sábado, 28 de março de 2015

Relatos Selvagens

Relatos Selvagens
ASSUNTO
Relações afetivas, familiares e sociais, bullying, corrupção, crise existencial, situações-limite, descontrole emocional, violência.
SINOPSE
Diante de uma realidade crua e imprevisível, os personagens deste filme caminham sobre a linha tênue que separa a civilização da barbárie. Uma traição amorosa, o retorno do passado, uma tragédia ou mesmo a violência de um pequeno detalhe cotidiano são capazes de empurrar estes personagens para um lugar fora de controle.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Fiquei pensando no discurso repetido do que é politicamente correto, etc. e tal. A exigência de ser aprovado pela sociedade nos coloca em posição rígida, no que se redere ao fato de  atender aos parâmetros desejados pelo sistema. Muitas vezes, acumulamos tantas tarefas, que esquecemos da pausa, da digestão (fisiológica e psicológica), da elaboração de nossas sensações e sentimentos. Não é politicamente correto, nem isso nem aquilo, vamos deixando pra lá, nos abandonando aos poucos, deixando acumular tudo que poderia ser mal recebido, desaprovado ou politicamente incorreto. Nossos sentidos são esquecidos em meio aos modismos intectualóides de uma época, seguimos no automático, esquecendo cada dia mais de nossa búlsula interna, nossa humaninade, nossa centralidade. Assim, acumulamos reações naturais, que vão sendo escondidas do mundo e de nós mesmos, represadas em algum lugar. Mas, será que basta evitar sua existência, esquecê-las, fingir que os sentidos estão nos significados das coisas, como nos ensinaram? Até quando é possível reter tanto? RELATOS SELVAGENS fala um pouco sobbre aquilo que transborda em situações limite. Não é necessário que a situação em si seja caótica, basta ser a gota d’água para a represa estourar. Assim, o que existe de animal no humano é revelado em reações impulsivas, irracionais, bestiais, selvagens! As seis estórias do filme revelam o descontrole humano em diferentes situações, na busca de soluções através comportamentos extremos. De fato, não é difícil se identificar com algumas das situações relatadas, quando temos vontade de reagir da mesma forma. A trama dá espaço para inúmeras identificãções.
Não há como não se ver em alguma situação retratada. A presença de vingança é constante, como pode ser visto nos comportamentos: Daquele que sofreu bullying e os reúne; Do que foi ofendido pelo  “esperto” do trânsito e o reencontra; Daquela que reencontra o agiota que acabou com sua família; De quem sofre com o sistema de fábrica de multas e chega ao extremo; Daquele que pode ser extorquido pelo comércio de interesses frente ao delito do filho; Do comércio de afetos e desafetos, da traição como vingança. Tudo na vida pode ser comprado? É do caos que nasce a esperança? A descrença no humano, o desencanto com o mundo, a corrupção, o bullying, a agiotagem, a irresponsabilidade no trato com o outro, o desrespeito, os modelos de felicidade, os mimos e a superproteção na educação, o cinismo das pessoas, o sistema manipulador, a carnificina, tudo isso costura com humor negro os 6 episódios. Gosto da visão de Matheus Pichonelli, que escreveu um artigo belíssimo (pode ser lido clicando aqui.). Não há como esgotar as possibilidades do que pode ser pensado a partir do material apresentado, aventure-se, assista, compartilhe seu olhar!

3 comentários:

  1. Cara. O link tá levando pra uma crítica sobre sexo, prostituição, algo assim. Gostaria de ler a crítica q citou. Abraços.

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    1. Elaine Belisário, corrigi o link. Creio que o autor mudou de site, mas já encontrei sua crítica e direcionei o link. Obrigada pela participação e volte sempre!

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    2. Obrigada Patrícia. Que texto bem eacrito, corrido, leve e com conteúdo. Obrigada por compartilhar conosco. Grande abraço.

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