a doença, mas também o envelhecimento. Ivy é a filha que está próxima, suportando o mau humor, a indiferença e o veneno mãe, que deixa clara a sua preferência pela filha Bárbara. A irmã tagarela de Violet é Mattie Fae, esposa autoritária de Charlie, um sujeito tranquilo, que de acordo com a cunhada, suporta há anos a esposa devido a quantidade de maconha que consome. O “pequeno Charles” é o filho do casal, que apesar de claramente desconsiderado pela mãe, conta com apoio e proteção do pai. Barb chega com Bill, pai da filha adolescente do casal. Logo, percebemos que há algo errado, também, na relação deste casal. Em repetidos momentos, Violet expressa seu incômodo com o distanciamento da família, principalmente em relação à Bárbara, que é considerada a “preferida” do pai. A batalha cruel de Violet tem munição de “culpa” suficiente para atingir Barb, que por sua vez, enfrenta a mãe de forma bem semelhante. Há cobranças de ambos os lados, embora Violet seja a que sempre cobra de todos de forma cínica, agressiva e cruel. O desaparecimento de Beverly promove o reencontro da maior parte dos familiares, só incluindo a filha Karen e seu atual parceiro após a morte do patriarca. Após o funeral, “pequeno Charles” se une a família, num jantar de luto. Aí, então, começam a emergir muitos conflitos familiares, entre segredos e revelações que irão tornar o jantar de funeral um verdadeiro caos.
Segredos, dívida de lealdade, legado, cobranças, agressões verbais, são alguns dos conceitos de terapia familiar explorados na trama. Há relatos sobre as diferentes formas de cada membro enfrentar as mudanças de ciclo de vida familiar, da elaboração do luto com relações destrutivas, e, também uma discussão entre as irmãs sobre quem ficará com a mãe. Assuntos como violência física e psicológica, dificuldade de aceitar o envelhecimento, suicídio, pedofilia, vícios, doenças físicas, revelações, ações e reações nem sempre esperadas durante um encontro familiar, são apresentadas na trama, ora em tons dramáticos ora em tons cômicos. No final das contas, Álbum de família é um filme que na maior parte do tempo se torna pesado, pois reúne diferentes sintomas facilmente encontrados famílias disfuncionais. Por outro lado, algumas crises apontadas na trama podem soar bem familiares para qualquer família, que em algum momento enfrenta um acontecimento que os obriga a “passar a vida a limpo”. O filme é um convite para reflexão sobre família em suas diferentes formas de vivenciar conflitos, perdas e reconfigurações familiares. Confira!



6 comentários:

  1. Este filme é fantástico. Quase uma porrada no estômago. Saí do cinema balançado.
    Mas é lindo e tocante. Como não se emocionar com as interpretações de Meryl Streep, Julia Roberts e Margot Martindale? Adorei a análise feita do filme. Parabéns!

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    1. Lelesk,
      Obrigada por sua participação, volte sempre!!
      Abs

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  2. Ótima indicação!!! Parece ser bem forte.

    Abraço.

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    1. Sim, Cesar, você tem razão! Obrigada pela participação, volte sempre!

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    2. Patrícia eu preciso fazer um genograma desse filme

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    3. É um genograma bastante interessante. Um ótimo trabalho para vc!

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