sábado, 18 de janeiro de 2014

Lola contra o mundo

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ASSUNTO
Relações afetivas, término da relação amorosa, autodescoberta.

SINOPSE
Lola tem 29 anos e está prestes a se casar com Luke. No entanto, três semanas antes de seu casamento, Luke termina tudo, o que deixa Lola devastada. Agora, ela deve se reerguer e partir em busca de sua felicidade, mas isso não será nada fácil.


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O OLHAR DA PSICOLOGIA
“Eu sei que a mudança é inevitável, mas se eu não quiser que as coisas mudem? E se eu gostar da minha vida do jeito que ela é?”. Assim Lola afirma ao completar 29 anos. Como tantas outras, há o desejo de manter o status quo. O medo do desconhecido ou apenas a vontade de eternizar um momento especial fazem com que vislumbremos a possibilidade de fazer o momento presente eterno, ainda que já tenha se tornado passado. Vida é sinônimo de transformação, se apegar ao passado não evita mudanças, elas de fato são inevitáveis. Logo de início percebemos que a protagonista não é uma personagem de conto de fadas, Lola é bem real, imperfeita, humana. Não é difícil se identificar com ela em diversos momentos, pois a “mocinha” sai de seu eixo e comete erros como qualquer ser humano. Seu mundo desaba quando o noivo rompe o compromisso às vésperas do matrimônio. O suporte dos amigos parece não ser suficiente, a dor é sua, de mais ninguém. Dormir, beber ou comer demais, ficar sem ar, se afastar do ex e ao mesmo tempo tentar saber tudo sobre ele, buscá-lo, investir energia em novos projetos ou “chutar o balde” são comportamentos ambíguos que tornam Lola humanamente real.

12 Anos de escravidão

 
imageASSUNTO
Preconceito racial, relações afetivas, familiares e sociais, violência, abuso físico e psicológico, período nebuloso da história americana, luta por direitos básicos.
SINOPSE
12 Anos de Escravidão é um filme baseado na inacreditável e verdadeira história de um homem que luta por sobrevivência e liberdade. Na época pré-Guerra Civil dos Estados Unidos, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro livre do norte de Nova York, é sequestrado e vendido como escravo. Diante da crueldade (personificada por um dono de escravos desumano, interpretado por Michael Fassbender) e de gentilezas inesperadas, Solomon luta não só para se manter vivo, mas também para manter sua dignidade. No décimo segundo ano de sua odisseia inesquecível, Solomon encontra casualmente com um abolicionista canadense (Brad Pitt), que muda sua vida para sempre.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Mais do que apenas um absurdo da trajetória humana, a escravidão foi um período obscuro que revelou aquilo que há de mais desumano no homem: seu nível de crueldade. A ilusão de ser superior ao seu semelhante (ou seria a de sentir-se ameaçado pela diferença que não compreende?) fez e ainda faz o homem agir de forma violenta e ultrajante com a própria espécie. O filme conta a história de um e de muitos, pois retrata o que muitos negros vivenciaram durante a escravidão, fosse na América ou no Brasil. Infelizmente, a violência, a humilhação, a dor física e psicológica sofrida por eles não foram apenas parte obscura de  História deixada no passado. Este e utros tipos de preconceitos continuam a suscitar ações violentas que são estampadas regularmente em jornais. Na trama, acompanhamos a história de um homem livre, negro, que após ter constituído família e alcançado certa estabilidade social, é sequestrado e forçado a abrir mão da própria identidade. Solomon recebe uma proposta de trabalho como violinista e aceita viajar para Washington por alguns dias, para se apresentar junto a um grupo, o que promete um bom retorno financeiro. Logo, nos deparamos com a mudança drástica ocorrida em cena, acontece da noite para o dia. De noite, o clima era de comemoração pelo possível sucesso dos shows. De manhã, as correntes que prendem o violinista revelam outra atmosfera. Trata-se do tráfico humano, que é executado da forma mais ultrajante possível. Preso, espancado e humilhado, ele é transportado para o sul, para onde será contrabandeado (No sula escravidão ainda era uma realidade) e vendido para trabalhar em plantações. Atente para o fato que sua identidade precisa ser trocada, ele então é transformado de forma cruel em Pratt. A partir de então, acompanhamos cenas que chocam e partem o coração de qualquer pessoa.

Canção para Marion

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Relações afetivas e familiares, paciente terminal, luto e conflitos relacionais entre pai e filho.
SINOPSE
Arthur é mal humorado, rabugento e de poucos amigos. Sua esposa, Marion, apesar de ser doente terminal, é o oposto: está sempre bem humorada, de bem com a vida e cercada de amigos que a adoram. Ele e o filho têm problemas de comunicação, o que preocupa a esposa, que tenta aproximá-los antes de partir. Marion faz parte de um coro que é pouco convencional, o marido discorda de sua participação, pois o considera como ameaça a sua saúde.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Já existem alguns filmes que discutem as relações familiares no momento de perda de um de seus membros. Atendendo ao pedido de nossa colega Denise Chagas, assisti ao drama. Neste, falamos de Marion, uma mulher vibrante que apesar de estar em fase terminal de câncer, esbanja energia. Seu amor pela vida fica evidenciado em cada esforço que faz para compartilhar do coro com os amigos. Seu marido, ao contrário, faz questão de se isolar ou exibir seu mau humor a qualquer momento. No entanto, quando cuida de Marion, ele exibe sua capacidade cuidar, sendo amoroso e carinhoso com ela. Já com o filho e com os amigos de Marion a coisa é diferente, ele é seco e muitas vezes ríspido. Seu comportamento pode sugerir a presença de ciúmes, melhor dizendo, da necessidade que ele tem de possuir o máximo da esposa antes de sua partida. A relação deles já é tão antiga que ambos se misturam no mundo. O tempo de convivência o fez esquecer-se de boa parte de si. Ele não sabe como funcionar sem ela e seu processo de luto o torna ainda menos tolerante.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O mordomo da casa Branca

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Relações sociais, afetivas e familiares, preconceito racial.
SINOPSE
1926, Macon, Estados Unidos. O jovem Cecil Gaine (nome verdadeiro: Eugene) vê seu pai ser morto sem piedade por Thomas Westfall, após estuprar a mãe do garoto. Percebendo o desespero do jovem e a gravidade do ato do filho, Annabeth Westfall decide transformá-lo em um criado de casa, ensinando-lhe boas maneiras e como servir os convidados. Ele cresce e passa a trabalhar em um hotel ao deixar a fazenda onde cresceu. Sua vida dá uma grande guinada quando tem a oportunidade de trabalhar na Casa Branca, servindo o presidente do país, políticos e convidados que vão ao local. Entretanto, as exigências do trabalho causam problemas com Gloria, a esposa de Eugene, e também com seu filho Louis, que não aceita a passividade do pai diante dos maus tratos recebidos pelos negros nos Estados Unidos.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Nosso mundo é o mundo construído com nossas experiências, assim compreendemos a vida conforme a realidade que nos circunda desde o nascimento. Nos primeiros anos, pouco sabemos sobre o que há fora de nosso Universo particular. Ainda sem termos capacidade de questionar qualquer verdade, aprendemos a partir de nossas primeiras relações. Entendemos como verdade alguns destes aprendizados de nossa infância. Nem sempre sabemos o porquê, apenas o sabemos. Cecil nasce em uma época em que a exploração e humilhação dos negros é uma realidade cruel. Ele aprende muito cedo a diferença entre negros e brancos, e vai descobrindo aos poucos sua forma de ter uma vida digna dentro das possibilidades conhecidas. Bem cedo, ao assistir ao assassinato de seu pai, aprendeu que para sobreviver era preciso estar em outro lugar. O menino aprende a não ter voz, a existir de forma invisível no mundo dos brancos, pronto a servir sem ser notado. Desta forma, ele consegue construir uma família, tendo em sua casa outra identidade. Além de pai é marido, tem voz ativa e nunca, de modo algum, mistura os dois Universos.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Blue Jasmine

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ASSUNTO
Relações sociais, afetivas e familiares, autoestima, neurose, transtornos mentais, crise financeira, crise existencial.
SINOPSE
Uma mulher rica (Cate Blanchett) perde todo seu dinheiro e é obrigada a morar em São Francisco com sua irmã (Sally Hawkins), em uma casa muito mais modesta. Ela acaba encontrando um homem (Alec Baldwin) na Bay Area que pode resolver seus problemas financeiros, mas antes ela precisa descobrir quem ela é, e precisa aceitar que São Francisco será sua nova casa.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Além de azul, a palavra "blue" significa melancólico, deprimido no inglês. O nome do filme também acaba sendo uma referência à música "Blue Moon", tocada diversas vezes durante a obra, seja para marcar situações de ostentação, seja para mostrar o quão diferente está a vida de Jasmine. O drama, como tantos outros de Woody Allen, brinca com alguns dos conflitos puramente humanos. Claro, brincadeira é coisa séria, quando falamos do diretor. Assim, questões financeiras, problemas nas relações familiares, afetivas, sociais ou questões de autoestima estão presentes no longa. Do ponto de vista social, o filme expõe uma realidade recente, pois devido à crise financeira, muitos, especuladores ou não, perderam posição sua social na última década. Diante de obras como esta, fica difícil focar em apenas um aspecto do que é exposto na trama. O filme é provocador, não há dúvida. Loucura e neurose, verdades e mentiras, Ser e Ter... Quantas realidades cabem numa vida?