terça-feira, 8 de maio de 2012

Meu país

clip_image002 ASSUNTO
Relações familiares e afetivas, saúde mental, acolhimento, segredo, distanciamento afetivo, vício no jogo, tolerância.

SINOPSE
Marcos (Rodrigo Santoro) vive na Itália e retorna ao Brasil após a repentina morte do pai (Paulo José). Já no país, ele reencontra o irmão Tiago (Cauã Reymond) e descobre que tem uma meia irmã (Débora Falabella), portadora de problemas mentais. Ao mesmo tempo em que precisam lidar com o luto, Marcos e Tiago precisam conviver com as diferenças existentes entre eles e se acostumar com a nova irmã.

                         TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
O primeiro pensamento que me veio a cabeça, logo que o filme acabou, foi: “Crise é sinônimo de oportunidade”. No momento que somos envolvidos em uma situação de crise é difícil nos darmos conta disso. De fato, a crise em si é algo que nos contamina integralmente, não deixando espaço para muita coisa. Dependendo de nosso momento de vida, somos arrastados pela “maré” com facilidade, e, parece que é apenas o início de outras tempestades que serão desencadeadas. Assim acontece no filme, que reúne a família no momento do falecimento do pai. O fato altera o cotidiano dos irmãos que não se veem há muito tempo. Para Marcos, que pretendia apenas participar do ritual de despedida do pai e retornar a sua rotina na Itália, o falecimento do pai vai desencadear outras situações desagradáveis e inesperadas que poderão alterar seu rumo. Assim, Marcos é informado sobre a existência de uma meia-irmã com problemas mentais que precisa retornar ao ambiente familiar para que não regrida mais. Descobre também que a empresa do pai está em crise e que o irmão é um playboy irresponsável e viciado no jogo. Quanto mais ele tenta tomar as necessárias providencias para retornar a Itália, mais se vê envolvido em questões que não queria fazer parte. No momento em que decide enfrentar e se apropriar da crise, a ordem de suas prioridades muda e ele inicia o processo de se beneficiar da crise, transformando-a em oportunidade. Simples assim!

A crise é uma oportunidade única de revelar nossa força, além daquelas partes ocultas de nós mesmos. Momentos de crise, por mais dolorosos, proporcionam movimento e mudanças. Não há como permanecer no mesmo lugar ou com o mesmo olhar, a perspectiva sempre será outra, surgem novas descobertas. “Meu País” não é apenas um lugar geográfico, é também um lugar pessoal que pode ser retomado, reinventado. A dificuldade de se relacionar de forma autêntica é a única característica comum aos irmãos, que mantém um distanciamento físico e emocional como herança familiar. A descoberta de uma meia-irmã é um problema inesperado que nenhum dos irmãos está disposto a assumir. Manuela é paciente em uma clinica psiquiátrica, tendo a indicação de retorno ao convívio familiar como necessidade para seu tratamento. A autenticidade de Manuela aos poucos quebra o gelo do irmão, revelando sua disponibilidade para o acolhimento, favorecendo assim um canal de afeto adormecido. O universo limitado da meia-irmã é tão simples que abre um novo caminho para as relações familiares. Não há final feliz, mas um novo começo, uma forma mais simples e autêntica de funcionar descobrindo novos caminhos. O filme será frustrante para quem espera um final comum. Para outros pode ser delicado, singelo e delicioso. Fico com a segunda opção, adorei a forma em que o filme discute as dificuldades existentes nos relacionamentos.
Ao ver Marcos chamando seu pai pelo nome, Armando (Paulo José), percebe-se, por exemplo, a relação conflituosa entre os dois. E para completar as lacunas, entra a personagem de Débora, que com sua ingenuidade própria dá a versão alheia de julgamentos, repetindo apenas o que ouviu dos outros. Para ler mais, clique aqui.
A narrativa é segura, possui bom ritmo e prende nossa atenção quando percebemos o distanciamento dessa família. (...) Percebemos esse distanciamento ao acompanharmos a intimidade de Marcos e sua namorada italiana – vivida por Anita Caprioli – com o rapaz, demonstrando um flagrante deslocamento afetivo. (...)A saúde mental, tema já trabalhado pelo cinema nacional de distintas formas, (...), ganha um exemplar sincero que remete outra perspectiva do assunto: o acolhimento. (...) Feito com a pretensão de comover o público, Meu Paí é um trabalho delicado sobre a tolerância e o cuidado, numa oportunidade de descobrimento pessoal e de sentimentos anteriormente adormecidos. Leia mais, clique aqui.
Ristum consegue passar para o filme o sentimento de grito preso na garganta que permeia a trajetória do protagonista Marcos. São emoções represadas, um choro eterno que se recusa a sair. Leia mais, clique.
Apesar de não ser um filme político – o tema sequer é tocado –, trata-se de um filme sobre a necessidade do ser humano em fazer parte de algo, de ter e perceber suas raízes. O título é uma referência a isto, sem qualquer caráter ufanista ou patriota. Leia a crítica completa, clique aqui.
É um recorte da vida de três pessoas, uma bonita história de recomeço, esperança e envolvimento familiar. Clique aqui para ler mais.
Manuela (Débora Falabella) tem 24 anos, porém, a idade mental de uma criança. Sua deficiência intelectual não requer nenhum tratamento específico, apenas afeto e estrutura familiar; algo que só pode conseguir com a ajuda dos irmãos. Diante desta situação, Marcos terá que tomar uma difícil e inevitável decisão, já que o irresponsável Tiago, cheio de dívidas de jogo, não aceita a moça. Leia mais, clique aqui.




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