ASSUNTO
Relações afetivas, familiares e sociais, luto, superação, autoestima, amor.
SINOPSE
Nathalie (Audrey Tautou) é jovem, bonita, tem um casamento
perfeito e leva uma vida tranquila, com tudo no lugar. Contudo, quando seu marido vem a falecer após uma acidente, seu mundo vira de cabeça para baixo. Para superar os momentos tristes, ela decide focar no trabalho e deixa de lado seus sentimentos. Até o dia em que ela, sem mais nem menos, tasca um beijo em Markus (François Damiens), seu colega de trabalho e os dois acabam embarcando numa jornada emocional não programada, revelando uma série de questões até então despercebida por ambos, o que os leva a fugir para redescobrir o prazer de viver
e entender melhor esse amor recém-descoberto.
TRAILER
perfeito e leva uma vida tranquila, com tudo no lugar. Contudo, quando seu marido vem a falecer após uma acidente, seu mundo vira de cabeça para baixo. Para superar os momentos tristes, ela decide focar no trabalho e deixa de lado seus sentimentos. Até o dia em que ela, sem mais nem menos, tasca um beijo em Markus (François Damiens), seu colega de trabalho e os dois acabam embarcando numa jornada emocional não programada, revelando uma série de questões até então despercebida por ambos, o que os leva a fugir para redescobrir o prazer de viver
e entender melhor esse amor recém-descoberto.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Lançado no Brasil em 2012, o filme tem uma capacidade expressiva tão grandiosa, que dispensa minha forma habitual de escrever. A trama supera qualquer expectativa, principalmente pelo não dito. A linguagem não verbal é alternada com as poucas palavras que vão costurando a trama com sutileza. É difícil encontrar um filme que tenha a capacidade de provocar tanto com tão pouco. A ausência de glamour encanta. Cada cena traduz um episódio crível, que despido de alegorias, irá abraçar cada instante como simples fenômeno em ato. Começando pelo final feliz de “contos de fadas”, a tal “receita da felicidade” vai sendo desconstruída. Assim, como a vida que só pode ser construída entre altos e baixos, o filme transita entre perdas e ganhos, frustrações e conquistas, alegrias e tristezas. O gracioso “A delicadeza do amor” acompanha os caminhos da vida de “pessoas reais”, com seus defeitos e qualidades, tudo é elaborado com bom humor e sensibilidade. O luto, a luta, a ansiedade, a negação, a rejeição, o medo, a dor, a paixão, a saudade, o preconceito, a mudança de ciclo, o renascimento, a superação são temas explorados na trama. Partindo de uma história de amor interrompida, o filme acompanha a elaboração do luto da protagonista, sem com isso pesar no tom dramático. Após o tempo necessário para ela, o verdadeiro encontro, aquele que só é possível na diferença, simplesmente acontece. Desde a perda do marido “perfeito”, ela se entregou ao trabalho, transformando-o numa obsessão. Vivendo no modo automático, ela evita contatos afetivos. No entanto, em um dia qualquer, algo “transborda” em Stéphane, o que provoca um ato impensado: o impulso ncontrolável de beijar o estranho Markuz, um simples funcionário de sua equipe de trabalho. Ele, o típico perdedor de poucos amigos e baixa autoestima, é surpreendido pelo acontecido, que irá transformar sua forma de ver o mundo. Partindo do inesperado, o verdadeiro encontro se dá. Há entre a beleza, que não quer ser vista, e a feiura, habituada ao anonimato, o desenvolvimento sensível de possibilidades, que podem ser vivenciadas a cada instante, na forma que se apresentar aos sentidos. De “Penso, logo existo” ao “Existo, onde não penso”, a trama encanta por sua meiguice natural, apresentando em poucas palavras, como a vida pode ser. O filme é recomendado para todos, sem exceção! Não existem palavras suficientemente capazes de descrevê-lo, pois a trama estimula mais os “sentidos” do que a razão, merecendo, portanto, ser percebido e sentido. Deixe-se afetar pelo inesperado, singelo e terno “A delicadeza do amor”!
Recentemente, questionei o desuso da palavra ternura em nossos dias. Tratava-se do enredo de um filme, que me fez relembrar o real significado da ternura. Agora, diante de situação semelhante, começo a compreender a razão da falta de uso de palavras tão especiais. A era tecnológica tem pressa, já não há tempo para que os “sentidos” desdobrem-se, revelem-se. Algumas palavras necessitam de pausa, um breve instante não é suficiente para seu exercício pleno, a compreensão fica prejudicada, seu sentido se perde pela falta do tempo ou mau uso dele. Assim, alguns termos vão sendo esquecidos, perdendo sua força e expressão. Por exemplo, “ternura”, segundo o dicionário Aurélio: Qualidade do que é terno; meiguice, ternura maternal. Trata-se de um substantivo feminino, que tem sinônimo nas palavras: carinho, afeto, afeição, benevolência, dedicação, dileção, querência, brandura, afabilidade, amenidade, amolecimento, bondade, delicadeza, docilidade, indulgência, indulto, macieza, mansidão, mansuetude, maviosidade, meiguice, moderação, suavidade, carícia, afago, mimo, agrado, carícia, doçura, clemência, mel, serenidade, enternecimento, compaixão, amabilidade, etc. É necessário tempo para que a totalidade da ternura e seus sinônimos possam adquirir “sentido”. Agora, sim, compreendo a razão de palavras assim serem quase esquecidas. É preciso tempo. É preciso parar para sentir sua plenitude. Assim também acontece com “SINGELO”, palavra capaz de abraçar o sentido do filme. Segundo o dicionário Aurélio, significa: simples, sem ornamento. Inocente; ingênuo. Puro; não corrompido. O adjetivo masculino tem os seguintes sinônimos: discreto, simples, bucólico, ameno, pastoril, poético, puro, caseiro, familiar, modesto, desataviado, descuidado, desgrenhado, natural, franco, humilde, manso, cândido, simplório, infantil, recatado, despretensioso, legítimo, límpido, verdadeiro, virginal, virtuoso, elementar, fácil, nu, sincero, leal, espontâneo, etc. Embora possa parecer que fujo ao propósito do post, que é falar sobre o filme, não é esse o caso. A trama tem a capacidade de despertar os sentidos do espectador, para unir o substantivo ternura e o adjetivo singelo, com todos os desdobramentos possíveis. Não há uma relação causal, não há teorização que dê conta do que é obvio. Quando encontrei o nome do filme incluso na lista dos inesquecíveis, não pude compreender de pronto. Nem sequer tinha ouvido falar sobre ele. Foi por curiosidade, que me dei de presente a oportunidade de assisti-lo, ainda bem! Não me atrevo a tentar traduzir o “olhar da psicologia”, nada poderá ser suficiente para dar conta do que poderá ser sentido pelo espectador. Só posso dar uma boa e simples dica. “A delicadeza do amor” é um filme imperdível e inesquecível, que traduz a célebre frase Fritz Perls: “Esqueça a razão, recupere seus sentidos”.
Recentemente, questionei o desuso da palavra ternura em nossos dias. Tratava-se do enredo de um filme, que me fez relembrar o real significado da ternura. Agora, diante de situação semelhante, começo a compreender a razão da falta de uso de palavras tão especiais. A era tecnológica tem pressa, já não há tempo para que os “sentidos” desdobrem-se, revelem-se. Algumas palavras necessitam de pausa, um breve instante não é suficiente para seu exercício pleno, a compreensão fica prejudicada, seu sentido se perde pela falta do tempo ou mau uso dele. Assim, alguns termos vão sendo esquecidos, perdendo sua força e expressão. Por exemplo, “ternura”, segundo o dicionário Aurélio: Qualidade do que é terno; meiguice, ternura maternal. Trata-se de um substantivo feminino, que tem sinônimo nas palavras: carinho, afeto, afeição, benevolência, dedicação, dileção, querência, brandura, afabilidade, amenidade, amolecimento, bondade, delicadeza, docilidade, indulgência, indulto, macieza, mansidão, mansuetude, maviosidade, meiguice, moderação, suavidade, carícia, afago, mimo, agrado, carícia, doçura, clemência, mel, serenidade, enternecimento, compaixão, amabilidade, etc. É necessário tempo para que a totalidade da ternura e seus sinônimos possam adquirir “sentido”. Agora, sim, compreendo a razão de palavras assim serem quase esquecidas. É preciso tempo. É preciso parar para sentir sua plenitude. Assim também acontece com “SINGELO”, palavra capaz de abraçar o sentido do filme. Segundo o dicionário Aurélio, significa: simples, sem ornamento. Inocente; ingênuo. Puro; não corrompido. O adjetivo masculino tem os seguintes sinônimos: discreto, simples, bucólico, ameno, pastoril, poético, puro, caseiro, familiar, modesto, desataviado, descuidado, desgrenhado, natural, franco, humilde, manso, cândido, simplório, infantil, recatado, despretensioso, legítimo, límpido, verdadeiro, virginal, virtuoso, elementar, fácil, nu, sincero, leal, espontâneo, etc. Embora possa parecer que fujo ao propósito do post, que é falar sobre o filme, não é esse o caso. A trama tem a capacidade de despertar os sentidos do espectador, para unir o substantivo ternura e o adjetivo singelo, com todos os desdobramentos possíveis. Não há uma relação causal, não há teorização que dê conta do que é obvio. Quando encontrei o nome do filme incluso na lista dos inesquecíveis, não pude compreender de pronto. Nem sequer tinha ouvido falar sobre ele. Foi por curiosidade, que me dei de presente a oportunidade de assisti-lo, ainda bem! Não me atrevo a tentar traduzir o “olhar da psicologia”, nada poderá ser suficiente para dar conta do que poderá ser sentido pelo espectador. Só posso dar uma boa e simples dica. “A delicadeza do amor” é um filme imperdível e inesquecível, que traduz a célebre frase Fritz Perls: “Esqueça a razão, recupere seus sentidos”.
Acabei de assistir o filme e como o final é daqueles que nos fazem nos colocarmos em nossos devidos lugares de espectadores, digo isso pensando na simplicidade e no realismo que o filme imprime, sem cenas apelativas, apenas a vida como ela é, vim verificar se havia algum texto explicando a real proposta do final, e seu texto me trouxe a resposta que queria. Não existe razão nem resposta, só existe o encanto de não existir glamour.
ResponderExcluirObrigada por compartilhar sua percepção!
ResponderExcluirAbs,