sábado, 18 de janeiro de 2014

Canção para Marion

imageASSUNTO
Relações afetivas e familiares, paciente terminal, luto e conflitos relacionais entre pai e filho.
SINOPSE
Arthur é mal humorado, rabugento e de poucos amigos. Sua esposa, Marion, apesar de ser doente terminal, é o oposto: está sempre bem humorada, de bem com a vida e cercada de amigos que a adoram. Ele e o filho têm problemas de comunicação, o que preocupa a esposa, que tenta aproximá-los antes de partir. Marion faz parte de um coro que é pouco convencional, o marido discorda de sua participação, pois o considera como ameaça a sua saúde.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Já existem alguns filmes que discutem as relações familiares no momento de perda de um de seus membros. Atendendo ao pedido de nossa colega Denise Chagas, assisti ao drama. Neste, falamos de Marion, uma mulher vibrante que apesar de estar em fase terminal de câncer, esbanja energia. Seu amor pela vida fica evidenciado em cada esforço que faz para compartilhar do coro com os amigos. Seu marido, ao contrário, faz questão de se isolar ou exibir seu mau humor a qualquer momento. No entanto, quando cuida de Marion, ele exibe sua capacidade cuidar, sendo amoroso e carinhoso com ela. Já com o filho e com os amigos de Marion a coisa é diferente, ele é seco e muitas vezes ríspido. Seu comportamento pode sugerir a presença de ciúmes, melhor dizendo, da necessidade que ele tem de possuir o máximo da esposa antes de sua partida. A relação deles já é tão antiga que ambos se misturam no mundo. O tempo de convivência o fez esquecer-se de boa parte de si. Ele não sabe como funcionar sem ela e seu processo de luto o torna ainda menos tolerante.
Ela encontra no canto, compartilhado com amigos, a possibilidade de colorir seus dias e quem sabe contaminar o universo de seus entes queridos. Logo percebemos sua preocupação com a relação pai e filho, que não é das melhores. Sua tentativa de pedir ao marido para acompanhá-la sugere algum esforço para tocar sua alma, amolecer coração do parceiro de jornada. Ele insiste em se manter distante, muitas vezes reagindo agressivamente, seja com seus colegas de canto ou com seu próprio filho. Logo, fica evidente seu conflito interno, pois suas reações sugerem que o medo de perder a esposa também o está deixando com raiva da vida. Ainda antes da partida, há algum sinal de que a música pode tocar seu coração. Antes de partir, Marion pede ao filho para não deixar o marido se isolar, fazendo-o prometer que irá perdoar e compreender suas atitudes hostis. Mas a perda da esposa o faz acreditar que não poderá ser exemplo para o filho, o que o faz afastar-se de forma fria. No entanto, a última música cantada pela esposa ainda ecoava em seus ouvidos. E é na possibilidade de por cor em sua vida e elaborar seu luto, que ele se aproxima do grupo de canto. A professora, que exerce a direção do grupo por amor, é quem abre a porta para ele. E é através desse encontro autêntico que ele vai encontrar a forma de elaborar o luto e redescobrir a si mesmo. É através da música, que ele encontra a cor necessária para superar seus conflitos, recuperar a autoestima e se reaproximar do filho. As relações afetivas entre os membros do coro (senhores e senhoras idosos) e a professora apresentam cenas agradáveis e divertidas. A música serve como terapia para aqueles que com ela se envolvem. O trabalho voluntário da simpática professora é o pode tornar a vida destes senhores mais feliz.




2 comentários:

  1. Patricia você é magnânima com as palavras... Adoro seu olhar!!! perfeito. Obrigada beijo carinhoso de sua Fã...

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    1. Denise,
      Obrigada, outra vez, por sua participação tão ativa. Sempre que possível, atenderei as indicações. Importante salientar que diferentes olhares são o que enriquecem nosso conhecimento. Portanto, fique a vontade para partilhar também seu olhar!
      bjokas

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