terça-feira, 30 de outubro de 2012

Click

ClickASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, valores, auto-suporte, momento presente, controle, conceitos gestálticos.
SINOPSE
Michael Newman (Adam Sandler) é casado com Donna (Kate Beckinsale), com que tem Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann) como filhos. Michael tem tido dificuldades em ver os filhos, já que tem feito serão no escritório de arquitetura em que trabalha no intuito de chamar a atenção de seu chefe (David Hasselhoff). Um dia, exausto devido ao trabalho, Michael tem dificuldades em encontrar qual dos controles remotos de sua casa liga a televisão. Decidido a acabar com o problema, ele resolve comprar um controle remoto que seja universal, ou seja, que funcione para todos os aparelhos eletrônicos que sua casa possui. Ao chegar à loja Cama, Banho & Além ele encontra um funcionário excêntrico chamado Morty (Christopher Walken), que lhe dá um controle remoto experimental o qual garante que irá mudar suaa vida. Michael aceita a oferta e logo descobre que ela realmente é bastante prática, já que coordena todos os aparelhos. Porém Michael logo descobre que o controle tem ainda outras funções, como abafar o som dos latidos de seu cachorro e também adiantar os fatos de sua própria vida.
TRAILER
O OLLHAR DA PSICOLOGIA
Eu já tinha assistido ao filme, mas por tê-lo feito muito antes de criar Psicologia & Cinema, não tinha ainda pensado na possibilidade de postar a respeito. Recentemente, encontrei um recado com questões sobre Click e o encarei como uma sugestão. Portanto, após rever o filme, dou asas às minhas percepções e compartilho com vocês. A primeira coisa que me veio a cabeça tem a ver com uma mensagem divulgada no facebook recentemente, afirmando algo semelhante ao tema principal do filme.
O enunciado diz algo parecido com “Se você quer mudanças, largue o controle remoto e movimente-se”. De fato, isso me fez refletir sobre como tudo isso tem se apresentado como uma tendência contemporânea, quando a tecnologia nos poupa de muito trabalho, mas também nos tira a chance de viver experiências necessárias para o equilíbrio saudável do ser humano. A Gestalt-terapia tem uma visão de homem que o contempla de forma integrada ao seu meio. Ou seja, o organismo em relação (a si mesmo, ao seu meio, seu contexto, seu entorno, sua história, seus relacionamentos, etc.), ou seja, sua forma de funcionar no e/ou contituir o seu mundo. Somos, portanto, um eterno vir-a-ser, capaz de se desenvolver nos contatos autênticos e nutridores, ou  de paralisar em contatos disfuncionais ou na evitação de contato. Viver a experiência de forma integrada é condição necessária para um desenvolvimento saudável, independente de ser agradável ou não. Por outro lado, quando nossa forma de contatar o mundo é obstruída, evitada ou vivenciada de forma disfuncional, o processo de desenvolvimento é paralisado, podendo resultar em desequilíbrios, sofrimentos e doenças físicas ou psicológicas. “Viver a experiência de forma integrada” é estar no aqui e agora, reunindo pensamento, ação e sentimento na mesma experiência. Deste modo, tanto as formas de evitar contato quanto a separação entre pensamento, sentimento e ação da experiência no momento presente, podem provocar algum tipo de neurose, conflito ou doença. Na trama, temos um exemplo claro do quanto pode ser prejudicial evitar contato autêntico com as pessoas, com o momento presente ou conosco (com nossas necessidades autênticas). Como se não bastasse todas as formas de evitar contatos autênticos com os seus, Michael penetra num Universo mais distante ainda, quando utiliza o controle remoto para visitar outros tempos. Ao pular etapas e se projetar para o futuro tão desejado, ele percebe que suas necessidades reais estão muito distantes do que supunha. Seu futuro deixa de fazer sentido, quando se distancia de todos e tudo que pode ser vivenciado a cada segundo de sua vida. A projeção de um futuro vazio de conteúdo o faz refletir sobre o presente e a importância de saboreá-lo como se apresenta agora, incluindo e valorizando as relações do seu tempo como parte indispensável, não só para construção de sua história, como também para a des-coberta de suas reais necessidades. Um outro aspecto a ser destacado se refere ao uso da tecnologia a nosso favor, quando promove mais tempo para o homem estar presente em suas relações e não o contrário. Por último e não menos importante, devo lembrar que temos muitas outras formas de evitar contato. O  controle remoto não é necessário quando usamos os olhos para não ver, os ouvidos para não ouvir,  ou qualquer outro sentido para bloquear o contato verdadeiro. Pense nisso! 
Outras formas de perceber o filme podem ser encontrados nos links seguintes:

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