quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida no paraíso - Como no paraíso

 
clip_image001ASSUNTO
Relações sociais, afetivas, terapêuticas e familiares, perdas, medo, violência doméstica, diferenças, auto-suporte, Gestalt-terapia.

SINOPSE
Um maestro de sucesso internacional interrompe inesperadamente sua carreira e volta para sua cidade natal no extremo norte da Suécia. Sua fama logo cria um burburinho na cidade, fazendo dele objeto de curiosidade, fascinação e desconfiança. Não demora muito para ele ser convidado a dar uma ajuda ao coro da igreja. Relutante em voltar 'ao centro do palco', ele acaba tendo que aceitar o convite e se surpreende com a redescoberta do amor que sentia pela música. O trabalho com o coro traz novas amizades, mas também novos - e velhos - inimigos. E também traz um novo amor. Fonte da sinopse, clique aqui.
TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
"Ouvir é o princípio de tudo.”
No caminho de volta, Daniel diz para si mesmo que não tem ideia do motivo que o traz para o lugar de lembranças tão dolorosas, desconfio que aí está a ilustração de como as situações inacabadas nos fazem retornar ao ponto de partida. Sempre podemos reescrever nossa história, não há dúvida. De fato, a sensação de pertencimento é o que o traz ao local que havia deixado marcas de dor em seu corpo e em sua alma. Mas, seu sonho sempre foi compor uma música que abrisse o coração das pessoas. Por mais que tente resistir ao seu dom musical, o maestro acaba encontrando sua liberdade exatamente na música. O processo de transformação que se dá a partir de si, numa troca rica entre os participantes do coro. O maestro busca a voz interior de cada um. Assim como o processo terapêutico gestáltico, Daniel utiliza de qualquer ferramenta que possa favorecer o encontro de cada um consigo e com o meio. É lindo assistir cada componente confrontar seus monstros pessoais e simultaneamente, descobrir seus potenciais. Despertando diariamente o potencial de cada um e de si mesmo, Daniel transforma e é transformado.
Estimulando cada um a se conectar consigo e com o outro, expressando seus sentimentos de forma criativa, Daniel é também induzido a confrontar seus sentimentos adormecidos. E a cada dia, cada um dos envolvidos vai enfrentando seus monstros internos, abrindo e fechando ciclos, superando cada obstáculo, revivendo dores descobrindo amores. As relações entre os componentes do coro vão se tornando mais verdadeiras, proporcionando trocas nutridoras, e cada um tem a possibilidade de superar seus próprios obstáculos, reconhecendo as próprias fraquezas e forças durante o processo. Assim, a capacidade para novas escolhas se faz possível. O filme é um retrato do que ocorre no processo terapêutico, com algumas fases muito semelhantes ao atendimento grupal, familiar ou individual. Assim como acontece em PELOS MEUS OLHOS, a arte é o canal que se revela terapêutico durante o desenvolvimento da trama. É um filme sensível e delicado, recomendado para todos!
clip_image003Suécia - Daniel toca violino num campo de trigo dourado.  Três cabeças de meninos surgem no meio do trigal.  A música do violino é substituída por uma orquestra, enquanto os garotos procuram, caçam e espancam Daniel. Na cena seguinte, adulto, ele rege a orquestra com paixão.  Está suado, gotas de sangue escorrem do nariz, pela camisa, até a pauta do maestro.  Novo flashback mostra o quarto do músico aos 7 anos.  Sua mãe lhe diz: 'Você não precisa mais ter medo daqueles meninos.  Não vamos mais morar aqui.  Vou encontrar outra escola.' Até os 5:45 minutos, Daniel cresce, prepara-se para o Campeonato Mundial de Solistas Mirins, sofre uma perda importante, torna-se famoso e tem um enfarte.  Com a agenda vazia pela primeira vez na vida, o exigente maestro compra a velha escola primária na vila em que nasceu, em Norrland, região ao norte da Suécia.  Pés na neve, braços abertos para os flocos que caem, ele quer se aposentar de tudo, deixar o estresse para trás.  Só deseja ouvir.
A música já diz tudo, verifiquem:
Música, medo, perda, superação, vida, harmonia - são os temas desta obra do diretor sueco Kay Pollak. Trata-se de encontrar o projeto original, a verdadeira voz, a essência  de cada um, e transcender-se através da  música.  Mais do que uma técnica perfeita, importa conectar-se com os proprios sentimentos e expressá-los de forma criativa. Leia mais clicando aqui.
"Meu sonho é fazer uma música que abra o coração das pessoas." Isso é o que diz Daniel, o que o move mesmo sem saber como amar. Um homem fechado sedento por transformação. Imagino quantas pessoas estão assim e que precisam de apenas um olhar, um ouvido, ou um toque para nascer. (...) Ele diz, "Ache sua voz vibrando dentro de você, ela não está em nenhum outro lugar." Isso é o que tenho buscado e como a Lena, de vez em quando aperto meus olhos e posso enxergar asas nas pessoas. O que me motiva é um paraíso, um nirvana, um instante santo, ou qualquer coisa simples que dê sentido a um segundo. Ou a qualquer "58 segundos", como diz no filme. Crítica completa, clique aqui.
E é aí que tudo começa: mais que ensinar música, o maestro precisa, antes de mais nada, fazer com que cada uma daquelas pessoas libertem o seu "som" interior, a sua personalidade. Não demora muito para que dentro do coral - e por extensão, em toda a cidadezinha - comecem a explodir antigos sentimentos reprimidos, paixões e revelações. Lei amais clicando aqui.
Um diálogo entre o ministro religioso e sua mulher a respeito de sexo, Deus, o diabo, o pecado, a religião, a Igreja, que acontece ali pelo meio do filme é uma das coisas mais impressionantes que já vi em muitos e muitos anos. (...)Os ensaios do coral não são propriamente ensaios de um coral – são terapia em grupo, e de um grupo especialmente cheio de problemas, dos quais o fato de uma mulher ser espancada pelo marido é apenas um entre tantos. Crítica 50 anos de filme completa, clique aqui.

2 comentários:

  1. Esse foi o filme mais lindo que assisti em toda minha vida. Busco, há anos, a versão completa dele. Assisti pela primeira vez, quando recebi emprestado de um amigo psicólogo, e ainda consegui rever umas 2 vezes. Mas, devolvi o cd e não encontrei mais o filme completo. Ele foi o ponto de partida para uma mudança que eu buscava aceitar. Hoje, uns 6 anos mais tarde, eu sou outra pessoa. Esse filme para mim foi especial.

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