domingo, 26 de julho de 2020

Sexy por acidente



ASSUNTO

Autossuporte, aceitação, relações afetivas e sociais.

SINOPSE


Renee (Amy Schumer) convive diariamente com insegurança e baixa autoestima por conta de suas formas físicas. Depois de cair e bater a cabeça numa aula de spinning, ela volta a si acreditando ter o corpo que sempre sonhou e assim começa uma nova vida cheia de confiança e sem medo de seguir seus desejos.




TRAILER


 O OLHAR DA PSICOLOGIA

I Feel Pretty, a tradução literal seria "eu me sinto bonita", o título em português: “Sexy por acidente”. Gosto mais do titulo original, que prioriza o “sentir”, processo mais importante apresentado no filme. Sim, Renne, como muitos, é vítima de uma pressão cruel, midiática e social, que teima em apresentar corpos e pessoas perfeitas como modelo. Daí, um pulo fácil para a baixa autoestima e insegurança gerada pela sensação de inadequação. Numa luta diária com a busca da perfeição, ela vai se distanciando de si mesma, em busca de lugar num mundo restrito de “aparências perfeitas”, onde tudo é felicidade. Será? Bom, apesar de clichê, a comédia nos mostra um desejo compartilhado por mulheres e homens do mundo todo, que ainda estão “contaminados” pelo universo mágico da aparência perfeita. Renne tem dificuldade de emagrecer, mas sonha com um corpo perfeito. Após diferentes tentativas, ela tem a ilusão de que conseguiu realizar seu sonho. Ao acreditar ter o corpo sonhado, a protagonista inaugura uma nova etapa de vida, onde o amor próprio e a autoconfiança ditam seu novo comportamento. Daí, a trama se desenvolve como tantos outros filmes clichês, que apresentam soluções fáceis e finais felizes, sem deixar de passar uma mensagem interessante. 
Obviamente, a ilusão de ter a aparência tão sonhada, transforma sua forma de estar no mundo, nem sempre de forma positiva, pois Renee também adota atitudes desagradáveis, até mesmo com suas amigas. Ser “aceita” na “sala secreta”, disponível apenas para os VIPS, faz com que ela sinta-se como  parte de um mundo de glamour, onde suas amigas “normais” não podem fazer parte. Ainda que consiga guardar algo de sua autenticidade, a protagonista afasta-se de seus contatos mais caros. Apesar das soluções fáceis e transformações mágicas apresentadas na trama, não podemos deixar de observar que o tema central é relevante e necessário. Aqui, o dilema é outro, deixa de ser entre o ser e o ter, para figurar entre o ser e o “parecer”.No mundo das aparências, escolhemos, para as redes sociais, as melhores imagens, é preciso aparentar o que estiver mais perto da perfeição. Preenchimentos, botox, cirurgias estéticas, dentre outros tantos procedimentos, são o sonho de consumo desenfreado de novas aparências. Tudo em busca da aceitação do outro. A magreza é parte do corpo desejado, não pela saúde ou bem estar, mas para ser aceita neste universo de glamour e perfeição.Apesar de vários movimentos destacarem a singularidade do ser, a sociedade ainda dita e contamina nossas formas de estar no mundo, muitas vezes, desqualificando quem realmente somos. Nós colaboramos muito com isso, quando não aceitamos descobrir quem nós somos. Na trama, tudo acontece num “passe de mágica”, até mesmo o “dar-se conta” e a aceitação quase instantânea. A  epartir da ilusão, a protagonista "sentiu" como se fosse real, o que promoveu mudança de comportamento, nem sempre tão adequado. Mas, de outro jeito, a trama mostra que a aceitação é um processo de integração, não de faz de conta. Trata-se de uma comédia despretensiosa, que torna tudo muito fácil. Entretanto,  não podemos esquecer que conhecer a si mesmo - se aceitando, permitindo se descortinar-, é processo, está acontecendo a cada momento. Vale conferir!


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