quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O bebê de outubro

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ASSUNTO
Aborto, adoção, conflitos familiares, adolescência
SINOPSE
Abrem-se as cortinas, Hannah entra no palco… momentos depois, ela se vê caída ao chão. Todos os exames médicos levam a uma só direção: o difícil nascimento de Hannah. O diagnóstico médico nem se compara à descoberta de quem são seus pais: Hannah foi adotada – após uma tentativa de aborto malsucedida. Perplexa, confusa e irritada, Hannah toma um novo rumo em sua vida na companhia de seu velho amigo Jason. Nessa busca para descobrir seu passado obscuro e encontrar esperança no futuro incerto, ela percebe que a vida pode ir além dos nossos planos e projetos.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Preparem os lenços, o filme emociona bastante. Ainda que seja uma produção Godspel, a trama não se prende a uma visão religiosa. No que tange ao tema adoção, fica claro desde o início a necessidade do filho adotado saber sobre sua condição tão logo possível. A psicologia já nos vem orientando a respeito a muito tempo, indicando livros de estórias a respeito do tema e oferecendo suporte para o assunto. O colapso nervoso de Hanah está relacionado ao fato de não saber quem de fato é. Dados clínicos nos mostram que a “mentira” dentro do contexto familiar, principalmente quando esta encontra-se atuando sobre a negação das origens de uma criança, atua como um fator que leva a situações patológicas.
A criança adotada se desenvolveu no útero de sua mãe biológica, na maioria das vezes em condições impróprias e sentindo-se rejeitada (sabe-se que o feto capta os estados emocionais da mãe e reage a eles). Os pais adotivos não podem negar esta “pré-história” do bebê, até porque ele mesmo viveu isso. É claro que tais informações nunca chegarão a mente em forma de lembrança, mas isso não quer dizer que elas não estejam armazenadas em algum lugar deste indivíduo. O fato da “pré-história” do bebê ter sido “difícil” não significa que por isso ele será uma criança mais infeliz ou pior do que outra. A criança só terá prejuízos se a sua história gestacional não puder ser integrada a sua história pessoal. Para saber mais sobre adoção, clique aqui.
Além dessa discussão sobre adoção, a trama também apresenta o tema aborto. Nesse caso, percebemos a visão de quem participou profissionalmente do processo e de quem optou por realizá-lo. Embora fique clara uma posição crítica-religiosa sobre o assunto, há também um olhar sobre o sofrimento de quem não encontra opção e carrega a culpa em seu trajeto de vida. No filme, o perdão é apontado como caminho, encontrando em Deus o Alívio para tal fardo. Nesse caso, independente da religião que se têm, o perdão a si e ao outro, da forma que é possível para quem está envolvido em processos semelhanetes, é de fato um caminho. O aborto é um tema polêmico, que é debatido no mundo inteiro, trazendo sempre algum tipo de conflito entre posturas opostas. O enredo propõe uma reflexão sobre o sofrimento que o aborto trás, mesmo quando foi uma decisão coerente. A pessoa que fez aborto escolhe esquecer, mas fica claro que não é fácil. Os anos passam, a vida muda, mas como ocorre no filme, essa lembrança está em algum lugar, esperando para ser devidamente elaborada. A mãe biológica de Hanah tenta apagar essa parte da vida, mantendo certo distanciamento. Mas assim que entra de fato em contato com suas lembranças, desaba, chorando e elaborando a perda que até então era sufocada. Nesse aspecto, independente de qualquer julgamento, o mais importante é  enfrentar para que seja possível superar.
A trama entrelaça os dois temas durante o processo de auto-conhecimento de Hanah, uma adolescente que sente-se perdida, que precisa encontrar seu lugar no mundo. Com um grupo de amigos, ela parte nessa empreitada, achando que o encontro com seu passado irá mudar o rumo de sua vida. A presença de seu amigo de infância, aquele que também se faz presente em suas melhores lembranças, dão suporte no processo. O amor dos pais adotivos com seus erros e acertos, as amizades, o acolhimento do amigo, as decepções e descobertas são parte dessa trama que irá emocionar você. Confira!

6 comentários:

  1. Patricia, esse filme me emocionou muito e quis escrever sobre ele no meu blog (bystarfilmes). Quando li o que você escreveu, percebi que não queria acrescentar mais nada. Posso colocar sua postagem no bystar, com o devido crédito e encaminhamento para "Psicologia e Cinema"? Parabéns pelo blog.

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    1. Stella,
      Fique a vontade para comentar, compartilhar, sugerir... Obrigada pela colaboração!
      (Vou aproveitar para entrar no seu blog)
      Abçs
      Patrícia

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  2. filme maravilhoso,o ator john schneider deveria ganhar o oscar por este filme!!!

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  3. Ana,
    Obrigada por sua participação. Volte sempre, comente, sugira!
    Abçs
    Patrícia Simone

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  4. Assisti o filme essa semana, e chorei rioss ! O q me emocionou muito foi o depoimento da mãe biológica da hanah. Nuss... em fim. Amei!!

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    1. Obrigada por sua contribuição, volte sempre, comente, sugira!

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