terça-feira, 10 de agosto de 2010

A letra escarlate

ASSUNTO
Gênero, sexualidade, fanatismo religioso, relações sociais e afetivas.
A letra escarlate, Hawthorne, recriou, entre o real e o imaginário, o ambiente de uma comunidade puritana no século XVII. Ofereceu uma imagem da condição da mulher naquele contexto, a partir do preconceito, intolerância e violência da sociedade contra Hester Prynne, a protagonista da história, em decorrência de adultério e gravidez fora do casamento.  O filme retrata uma época em que as mulheres não tinham voz ativa e deveriam sempre se submeter às regras sociais e machistas. Nessa época aparece uma mulher que foge destes padrões e tem um comportamento oposto ao esperado, é independente, autônoma e não tem medo de lutar pelo o que acredita, contudo a sociedade não a aceita e ela terá que sofrer as conseqüências do próprio comportamento. As mulheres dessa época não apenas aceitavam as condições de sujeição a que estavam sendo submetidas como procuravam manter essa relação, discriminando qualquer outro tipo de comportamento. Os homens pensavam que uma mulher liberada que chocava a sociedade por pensar por conta própria, só poderia ser alguém sem respeito, vista apenas como objeto de prazer sexual. Essa atitude masculina pode ser exemplificada na cena em que um dos homens respeitados da sociedade tenta beijar a força a personagem principal. Dessa maneira, não precisou de muito tempo para que Hester percebesse que o Novo Mundo não era tão diferente do Velho. As pessoas que ali chegaram, trouxeram consigo todos os antigos preconceitos e regras. O Estado e a religião confundiam-se. A intolerância parecia coisa natural. Havia um conflito entre homens brancos e índios. As autoridades políticas e religiosas aguardavam um sinal de Deus para tomar uma atitude. Hester Prynne deu-lhes o que precisavam. Assim, seu “pecado tornou-se a principal razão dos males que assolavam a sociedade o que justificou atitudes de discriminação, preconceito, injustiça e intolerância. havia todo um contexto que corroborava para a discriminação da mulher nos séculos passados. Romper com esse paradigma foi algo muito valoroso e demandou muito tempo. Hoje, na sociedade ocidental, usufruímos direitos e deveres que nos garantem a igualdade. Mulheres, como a personagem Hester Prynne e muitas outras não identificadas mas reais, pagaram um preço alto para isso. Porém, ainda há Estados laicos, como alguns países muçulmanos, cujo tratamento dado às mulheres em muito se assemelha ao exemplificado no filme. Pode-se ver, então, que a luta das mulheres ainda não acabou. A Letra Escarlate, Nathaniel Hawthorne faz o confronto mais íntimo no homem com a sociedade puritana é o tema do “romance psicológico” (como o autor o classificava, em um tempo em que o mundo ainda não cogitava de psicologia na literatura). É a história de três pecadores e de tudo o que decorreu de seus erros. Todos os personagens carregam muita dor e vivem deprimidos. O romance é uma mistura de alegoria e romance histórico e é considerado por muitos críticos o maior romance da literatura norte-americana.

SINOPSE
Em 1666, A Inglaterra se encontrava sob o domínio do rei Carlos II. Navios apinhados de gente aportavam a todo o momento no Novo Mundo. Pessoas vinham em busca de liberdade, fugindo da perseguição religiosa da terra natal, é sob esse momento histórico-cultural que se passa o filme que mostra em detalhes a situação da mulher na sociedade vigente. Em Massachussetts, Bay Colony, uma bela mulher (Demi Moore) casada com um médico (Robert Duvall) chega na localidade na frente do marido, com a incumbência de providenciar um lar para o casal. Mulher determinada, forte, destemida, moderna. Com essas características, a senhora Prynne chocava a sociedade local. Não se preocupava em esconder a cabeça ou o colo. Possuía conhecimento “de homem”, argumentava com qualquer um que tentasse impor-lhe regras descabidas. Essas atitudes escandalizavam os outros moradores da pequena cidade que olhavam-na com reprovação. Mas ela fica apaixonada por um reverendo (Gary Oldman), que tem por ela os mesmos sentimentos. No entanto, eles reprimem tais emoções pelo fato dela ser casada, mas quando ela supõe que seu marido foi morto pelos índios ela se sente livre e acaba ficando grávida do reverendo. Mas, como apesar de ficar presa e socialmente marginalizada ela se recusa a dizer o nome do pai da criança, passa então a portar um "A" de adúltera bordado em cores vermelhas em suas roupas, como símbolo de sua vergonha perante a sociedade local. O filme apresenta-se como um clássico da literatura estadunidense, a respeito de uma sociedade fortemente influenciada pelos ideais vitorianos ingleses de moral e sexualidade, com uma dose paradoxal de relativização e tolerância.  o fanatismo desenfreado da religiosidade daquele povo e o puritanismo exagerado da época. É um romance psicológico histórico que trata da interpretação da alma humana, características típicas do romantismo que apresenta marcas de uma época.
Trailer

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