quarta-feira, 25 de março de 2015

O SINO DE ANYA

ASSUNTO
Dislexia, deficiência visual, preconceito, amizade, relações afetivas, familiares e sociais.
SINOPSE
A verdadeira amizade é aquela em que os amigos se impulsionam mutuamente a serem cada vez melhores. O sino de Anya é estrelado por Della Reese no papel de Anya Herpick. Em 1949, Anya é uma mulher cega que sempre foi cuidada pela sua mãe e não saia de casa, uma situação que se agrava quando sua mãe morre. Anya lida com sua solidão colecionando sinos. Agora, mais velha e sozinha, Anya faz amizade com um menino entregador de 12 anos, Scott Rhymes, e encontra nele a amizade e a ajuda que precisava para enfrentar a vida.Para Scott, Anya torna-se a avó que ele é privado de ter. Ele é considerado um garoto "lento", praticamente sem amigos, e descobre-se depois que ele é disléxico (uma doença normalmente não compreendida na época). Mora só com a mãe, que não mantém mais contato com seus pais, avós de Scott.O menino motiva Anya a aprender a andar de bengala nas ruas, e Anya ensina braille a ele. Nessa emocionante história, eles encontrarão uma forma de ajudar-se mutuamente diante de suas dificuldades, tornando-se verdadeiros companheiros. Ganhador de dois prêmios “Young Artist Award”, como melhor filme família feito para televisão e melhor ator para o jovem Mason Gamble.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Não, não é um filme sobre dislexia tão didático como SOMOS TODOS DIFERENTES, mas não deixa nada a desejar, quando debatemos sobre as diferentes formas de existir. As dificuldades enfrentadas por qualquer pessoa que não se adeque ao padrão em voga é suficiente para tornar-se um bom tema a ser explorado. No tempo em que a dislexia era pouco conhecida, Scott enfrenta sérios problemas. O menino, portador do transtorno de aprendizagem, passa por diversas situações constrangedora, sendo rotulado como “burro” ou incapaz. A professora, que usa uma abordagem pouco educativa, humilha-o perante aos colegas, abrindo espaço para que os mesmos também assim o desconsiderem. A mãe, que é mãe solteira em uma época na qual a sociedade reprovava tal condição, tinha sido expulsa de casa, e, lutava para sobreviver e dar educação para o filho. O menino, por sua vez, tentava esconder suas dificuldades, para não decepcionar a mãe. Aos poucos, ele se convence de ser incapaz de aprender, de fazer amigos, de ser “normal”. A mãe, sem recurso e possibilidade de compreensão do seu problema real, sente-se desencorajada, assustada e perdida diante da forma como a professora considera o problema. É nesse momento doloroso que Scott conhece Anya, uma senhora cega, que restrita ao espaço de seu lar, encontra-se em luto e em luta para não ser colocada em um azilo. Desde a morte de sua mãe, Anya se tornou preocupação para o advogado da família, que não vê outra alternativa a não ser cumprir o desejo de sua mãe, de interná-la em um azilo. Quando ambos se conhecem, tornam-se incentivadores um do outro, aprendendo, através da troca de afeto, a ampliar o próprio potencial. A relação deles é baseada na confiança, se desenvolvendo no cuidado, carinho e atenção. A relação se torna terapêutica, a medida que ambos estão atentos para as necessidades reais, um do outro, e, de si mesmos.
O filme é um drama doce, tocante e inspirador, que revela o quanto o interesse no ser humano pode fazer com que a diferença seja realmente algo precioso para nosso o que há de humano em cada ser. A amizade dá asas aos personagens, que ganham força para aççarem voos mais altos. Não é um filme sobre a cegueira nem sobre a dislexia, embora apresente as dificuldades enfrentadas em ambos os casos. A ignorância e o receio da sociedade em acolher o que é diferente me parecer ser o tema central do filme, que encanta e inspira o respeito que todos deveríamos ter com tudo aquilo que não conhecemos. Parece que o tema é bem atual, pois ainda que a dislexia seja um assunto mais facilmente explorado, por exemplo em vários sites, muitas escolas ainda permitem que os alunos sofram bullying, sejam rotulados e até desqualificados por professores e agentes educacionais. A diferença permanece um tema a ser rechaçado por aqueles que são incapazes de perceber a própria singularidade. A virada do século não trouxe muitas novidades para tais preconceitos.  Vale a pena assistir e se encantar com a pureza na qual o afeto é explorado na trama. Prepare-se para emoções fortes e delicadas, confira!

Um comentário:

  1. Excelente filme. Todos nós, educadores, mães e pais, deveríamos indicar esse filme. Já indiquei para quase mil alunos da escola, onde trabalho, no Ceará. Nossas crianças jovens, devem crescer com o conceito de respeito, afeto sensibilidade para com a inclusão social. Somos diferentes, porem queremos e precisamos de afeto e respeito!

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