Alcoolismo, família disfuncional, abuso sexual infantil, pornografia, sexualidade.
SINOPSE
2012 – Sem título em português. O filme segue Angelina (Ashley Hinshaw), uma jovem a beira de terminar o colegial que leva uma vida muito difícil, pois sua mãe é alcoólatra e seu padrasto é muito violento. Certo dia, seu namorado sugere que ela tire fotos nuas por dinheiro e depois de inicialmente hesitar, ela concorda e faz a sessão de fotos. Em São Francisco, Angelina começa a trabalhar em um clube de strip, adota o nome de Cherry e conhece um advogado que a leva a festas extravagantes, até que um lhe apresentam um novo mundo, a indústria do pornô.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Ao ler a sinopse, pensei se tratar de um filme sobre a pornografia como última opção de alguém sem alternativa. De fato, a trama retrata o drama de uma Angelina e sua trajetória até chegar ao filme pornô. Quanto a não ter mais alternativas, não posso definir assim, embora sua origem possa até sugerir algum tipo de indicação para tal caminho. No entanto, acredito que o que fizeram conosco não possa definir quem somos, e sim, o que fazemos com isso – com aquilo que fizeram conosco. Para que seja mais bem compreendido, algumas cenas sugerem abuso sexual de seu padrasto, além de retratar uma adolescência conturbada e sobrecarregada enfrentada pela menina. Angelina trabalhava, cuidava dos “porres” de sua mãe, protegia a irmã e ainda tentava manter uma vida social compatível com sua idade. A trama sugere que sua única válvula de escape era o namorado, que aparentava gostar dela pelo que era, não pelo que podia oferecer. Ao sentir-se como mercadoria também nessa relação, ela decide largar tudo e começar uma nova vida em outra cidade.
Ela convidando a única pessoa que ainda confia, seu amigo. Em São Francisco, ela tenta iniciar outra vida, até que encontra novas chances de conquistar uma vida financeira mais confortável, trabalhando em filmes pornôs. A partir de então, acompanhamos as desventuras dela, que após se transformar em CHERRY enfrenta um universo que pouco contribui para sua insegurança: Drogas, falsidade, dinheiro fácil, desrespeito e manipulações. Novas desilusões, rompimento com a família e deceoções são enfrentadas. Ao se perceber também como objeto de desejo daquele que restava como referência afetiva, Angelina rompe com sua história e decide experimentar outras formas de relação. Fica claro que Cherry tomou o lugar de Angeline para sempre, quando ela afirma: “A garota que você está esperando vir para casa, não existe.” A homossexualidade surge, então, não só como opção sexual, mas como uma relação de afeto, interesse e respeito mútuo. Não é um filme indicado para qualquer público, muito menos para menores, pois contém cenas de sexo. Não se aprofundando em qualquer tema, o filme apenas sugere uma das muitas possibilidades para o futuro daquelas que sofreram abuso, no lugar onde deveriam ser protegidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante!