domingo, 31 de agosto de 2014

Herói por acidente

clip_image002[4] ASSUNTO
Self, personalidade, gestalt-terapia, ética jornalística, relações sociais, afetivas, e familiares e produção midiática.
SINOPSE
1992 -Dustin Hoffman, Andy Garcia e Geena Davis estrelam nesta cativante comédia de Stephen Frears. Davis é a ambiciosa repórter Gale Gayley, que literalmente aterrissa na história de sua vida, quando é uma das passageiras do avião que cai em uma ponte de Chicago. No meio da fumaça e da escuridão, ela é salva por um corajoso e mal educado herói, que rapidamente desaparece na noite deixando apenas seu sapato para trás. Quando a emissora de TV de Gale oferece um milhão de dólares para o herói misterioso, um educado veterano do Vietnã (Garcia) aparece para reclamar o prêmio - e dividi-lo com os sem-teto da cidade. Mas esta excêntrica história de Cinderela é complicada pelo fato de que o verdadeiro herói é um pequeno picareta (Hoffman), no qual ninguém acredita. Os dois homens têm algo de heróico, bem como algo a esconder, e cabe a Gale descobrir o verdadeiro significado da coragem.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme foi indicado por Claudia Távora no livro ‘Encontros’. No artigo “Três ensaios sobre o self: Intencionalidade, crise e mudança”, ela apresenta três filmes e propõe uma ‘jornada cinematográfica clínica’. Sugerindo que os filmes sejam assistidos após a leitura, ela faz considerações sobre os conceitos gestálticos e propõe novos olhares. Para os que se interessam pela Gestalt-terapia, vale a pena procurar o livro, que está disponível no IGSP. Indo além do self, “personalidade”, etc, o filme trás outros aspectos a serem considerados. Uma das sacadas mais legais do filme é a apresentar como é fácil restringirmos a “personalidade” algo estagnado, sem lembrarmos que vida é movimento... Para os jornalistas, será importante focar na discussão ética que se revela na trama. A jornalista Gale Gayley prioriza a profissão, trazendo a discussão a respeito da ética, a falta dela e suas consequências. Ainda considerando esse aspecto, a trama faz uma crítica à mídia e a crença geral em qualquer coisa que é divulgada, sem que seja considerada a realidade dos fatos. O que está em foco é a melhor imagem, o que todos querem ver, crer, aceitar... Notícia também vira produto de consumo! Bernie La Plante e John Bubber nos convidam a pensar em alguns aspectos interessantes sobre aparências e outros assuntos. A primeira frase que me veio a mente foi “A ocasião faz o ladrão”. Embora não concorde que se dê dessa forma, pois somos constituídos pelo encontro, a força do meio é realmente impressionante. É no encontro com o desconhecido que nos revelamos, não só ao mundo, mas também para nós mesmos. Fora essa discussão, que rende muitas reflexões, os dois personagens retratam uma realidade difícil de ser aceita: ninguém é de todo mau, muito menos, bom. O potencial humano revela ambiguidades, não devemos “engessar” nem uma personalidade, nem um acontecimento, pois tudo acontece sem que tenhamos planejamento suficiente para dar conta do devir. O AGORA revela encontro de diferentes “forças”, ou “campo de forças” que se desdobrarão no inesperado. Vale a pena conferir!







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