domingo, 8 de janeiro de 2012

Um golpe do destino

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ASSUNTO
Empatia, psicologia hospitalar, auto-suporte, humanismo, ética médica, doença.
Assisti pela primeira vez, ainda na faculdade. Desde então, tenho procurado para rever e postar com minha apreensão do momento, visto que naquela ocasião já tinha marcado bastante. É realmente um filme magnífico que foca especificamente a relação médico-paciente. Mas, não deixa de apresentar uma visão bem delicada de todo tipo de relação. Para mim, particularmente, foi importante verificar a importância da psicologia hospitalar. Sim, pois ainda que o personagem em questão tenha a oportunidade de estar do outro lado e por isso rever seus conceitos e sua forma de se relacionar com o paciente, nem sempre isso é possível. No início do filme, somos pegos por um sentimento de revolta perante o comportamento desumano do médico com seus pacientes. Entretanto, um olhar neutro é capaz de também ver o lado do profissional que lida com a morte todo o tempo. Fica muito claro que a impessoalidade da maior parte desses profissionais nada mais é do que um mecanismo de defesa, para suportar o enfrentamento com perdas diariamente. Mas, então, como é possível dosar esse mecanismo de defesa de forma a não comprometer o atendimento à pessoa do cliente? É aí que encontramos a importância da psicologia hospitalar, que dentre outras funções, esta apta a prestar um caro serviço aos que circulam nos corredores hospitalares. Certamente, o filme nos provoca outras reflexões, seja sobre relações sociais, familiares, afetivas ou sobre vida e morte, duas certezas que rondam a humanidade. Importante perceber que o que o movimento de transformação do personagem começa após alcançar um olhar sobre si mesmo. E quem realmente dá uma lição de vida é a personagem que enfrenta a proximidade da própria morte, fantástico! E o que dizer sobre a doença em si? No filme é retratada a reação do indivíduo nos 4 estágios da doença: negação, revolta, depressão e enfrentamento.
Além da indicação para qualquer profissional de saúde, o filme é recomendado para todos, tendo em vista que a fita fala da humanidade de cada um de. Ainda que os assuntos abordados no filme sejam difíceis, eles são explorados de forma leve, tocante e bem humorada, inesquecível!
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SINOPSE
Um médico de sucesso, rico e arrogante. Até o dia em que descobre ter um câncer na garganta, o que o leva a uma reflexão profunda sobre sua vida. Como é a reação de um famoso cirurgião que por força do destino se vê na situação de paciente? Essa é uma experiência que certamente enriqueceria qualquer currículo médico. Para o doutor Jack McKee se traduz em uma lição de vida. O convívio com outros pacientes em igual condição o faz despertar para a importância do afeto e da compaixão, alterando radicalmente seu comportamento como médico.
Um filme elogiado pela crítica e que reúne novamente após o sucesso de Filhos do Silêncio, a diretora Randa Haines e o brilhante Willian Hurt.
Uma história emocionante que é retratada com doses exatas de sensibilidade e de bom humor.
O filme é centrado na vida de um renomado cirurgião, arrogante, egoísta e até mesmo indiferente aos seus pacientes, chegando a referir-se a eles como números, leito ou pela enfermidade que os acomete. Em sua vida pessoal percebe-se o afastamento criado entre ele e sua esposa, como também em relação ao seu filho, devido à falta de tempo e aos seus inúmeros compromissos.
Tudo isso começa a mudar depois que o doutor percebe que aquela tosse, ignorada a um certo tempo, começa a se agravar, chegando em certa ocasião a cuspir sangue. Quando se submete a exames específicos descobre, através de uma frase fria e direta, o que acometia sua garganta : “você tem câncer”.
A partir desse momento o médico, antes seguro de si e auto-suficiente, passa a demonstrar fragilidade e angústia diante de seu quadro. Agora ele não se via mais na condição de médico e sim de paciente, assim, sente o que é enfrentar a burocracia e a indiferença dos médicos, o que é esperar por horas o resultado de um exame, o que significa ser apenas mais um número. Ao passo que vai percebendo o quanto está sendo maltratado como paciente, vai mudando seu comportamento, inclusive com seus próprios pacientes. Percebe a importância de explicar-lhes o procedimento que está sendo adotado, a importância de chamá-los por seus nomes, de dar-lhes atenção; enfim, de tratá-los como pessoas. Uma cena que chama a atenção para isso é quando leva seus residentes a uma determinada ala do hospital e fala da importância de saber lidar com o paciente, afirma que para saber isso a melhor forma é se passar por paciente e sentir a angústia e o medo do mesmo, por isso avisa que a partir daquele momento os residentes seriam internados ali mesmo e passariam pelo procedimento padrão ao qual seus pacientes seriam submetidos. Leia mais clicando aqui.
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Por que eu me casei ?

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Relações afetivas, familiares, sociais e terapêutica, casal e família, auto-estima.
O filme aborda os nossos conflitos de todos os dias que ocorrem nas relações conjugais, mas também fala de auto-estima, de elaboração de sentimentos. Falamos aqui das muitas formas de relacionamento, ainda que o filme foque as relações conjugais. Psicóloga e professora universitária, a autora do livro “Por que eu me casei”, Patrícia reúne alguns casais todos os anos para discutirem suas relações conjugais. Dificuldades do casamento, falta de tempo, de diálogo, desconfianças, mágoas, segredos, perdas são alguns dos temas debatidos. Problemas comuns, como adultério e desrespeito recheiam essa comédia, que de forma leve espelha os acontecimentos mundanos da vida conjugal.
Com o filme eu pude compreender que as mudanças fazem parte da vida, principalmente da vida de um casal e que muitas vezes, pra dar certo, a mudança é inevitável e que o primeiro a ter que mudar é você! Que o diálogo é sempre o princípio de tudo no casamento, não é possível guardar segredos e guardar mágoas, e ressentimentos só afasta um do outro. E finalmente, se você não está satisfeito com a sua aparência, está na hora de mudar! E se um relacionamento termina é porque alguém não amou o suficiente. Leia mais clicando aqui
SINOPSE
2009 - O filme começa com a personagem de Janet Jackson, isso mesmo, a irmã de Michael, uma escritora famosa que trabalha com psicologia, dando uma palestra sobre seu último livro. Todo ano, ela, o marido e mais três casais amigos se reúnem num local para um fim de semana. Dessa vez o local escolhido é uma cabana-mansão nas montanhas frias de neve, lá Perry vai colocar todos eles se confrontando para colocar em pratos limpos suas relações. Desta vez, uma surpresa, a presença de uma linda jovem solteira cria situações inusitadas e hilárias, com a revelação de segredos que jamais devem ser revelados entre homem e mulher. É aí que vão ficar evidentes quais são as verdadeiras bases de uma relação duradoura. O objetivo da viagem é renovar os votos de casamento, só que desta vez uma estranha traz à tona segredos que não deveriam ser revelados.
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sábado, 7 de janeiro de 2012

Com amor... da idade da razão

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ASSUNTO
Relações familiares, afetivas, sociais, auto-percepção, filosofia, psicoterapia.
Não sei se eu estava cansada, mas o fato é que cochilei no começo do filme. Ainda pensando que não valeria a pena, fui despertada por uma cena corriqueira, e aí, não pisquei mais o olho. O filme é tudo de bom. O resgate de nossa criança nos é relembrado a cada instante. Sim, quantos de nós esquecemos a criança que ainda habita em nós? E ainda chamamos isso de “amadurecer”... Será? Nossa criança é aquela que sente, pouco explica, apenas nos lembra quem somos realmente. Pois bem, o filme é um convite à reflexão, vale à pena conferir!
SINOPSE
Sophie Marceau é Marguerite Flore, uma bem su­cedida empre­sária que, ao completar 40 anos, recebe uma carta de uma garota de sete anos. A mensagem, porém, foi escrita por ela mesma na infância e pediu que o tabelião da cidade onde vivia, na França, lhe entregasse em 2010. Isso porque ela queria ter certeza sobre o rumo que a sua vida tomaria e o que havia planejado, ainda pequena, para quando crescesse. Além de trabalhar feito doida e de ter o marido que não era aquele com que sonhava em casar, o espectador vai acompanhar as mudanças no seu comportamento, além da (falta de) relação com o irmão e o sobrinho. Assim, o desenvolvimento da personagem pode fa­zer, por exemplo, com que o espectador também acompanhe o rumo da sua própria vida e, portanto, fazer uma auto-avaliação. Afinal de contas, não é só na tela grande que a vida nem sempre toma o rumo que se pretende.
TRAILER

Coisas que você pode dizer só de olhar para ela

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Solidão, relações afetivas. Sociais e familiares, aborto, preconceito.
Cinco histórias de mulheres irão, aos poucos, revelar sutilezas, sentimentos, anseios e decepções que permeiam a vida delas. São episódios sobre um grupo de mulheres e seus relacionamentos amorosos, seja com homens ou mesmo com outras mulheres A solidão feminina é o maior foco da fita, que explora com delicadeza as diversas formas de enfrentá-la. Todas as histórias se passam em Los Angeles. Todas têm mulheres nos papéis principais. E todas – cada uma à sua maneira – enfocam a solidão. Uma solidão doída, intensa, calada, com quase nenhum desabafo. Da mesma forma, a estética do filme é calada e introspectiva. A narrativa é lenta e contemplativa, mas jamais cansativa. Pelo contrário, os suaves movimentos de câmera, a trilha sonora envolvente, as marcantes interpretações de todo o elenco... Leia mais clicando aqui.
SINOPSE
Cinco vidas aparentemente desconexas se cruzam em San Francisco Valley: a Detetive Kathy Farber (Amy Brenneman) chega cena de um crime e descobre que o cadáver uma antiga amiga sua, Carmen; Elaine (Glenn Close) briga com a mãe enquanto espera por uma chamada telefônica; Rebecca (Holly Hunter) descobre que está grávida; Rose (Kathy Baker) desenvolve uma obsessão por seu novo vizinho; e Carol (Cameron Diaz), a irmã de Kathy, especula com o que poderia ter levado Carmen ao suicídio.
 

ASSISTA O TRAILER CLICANDO AQUI

Borderline, além dos limites

clip_image001ASSUNTO
Transtorno de personalidade borderline, relações afetivas, familiares e sociais, sexualidade.
Trata-se de um filme denso e polêmico. Não é um filme fácil de assistir, pois pode parecer que não tem coerência em seu desenvolvimento. Foi difícil acompanhar e em alguns momentos me pareceu que faltava algo ou fugia ao propósito de mostrar questões de uma pessoa com tal diagnóstico. As cenas de sexo apresentam a falta de limite da personagem. Quero deixar claro que para nós gestalt-terapeutas, o diagnóstico não fala sobre quem é o cliente, ele apenas nos auxilia como fio condutor, para que possamos ter noção de como é seu funcionamento no mundo. Devo esclarecer que dentro de um mesmo diagnóstico existe a particularidade de cada caso, que se apresenta com sua singularidade. Por todas estas razões, hesitei muito antes de decidir postá-lo, até me deparar com alguns sites que comentam o filme. Muitos destes comentários podem ser lidos clicando aqui - onde há identificação e discordância sobre alguns pontos do filme.  Clicando aqui é possível ler a impressão de um borderline. O filme é indicado para profissionais da saúde mental e pessoas interessadas no tema, que podem encontrar facilmente em sites como telona.
SINOPSE
2008 - A história de Kiki é mostrada em diferentes fases de sua vida. Com a mãe internada, ela é criada pela avó, que não se preocupa com ela. Seu refúgio é a escola. Sua vida antes dos 30 está bem longe de ser um conto de fadas. Ela se envolve com diversos homens, um após o outro. Sexo e álcool são suas únicas saídas e sua rotina. Mas aos 30 anos, Kiki enfrenta o maior de todos os desafios: aprender a amar a si mesma. Adaptação dos romances Borderline e La Brèche, da canadense Marie-Sissi Labrèche.
Resenha pode ser encontrada clicando aqui.
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Por que eu me casei também?

clip_image001[4]ASSUNTO

Relações afetivas, familiares, sociais e terapêutica, casal e família, auto-estima.

Dando continuidade ao primeiro filme, a fita explora algumas questões relacionadas ao casamento e suas dificuldades. Entretanto, agora é possível focar as questões pessoais da psicóloga, que está em crise depois da perda de um filho. Perceber que a profissional também tem suas questões é um adicional nesta comédia. Assim como o primeiro, o filme é indicado para casais e profissionais que atendam casais e famílias.

SINOPSE

Os quatro casais escolhem um novo destino para sua reunião anual: Bahamas. O objetivo, como sempre, renovar os votos do matrimônio, trocar experiências de vida enquanto aproveitam para discutir com humor seus respectivos relacionamentos. Mas as coisas complicam quando o ex marido Mike (Richard T. Jones) aparece na área disposto a reconquistar Sheila (Jill Scott), atualmente casada com Troy (Lamman Rucker). Está aceso o estopim de uma série de questionamentos que surgem também com os outros integrantes do grupo.

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Somos Todos Diferentes

SOMOS TODOS DIFERENTES

ASSUNTO


Dislexia, relações sociais, familiares, terapêutica e afetivas, potencialidade, percepção, psicodiagnóstico e tolerância

SINOPSE

Ishaan é um garoto de oito anos que não possui muitos amigos, é cheio de imaginação e gosta muito de desenhar e brincar. Solitário, tem como amigos os cães e os peixes do aquário. Suas brincadeiras passam por poças d'água e pipas. Vive com sua família em um conjunto na Índia. Ishaan apresenta muitas dificuldades na escola, tendo sido reprovado no ano anterior. Já seu irmão é o melhor da classe,tendo sucesso nos esportes também. Após uma reunião com os professores de Ishaan, que informam aos pais que o menino não apresenta avanços na escola, eles decidem enviar o garoto a um colégio interno para que seja disciplinado e consiga êxito nos estudos. Após um período em que se torna cada vez mais triste e solitário, sofrendo severas punições dos professores, Ishaan conhece o professor Nikumbh, que além do trabalho no colégio, leciona também em um colégio para crianças com necessidades educacionais especiais. Nikumbh percebe a existência de um problema e, na busca da solução, devolve a alegria e a auto-confiança de Ishaan.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA


Filme indiano de 2008 que recebeu duas traduções no Brasil: “Como Estrelas na Terra” e “Somos Todos Diferentes”. Nos Estados Unidos, foi exibido com o título: Every Child is Special (Todas as crianças são especiais). Como todas são afirmativas verdadeiras, deixemos de lado tal divergência, pois o mais importante é considerar a qualidade do filme, que é simplesmente excepcional!!! Falamos de um filme sensível, espetacular, uma obra prima indiana. O desdobrar da estória do menino disléxico revela a complexidade e a importância das relações em nossa existência. É fato  nos afetarmos e sermos afetados pelas reações interpessoais, entretanto, um mesmo acontecimento pode ser percebido de formas diversas, dependendo do “afeto” de cada um. Por isso, é necessário ter cuidado com nossas formas de “cuidar” do outro e de nós mesmos.Entre outras cenas inesquecíveis, há uma passagem na qual o professor conversa com o pai de Ishaan, questionando o que significa a palavra “cuidar”. Neste momento sublime, o mestre alerta para que não aconteça com Ishaan o que acontece com as árvores das Ilhas Salomão, que morrem após as pessoas gritarem, repetidamente. palavras ofensivas à sua volta. Afinal, as palavras têm poder, e, quais são as palavras que usamos com a intenção de “cuidar” do outro?Mais do que falar de dislexia, o filme fala das relações afetivas e sociais. Me lembrei de uma frase que li há muito tempo, que descreve muito bem a mensagem principal do filme: “Você é especial e único, não existe outro de você no mundo, sua singularidade faz de você quem é, não esqueça disso.”

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Acne

acne ASSUNTOAdolescência, sexualidade, auto-suporte, auto-estima, relações afetivas, familiares e sociais.
Com toques sutis de humor, “Acne” apresenta um drama comum na adolescência trazendo um garoto que, tirando este pequeno ‘problema’ de ser “BV”(Boca virgem – nunca beijou na boca). Rafa (Alejandro Tocar) fuma, bebe, joga cartas e vai no brega satisfazer seus desejos sexuais com frequência, mostrando que as vezes ‘pequenos atos’ como dar um beijo a depender da época podem ser considerados verdadeiras conquistas. Com seu rosto cheio de espinhas, uma família desconjuntada e sua baixa auto-estima, conseguir esse primeiro beijo revela-se mais difícil que o esperado.
O filme se passa ao longo de um ano escolar, contando conto desse jovem e sutilmente lembra-nos todas as dores de crescimento que suportou enquanto nossos corpos se rebelaram e outro foi nada que em nossa juventude e inexperiência poderia fazer sobre ele. O sem pressa, o ritmo da vida real do filme serve para construir o nível de angústia... Leia mais clicando aqui
SINOPSE
Rafael Bregman é um bom menino judeu de Montevidéu, um garoto tímido que aos 13 anos que perde a virgindade num bordel. Mesmo já tendo feito sexo, ele ainda precisa alcançar seu maior objetivo: beijar uma menina. De preferência, Nicole, por quem é apaixonado. A vida de Rafael, no entanto, está longe de ser fácil. Ele tem de lidar com o divórcio dos pais, o tédio da escola, as obrigações do dia-a-dia e, principalmente, as espinhas que invadem seu rosto. Para conquistar a garota de seus sonhos, contudo, Rafael terá de superar todos esses problemas.
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Meia noite em Paris

meia noite em paris ASSUNTO
Relações afetivas, sociais, familiares, auto-suporte, sonhos
Mas no decorrer da história, percebi que esse filme é uma arte experimentada. Arte essa que não é só o conhecer como o "expert" Paul falava e sabia sobre tudo. É uma arte de sentir, assim como o protagonista Gil sentia. Sentia cada detalhe... Como o prazer em caminhar na chuva nas ruas de Paris, sentia a música, sentia de maneira sensível a vida por meio da arte. E por isso, talvez quisesse voltar ao tempo, pois, a sua vida atual, a sua noiva, não permitiam que ele vivesse todos os seus instintos de criatividade, sensibilidade. Leia mais..
É então que se percebe que Meia Noite em Paris não quer ser simbólico, metafórico, surrealista ou cheio de leituras (como eu já citei), mas sim só contar essa história, juntar esses personagens nessa história de amor e, no final das contas, ter a certeza de que o presente sempre parece insuficiente para quem não tem limites para sonhar e às vezes perceber que a única coisa necessária é esse momento de chuva sobre Paris que (realmente) acaba deixando-a muito mais bonita. Leia mais, clicando aqui
Enquanto a família é o típico retrato do conservadorismo e do consumismo norte-americano o futuro genro manifesta inquietações com relação a seu trabalho. É um escritor de roteiros para Hollywood, mas sente-se confuso e busca, não necessariamente o sucesso financeiro, mas algo mais denso e com significado em seus escritos. (...) Não se trata, simplesmente, de rejeitar a vida atual e perder-se em um passado supostamente glorioso, trata-se mais de, diante das atribulações do presente, buscar no passado algum tipo de suporte que ofereça inspiração, segurança e simplicidade. É isto que buscamos em nossas fantasias de revivência do passado. (..) Ou corremos atrás de nossos desejos e, portanto, construímos nosso destino, ou continuaremos a nos contentar com marcas e grifes. É um pouco disto do que nos fala o filme de Allen. Clique aqui.
Em resumo, Meia-Noite em Paris é mais uma análise psicológica do ser humano e sua falsa concepção do ideal, sua eterna busca por uma perfeição inalcançável. A diferença, é que nesta nova produção, a percepção de que sempre ambicionaremos algo avulso à nossa realidade (seja a Renascença, os anos 20, La Bella Epóque) enquanto esta, posteriormente, será alvo de desejo de outras gerações, é feita de maneira otimista provando ainda haver no genioso diretor/roteirista/derivados um resquício de amor e admiração por essa irreverente metamorfose que chamamos de vida. Mais aqui
SINOPSE
Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e quis ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que se por um lado fez com que fosse muito bem remunerado, por outro lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.
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Dias de abandono

ASSUNTO
diasdeabandono Separação, relações familiares, afetivas, sociais.
O sofrimento de Olga, nos dias subseqüentes ao abandono do marido, que a trocou por uma mulher mais nova, é retratado com profundidade, nos convidando a refletir sobre esta sensação devastadora, que nos confunde, nos assombra e nos remete ao desamparo. É na elaboração desse luto que o enredo se desenvolve, caminhado em direção da reintegração do ser.
Olga é abandonada pelo marido, isto faz com que ela viva uma situação de desequilíbrio emocional. Ao descobrir que foi trocada por uma mulher mais jovem, ela quase chega a agredir o novo casal fisicamente na rua. Segue a vida em dias de abandono, parando de comer e se sentindo chocada com o ocorrido. A súbita ausência do marido faz com que ela mergulhe cada vez mais em um abismo aparentemente sem fim.
O filme é, na verdade, o retrato de uma família desmembrada, na medida em que a deprimida Olga não consegue mais dar atenção aos filhos e estes tampouco têm o devido cuidado do pai, que agora vive um romance e quase não os vê. Entretanto, como os italianos encaram a vida com um certo otimismo e alto astral, assim como alguns brasileiros e bem diferente dos povos nórdicos como os frios holandeses e alemães, Dias de Abandono não é aquele tipo de filme que puxa o espectador “pra baixo” e nem é capaz de funcionar aos deprimidos como um estopim para atitudes suicidas. Leia mais clicando aqui
Pontilhado de toques surrealistas e de música agradável, "Dias de Abandono", do roteirista e diretor Roberto Faenza, tranqüiliza as esposas abandonadas. Leia mais, clicando aqui
SINOPSE
Olga é uma mulher relativamente jovem que, de um dia para o outro, é abandonado pelo marido, que a troca por uma mulher mais jovem. Ela é possuída por um tipo de loucura, fica completamente perdida e transtornada. Sua vida sem o homem que ela via como sendo tão forte torna-se uma série de movimentos mecânicos completamente estranhos a ela, sempre com um viés cômico prestes a eclodir.. Sem saber como lidar com seus filhos, que também sentem falta do pai, Olga se volta contra ela mesma, molestando seu próprio corpo, oferecendo-se em um ato sexual brutal e desesperado com um homem passivo, que mal conhece. Quando Olga finalmente chega ao final de sua jornada e conhece o significado do amor, sabe o preço a se pago e está pronta para encarar.
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desejos e Traições

DESEJOS E TRAIÇÕES ASSUNTO
Relações familiares, afetivas, segredos.
Com diálogo denso, o filme aborda os conflitos e segredos familiares, a partir de encontros de seus membros com personagens que fizeram ou fazem parte da história familiar. Homossexualismo, abuso, proteção são parte dos fantasmas que assombram a família.
Desejos e Traições é aquele independente sobre drama familiares, verdades e segredos que permanecem por gerações, e o confronto dos mesmos. Leia mais clicando aqui
SINOPSE
Três irmãs e um irmão tentam se libertar do fantasma do pai e viver num ambiente mais agradável, mas a medida que o tempo vai passando, eles vão se desgarrando das meias-verdades e ninguém que está envolvido sai ileso. Tudo isso ficou escondido, finalmente, começa a aparecer ódio, as traições, o desejo e os amores num filme intenso que faz você pensar, e muitos nas suas relações.
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Coisas de família

coisas de família ASSUNTO
Relações familiares e afetivas, segredos.
Sam Kleinman é um sujeito cheio de pequenas manias, um pequeno empreendedor que começou do nada e construiu uma sólida empresa de venda de material de construção em Nova Jersey, que sempre se dedicou muito mais a sustentar a família do que a dar atenção e afeto a ela. Trata-se de um filme simpático, que fala sobre relações familiares, enfatizando a atualização da relação pai-filho, num processo de reconstrução de vínculo. Sem aprofundar muito, o filme apresenta alguns pequenos segredos e formas “cristalizadas” de ver o outro, principalmente quando esse outro nos é “familiar”. Nesse aspecto, vale a pena refletir sobre o quanto acreditamos “conhecer” aqueles que fazem parte de nossa família.
SINOPSE
2005 - Uma trama familiar divertida que revela a crise em que pai (Falk) e filho (Reiser) vivem e as maneiras que encontram de sair dela e permanecerem juntos. O filho é um escritor beberão que precisa partir, ao lado de seu pai, para uma viagem inesperada. Dessa forma, vários segredos de família antigos são revelados, assim ambos vão cada vez descobrindo mais um sobre o outro, e diminuindo o distanciamento que existia entre eles. Juntos, mais do que nunca, os dois se tornarão grandes amigos e vão se divertir muito nessa viagem.
TRAILER

O filho da noiva

o filho da noiva ASSUNTO
Relações familiares, Mal de Alzheimer, relações afetivas, conflito de gerações, terceira idade.
O filme consegue falar de muitos dos dramas comuns a muitas famílias sul-americanas. Fala também sobre a possibilidade de existir um novo olhar sobre todas as coisas que já estavam “naturalizadas”, percebidas como única forma de existir. É também sobre o exercício de “desacelerar” e permitir novas percepções, deixar acontecer, sentir como é apenas. É sair do lugar de “sabermos como é” e descobrir como se tornou, ou melhor, como está sendo, então. É sobre perceber o óbvio.
“O Filho da Noiva” conta à transformação na vida de um homem após um grave problema cardíaco. Rafael Belvedere (interpretado por Ricardo Darín) administra o restaurante do pai, carrega consigo o sentimento de nunca ter sido capaz de agradar a mãe (Norma Aleandro de “A História Oficial”) que sofre de Alzheimer; ele tem um relacionamento amoroso de pouca profundidade com uma bela jovem e mal consegue tempo para inteirar-se da vida da filha. Esse cenário de pressão, de tempo escasso e de instabilidade emocional é o ideal para um ataque de nervos. Rafael não consegue escapar do apelo de seu corpo, e seu espírito atingido pelo baque, pelo sinal de alerta, começa a reavaliar suas prioridades e escolhas. Leia mais clicando aqui
Há o conflito de gerações, há o conflito amoroso, há o conflito entre os excessos do egoísmo e estar aberto aos outros. Mas, são todos equalizados para funcionar nas chaves mais diversas de dramaticidade, e nunca se tornam os únicos conflitos em cena, pois assim é a vida: temos várias bolas no ar, e elas não podem cair. Leia mais...
O segredo da trama de Campanella está no tratamento delicado das relações humanas.(...) Mal de Alzeheimer: (...)A história se baseia na experiência real do diretor, cuja mãe realmente sofre da doença. Quando convidou Norma Aleandro para o difícil papel, a atriz temia não alcançar o ponto certo da interpretação. Campanella levou Norma a um passeio de carro, juntamente com sua mãe. Escondida no banco de trás do automóvel, bastou à atriz alguns momentos para entender a situação. Na tela, o desempenho de Norma surpreende pela segurança. Leia mais...
É da sensibilidade na natureza humana e nossa capacidade de viver o dia a dia que se faz o filme. Como todos os filmes de Campanella traz o problema da crise econômica e a situação atual da Argentina. Mais aqui.
SINOPSE
2002 -Aos 42 anos Rafael Belvedere (Ricardo Darín) está em crise, pois assumiu muitas responsabilidades e não tem mais tempo para qualquer tipo de diversão. Boa parte de seu tempo é gasto no gerenciamento do restaurante fundado por seu pai. Rafael é um quarentão que separou-se da esposa há três anos, e agora tem uma nova namorada. Também possui uma filha, a quem vai ver sempre que possível, com toda liberdade. O restaurante está passando por uma crise, devido à situação econômica na Argentina. Seu pai, um sujeito engraçado, de bem com a vida, tem um único arrependimento: não ter se permitido casar-se na igreja, por questão de crença (ou falta dela). E ele decide que já está na hora de fazer isso. O problema é que sua esposa tem Mal de Alzheimer, e mal pode reconhecer sua família. Junto com seu filho, eles devem apressar-se para realizar a cerimônia antes que a doença avance mais ainda. Por fora, ainda há um velho amigo de infância de Rafael, que reencontra-o depois de muito tempo, e começa a demonstrar interesse em sua namorada....
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Aurora Boreal

aurora boreal ASSUNTO
Luto, terceira idade, Mal de Parkinson
Falando da dificuldade de elaboração do luto, conhecemos perspectivas diversas sobre a perda de pai e de um filho. Logo percebemos que a adolescência tardia de Duncan é muito mais uma reação ao luto, do que apenas falta de perspectiva de sua geração. No encontro com seus avôs, o jovem inicia seu processo de reencontro com sua história, enfrentando seu luto conquista o amadurecimento e um novo lugar. Passamos, então, a acompanhar seu encontro com o processo de envelhecimento de seus avós. As angústias do Mal de Parkinson, doença que se agrava em seu avô, são compartilhadas na relação. Neste mágico reencontro aonde ele assiste o inevitável perecimento do avô, o jovem Duncan acorda de seu hibernar juvenil, se apaixona e amadurece.
SINOPSE
Um jovem leva uma vida desregrada depois da morte de seus pais. Ele vive se divertindo nas madrugadas e enchendo a cara ao lado de seus amigos, além de sempre trabalhar em empregos de segunda categoria, e ainda assim poucas vezes consegue se manter muito tempo neles. A saúde de seus avós é precária, e ele não tem muitas perspectivas na vida. Porém tudo pode mudar de figura a partir do momento em que ele conhece uma jovem séria, madura, responsável e que sabe o que quer da vida. Os dois logo se apaixonam e se vêem envolvidos em um grande caso de amor. Mas ela está prestes a mudar para a Califórnia. Para seguir sua vida ao lado dela, ele terá de provar que amadureceu e que a vida pode oferecer muito mais do que bebedeiras com amigos.
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domingo, 7 de agosto de 2011

VIPs

Vips ASSUNTO
Relações familiares, sociais e afetivas, conflito de identidade.
Baseado em história real, o filme dramatiza, criando a temática psicológica do personagem. Na ficção, Marcelo nos é apresentado como psicologicamente comprometido, e não como um golpista qualquer. Nessa brincadeira, podemos acompanhar sua dificuldade de vários ângulos. Sintomas de fuga da realidade ou alucinação poderiam sugerir algum transtorno psicológico específico, assim como sua estrutura familiar poderia dar pistas de um transtorno de identidade. Entretanto, o filme nos apresenta um ser quase “genial”, bem articulado, inteligente e capaz de elaborar personagens, transformado acontecimentos em grandes oportunidades para seus projetos. No entanto, o filme não nos fornece material suficiente para que um diagnóstico seja construído, isso talvez por ser  ficção, o que faz com que diversas características sejam atribuídas a um único ser. No entanto, mais do que apenas falar de um ser psicologicamente comprometido, o filme retrata nossa sociedade como lugar de aparências, terreno fértil para golpistas
Porque não haveria história sem um conflito, e o de Marcelo é aceitar quem ele realmente é. O roteiro faz de tudo para mascarar as pistas sobre o passado da família(...). Também são bem sacadas as cenas com a mãe de Marcelo, uma cabeleireira, com suas várias fotos de celebridades dos anos 90 coladas do espelho do salão para se inspirar nos penteados. VIPs não se deixa desviar, portanto, dessa ideia de que estamos sempre tentando criar uma persona mais eficiente para nós mesmos. Leia mais clicando aqui.
Uma coisa importante de se citar é que apesar do filme ser baseado em uma história real, alguns acontecimentos e ações foram alterados ou adaptados para a trama, como por exemplo, a alucinação da figura paterna que sempre acompanha o personagem.Leia mais...
Baseado no livro VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso, de Mariana Caltabiano, o longa retrata as aventuras e desventuras de uma pessoa que não consegue diferenciar fantasia de realidade. Um prato cheio para psicólogos e para Wagner Moura, que se traveste fisica e psicologicamente a cada ponto de virada do ótimo roteiro de Braulio Mantovani (de Tropa de Elite 1 e 2) e Thiago Dottori, para viver nas telonas os devaneios de Marcelo, seu fascínio pela aviação e o desejo de não ser ele mesmo, como se sentisse preso em seu próprio corpo. Leia mais...
Marcelo é um garoto que ao assumir várias identidades perde o controle da situação, desvencilhando-se de sua própria vida real. (...)Vip's nos apresenta Marcelo, ou melhor dizendo Carrera, ou ainda Denis, Henrique Constantino, Juliano de Souza, etc. um garoto que sofre por Pseudolalia – Doença da mentira, que mente compulsivamente e perde a noção do que é a verdade, não percebendo muitas vezes a consciência da gravidade da doença, tornando-as presas ao seu próprio mundo a sua única personalidade. Leia mais...
Marcelo desde a adolescência, quando o garoto, filho da cabeleireira Sílvia (Gisele Froes), começa a imitar os colegas e professores na escola. Já tem início aí sua inadequação e a rejeição dos outros, que o chamam de “bizarro”. Sem conseguir lidar com essa frustração com tudo e uma certa indiferença da mãe, Marcelo embarca num ônibus – já fingindo ser parente do dono da empresa proprietária. Leia mais...
O roteiro trabalha de maneira sutil o conflito do personagem principal com sua identidade e seus referenciais familiares. Se por vezes nos é apresentado uma figura paterna protetora e idealizada – notem como sempre ele está fardado -, a figura materna é uma grande incógnita. Se o carinho que essa última tem para com seu filho fica gritante em tela, a relação deles é pautada em uma cumplicidade danosa, talvez por um eterno martírio que a mãe carrega. Leia mais...
É certo que Marcelo procura sua personalidade, mas na verdade o que ele mais faz ao buscá-la é se esconder: não é por acaso que o filme mostra o carnaval de Recife e suas máscaras.Leia mais...
SINOPSE
Marcelo (Wagner Moura) não consegue conviver com sua própria identidade, o que faz com que assuma a dos outros. Isto faz com que passe a ter diversos nomes, nos mais variados meios, onde aplica seguidos golpes. Um dos mais conhecidos é quando finge ser Henrique Constantino, filho do dono da aviação Gol, durante um Carnaval em Recife. Ele foi empresário, aviador, líder de facção criminosa, rico e famoso. Vigarista, enganou autoridades, celebridades, jornalistas e até os guardas da prisão de Bangu, usando 15 identidades diferentes. Marcelo
“VIPs” é uma obra de ficção baseada no livro “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso”, da autora Mariana Caltabiano, com roteiro adaptado por Bráulio Mantovani e Thiago Dottori, e conta com Wagner Moura como protagonista.
O livro conta a história do homem que circulou por rodas de famosos ao fingir ser filho do presidente da Gol Linhas Aéreas, Henrique de Oliveira. Mariana reuniu entrevistas feitas em visitas à cadeia onde estava Marcelo ao longo de um ano e apresentou a história ao diretor. Na mão dos roteiristas, no entanto, a vida de Marcelo ganhará ares de ficção.
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Desenrola

desenrola ASSUNTO
Adolescência, relações afetivas, sociais e familiares, homossexualidade, sexualidade, virgindade, gravidez.
Discutindo questões pertinentes a esse período tão conturbado chamado adolescência, o filme traz um olhar verdadeiro sobre a realidade dessa faixa etária brasileira. Costumo indicar alguns filmes para adolescentes que o ajudem a compreender tantos acontecimentos novos, principalmente no que se refere às mudanças hormonais, sexualidade, relações afetivas, etc. “Formiga nas calças” é um filme que costumo indicar para os meninos, pois fala das mudanças que ocorrem com os meninos de forma divertida. “Desenrola” tem um olhar feminino, sem perder a complexidade de qualquer adolescente. Em linguagem jovem o filme não aprofunda os temas, no entanto propõe de forma leve temas que pode ser “reconhecidos”, discutidos e elaborados posteriormente. Vale a pena conferir que o filme brasileiro está caminhando em ótima direção!
Por outro, lado, mesmo sem esse peso todo, o roteiro, pelo menos faz um ótimo trabalho na hora de costurar tudo isso, mais um par de discussões pertinentes para qualquer filme adolescente (como homossexualidade, amizade, gravidez, sexo seguro e fidelidade) e uma história coerente. Ainda que no começo tudo pareça episódico demais, acaba ganhando uma linha narrativa que segue bem seu caminho e, pelo menos, não vai fazer ninguém reclamar daquela falta de sentido. Leia mais clicando aqui.
A temática do sexo na adolescência está sempre presente durante todo o roteiro, mas sempre de uma forma diferente. Como é o caso dos amigos Boca (Lucas Salles) e Amaral (Vitor Thiré). Eles são os típicos jovens que adoram dizer que dormiram com "fulana" ou "ciclana". Eles têm sempre ideias voltadas para o lado sexual, que deixam o filme com muito mais humor - mesmo quem está bem crescidinho dará boas risadas. Aliás, quem nunca teve seus dezesseis anos? Leia mais...
 
Priscila ainda tem um admirador (Boca, interpretado por Lucas Salles) bastante estabanado na forma como demonstra seus sentimentos, que parece dizer sempre a coisa errada na hora errada. O modo com que ele aborda uma colega para fazer uma pesquisa é hilária e ilustra bem a sutileza que tanto falta para meninos nessa idade.
Desenrola consegue falar a língua dos adolescentes e flertar com praticamente todas as questões sexuais que povoam a mente da galera dessa faixa etária, ora falando da virgindade, ora do uso da camisinha, ora sobre homossexualidade, ora sobre aborto tudo de uma forma leve e nem por isso superficial. Com certeza você vai se identificar com isso, pois mesmo que já não seja um adolescente o roteiro teve outra grande sacada que foi trazer referências dos anos 80 para mostrar o quanto esse tema é atemporal, a diferença está em como encarar. Leia mais clicando aqui.
 
Priscila ainda é virgem e seu objeto de desejo, Rafa, não faz nada com ela por esse motivo. Outras meninas tem questões sexuais também e o roteiro aproveita para instruir com o uso da camisinha e os problemas de gravidez indesejada. Interessante que eles não tocam no assunto de doenças. Há ainda o trabalho de escola (do professor Bial), onde os meninos irão fazer uma estatística sobre as meninas que ainda são virgens no ensino médio. A pesquisa e os depoimentos traçam um pouco o perfil do jovem atual, no filme é o elenco quem fala, mas nos créditos vários vídeos caseiros são apresentados, reforçando a questão participativa da trama.Leia mais...
” estão longe de serem novidades, a única coisa um pouco fora do comum aqui é termos uma menina protagonizando cenas de “corrida” em busca da primeira relação sexual. O grande trunfo do filme é falar deste temas com uma linguagem e roupagem atual, da forma como os adolescentes vivem e se comunicam atualmente. Leia mais...
Uma série de temas complexos estão presentes e são abordados sem enrolação e com muita graça. A abordagem de tabus na nossa sociedade, como o divórcio, a perda da virgindade, gravidez na adolescência, orientação sexual, pegação e aborto é feita de forma leve e coerente. Leia mais...
SINOPSE
Priscila (Olívia Torres) tem 16 anos e se acha uma garota normal demais, principalmente, quando repara em suas amigas. Quando sua mãe viaja a trabalho e ela fica sozinha em casa, decide que vai dar um jeito na sua caretice e vai fundo nessa ideia. Entre as muitas mudanças que pretende promover na sua vida, a virgindade parece ser uma das prioridades, mas sera que a hora certa é agora? Embora esteja decidida em investir no “mais galinha da turma” (Kayky Brito) para viver sua primeira experiência sexual, um trabalho em grupo na escola e uma viagem com amigos, podem mudar para sempre as suas expectativas porque ela descobre que nem tudo é exatamente como dizem e a verdade pode ser bem diferente da realidade.

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A Árvore

a arvore ASSUNTO
Relações afetivas, familiares, sociais, depressão, luto.
O processo de luto de toda família vai se desdobrando aos olhos do espectador. A árvore se tona alvo de projeção de todo um processo doloroso de elaboração do luto. No início, é Simone quem personifica a presença do Pai na grande árvore. A mãe, no início em depressão, é convidada a partilhar do “segredo de Simone. Aos poucos a família vai recuperando o cotidiano e elaborando seu luto através da árvore, dá natureza e dos novos acontecimentos que os convidam a continuar.
Simone (Morgana Davies), de apenas oito anos, que, demonstrando maturidade e coragem incomuns em crianças da sua idade, tenta encarar a perda de maneira positiva. Deixando o luto de lado, a pequena resolve se aventurar nas alturas da imensa árvoredo jardim da casa e acredita ouvir a voz de seu pai saindo de dentro do tronco. "O espírito do meu pai entrou na árvore". (...)Este fato inusitado dá vida nova à menina e a árvore que dá título ao filme se torna uma metáfora da relação da família O'Neil. O convívio e os conflitos familiares são sempre expostos tendo alguma conexão com a árvore ou com a natureza. (...) A força que protege e une a família tem raízes fortes e profundas e os laços do passado ainda  se mantêm fortemente amarrados. Será possível seguir em frente sem deixá-los para trás? Leia mais clicando aqui.
... o espectador não só vai ter contato com a tristeza do luto, como também vai tomar ciência de como é difícil domar a força da natureza. Leia mais...
Respeitando o ritmo da dor, a narrativa é ao mesmo tempo segura e envolvente, sem deixar de lado seu cerne emocional. Leia mais...
SINOPSE
Em uma pequena aldeia na Austrália, um casal vive com seus quatro filhos. Logo no início da trama, uma tragédia: o pai morre bem diante da filha menor, Simone. Cada um deles busca sobreviver ao seu modo. Em meio à depressão que se segue, Simone consegue apoio numa fuga para enganar a tristeza: ela passa a acreditar que o espírito de seu pai encarnou na enorme figueira ao lado de sua casa..Simone (Morgana Davies), de apenas 8 anos, se recusa a ficar de luto e prefere subir regularmente na figueira do jardim. Ela fica horas no local, sentindo a presença do pai na árvore. Dawn (Charlotte Gainsbourg), sua mãe, acompanha a afeição crescente da filha pela árvore, ao mesmo tempo que, aos poucos, retoma sua vida normal.
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Reencontrando a Felicidade

reencontrandoa felicidade ASSUNTO
Luto,  Casal e família, psicoterapia de grupo, relações afetivas e familiares.
Qual o tamanho da dor quando se perde um filho? Tragédia inesperada na vida do ser humano, tem uma dimensão impensável para qualquer um de nós. A forma de superar isso? Cada um tem a sua. O que ocorre com a família, como cada um tenta superar tal perda, é o que pretende “Encontrando a felicidade”. Formas diferentes de lidar com a tragédia, a crise na relação do casal e suas conseqüências fazem parte da trama.
Seria um equívoco pensar que esta é apenas uma história triste e pessimista, pois nela há um caminho que segue em direção para valorização das relações humanas, é delas que vem a força para conviver com essa dor, que nunca será esquecida.Leia mais clicando aqui
Oito meses após a morte por atropelamento do único filho, de 4 anos, Becca (Nicole) e Howie (Eckhart) freqüentam grupos de apoio psicológico. Partem, então, em busca de novas formas de superação: ele se envolvendo com uma colega de terapia (Sandra) e ela procurando o rapaz (Teller) que matou o garotinho. Leia mais clicando aqui
É interessante ver o progresso no conflito interno/emocional que o casal passa e como lidam, separadamente, com seus próprios problemas. Becca faz o impossível, de todas as maneiras, afastar as pessoas que tentam lhe ajudar a superar a morte do filho, preferindo o absoluto isolamento da sociedade. Ela também aposta no desapego material das coisas de Danny esperando amenizar a dor, mas a única coisa que consegue é eternizá-la em suas memórias. Becca também não suporta a idéia de sua irmã, completamente desprovida de noção e bom-senso, ter engravidado enquanto seu filho é tirado dela. Várias vezes a personagem se desentende com sua mãe alegando que não deve comparar a morte de seu irmão com a de Danny, já que um era um viciado e outro era uma criança, deixando claro que Becca ainda não entende que um filho, por mais problemático que tenha sido, continua sendo uma pessoa amada pela mãe. As coisas só começam a melhorar para a personagem quando ela começa uma amizade secreta com Jason encontrando um alívio e uma fuga para sua dor, visto que os dois estão muito abalados com o ocorrido mesmo que tenham passado oito meses. É nessa bela relação de perdão e ajuda mutua que o roteiro faz uma das mais belas e delicadas metáforas sobre o tema explicando o confuso título “rabbit hole”. Mesmo assim, a personagem vê a vida que seu filho não teve a oportunidade de ter através de Jason como se formar e ingressar na faculdade. Howie é um personagem tão complexo quanto Becca. Ao invés de se isolar do mundo como sua esposa faz para atenuar o sofrimento, busca desesperadamente pelo contato humano que o console. Ele se enfia em grupos de terapia – os quais sua mulher não suporta alegando que as pessoas usam desculpas fajutas para justificar a perda de seus filhos fugindo para um aspecto religioso – com casais que passaram pela mesma experiência traumatizante. Às vezes, foge para o uso de drogas meio para também tentar amenizar a dor, sendo que descobre o verdadeiro significado do amor por Becca em uma dessas passagens. Ele apresenta muita carência afetiva já que Becca não faz esforço para ajuda-lo a superar essa fase difícil que estão passando. Ela sempre assume uma relação egoísta no caso, jogando a culpa para si e tomando várias decisões sem consultar Howie, explicitado pela briga clímax entre os personagens. Quando se perde alguém querido, não há como progredir e se recuperar em um piscar de olhos. Isso foi uma característica muito inteligente do texto, porque assim o tema não foge da abordagem realista que propõe. Leia mais...
Luto e como as pessoas lidam com ele, este é o tema de "Reencontrando a Felicidade", mais uma infeliz adaptação de título de filme em inglês para o português a partir do nome original "Rabbit Hole" (Buraco do Coelho). A história gira em torno de um casal Becca (Nicole Kidman) e Howie (Aaron Eckhart) que recentemente perdeu o filho de apenas quatro anos de idade, atropelado na frente de casa por um adolescente.Leia mais...
SINOPSE
Becca (Nicole Kidman) e Howie Corbett (Aaron Eckhart) formavam uma família feliz, mas suas vidas viraram do avesso após a morte do filho, Danny (Phoenix List), num acidente de carro. Depois de largar a carreira de executiva para virar dona de casa, ela tenta redefinir sua vida se cercando dos familiares e pessoas bem intencionadas para ajudar a superar a dor da perda. Enquanto dá início a uma "estranha" amizade com o jovem Jason (Miles Teller), motorista do carro no fatídico acidente, seu marido mergulha no passado, buscando apoio em estranhos que poderiam oferecer algo que a esposa não consegue. Assim, perdidos em seu sofrimento, os Corbett fazem escolhas surpreendentes para seu futuro.
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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Minha vida cor de rosa

ASSUNTO
Sexualidade, diferença, relações afetivas, familiares e sociais.
Muito tem se falado sobre sexualidade e suas diferenças. O filme em questão parece falara de transsexualidade, que é diferente de homossexualidade, pois: Homossexualidade – A orientação do desejo (sexual e/ou afetivo) está direcionada para o mesmo sexo, são homens e mulheres satisfeitos com o próprio corpo. A transexualidade refere-se a pessoas que se identificam com um sexo diferente daquele com que nasceram. Esse parece ser o caso de nossa protagonista, que acredita ser uma menina, muito antes de descobrir a orientação do seu desejo. Ludovic cresce imaginando que nasceu no corpo errado: na verdade, acredita ser uma menina. O filme fala também de diferenças e da dificuldade do convívio em sociedade quando se tem algo “diferente” do que esperam de nós.
(Sexualidade) como condição inata, retirando a conotação de perversão e mostrando que não se trata de uma opção, uma escolha consciente, mas sim uma característica da pessoa, independente da sua vontade. Leia mais...
Esta aparente transexualidade, apresentada de maneira tão clara ainda na infância, não tem  característica de perversão sexual. Como bem descreve Félix López Sánches em seu livro HOMOSSEXUALIDADE E FAMÍLIA-NOVAS ESTRUTURAS, pág.30 “... os transexuais vivem, no entanto, uma situação difícil, porque estão convencidos de que seu corpo é um erro, já que, realmente, possuem uma identidade sexual distinta da identidade biológica. Sendo biologicamente homens – em todos os aspectos – essas pessoas sentem-se e acreditam ser mulheres...”.
A ingenuidade de Ludovic, aliada a sua inocência e doçura, demonstram que não houve nenhuma opção ou escolha voluntária: independentemente de sua própria vontade e/ou da vontade de sua família, ele simplesmente é assim. Clique aqui para ler mais...
O filme (...)um enfoque engraçado e acaba traindo uma mensagem edificante de convivência com as diferenças. Leia mais clicando aqui.
SINOPSE
Ludovic de 7 anos vive com seus pais e irmãos e acha que é um menino-menina e que vai se transformar em menina a qualquer momento. A criança como protagonista levanta a questão da homossexualidade (neste caso, transexualidade) como condição inata, retira a perversão, opção e escolha consciente, elucidando ser apenas uma característica da pessoa, alheia à sua vontade. Ludovic, inocente e de uma doçura ímpar que nos conquista com seu sorriso e olhar verdadeiros, sofre preconceito e rejeição causados pela intolerância e obtusidade da vizinhança, apenas por ser quem ele é, sem fazer mal a ninguém. Um filme especial, no tom certo, que fará com que pessoas com um mínimo se sensibilidade repensem alguns de seus preconceitos. Recebeu 1 Globo de Ouro, 11 outros prêmios e 5 indicações.
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Vinte centímetros

20 cm ASSUNTO
Relações afetivas e sociais, transsexualidade, homossexualidade.
O dilema de Marieta ilustra bem a diferença entre transsexualidade e travestis. O travesti, ainda que esteja travestido, não tem qualquer incomodo no corpo em que vive. Ao contrário de nosso personagem, que denota ojeriza aos 20 centímetros que a separam do sexo que acredita ser. A escolha por sua identidade feminina sobrepõe qualquer promessa de felicidade, ela não consegue vislumbrar alternativa que não considere a si como se sente: como mulher. E, tudo que possa afastá-la do propósito de sentir-se plena, estará fadado ao fracasso.
Um olhar irreverente e desregrado sobre o submundo urbano e os outcasts que o habitam, onde subsistir está longe de ser uma garantia e os sonhos de prosperidade dificilmente se tornarão realidade. Embora ofereça um retrato seco e realista do meio em que se centra, é frequentemente contaminado por delirantes e imprevisíveis momentos onde as sequências oníricas da protagonista se salientam, gerando interlúdios musicais e cómicos que fornecem alguma réstia de esperança aos ambientes de negrume presentes em grande parte do filme. Focando a obstinação de Marieta em se livrar dos 20 centímetros que a impedem de se tornar a mulher que sonha ser, o filme recupera alguns traços do cinema de Pedro Almodóvar, recorrendo a uma saudável combinação de melodrama e humor negro centrando-se nas experiências dos rejeitados e desprezados pela sociedade. Longe de ser um filme para todos os gostos, é uma obra suficientemente inventiva para figurar entre as boas surpresas de 2005, até porque, convenhamos, não haverá muitas películas protagonizadas por uma prostituta travesti narcoléptica e por uma série de personagens secundárias não menos peculiares.Qual é o tamanho da felicidade? Leia mais clicando aqui.
SINOPSE
Marieta é um travesti que gostaria de se ver livre dos 20 centímetros que a separam de ser a fascinante mulher com que sonha, quando sucumbe às crises de narcolepsia. Nos seus sonhos coloridos, ela é a atração principal de variados, surpreendentes e suntuosos números musicais, onde tem a capacidade de cantar maravilhosamente e falar diferentes línguas. Qual É O Tamanho Da Felicidade?
TRAILER OFICIAL

domingo, 31 de julho de 2011

Sybil

Sybil ASSUNTO
Psicodiagnóstico, Relações afetivas, familiares, abuso, violência, saúde mental.
Lembro de ter lido esse livro quando ainda estava no segundo grau, isso faz muito, muito tempo. Já na ocasião, fiquei encantada, e, acredito ter sido uma das motivações para que estudasse psicologia. Encontrei na internet essa versão filmada e resolvi assistir. Não foi menos impactante, certamente. No entanto, diversas reflexões foram estimuladas. Não só por ser psicóloga, mas também por ter como referência a abordagem gestáltica, foi possível ampliar consideravelmente minha visão. Sem desconsiderar as diversas conjecturas a respeito do diagnóstico, fiquei me perguntando quantas partes de nós são dissociadas em situações conflituosas. Questionei sobre as neuroses leves ou não. Pensei sobre o processo terapêutico e seu objetivo, que na maior parte das vezes é de nos “integrar” como PESSOA. E, de alguma forma, “juntar nossas partes” em um único ser, integrado e capaz de fazer novas escolhas. Um ser “inteiro” capaz de enfrentar novos conflitos, que certamente ainda surgirão. Pois, o processo terapêutico não pretende tornar o mundo mais fácil, menos conflituoso. Ao contrário, o objetivo é nos integrar de tal forma que possamos enfrentar novos desafios do mundo, fazer novas escolhas, ampliar nossa capacidade de responder com habilidade a novos desafios. O ser responsável por suas escolhas, este é o nosso objetivo. Então, foi lindo perceber que além do transtorno psiquiátrico tão óbvio no filme, podemos refletir a respeito de nossas “pequenas defesas” ou “respostas automáticas” que foram construídas em situações insuportáveis. Aprendemos a evitar novas situações ameaçadoras com a mesma resposta. Nós crescemos, amadurecemos, mas em qualquer situação que nos pareça ameaçadora, lá vamos nós, ligamos o “automático” e respondemos da mesma forma a diferentes estímulos. Aprendemos assim a evitar a possível “dor” ou “ameaça”. Aprendemos assim a evitar o agora. Não seria tudo isso algo semelhante às tantas personalidades de Sybil? Tudo o que buscamos na terapia não poderia ser resumido em “atualizar” nossa nova condição de ser? Não seria “reviver” nossos medos, enfrentá-los no presente e percebermos que já não somos mais tão indefesos?
Sybil teve uma infância repleta de episódios violentos, com o pai omisso e a mãe esquizofrênica, a menina sofreu todo tipo de abuso, agressão, violência.  Indefesa, sem condições de enfrentar as situações, sufocou emoções, e, sobreviveu através de novas personalidades. A partir da relação entre a Sybil e sua psiquiatra, o filme apresenta trechos importantes do processo terapêutico que durou 11 anos. Seus relatos são traduzidos em imagens que nos convidam a partilhar suas dores de forma impactante. É na relação doentia com sua mãe que a doença se instala. Mas, também é na relação que Sybil encontra a saúde, só que dessa vez,  em outra relação, na relação terapêutica. É no encontro autêntico com sua psiquiatra que Sybil se “integra”, atualizando sua forma de “ser no mundo”.
O filme nos faz refletir sobre cada uma das nossas partes, nossos “pedaços” do passado que insistem em nos impedir de viver o nosso presente de forma fluída e saudável. No final, quando todas as personalidades dão as mãos, e até a mais sofrida e machucada, sente-se abraçada, não pude deixar de observar que cada um de nós precisa disso: se abraçar, se integrar, se aceitar como é. O psicodiagnóstico, nossa “classificação” ou “rótulo” só nos fala da intensidade de nossa “dissociação” ou de nossa forma pessoal de divisão. Pois, o filme é uma bela metáfora da vida de todos nós… apenas  humanos.
Sybil conta a história verídica da paciente psiquiátrica Sybil Isabel Dorsett, que sofria de Transtorno Dissociativo de Identidade (também conhecido como MPD – Multiple Personality Disorder ou Transtorno de Múltiplas Personalidades, e que passou a ser oficialmente chamado de DID - Dissociative Identity Disorder a partir de 1994). Ao longo do tratamento, foram identificadas 16 personalidades de Sybil (incluindo a personalidade atuante, e várias personalidades femininas e masculinas, de diversas idades).
Controvérsia

O livro e o filme foram muito bem recebidos, e o Transtorno Dissociativo de Identidade, que era relativamente raro antes do caso Sybil, teve um grande aumento no número de casos diagnosticados, especialmente nos anos 80 e 90; nos anos de 1953-54, quando Sybil foi diagnosticada, havia apenas 11 casos documentados de personalidades múltiplas, e nenhum com tantas personalidades como Sybil. O único outro caso documentado de paciente com personalidades múltiplas viva naquela época era “Eve” (cuja história foi contada em As Três Faces de Eva). Na época da publicação de “Sybil”, em 1973, havia cerca de 75 casos documentados de MPD (Transtorno de Múltiplas Personalidades); nos 25 anos seguintes, foram diagnosticados cerca de 40.000 casos, quase todos nos Estados Unidos; especialistas começaram a duvidar da validade de tais diagnósticos, e culpam o livro por incentivar a indústria de charlatães especializados no tratamento de vítimas de abusos, dos quais o paciente nem mesmo se recorda. Pesquisadores tentam agora analisar o caso que começou tudo isto, e separar o que é realidade do que é ficção. Leia mais clicando aqui.

O filme mostra as torturas e repressões causadas pela mãe esquizofrênica, o pai ausente, o avô fanático religioso e a morte prematura da avó, único ponto de afeto e aceitação na vida da criança, e a conseqüente fragmentação da personalidade da paciente, numa tentativa de suportar os abusos sofridos
Fonte: Clique aqui
SINOPSE
Nova York. Sybil Dorsett (Sally Field) é uma jovem mulher que desenvolveu várias personalidades, como mecanismo de defesa para os abusos que sofreu nas mãos da sua mãe, Hattie (Martine Bartlett). Assim Sybil criou personalidades bem distintas: a agressiva Peggy Lou, a potencialmente suicida Mary, o bebê Sybil Ann e muitas outras, totalizando mais de dez. Uma psicanalista, Cornelia Wilbur (Joanne Woodward), diagnostica a condição de Sybil e tenta ajudá-la, apesar de saber que está lidando com um caso único.
TRECHOS DO FILME