domingo, 29 de julho de 2012

Confiança

 
clip_image001 ASSUNTO
A adolescência, aborto, relações familiares e afetivas.
SINOPSE
Maria é uma jovem estudante que descobre que está grávida, quando conta aos pais a notícia, seu pai sofre um ataque e morre que faz com que sua mãe a expulse de casa ao mesmo tempo em que seu namorado a abandona. Ela descobre que só poderá contar com Matthew, um rapaz educado, porém introvertido e desprezado pelo próprio pai, Matthew tem problemas em manter um emprego devido aos seus princípios, quando Maria aceita sua ajuda, ambos começam uma relação que mudará seus jeitos.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Confiança é um filme de 1990 de Hal Hartley, que retrata um encontro verdadeiro, onde as trocas favorecem o crescimento de ambos. Simples, assim. Afinal, o verdadeiro encontro só é possível na diferença, e não faltam diferenças entre os dois personagens. Mathew é inteligente, submisso ao pai e contrário ao sistema. Maria não é fã das letras, é contrária a família e aparentemente condizente com o padrão social das garotas de sua idade. Logo no início, é possível perceber alguma semelhança: há conflito familiar e existencial, ambos são alvos de marginalização por motivos distintos.
Mathew logo se mostra avesso a padronização profissional, sua competência profissional não se rende aos interesses comerciais, dificultando sua adaptação ao sistema. Por outro lado, sua relação com o pai violento é submissa, retratando a ambiguidade que gera conflito. Maria é dá pouco valor ao conhecimento, se mostra adaptada aos padrões sociais, se revelando deveras preocupada com sua imagem, mas é contestadora em relação a sua família. No desenvolvimento da trama, somos convidados a acompanhar ao processo de mudança dos personagens, visivelmente promovida pelo encontro. ENCONTRO em letras maiúsculas, pois se revela sincero e revelador. A confiança é um marco na vida de ambos, pois começa no outro, na relação, e, se fortalece na conquista da autoconfiança. Vítimas de famílias disfuncionais, os personagens constroem alternativas para si, tentando se readaptar diante dos acontecimentos. Maria se transforma de menina a mulher, capaz de tomar novas decisões de acordo com suas próprias convicções, denotando o desligamento das relações dependentes. Mathew abandona o perfil submisso, se abre a necessidade do outro e se propõe ao sacrifício de adaptar-se prol de algo maior. O filme apresenta as diversas possibilidades que um encontro verdadeiro pode oferecer, principalmente quando há confiança. Somos constituídos nas relações, nelas adoecemos, nelas podemos nos curar. Dentre tantos temas discutidos na trama, este foi o aspecto que mais me tocou. Ainda que nem sempre seja possível nos livrar de hábitos tão destrutíveis, quanto as relações dependentes. Recomendo.Vale a pena conferir!
Parecem que não vão dar em lugar nenhum, quando de repente, como um insight nasce uma revelação, com quase sempre com um viés filosófico, que provoca em quem está assistindo a reflexão...  Para continuar lendo, clique aqui.

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