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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A chave de Sarah

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Conflitos sociais, afetivos,  familiares, segredos, guerra, identidade, auto suporte, história, holocausto.
Queria primeiro agradecer pela indicação de Selma Ciornai, valeu a muito a pena, é imperdível. O filme poderia ter o título “A chave do segredo”, sim, pois falamos daqueles segredos familiares, aqueles que fazem parte de nossa constituição e dos acontecimentos históricos que tentamos esquecer. Dois dramas estão entrelaçados na trama: O episódio histórico que ocorreu na França ocupada pelos nazistas em 1942 e o drama pessoal de Sarah, e seus desdobramentos. Os segredos da humanidade e os segredos familiares vão sendo desvendados no desenrolar do enredo. Além de uma aula histórica, “A chave de Sarah” também nos ensina sobre a influência dos segredos familiares, ainda que tenham ocorrido muito antes de nosso nascimento. Somos convidados a refletir sobre os aspectos de nossos antepassados que ainda insistem em nos habitar, repetindo sucessivos apelos à autonomia do ser, estimulando nossa capacidade de escolha. Discordo de alguns críticos, quando apontam a pequenez dos conflitos pessoais apresentados pela jornalista nos dias atuais. Atentem para a “coincidência” de sua pesquisa ocorrer exatamente no momento de gerar outro ser, seus conflitos familiares na decisão e seu envolvimento na trama familiar que fará parte da constituição deste novo ser. E não podemos perder de vista o compromisso afetivo que sustentou a sobrevivência de Sarah durante a guerra. O desdobramento marca sua existência, a posterior busca de sobrevida através do segredo é também o que não permite sua integração, uma incompletude que atormenta seus dias. Outro olhar sobre as feridas da guerra, que ainda nos assombram, provocam reflexões sobre as desrazões que promoveram e continuam promovendo conflitos tão desumanos. Um filme daqueles que podem dizer muito mais, pois nos convida a trocas sobre o coletivo e o individual, permitindo distintas percepções que enriquecem, afinal, “somos produtos de nossa história”.  Por tudo isso recomendo e os convido a compartilhar novos olhares.
Embora armado, notoriamente, para atrair o grande público e, por isso, acumulando detalhes sentimentais que o mantenham fisgado, "A Chave de Sarah" tem mais qualidades do que defeitos. Acontecendo simultaneamente em duas épocas e engajando novos personagens a cada momento, a narrativa é envolvente. Crítica completa, clique aqui.
SINOPSE
Julia é uma jornalista americana que vive em Paris há mais de 20 anos e é casada com o francês Bertrand. Escrevendo um artigo sobre a onda de prisões de judeus na cidade durante a 2ª Guerra, ela se depara com um segredo conectado à sua vida: tudo indica que o apartamento de seu marido pertencia à família de Sarah, uma menina judia que, junto com os pais, foi levada de casa pela polícia nazista.1942, durante a ocupação alemã na França, na 2ª Guerra Mundial. Sarah Starzynski (Mélusine Mayance) é uma jovem judia que vive em Paris com os pais (Natasha Mashkevich e Arben Bajraktaraj) e o irmão caçula Michel (Paul Mercier). Eles são expulsos do apartamento em que vivem por soldados nazistas, que os levam até um campo de concentração. Na intenção de salvar Michel, Sarah o tranca dentro de um armário escondido na parede de seu quarto e pede que ele não saia de lá até que ela retorne. A situação faz com que Sarah tente a todo custo retornar para casa, no intuito de salvá-lo.  a jornalista Julia Jarmond (Kristin Scott Thomas) é encarregada de preparar uma reportagem sobre o período em que Paris esteve dominada pelos nazistas. Quanto mais a fundo Julia segue a história, mais descobre sobre o marido, a França e sobre si própria. Baseado no romande de Tatiana de Rosnay. Selecionado para o Festival de Toronto 2010.
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Eu me chamo Elisabeth

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Rito de passagem, separação, abandono, solidão, depressão infantil, saúde mental.
É um filme delicado, que fala um pouco sobre solidão infantil e o rito de passagem da infância para a adolescência. Enquanto o casamento dos pais está em processo de dissolução, Elisabeth está em situação de isolamento. A mansão é muito grande e a falta de contato com outras pessoas, vai fazendo a menina sentir-se abandonada, chegando a apresentar sintomas de depressão. Sua carência fica evidente quando encontra no paciente psiquiátrico uma oportunidade de fazer amizade, se relacionar. Há que se observar muitos aspectos da vida moderna na trama. Gostaria de chamar a atenção para a situação de carência da criança, hoje tão comum nas famílias “modernas”. A importância das relações sociais para a construção de nossa identidade é notória. Quantos pais e mães deixam seus filhos, seja por necessidade ou negligência, em situações parecidas? Seja em casamentos em crise ou não, qual é o círculo de convício das crianças? Outro aspecto que me chamou a atenção foi o contato puro que fez com o paciente fugitivo.
Trabalhei um tempo com pacientes psiquiátricos graves, e percebi o quanto a falta de amor, carinho e atenção, os prejudica. A desospitalização, processo que rompeu com o tratamento desumano dos manicômios, não foi suficiente para reparar esse equívoco. A intolerância coma as diferenças ainda permanece em nossa sociedade, até mesmo no interior da família.  O funcionamento diferente do que consideramos “normal” se torna sempre algo a ser excluído, isolado ou pior, ignorado. Percebam que o rapaz, mesmo com problemas mentais, constrói um vínculo forte com a menina. A relação é elaborada aos poucos,  com carinho, cuidado e pureza. Não há qualquer pré-julgamento em Betty quando se aproxima do rapaz, que se transforma em seu porto seguro. Na escola, as relações são frustrantes, pouco confiáveis. A relação da criança com o paciente psiquiátrico vai sendo fortalecida, até o momento que é necessário tirá-lo da cabana, pois será transformada em sala de jogos. Ela o orienta, vence seus medos e o acompanha, dando-lhe instruções para viagem. Aos poucos, seu desamparo ressurge e a dor a impulsiona para buscar seu fim. E seu amigo reaparece e a resgata de um possível suicídio. Os conflitos familiares motivam a  fuga  com seu amigo. E, é também no final do filme, que o amigo a salva. O mesmo que é considerado suspeito de tê-la seqüestrado é quem, apesar de seu estado mental, tem a lucidez “emocional” suficiente para resgatá-la. A cena nos convida a refletir sobre a importância do carinho, cuidado, atenção nas relações em geral, independente das diferenças. Vale a pena conferir, é um filme tocante!
SINOPSE
Na trama, passada na década de 1940 no interior da França, uma garotinha assustada vive com seus pais e irmã numa mansão ao lado de uma clínica psiquiátrica. O pai é diretor do local e se vê às voltas com o sumiço de um dos pacientes, justamente enquanto luta para manter o casamento. Deixada praticamente sozinha durante o dia, apenas na companhia da babá deficiente mental, a pequena Betty (Bellugi) certo dia encontra o fugitivo escondido na cabana ao lado de casa - e passa a cuidar dele. A relação se torna seu segredo mais íntimo e a única coisa pela qual ela tem controle em meio às difíceis mudanças de sua vida. Clique aqui.
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domingo, 8 de janeiro de 2012

A garota ideal

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Relações familiares, afetivas e sociais, solidão, suporte, solidariedade, saúde mental.
Mais do que garota ideal, o filme nos apresenta uma “sociedade ideal”, onde a solidariedade impera. Muito interessante esse aspecto do filme, pois toda a comunidade participa efetivamente do tratamento de Lars, um homem que apresenta dificuldade nas relações. Ainda que seja solícito e educado, fica clara a sua dificuldade em se relacionar intimamente. No entanto, a trama revela aos poucos os traumas de sua infância, fazendo um paralelo entre a gravidez de sua cunhada e seu nascimento. O personagem faz de seu delírio um caminho para elaborar suas questões e caminhar para seu crescimento. Pesquisando na internet é possível encontrar olhares diversos e mais detalhados sobre os aspectos psicológicos do filme, apoiado nos mais diversos teóricos. Alguns consideram a boneca como um “objeto transacional”, semelhante à fralda, ao amigo imaginário ou ao boneco que a criança utiliza para lidar com a separação da mãe e o início de sua autonomia. Outros destacam a importância do suporte da família e da comunidade no processo de desenvolvimento do personagem. O fato é que seu delírio acaba sendo uma poderosa ferramenta para elaborar suas questões mais doloridas, permitindo o desenvolvimento de suas potencialidades. As questões familiares vão aos poucos sendo passadas a limpo, libertando também o irmão mais velho de seus fantasmas. Outro aspecto interessante é como o filme aborda a solidão e as diversas tentativas de elaborá-la. Observem que no trabalho, outros personagens se valem de objetos para lidar com a própria solidão. É um filme simpático, charmoso e leve. Concordo com Luiz Zanin, quando diz que o filme “ Soa como uma pequena fábula, que convida o público a distanciar-se da necessidade do realismo a qualquer preço”. Leia mais clicando aqui.
SINOPSE
Lars Lindstrom (Ryan Gosling) é um homem tímido e introvertido, que vive na garagem de seu irmão mais velho, Gus (Paul Schneider), e sua cunhada Karin (Emily Mortimer). Lars apenas acompanha o desenrolar de sua vida, sem se mexer para algo. Até que um dia ele encontra Bianca, uma missionária religiosa, através da internet. O problema é que para as pessoas Bianca não é alguém real, mas a réplica de uma mulher, feita de silicone. Só que Lars acredita piamente que ela é um ser humano, o que faz com que se torne seu apoio emocional. Preocupados, Gus e Karin decidem procurar o conselho de uma psicóloga, que recomenda que concordem com Lars enquanto ele lida com seus problemas pessoais.
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sábado, 7 de janeiro de 2012

Borderline, além dos limites

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Transtorno de personalidade borderline, relações afetivas, familiares e sociais, sexualidade.
Trata-se de um filme denso e polêmico. Não é um filme fácil de assistir, pois pode parecer que não tem coerência em seu desenvolvimento. Foi difícil acompanhar e em alguns momentos me pareceu que faltava algo ou fugia ao propósito de mostrar questões de uma pessoa com tal diagnóstico. As cenas de sexo apresentam a falta de limite da personagem. Quero deixar claro que para nós gestalt-terapeutas, o diagnóstico não fala sobre quem é o cliente, ele apenas nos auxilia como fio condutor, para que possamos ter noção de como é seu funcionamento no mundo. Devo esclarecer que dentro de um mesmo diagnóstico existe a particularidade de cada caso, que se apresenta com sua singularidade. Por todas estas razões, hesitei muito antes de decidir postá-lo, até me deparar com alguns sites que comentam o filme. Muitos destes comentários podem ser lidos clicando aqui - onde há identificação e discordância sobre alguns pontos do filme.  Clicando aqui é possível ler a impressão de um borderline. O filme é indicado para profissionais da saúde mental e pessoas interessadas no tema, que podem encontrar facilmente em sites como telona.
SINOPSE
2008 - A história de Kiki é mostrada em diferentes fases de sua vida. Com a mãe internada, ela é criada pela avó, que não se preocupa com ela. Seu refúgio é a escola. Sua vida antes dos 30 está bem longe de ser um conto de fadas. Ela se envolve com diversos homens, um após o outro. Sexo e álcool são suas únicas saídas e sua rotina. Mas aos 30 anos, Kiki enfrenta o maior de todos os desafios: aprender a amar a si mesma. Adaptação dos romances Borderline e La Brèche, da canadense Marie-Sissi Labrèche.
Resenha pode ser encontrada clicando aqui.
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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Somos Todos Diferentes

SOMOS TODOS DIFERENTES

ASSUNTO


Dislexia, relações sociais, familiares, terapêutica e afetivas, potencialidade, percepção, psicodiagnóstico e tolerância

SINOPSE

Ishaan é um garoto de oito anos que não possui muitos amigos, é cheio de imaginação e gosta muito de desenhar e brincar. Solitário, tem como amigos os cães e os peixes do aquário. Suas brincadeiras passam por poças d'água e pipas. Vive com sua família em um conjunto na Índia. Ishaan apresenta muitas dificuldades na escola, tendo sido reprovado no ano anterior. Já seu irmão é o melhor da classe,tendo sucesso nos esportes também. Após uma reunião com os professores de Ishaan, que informam aos pais que o menino não apresenta avanços na escola, eles decidem enviar o garoto a um colégio interno para que seja disciplinado e consiga êxito nos estudos. Após um período em que se torna cada vez mais triste e solitário, sofrendo severas punições dos professores, Ishaan conhece o professor Nikumbh, que além do trabalho no colégio, leciona também em um colégio para crianças com necessidades educacionais especiais. Nikumbh percebe a existência de um problema e, na busca da solução, devolve a alegria e a auto-confiança de Ishaan.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA


Filme indiano de 2008 que recebeu duas traduções no Brasil: “Como Estrelas na Terra” e “Somos Todos Diferentes”. Nos Estados Unidos, foi exibido com o título: Every Child is Special (Todas as crianças são especiais). Como todas são afirmativas verdadeiras, deixemos de lado tal divergência, pois o mais importante é considerar a qualidade do filme, que é simplesmente excepcional!!! Falamos de um filme sensível, espetacular, uma obra prima indiana. O desdobrar da estória do menino disléxico revela a complexidade e a importância das relações em nossa existência. É fato  nos afetarmos e sermos afetados pelas reações interpessoais, entretanto, um mesmo acontecimento pode ser percebido de formas diversas, dependendo do “afeto” de cada um. Por isso, é necessário ter cuidado com nossas formas de “cuidar” do outro e de nós mesmos.Entre outras cenas inesquecíveis, há uma passagem na qual o professor conversa com o pai de Ishaan, questionando o que significa a palavra “cuidar”. Neste momento sublime, o mestre alerta para que não aconteça com Ishaan o que acontece com as árvores das Ilhas Salomão, que morrem após as pessoas gritarem, repetidamente. palavras ofensivas à sua volta. Afinal, as palavras têm poder, e, quais são as palavras que usamos com a intenção de “cuidar” do outro?Mais do que falar de dislexia, o filme fala das relações afetivas e sociais. Me lembrei de uma frase que li há muito tempo, que descreve muito bem a mensagem principal do filme: “Você é especial e único, não existe outro de você no mundo, sua singularidade faz de você quem é, não esqueça disso.”

domingo, 7 de agosto de 2011

VIPs

Vips ASSUNTO
Relações familiares, sociais e afetivas, conflito de identidade.
Baseado em história real, o filme dramatiza, criando a temática psicológica do personagem. Na ficção, Marcelo nos é apresentado como psicologicamente comprometido, e não como um golpista qualquer. Nessa brincadeira, podemos acompanhar sua dificuldade de vários ângulos. Sintomas de fuga da realidade ou alucinação poderiam sugerir algum transtorno psicológico específico, assim como sua estrutura familiar poderia dar pistas de um transtorno de identidade. Entretanto, o filme nos apresenta um ser quase “genial”, bem articulado, inteligente e capaz de elaborar personagens, transformado acontecimentos em grandes oportunidades para seus projetos. No entanto, o filme não nos fornece material suficiente para que um diagnóstico seja construído, isso talvez por ser  ficção, o que faz com que diversas características sejam atribuídas a um único ser. No entanto, mais do que apenas falar de um ser psicologicamente comprometido, o filme retrata nossa sociedade como lugar de aparências, terreno fértil para golpistas
Porque não haveria história sem um conflito, e o de Marcelo é aceitar quem ele realmente é. O roteiro faz de tudo para mascarar as pistas sobre o passado da família(...). Também são bem sacadas as cenas com a mãe de Marcelo, uma cabeleireira, com suas várias fotos de celebridades dos anos 90 coladas do espelho do salão para se inspirar nos penteados. VIPs não se deixa desviar, portanto, dessa ideia de que estamos sempre tentando criar uma persona mais eficiente para nós mesmos. Leia mais clicando aqui.
Uma coisa importante de se citar é que apesar do filme ser baseado em uma história real, alguns acontecimentos e ações foram alterados ou adaptados para a trama, como por exemplo, a alucinação da figura paterna que sempre acompanha o personagem.Leia mais...
Baseado no livro VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso, de Mariana Caltabiano, o longa retrata as aventuras e desventuras de uma pessoa que não consegue diferenciar fantasia de realidade. Um prato cheio para psicólogos e para Wagner Moura, que se traveste fisica e psicologicamente a cada ponto de virada do ótimo roteiro de Braulio Mantovani (de Tropa de Elite 1 e 2) e Thiago Dottori, para viver nas telonas os devaneios de Marcelo, seu fascínio pela aviação e o desejo de não ser ele mesmo, como se sentisse preso em seu próprio corpo. Leia mais...
Marcelo é um garoto que ao assumir várias identidades perde o controle da situação, desvencilhando-se de sua própria vida real. (...)Vip's nos apresenta Marcelo, ou melhor dizendo Carrera, ou ainda Denis, Henrique Constantino, Juliano de Souza, etc. um garoto que sofre por Pseudolalia – Doença da mentira, que mente compulsivamente e perde a noção do que é a verdade, não percebendo muitas vezes a consciência da gravidade da doença, tornando-as presas ao seu próprio mundo a sua única personalidade. Leia mais...
Marcelo desde a adolescência, quando o garoto, filho da cabeleireira Sílvia (Gisele Froes), começa a imitar os colegas e professores na escola. Já tem início aí sua inadequação e a rejeição dos outros, que o chamam de “bizarro”. Sem conseguir lidar com essa frustração com tudo e uma certa indiferença da mãe, Marcelo embarca num ônibus – já fingindo ser parente do dono da empresa proprietária. Leia mais...
O roteiro trabalha de maneira sutil o conflito do personagem principal com sua identidade e seus referenciais familiares. Se por vezes nos é apresentado uma figura paterna protetora e idealizada – notem como sempre ele está fardado -, a figura materna é uma grande incógnita. Se o carinho que essa última tem para com seu filho fica gritante em tela, a relação deles é pautada em uma cumplicidade danosa, talvez por um eterno martírio que a mãe carrega. Leia mais...
É certo que Marcelo procura sua personalidade, mas na verdade o que ele mais faz ao buscá-la é se esconder: não é por acaso que o filme mostra o carnaval de Recife e suas máscaras.Leia mais...
SINOPSE
Marcelo (Wagner Moura) não consegue conviver com sua própria identidade, o que faz com que assuma a dos outros. Isto faz com que passe a ter diversos nomes, nos mais variados meios, onde aplica seguidos golpes. Um dos mais conhecidos é quando finge ser Henrique Constantino, filho do dono da aviação Gol, durante um Carnaval em Recife. Ele foi empresário, aviador, líder de facção criminosa, rico e famoso. Vigarista, enganou autoridades, celebridades, jornalistas e até os guardas da prisão de Bangu, usando 15 identidades diferentes. Marcelo
“VIPs” é uma obra de ficção baseada no livro “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso”, da autora Mariana Caltabiano, com roteiro adaptado por Bráulio Mantovani e Thiago Dottori, e conta com Wagner Moura como protagonista.
O livro conta a história do homem que circulou por rodas de famosos ao fingir ser filho do presidente da Gol Linhas Aéreas, Henrique de Oliveira. Mariana reuniu entrevistas feitas em visitas à cadeia onde estava Marcelo ao longo de um ano e apresentou a história ao diretor. Na mão dos roteiristas, no entanto, a vida de Marcelo ganhará ares de ficção.
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domingo, 31 de julho de 2011

Sybil

Sybil ASSUNTO
Psicodiagnóstico, Relações afetivas, familiares, abuso, violência, saúde mental.
Lembro de ter lido esse livro quando ainda estava no segundo grau, isso faz muito, muito tempo. Já na ocasião, fiquei encantada, e, acredito ter sido uma das motivações para que estudasse psicologia. Encontrei na internet essa versão filmada e resolvi assistir. Não foi menos impactante, certamente. No entanto, diversas reflexões foram estimuladas. Não só por ser psicóloga, mas também por ter como referência a abordagem gestáltica, foi possível ampliar consideravelmente minha visão. Sem desconsiderar as diversas conjecturas a respeito do diagnóstico, fiquei me perguntando quantas partes de nós são dissociadas em situações conflituosas. Questionei sobre as neuroses leves ou não. Pensei sobre o processo terapêutico e seu objetivo, que na maior parte das vezes é de nos “integrar” como PESSOA. E, de alguma forma, “juntar nossas partes” em um único ser, integrado e capaz de fazer novas escolhas. Um ser “inteiro” capaz de enfrentar novos conflitos, que certamente ainda surgirão. Pois, o processo terapêutico não pretende tornar o mundo mais fácil, menos conflituoso. Ao contrário, o objetivo é nos integrar de tal forma que possamos enfrentar novos desafios do mundo, fazer novas escolhas, ampliar nossa capacidade de responder com habilidade a novos desafios. O ser responsável por suas escolhas, este é o nosso objetivo. Então, foi lindo perceber que além do transtorno psiquiátrico tão óbvio no filme, podemos refletir a respeito de nossas “pequenas defesas” ou “respostas automáticas” que foram construídas em situações insuportáveis. Aprendemos a evitar novas situações ameaçadoras com a mesma resposta. Nós crescemos, amadurecemos, mas em qualquer situação que nos pareça ameaçadora, lá vamos nós, ligamos o “automático” e respondemos da mesma forma a diferentes estímulos. Aprendemos assim a evitar a possível “dor” ou “ameaça”. Aprendemos assim a evitar o agora. Não seria tudo isso algo semelhante às tantas personalidades de Sybil? Tudo o que buscamos na terapia não poderia ser resumido em “atualizar” nossa nova condição de ser? Não seria “reviver” nossos medos, enfrentá-los no presente e percebermos que já não somos mais tão indefesos?
Sybil teve uma infância repleta de episódios violentos, com o pai omisso e a mãe esquizofrênica, a menina sofreu todo tipo de abuso, agressão, violência.  Indefesa, sem condições de enfrentar as situações, sufocou emoções, e, sobreviveu através de novas personalidades. A partir da relação entre a Sybil e sua psiquiatra, o filme apresenta trechos importantes do processo terapêutico que durou 11 anos. Seus relatos são traduzidos em imagens que nos convidam a partilhar suas dores de forma impactante. É na relação doentia com sua mãe que a doença se instala. Mas, também é na relação que Sybil encontra a saúde, só que dessa vez,  em outra relação, na relação terapêutica. É no encontro autêntico com sua psiquiatra que Sybil se “integra”, atualizando sua forma de “ser no mundo”.
O filme nos faz refletir sobre cada uma das nossas partes, nossos “pedaços” do passado que insistem em nos impedir de viver o nosso presente de forma fluída e saudável. No final, quando todas as personalidades dão as mãos, e até a mais sofrida e machucada, sente-se abraçada, não pude deixar de observar que cada um de nós precisa disso: se abraçar, se integrar, se aceitar como é. O psicodiagnóstico, nossa “classificação” ou “rótulo” só nos fala da intensidade de nossa “dissociação” ou de nossa forma pessoal de divisão. Pois, o filme é uma bela metáfora da vida de todos nós… apenas  humanos.
Sybil conta a história verídica da paciente psiquiátrica Sybil Isabel Dorsett, que sofria de Transtorno Dissociativo de Identidade (também conhecido como MPD – Multiple Personality Disorder ou Transtorno de Múltiplas Personalidades, e que passou a ser oficialmente chamado de DID - Dissociative Identity Disorder a partir de 1994). Ao longo do tratamento, foram identificadas 16 personalidades de Sybil (incluindo a personalidade atuante, e várias personalidades femininas e masculinas, de diversas idades).
Controvérsia

O livro e o filme foram muito bem recebidos, e o Transtorno Dissociativo de Identidade, que era relativamente raro antes do caso Sybil, teve um grande aumento no número de casos diagnosticados, especialmente nos anos 80 e 90; nos anos de 1953-54, quando Sybil foi diagnosticada, havia apenas 11 casos documentados de personalidades múltiplas, e nenhum com tantas personalidades como Sybil. O único outro caso documentado de paciente com personalidades múltiplas viva naquela época era “Eve” (cuja história foi contada em As Três Faces de Eva). Na época da publicação de “Sybil”, em 1973, havia cerca de 75 casos documentados de MPD (Transtorno de Múltiplas Personalidades); nos 25 anos seguintes, foram diagnosticados cerca de 40.000 casos, quase todos nos Estados Unidos; especialistas começaram a duvidar da validade de tais diagnósticos, e culpam o livro por incentivar a indústria de charlatães especializados no tratamento de vítimas de abusos, dos quais o paciente nem mesmo se recorda. Pesquisadores tentam agora analisar o caso que começou tudo isto, e separar o que é realidade do que é ficção. Leia mais clicando aqui.

O filme mostra as torturas e repressões causadas pela mãe esquizofrênica, o pai ausente, o avô fanático religioso e a morte prematura da avó, único ponto de afeto e aceitação na vida da criança, e a conseqüente fragmentação da personalidade da paciente, numa tentativa de suportar os abusos sofridos
Fonte: Clique aqui
SINOPSE
Nova York. Sybil Dorsett (Sally Field) é uma jovem mulher que desenvolveu várias personalidades, como mecanismo de defesa para os abusos que sofreu nas mãos da sua mãe, Hattie (Martine Bartlett). Assim Sybil criou personalidades bem distintas: a agressiva Peggy Lou, a potencialmente suicida Mary, o bebê Sybil Ann e muitas outras, totalizando mais de dez. Uma psicanalista, Cornelia Wilbur (Joanne Woodward), diagnostica a condição de Sybil e tenta ajudá-la, apesar de saber que está lidando com um caso único.
TRECHOS DO FILME

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Alguém para dividir os sonhos

alguem p div sonhos ASSUNTO
Esquizofrenia, desospiralização, amizade, exclusão social.
Drama de grande sensibilidade, retratando a sincera amizade que enlaçou duas criaturas sofredoras, em busca de sobrevivência na turbulenta Nova Iorque. No início, uma voz em off relata: era uma vez...“Um menino preto, bem a cor não interessa, entrou na floresta com um tênis novo, uma camisa nova lilás e um casaco cinza, novo também. Lá ele foi assaltado e roubaram-lhe todas as suas roupas. Ao sair da floresta nu, o menino continuava com a mesma felicidade com que entrou, pois sabia ele que o bem mais precioso não lhe fora roubado. Sua alma”. Vemos o personagem hospitalizado, depois um prédio demolido e ele nas ruas... Embora a sinopse não fale a respeito, pensei muito no processo de desospitalização, e em quantos pacientes foram jogados na rua sem a menor estrutura social para recebê-los. Quantos esquizofrênicos estão pelas ruas do mundo, incluindo Brasil?
Muitas cenas são delicada e despertam nossa reflexão. Chamo a atenção para o momento que Mathew tenta regressar ao lar, encontrando a fechadura trocada e a informação que sua mãe estava viajando sem deixar autorização para ele entrar. Mais um momento que retrata a realidade de muitas famílias na mesma situação, sem a menor disponibilidade para o acolhimento. Fica clara a carência do sentimento de pertencimento, em outra cena, quando o amigo diz que o sente como filho, fazendo planos de uma vida de cuidados um com o outro, A sensação de pertencer a algum lugar (pessoa, família) faz com que Mathew paralise, e, sonhe, s suspire, é espetacular o dedobramento da cena.
Também importante o diálogo sobre a esquizofrenia e o retorno do amigo:.
“ - Ouço vozes, sabe?
- Não há nada de errado nisso. E Joana D´Arc? Ela ouvia vozes. É considerada santa, não esquizofrênica. E Moisés?
- Que tem ele?
- Ouvia vozes. Ele ouviu uma Voz. Se não tivesse ouvido, não teria a tradição judaico-cristã. Moisés desceu daquela montanha. Perguntaram-lhe o que ele ouviu. Ele disse: “Tu não matarás. Tu não cometerás adultério. “Disseram: - “Ouviu isso, Moisés? Vozes disseram isso?” Eles o encheram de sedativos e o trancaram.
Se não fosse pelas vozes, ainda seríamos pagãos. Sacrificaríamos cordeiros e até pessoas. Seríamos sacrificadores. Talvez você não seja esquizofrênico. Talvez seja um santo.” (Daí a razão do nome original deste filme).
Ainda tem outra cena, quando Mathew está surtando e o amigo o chamando... sensacional, tanto quanto na hora da contagem do dinheiro, de sua “incapacidade” para fazê-lo, quando o amigo entra em seu delírio, confirma sua capacidade e diz que não vai deixar ninguém atrapalhar sua ação. Isso basta para que Mathew sinta-se confirmado em sua capacidade. O filme é imperdível, vale a pena pegar na locadora, e assistir.
SINOPSE
(THE SAINT OF FORT WASHINGTON) – 1993 -Essa e a historia de Matthew (Dillon), um rapaz ingênuo e bondoso, recém-saído de um hospital psiquiátrico. Obrigado a passar a noite num abrigo de indigentes conhecido como Fort Washington, ele conhece Jerry (Glover), um veterano da guerra do Vietnã que perdeu tudo, inclusive família e emprego. Nasce assim, uma amizade entre os personagens. Enquanto tentam ganhar a vida de maneira digna, encaram as adversas situações com doses de bom humor, mesmo ao limpar pára-brisas nas ruas de Nova York. O dinheiro arrecadado pode significar uma nova vida para ambos. Um filme que emociona, com atuações marcantes de Danny Glover e Matt Dillon,e uma trilha sonora considerada uma das melhores do gênero segundo o site Music from the Movies.
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terça-feira, 26 de abril de 2011

Divinos segredos

divinos segredos ASSUNTO
Relação de casal & família, segredos familiares, relação mãe e filha, repetições, saúde mental, perdas.
Tema Universal, o conflito entre mãe e filha é abordado nesta fita. As amizades irão trabalhar no sentido de desvendar segredos familiares, tudo com o objetivo de promover o reencontro. O filme apresenta um ritual infantil que fortalece a amizade de longa data da mãe e suas companheiras de infância. “Tal mãe, tal filha”, as repetições que ocorrem sem que nos demos conta é o que afasta ainda mais as duas. Mas, as amigas sabem que, por trás dos humores de Vivi, há uma mulher gentil, uma pessoa adorável que se machuca facilmente. Sem grandes pretensões, o filme fala de amizade, segredos familiares, relações familiares, relação de casal, perdas, conflitos psicológicos e saúde mental. Por trás do aparente abandono, há uma história de sofrimento, conflitos psicológicos, internação psiquiátrica. Nada é muito aprofundado, mas “Divinos Segredos” nos apresenta uma perspectiva bastante comum em qualquer família. É no momento de iniciar uma nova família que Sidda se questiona a respeito de sua capacidade de não repetir os erros de sua mãe. Momento complexo, entre separação e repetição, sua busca por contorno (fronteira) individual e familiar (nova) esbarra em sua família de origem, disparando seus medos e inseguranças. O “passado” que impede o desdobramento do presente, que é obstáculo para o fluir, é revisto através de flashbacks, sentido e resignificado, permitindo ir para seu lugar, que é na lembrança, no passado. Assim, como já é previsto em filme do gênero, chegamos ao final feliz.
SINOPSE
Siddalee Walker é uma jovem e proeminente dramaturga que mora em Nova York, bem longe de sua cidade Natal, na Lousiana. Mas para ela, bem mais importante do que estar nas proximidades da Broadway é estar longe do “perigo”, personificado na adorável, mas dramática e excêntrica Vivi, sua mãe. Sidda maldiz o dia em que concedeu uma entrevista à revista Time. Sem perceber, com as informações que passa à repórter, Sidda dá a entender que Vivi não foi uma boa mãe. E assim, profundamente ofendida, Vivi declara contra Sidda a mais antiga de todas as guerras: a batalha entre mães e filhos Para tentar colocar tudo em seu devido lugar, amigas de infância de Vivi resolvem intervir à força no conflito. As irmãs “YA-YA”, membros de uma fraternidade inventada por elas quando crianças, reso lvem mostrar a Sidda quem sua mãe realmente é. E para tanto terão que permitir que ela revire o livro de fotos e registros dos “Divinos Segredos da Irmandade YA-YA”.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cisne negro

cisne negro ASSUNTO
Desenvolvimento, sexualidade, neurose, psicose, polaridades, relações afetivas, familiares, sociais.
Demorei muito a postar esse filme devido à quantidade e diversidade de conteúdos possíveis apresentados. Muitos já conhecem o enredo do famoso balé Cisne Negro e suas particularidades. Já é conhecida a representação do cisne Branco como inocência, pureza e douçura, em oposição ao negro que simboliza sexualidade, sedução e o mal. Pois bem, o filme sai do balé e traz uma protagonista angustiada, perfeccionista, filha de mãe possessiva, controladora, ex bailarina frustrada. A busca pela perfeição, ao se candidatar ao papel, nos convida a acompanhar a psique já pertubada da candidata ao papel principal. Sua dedicação e disciplina beiram a perfeição, mas não atendem a proposta. È preciso unir os opostos em uma só atuação, o diretor quer apenas uma bailarina, uma que seja capaz de unir essas polaridades e representar ambas. O público, então, acompanha a mente atormentada e doente de Nina durante essa viagem onde todas as fronteiras entre realidade e imaginação, sanidade e loucura são transpostas. Em determinado momento não é possível distinguir o que é real do que é mera alucinação.
Entre os conceitos Junguianos que podem ser encontrados estão as polaridades. Além do que pode ser encontrado nos sites abaixo, chamo a atenção para algumas peculiaridades desses conceitos, de acordo com cada perspectiva. No balé temos Odette, a ingênua e romântica, em oposição a sua irmã gêmea Odile, a maliciosa, sedutora e malvada. Inseridas na psique feminina, esses são aspectos potenciais das polaridades internas que todos possuímos durante o desenvolvimento. Particularmente no desenvolvimento feminino, há a menina sonhadora que desperta para o desejo e a competitividade, durante o processo de enfrentar novos e novos desafios. E assim segue o curso do desenvolvimento saudável, entre uma e outra concepção, buscando integrar os opostos. O controle exacerbado do corpo, que é tratado como instrumento, e de sua alimentação ilustra sua busca pela perfeição. Mas, perfeição não é apenas um lado, perfeição é inteireza, é ser o que se é completamente. Só podemos crescer para o lado que não fomos. É isso que podemos acompanhar no filme.
O filme mostra logo a relação mãe-filha de uma forma misturada, manipuladora, obsessiva, castradora, possessiva. A mãe bailarina-frustrada parece querer se realizar através da filha, e para tanto é exigente, disciplinadora, repressora.
Gosto do olhar sobre a metáfora da sexualidade. Rui Ferreira Nunes fala da sexualidade Feminina e o Cisne Negro, acentuando como metáfora perfeita o controle castrador do corpo. Falamos aqui de uma visão de sexualidade que ainda perdura: a mulher pura e casta que é punida pela mulher sexualizada, destruidora de amor. Nina, cativada na relação com uma mãe psicótica, constrói uma estrutura mental rígida. As exigências do diretor, representante do poder do homem, da sexualidade e do perfeccionismo da dança, provocam um conflito extremo, potenciador de sintomas psicóticos que acabarão por destruí-la. A mãe controladora procura cristalizar a relação com a filha e impedi-la de crescer, sexualizar-se e, talvez, se tornar rival. Nina, que não tinha reconhecimento de si, de tanta mistura que havia com a mãe, se angustia com sua imperfeição e persegue a busca de ser perfeita, para obter o reconhecimento de si mesma através dos outros. Mas, sente-se inadequada perante os outros, que estranham a falta de desejo e de competências sociais da bailarina. Para sentir o prazer ou ultrapassar seus medos, Nina precisa se descontrolar, transgredir a sua estrutura, transformando o real em suas fantasias e alucinações. Quando tenta explorar a sexualidade, ela o faz de forma desorganizada, quase infantil. A repressão de seu desenvolvimento sexual pode ser o gatilho para o surgimento de seu lado auto-destrutivo, principalmente quando é colocada a frente da colega, rival aparente, a que possui sexualidade integrada, um objeto de inveja e fascinação. O filme, assim, inverte a representação clássica da sexualidade da mulher destruidora do bem. O cisne Branco acaba por ser vítima da sua assexualidade, da sua desconexão com o real. Nina não está muito longe do que muitas mulheres sentem em relação à sexualidade: o terrível medo de perder o controle.
Percebe-se, em alguns momentos, que Nina quer se desvencilhar da mãe, mas como a relação é baseada na culpa, ela acaba cedendo ou se auto-punindo. A Nina é perfeita pra o papel, pois foi treinada e ensinada pela mãe a seguir regras rígidas. Mas, o Cisne Negro é seu oposto, pois representa rebeldia, sedução, força – todas as características que Nina tinha bloqueadas em seu interior. O surto psicótico surge quando ela sente-se ameaçada de perder o papel, disparando seus delírios, que já são confundidos com a realidade. A rival de Nina é o antônimo da protagonista, representando tudo que ela precisava/queria ser: confiante, feliz, livre. Assistimos a metamorfose de Nina, que passa de princesinha da mamãe à uma mulher de sentimentos a flor da pele, podendo se competitiva, impiedosa e até violenta. Então, seja pelo viés loucura-sanidade, bem-mal, patologia, saúde, ou qualquer outro tipo de polaridade, o filme representa as polaridades presentes em todos nós, saudável ou não. Bom e mau, saudável e doente, verdade e mentira, tantas outras polaridades que nos parecem extremos incompatíveis. Costumo falar de nossas necessidades neuróticas do ou isso ou aquilo. Meus clientes já conhecem bem esse discurso, pois sempre saliento a necessidade de usarmos mais “e” no lugar de “ou”. Pois, os dois lados fazem parte de uma só coisa, se ignorarmos nossas limitações, nossas imperfeições, nossos defeitos, não poderemos nos desenvolver. Pois bem, o filme propõe essa integração. Ainda que o resultado não seja aparentemente feliz, atente para a dança que transcende o humano, se torna sublime!
Por mais difícil e angustiante que seja a experiência de assistir Cisne Negro, é impossível sentir qualquer vestígio de arrependimento quando o filme chega ao fim.” Leia mais clicando aqui
Olhar Junguiano 1, clique aqui                               Olhar Junguiano 2
Olhar psicanalítico                                                      Cognitivo comportamental, clique aqui
SINOPSE
‘Cisne Negro’ é um thriller psicológico ambientado no mundo do balé da Cidade de Nova York. Natalie Portman interpreta uma bailarina de destaque que se encontra presa a uma teia de intrigas e competição com uma nova rival interpreta por Mila Kunis. Dirigido por Darren Aronofsky (O Lutador, Fonte da Vida), Cisne Negro faz uma viagem emocionante e às vezes aterrorizante à psique de uma jovem bailarina, cujo papel principal como a Rainha dos Cisnes acaba sendo uma peça fundamental para que ela se torne uma dançarina assustadoramente perfeita.
A trama começa com Nina competindo com outras bailarinas do corpo de balé de Nova York pelo papel principal da peça “O Lago dos Cisnes”. Metódica e disciplinada, ela tem tudo para ser o Cisne Branco, mas falta-lhe malícia e poder de sedução para encarnar seu duplo, o Cisne Negro, responsável por roubar o príncipe da irmã e levá-la ao suicídio. Pressionada por Thomas Leroy, o diretor da companhia, ela precisa mostrar que pode ser a grande estrela do show, ainda que esteja sendo seguida de perto por Lily, uma bailarina nova que se junta ao grupo. Enquanto Nina é descrita por seu tutor como fraca e covarde, Lily tem a personalidade sedutora necessária se tornar o Cisne Negro. O Lago dos Cisnes requer uma bailarina capaz de interpretar tanto o Cisne Branco com inocência e graça, quanto o Cisne Negro, que representa malícia e sensualidade.. As duas desenvolvem uma amizade conflituosa, repleta de rivalidade, e Nina começa a entrar em contato com seu lado mais sombrio, com uma inconseqüência que ameaça destruí-la.
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sexta-feira, 18 de março de 2011

No limite do silêncio

no limite do silencio ASSUNTO
Relação terapêutica, relações familiares, sociais, afetivas, abuso, violência doméstica, incesto.


SINOPSE
2001 - Michael Hunter (Andy Garcia) é um psiquiatra que fica arrasado quando seu filho adolescente, Kyle (Trevor Blumas), se suicida. Este fato provocou a separação do casal, pois Penny (Chelsea Field), sua ex-mulher, o culpou pelo acontecido e na verdade ele também se considerava responsável pelo fato. Três anos após o suicídio, Michael não dá mais consultas e só dá palestras e escreve livros. Até que Barbara Wagner (Teri Polo), uma ex-aluna, lhe pede para examinar o caso de Thomas Caffey (Vincent Kartheiser), um garoto que foi marcado por uma tragédia familiar. Com a mãe morta e o pai preso Tommy foi para um orfanato, mas agora, quando ele está prestes para completar dezoito anos, será liberado, sendo que Barbara sente que ele ainda não está pronto. Inicialmente Michael se recusa a tratar do caso, mas gradativamente se interessa e vai conversar com Tommy. Logo que Tommy e Michael se encontram as barreiras entre médico e paciente ficam confusas, pois entre eles há mais alguém e este alguém é Kyle.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA
No Limite do Silêncio conta duas histórias sobre pedofilia que levam suas vítimas a estados psicopatológicos, cujos desfechos são: tentativa de suicídio, o ato consumado em si e homicídios. Contrário a tratamento com psicotrópicos, Michael encaminha o adolescente deprimido a um amigo de confiança, para psicoterapia. Aproveitando uma saída da família, Kyle comete suicídio em casa - ato aparentemente explicado pela depressão. Na verdade, o adolescente foi vítima de abuso sexual, o que o pai vem saber três meses após o suicídio. Descoberto por Michael, o responsável pelo crime de pedofilia também se mata. O filme mostra difícil momento a que chegou o psicólogo Michael Hunter, que é abordado pela ex-aluna Barbara Wagner, para ajudá-la em um caso difícil. Assim como Kyle, Thomas também foi vítima de pedofilia, trauma que desencadeia no jovem um comportamento agressivo e violento, beirando a fobia social e a psicopatia. Tommy defende-se de qualquer aproximação íntima feminina, chegando a matar, ante o percebido como ameaça. Mas, há muita ambivalência aí. Ao aceitar o trabalho, o psicólogo voltará a ter contato com as mais doloridas e profundas lembranças que ele mesmo gostaria de ter esquecido. A relação entre psicólogo e paciente se torna um difícil jogo de manipulação de sentimentos. A história, que de início promete um enredo linear, dá várias reviravoltas, como se fosse a condução de uma fala (Tommy) em terapia, cujo psicólogo conduz, ao facilitar o “dar-se conta” do cliente – posterior percepção do que há por trás dos mecanismos de defesa do paciente. “No limite do silêncio”, portanto, apresenta os sintomas do cliente como formas de buscar seu equilíbrio, formas de evitar o contato com os acontecimentos dolorosos que não suporta lembrar. Interessante constatar que o psicólogo foca no não verbal, no que não é dito - respiração, olhar, expressões faciais, para auxiliar o cliente. A exemplo do trabalho em Gestalt-terapia, o filme apresenta a visão humanista do trabalho terapêutico, sem esquecer do humano que há no terapeuta. 
Lins sobre outros olhares na rede: Link 1 Link 2 Link 3

Perfeitos no amor

perfeitos no amor ASSUNTO
Esquizofrenia, relações afetivas, relações familiares.
Comédia leve não aprovada pela crítica, o filme é uma comédia romântica. Considerada superficial, no que tange aos aspectos enfrentados pela doença mental, o filme se torna fantasioso, considerado até utópico. Utopias a parte, quem não gosta de um conto de fadas? De que forma elaborar nossas questões do dia a dia, se não tivermos sonhos, desejos e fantasias? Entre a fantasia e a realidade, o filme é água com açúcar, mamão com mel, porque não, sonhos dos sonhos dentre o que é normal ou não? Eu gostei!
SINOPSE
Mark é um rapaz rico e rebelde que se envolve num grave acidente ao dirigir bêbado. Dori é uma aspirante a atriz e cantora que se vê aos poucos mergulhada num quadro de esquizofrenia, perdendo todo o contato com o mundo ao seu redor. Pressionados por suas famílias, Mark se alista na Marinha e Dori é admitida num hospital psiquiátrico. Embora os pais de ambos proíbam que os jovens se vejam, Mark e Dori continuam se encontrando, contra tudo e contra todos, experimentando um sentimento que poderá tanto lhes trazer dificuldades insuperáveis, quanto proporcionar uma alucinante fuga da realidade árida em que vivem.
TRECHO DO FILME

Its kind of funny story SE ENLOUQUECER NÃO SE APAIXONE

its kind of funny sotory ASSUNTO
Adolescência, Saúde mental, depressão, realações sociais, familiares e afetivas
Na ala psiquiátrica do hospital encontramos de tudo um pouco: Esquizofrênicos, depressivos e sociopatas. Está no elenco o coadjuvante. Zach Galifianakis, conhecido por filmes como Se Beber, Não Case e Um Parto de Viagem. É possível observar a evolução do protagonista, que entende o quanto imatura é a sua atitude diante seus problemas, ao conviver com pessoas muito mais problemáticas do que ele. Galifianakis, por exemplo, já tentou suicídio seis vezes. O impulso do personagem em acabar com a própria vida é tão grande que ele nem se lembra da falta que faria à filha. Sua esposa não aguenta mais suas atitudes e parece odiá-lo, preferindo que ele morra de uma vez. Isso é algo bastante complexo, nos faz pensar. Muitos outros personagens estão presentes no filme. Temos um egípcio que vive na cama e só se sente atiçado a sair caso uma música de seu país seja tocada. Um judeu que tem sensibilidade auditiva e passa o filme inteiro pedindo às pessoas que estão no telefone do corredor para falarem mais baixo. Um idoso que não larga a raquete de ping pong, mas que quando o colocam para jogar fica imóvel. Aliás, ele fica imóvel em qualquer situação. É uma comédia, que apresenta os casos de forma superficial, mas de suma importância, seja para rir ou refletir sobre tudo isso. As crises da adolescência, depressão ou sobre os cuidados com psicóticos são parte de um “mundo” que o personagem não conhecia. E é a partir de todos os acontecimentos que estão fora de sua rotina que o personagem segue no processo de auto-conhecimento. O filme já pode ser encontrado na rede, vale a pena conferir!
SINOPSE
Sem título em português ainda, o filme retrata, com comédia, a realidade que é a transição da adolescência para a vida adulta. Conta a história de “Cool” Crag (Keir Gilchrist) um garoto de 16 anos que devido a pressão de entrar em boa faculdade para que no futuro possa conseguir um bom emprego e ser o presidente dos EUA, pensa em cometer suicídio. No caminho até a ponte aonde ia se matar, ele resolve passar primeiro em um hospital psiquiátrico e se internar por conta própria. Chegado lá, ele conta o porque de querer cometer suicídio, dramas adolescentes como, querer ter, e não poder, a namorada do seu melhor amigo, entrar para uma boa faculdade e conseguir um bom emprego (que pague bem).Ele consegue entrar. Vai para a ala de adultos, já que a de adolescentes esta em reforma. De cara ele conhece Bobby (Zack Galifianakis) que lhe apresenta o local. Nessa apresentação ele avista a bela Noelle (Emma Roberts) (de cara da pra ver q vão ter um romance) e depois vai conhecer seu quarto, onde se encontra o paciente Muqtada, não sai do quarto a muuito tempo. (guarde isso) Depois ela vai ao encontro de uma psiquiatra onde conversam sobre os problemas dele, como, a preocupação de não conseguir entrar na faculdade (algo bem americano), e fica sabendo que ficara internado durante 5 dias, sabendo disso fica preocupado com a escola (algo pequeno em relação ao problema). O filme apresenta situações nas quais é evidente a necessidade de um psicólogo ou psiquiatra, ou ter alguém para conversar tudo; conforme o personagem fala: Se não se abrir, nunca vai se curar. It’s Kind of a Funny Story é um filme baseado no livro de Ned Vizzini, de mesmo nome, que fala um pouco das pressões por quais passam os adolescentes.
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O búfalo da noite

o bufalo da noite ASSUNTO
Relações afetivas, psicodiagnóstico, traições, paixões, desrazão.
Nada fácil de assistir, o filme não é recomendado para qualquer público. Trata-se de um filme pesado, muito longe de ser apenas um entretenimento prazeroso.
Um triângulo amoroso, mas dos menos convencionais que se possa imaginar, uma vez que um dos vértices é formado por Gregório, rapaz esquizofrênico que entra e sai de hospitais psiquiátricos. Ele namora uma moça, Tânia, e tem em Manuel seu melhor amigo. Nas ausências de Gregório para tratamento, Tânia e Manuel se aproximam. Então… E então é isso, um universo em desequilíbrio. O filme é impulsivo, como os personagens. Isso se traduz em linguagem nervosa, áspera, instável, com movimentos de câmera bruscos, sem ponto de estabilidade a propor para o espectador. Búfalo da Noite não deixa de ser uma fonte de inquietação, e é bem a isso a que se propõe. Não se trata de registrar a história de Gregório como caso isolado em uma ilha de normalidade mas, pelo contrário, buscar nele o sintoma de um meio já patológico em si. Será assim colocado de maneira mais clara quando Tânia e Manuel recebem a estranha herança deixada por Gregório, uma caixa contendo fotos e cartas. E que dá início à trip na qual culpa e loucura não deixam de se misturar em coquetel explosivo. É perceptível, nesse tipo de filme, a expressão de traços contemporâneos. Já não se acreditam em projetos coletivos, a ação individual parece a única alternativa. E, nela, o processo amoroso ocupa posição central. O indivíduo o vive de maneira exacerbada, como se a salvação ou a danação dele dependesse. O fato de um dos três vértices do triângulo ser diagnosticado como insano não impede que a loucura (entendida de maneira prosaica como desvio da norma ou da razão) contamine os outros. Clique aqui para ler mais
Apesar do personagem esquizofrênico, o filme quase nada acrescenta aos estudos psiquiátricos, pois a história gira em torno do seu amigo e da namorada. Contudo, a história em si, apesar do filme ser pouco envolvente, serve para lançar alguns ganchos sobre questões atuais, sobre relacionamentos, fidelidade e moral. O relacionamento de Manuel e Tania parece ter como único vínculo a atração física, como costuma acontecer entre amantes. Manuel parece não saber bem com quem quer ficar: "pegou" a namorada do amigo, a irmã do amigo e mais uma garota compromissada. As mulheres do filme não ficaram atrás, portanto. Nenhuma era "santa": a irmã de Gregório fica com o amigo dele enquanto este já era comprometido com Tania; Tania trai o namorado com o amante e o amante com o namorado; e a outra garota compromissada, por fim, recebe um telefonema de Manuel enquanto está com o namorado, Manuel pede que ela o mande embora, ela então fica nua para Manuel e diz que será a última vez que se verão, porque ama Manuel e prefere não vê-lo mais para não sofrer...Bem-vindos à modernidade... Clique aqui para ler mais
o longo do filme transparece a intenção de discutir o plano ético das relações (as escolhas e suas conseqüências sempre marcadas pelo inesperado, as paixões em seus excessos e limites, o ponto elas deixam de conduzir à expansão dos corpos e subjetividades, a construção-desconstrução dos laços e os valores que os sustentam) e junto com isso surge a possibilidade de refletir sobre o trinômio sexo-loucura-paixão (com a inevitável presença da morte) de uma perspectiva mais aguçada. Não que encontremos algo radicalmente novo. Ao contrário, nas várias cenas em que o casal protagonista comparece o filme faz jus ao famigerado estilo drama-mexicano. Mas o tratamento dado ao entrelaçamento das estórias sugere um deslocamento quanto aos valores que são apregoados na atualidade. Clique aqui para ler mais
SINOPSE
Gregorio é um rapaz esquizofrênico de 22 anos, que tem dois grandes amores: a namorada Tania, que ele adora, e o melhor amigo Manuel, a pessoa em quem ele mais confia. Enquanto Gregorio entra e sai de hospitais psiquiátricos, Manuel e Tania começam a se encontrar secretamente e vivem um intenso romance pelas suas costas.Pouco a pouco, o relacionamento vai se tornando mais profundo, e Manuel e Tania acabam se apaixonando. Tania decide terminar com Gregorio e começa a namorar Manuel. A amizade entre Manuel e Gregorio é rompida.Tempos depois, os médicos dão alta a Gregorio. Numa tentativa de se reconciliar com Gregorio, Manuel vai visitá-lo. Eles se abraçam, demonstrando carinho. Parece haver uma reconciliação. Dois dias depois, porém, Gregorio se suicida com um tiro na cabeça. Tomados de culpa e angústia, Manuel e Tania descem aos abismos da loucura e da desesperança.Alguns dias após o suicídio, Manuel recebe uma caixa que Gregorio deixou para ele. Nela estão cartas, fotos e mensagens cifradas. Manuel vai desvendando os segredos e, com muito sofrimento, descobre uma verdade que o fere, oriunda do túmulo de Gregorio, que se faz presente na vida de Manuel e Tania, levando-os aos mesmos territórios obscuros em que ele viveu. Sentindo-se perdido, Manuel tenta encontrar um sentido para sua vida, e o encontra quando se dá conta da importância do amor.
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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A questão humana

a questao humana ASSUNTO
Relações sociais, Psicólogo em RH
Denso, difícil, polêmico, o filme está longe de ser um mero entretenimento. Diversos olhares já foram publicados, conforme pode ser conferido nos sites abaixo.
A Questão Humana” não é um filme de fácil digestão. A sinopse – falando de investigações e nazismo – pode até sugerir uma aventura policial ou coisa parecida. Mas não é nada disso. Com vários níveis e subníveis possíveis de leitura, trata-se uma obra riquíssima, de texto difícil mas fascinante (baseado no livro de François Emmanuel), e que faz uma irresistível provocação. Para o filme, o Nazismo não morreu. Ele apenas mudou de forma e modernamente se apresenta sob a formatação de grandes empresas multinacionais. Os novos uniformes dos prisioneiros agora são alinhados ternos pretos. Abrir uma válvula de gás num campo de concentração é trabalho menos elaborado, se comparado com o dos psicólogos que levam os funcionários à loucura. Relatórios técnicos minuciosamente detalhados que explicavam como transportar o maior número possível de judeus em caminhões, nada ficam a dever à tecnicidade fria dos burocratas de hoje. E se antes se lutava e/ou morria por uma nação, agora quem exige dedicação total até a morte é a empresa onde se trabalha. Mais clicando aqui
Concebido simultaneamente como suspense e como crítica aos modos de produção social (leia-se exercícios de poder) que se baseiam na exclusão e até no extermínio das diferenças, “A questão humana” traz a questão da neutralidade do conhecimento (dito) científico como um dos seus pilares. Como podemos acompanhar nas falas de um de seus mais importantes personagens (Arie Neuman), o exercício de poder que exclui e mata (embora nem sempre de forma direta e explícita) se apropria de tudo aquilo que constitui o campo das relações humanas, desde a linguagem e os sentidos que ela impõe até o conjunto de regras e leis que permeiam os diversos encontros. A artimanha da neutralidade e do apoliticismo serve invariavelmente à violência e à brutalidade, como nos indicam as referências ao nazismo. Ao final, resta a exigência de desconstruir as certezas dos saberes, inclusive para não cairmos na armadilha da eficácia e da performance a todo custo. Simon perceberá que a eficácia de que tanto se orgulhava e que o situava num patamar de destaque na empresa possuía raízes muito pouco nobres.Leia mais clicando aqui
Crítica do Estadão, aqui                   Outra crítica
Revista, aqui                                         Aqui uma crítica negativa

SINOPSE
O psicólogo Simon é chamado a investigar seu superior Mathias Jüst e oferecer uma “avaliação psicológica” que deve servir de suporte para uma estratégia de desmontagem do poder e influência de Jüst. Simon não se furta a esta tarefa. Contudo, os procedimentos que desenvolve bem como a proximidade com Jüst levarão Simon a descobertas que o confrontarão com horrores, sejam os que dizem respeito à função do seu trabalho, sejam os que remetem a experiências dolorosas de outros agentes, tão recalcadas quanto os fatos (históricos) que só aos se tornam compreensíveis. O psicólogo Simon é chamado a investigar seu superior Mathias Jüst e oferecer uma “avaliação psicológica” que deve servir de suporte para uma estratégia de desmontagem do poder e influência de Jüst. Simon não se furta a esta tarefa. Contudo, os procedimentos que desenvolve bem como a proximidade com Jüst levarão Simon a descobertas que o confrontarão com horrores, sejam os que dizem respeito à função do seu trabalho, sejam os que remetem a experiências dolorosas de outros agentes, tão recalcadas quanto os fatos (históricos) que só aos se tornam compreensíveis.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Reflexos da amizade

reflexos de amizade ASSUNTO
Perda, segredo, ciclos, deficiência.
O filme apresenta a amizade entre Tommy, um garoto de 13 anos, e Pappas, um homem com deficiência mental. Ao redor desse contexto, dá-se enfoque ao comportamento da sociedade em função do preconceito. A proposta deste filme nos leva ao questionamento: quem é realmente o deficiente da história? Seria Pappas, com seu jeito simples de sorrir mesmo aos insultos, ou seria aquele que o excluía e usava o termo “retardado” ao se referir a ele? O personagem Tommy também passa por um período de deficiência, por causa da falta dos pais, que só é suprida quando este retorna ao seu local de origem, aceita seu passado e se dispõe a VIVER.
SINOPSE
Para se acertar com a esposa e o filho de 13 anos, o artista plástico Tom Warshaw, que leva uma vida boêmia em Paris, volta aos seus 13 anos no Greenwich Village, em Nova York. Ele rememora a depressão da mãe, a amizade com o deficiente Pappas, o primeiro amor e a tragédia que mudou sua vida. E lembra da misteriosa Lady Bernadette, presidiária da casa de detenção do bairro, que usava um espelho e muita sensibilidade para orientá-lo em suas decisões. Elogiada estréia na direção de David Duchovny, Reflexos da Amizade é uma tocante e divertida viagem de acerto de contas com o passado... e o futuro.
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Não correspondido (Unrequited)

NÃO CORRESPONDIDO ASSUNTO
Relações familiares, afetivas, sociais, psicoterapia, luto.
O filme relata a luta de um rapaz que vive em um internato, após assistir o suicídio do pai. A mãe ausente, a perda de um animal que esteve aos seus cuidados e o desprezo da ex-namorada disparam o descontrole do personagem.
SINOPSE
Michael Welch protagoniza o filme que é descrito como um thriller psicológico. Unrequited conta a história de Ben Jacobs, um jovem problemático que, no seu aniversário de 18 anos deve deixar a instituição para “adolescentes problemáticos” onde ele esteve vivendo nos últimos meses. Depois de voltar a viver com sua mãe, Ben descobre que sua namorada, Jéssica Morgan, continuou com sua vida e agora está saindo com um cara mais velho da faculdade. Desesperado por perder o amor de Jessica, o passado problemático de Ben o reencontra quando ele sequestra Jessica, numa tentativa de reaver sua afeição. Caindo numa espiral de descontrole e em um caminho muito perigoso, Ben deve decidir se deixa partir ou se mantem a pessoa que ele ama, mesmo que isso signifique destruir os dois no processo.
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sábado, 13 de novembro de 2010

A ressurreição de Adam

a ressureição de adam ASSUNTO
Experiência traumática, trauma de guerra, saúde mental, suporte
Adam (Jeff Goldblum) é um sujeito que caminha entre a genialidade e  a loucura, como forma de tratamento o personagem é encaminhado a um sanatório com outros pacientes que possuem algo em comum, todos ainda sofrem com as conseqüências do Holocausto. O roteiro potencializa um jogo entre o passado e o presente a fim de destrinchar uma experiência psicológica, transitando através de flashbacks pela vida de Adam durante o período da Alemanha nazista, como uma tentativa de complementar seu comportamento presente. Há, portanto, a idéia de juntar peças e mover a narrativa a partir do estado psicológico de Adam, um personagem instável cuja alegria de vida é sombra daquela que tinha antes do campo de concentração. Destaque para o menino, que ninguém foi capaz de ajudar, e, que começa a utilizar Adam como suporte, desenvolvendo uma relação de suporte mútuo.
SINOPSSE
Nos anos 20, Adam Stein era um homem feliz: marido atencioso, pai orgulhoso de duas filhas e estrela da cena vaudeville de Berlim. Um palhaço, um mágico, um homem do espetáculo. É enviado para a guerra e, para sobreviver nas mãos do sádico Klein, comandante do campo de concentração, é forçado a se comportar, literalmente, como um cachorro. Anos mais tarde, Adam vive com outros sobreviventes do Holocausto em um sanatório no meio do deserto em Israel, onde tenta aliviar a dor fazendo palhaçadas e truques de mágica. Até que um dia descobre um paciente cuja existência foi escondida dele: um menino de 12 anos que acredita ser um cachorro. O garoto não fala - late; não anda - rasteja com os braços e pernas. A raiva inicial de Adam logo se transforma em cuidado e preocupação. O menino, que ninguém foi capaz de ajudar, começa a utilizar Adam como suporte. E juntos os dois embarcam em uma dolorosa jornada de volta para a vida.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O lenhador

o lenhador ASSUNTO
Pedofilia, inserção social, preconceito
(...)os fantasmas do seu “pecado” o perseguem no seu recomeço. (...) Precisava lidar com a sua “doença” e ao mesmo tempo lidar com as pressões sociais daqueles que esperavam que a qualquer momento Walter fosse cometer os mesmos erros. Considerado por todos um monstro, ele precisava estabelecer uma confiança acerca de suas potencialidades realizadoras e inatas. Durante todo o filme é perceptível a constante luta de Walter para se tornar uma pessoa “normal” que para ele era ser capaz “de olhar para menininhas, até conversar com elas, e não pensar em...” abusar delas. (...)crescimento em direção a completude só acontece quando se dá condições para isso, no caso do personagem do filme as condições não eram as mais propicias nem na sua relação com terapeuta, nem em suas relações sociais. Na pessoa da namorada Vicki surge a possibilidade de um recomeço e na efêmera relação existente entre ele e uma desconhecida menina ele percebe que tem sim capacidade de auto-construção. Essa cena é uma peça chave do filme, onde Walter demonstra profunda empatia pela menina que é abusada sexualmente pelo pai. Neste momento, percebe-se que ele pode sim deixar o papel de monstro (...) No que se refere à relação terapêutica estabelecida no filme, a personagem não encontra condições básicas (compreensão empática, consideração positiva incondicional, congruência, etc) para a reorganização de sua personalidade. O estado de congruência do terapeuta delimita uma maneira de ser da pessoa na relação.... Uma análise da psicologia humanista, clique aqui
SINOPSE
Depois de muitos anos recluso na prisão por conta de abuso a menores, ato violento e injustificável, Walter consegue a condicional. Após 12 anos na prisão por molestar garotas menores de idade, Walter (Kevin Bacon) se muda para uma pequena cidade. Ele vai viver num pequeno apartamento, que fica defronte de uma escola de ensino básico, que está cheia de crianças. Walter arruma emprego em uma madeireira e se mantém o mais reservado possível, mas isto não o impede de se envolver com Vicki (Kyra Sedgwick), uma extrovertida colega de trabalho que promete não fazer nenhum julgamento dele. Porém ele não pode escapar do seu passado e, quando os colegas de trabalho descobrem, se mostram quase nada compreensivos.
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Meu nome é Rádio

meu nome e radio ASSUNTO
Deficiência mental, intelectual, inclusão
O filme retrata as dificuldades que um portador de deficiência passa no seu dia a dia, na tentativa de integração ao meio social. O autor denuncia antes de tudo a exclusão social que faz com que as pessoas que apresentam necessidades especiais fiquem à margem da sociedade e sejam vistas como alguém que tem uma doença contagiosa, ou que cometeu um crime hediondo ou ainda que não tem a menor importância e capacidade. A trama expõe o lado discriminador de todos nós. A abordagem ocorre em torno da incapacidade humana de compreender o seu próximo, respeitá-lo e verdadeiramente apoiá-lo para que consiga ter uma convivência saudável com aqueles que o rodeiam. Este é um filme que trata da questão da diversidade, com o foco não da tolerância – que implica em uma postura de cima para baixo, mas da convivência respeitosa, que acaba por enriquecer a todos. O filme faz-nos refletir sobre a necessidade do ser humano de viver em sociedade, de ter amizades e oportunidade de se desenvolver na convivência com seus semelhantes apesar das diferenças, dificuldades e deficiências que todos temos.Mostra-nos também que através da compreensão, da ajuda, da amizade incondicional e da aceitação as pessoas podem se tornar melhores e serão plenamente capazes de se desenvolverem. O filme também aborda a necessidade de estabelecer prioridades na vida e de perceber que aqueles que nos cercam, principalmente a nossa família, devem vir em primeiro lugar, antes da busca pelo sucesso, pelo poder; a nossa dedicação primeira deve ser o SER e não o TER, isso faz-se presente na tomada de consciência do técnico Jones quando o mesmo percebe que estava deixando as pessoas que amava em segundo plano e através do desenvolvimento de RÁDIO o técnico pode concluir que vale a pena se dedicar a quem amamos. Indicado para pais, jovens e educadores. É uma história sensível e edificante.
SINOPSE
Anderson, Carolina do Sul, 1976, na escola secundária T. L. Hanna. Harold é o treinador local de futebol americano, que fica tão envolvido em preparar o time que raramente passa algum tempo com sua filha, Mary Helen, ou sua esposa, Linda. Jones conhece um jovem "lento", James Robert Kennedy, mas Jones nem ninguém sabiam o nome dele, pois ele não falava e só perambulava em volta do campo de treinamento. Jones se preocupa com o jovem quando alguns dos jogadores da equipe fazem uma "brincadeira" de péssimo gosto, que deixou James apavorado. Tentando compensar o que tinham feito com o jovem, Jones o coloca sob sua proteção, além de lhe dar uma ocupação. Como ainda não sabia o nome dele e pelo fato dele gostar de rádios, passou a se chamá-lo de Radio. Mas ninguém sabia que, pelo menos em parte, a razão da preocupação de Jones é que tentava não repetir uma omissão que cometera, quando era um garoto.
TRAILER