ASSUNTO
Alcoolismo,
dependência química, racismo, luto, disputa de guarda de menor, direito, relações
familiares, afetivas e sociais.
SINOPSE
Ao mesmo tempo que se
esforça para superar a recente perda da mulher, Elliot Anderson (Kevin Costner) tenta dar o melhor de si a Eloise (Jillian Estell), a neta que vive aos seus
cuidados desde a trágica morte da sua filha. Apesar das dificuldades inerentes
à sua condição de viúvo e avô, a criança tornou-se a sua única razão de viver e
o que o motiva a continuar. Quando We-we (Octavia
Spencer), a avó da criança, o informa das intenções de obter a custódia
partilhada, Elliot recusa-se terminantemente a aceitar. De um momento para o
outro, a pequena Eloise é forçada a dividir-se entre as duas famílias que lutam
pela sua atenção e pelo que consideram ser o melhor. Quando a rivalidade entre
os dois sexagenários chega à barra do tribunal, eles vêem-se confrontados com
algumas das suas crenças e preconceitos mais enraizados.
TRAILER
O
OLHAR DA PSICOLOGIA
O
título original é “Back or White”, usando “or” (o – em português) no lugar do “e”
do título em português. O que agrada de cara, tendo em vista que muito do
trabalho terapêutico da Abordagem Gestáltica está focado na integração de
polaridades. Ou seja, priorizamos a noção integrativa oferecida pelo aditivo “e”,
em detrimento das dicotomias promovidas pelo “ou”. Afinal, por que não as duas
coisas? A visão dicotômica de conceitos como, “preto ou branco”, “bom e mau”, “verdade
ou mentira” são restritivas e estão sendo revisadas, muitas vezes sendo substituídas
por noções mais integrativas. O filme desenvolve essa idéia, ainda que o
processo tente argumentar uma divisão racista em nome da vitória nos tribunais.
Mas, o drama é mais que isso. Fala de luto, de alcoolismo, de dependência
química, de mágoas, de relações familiares, de super proteção, de construção de
afetos e desafetos.
O drama começa com a morte esposa de Elliot, proprietário
de um escritório de advocacia. Somos apresentados a sua netinha Eloise e outros
personagens, que aos poucos dão sentido e forma ao drama em desenvolvimento. Embora
o fato de estar abalado com a perda da
esposa possa justificar suas bebedeiras, sua dificuldade de parar fica
evidente. Ainda assim, ele não perde a noção de realidade, sem medir esforço
para se adequar às necessidades da neta. Por outro lado, temos a avó paterna,
que vê na perda da avó uma oportunidade, não só de estreitar o convívio com a
neta, mas principalmente de usar a situação para dar uma chance ao filho de se
redimir em seu papel de pai. Para tanto, até aceita que seu irmão utilize o
racismo como razão para pegar a guarda da neta, mesmo ficando visível que não é
um argumento verdadeiro. O tribunal requisita sessões terapêuticas com a menor
para avaliar a situação. A relação com o avô, apesar de afetuosa, passa a um
período de aprendizado, tendo em vista que a falecida era quem lidava
diretamente com a neta nos afazeres do cotidiano. Ainda que não acredite na
recuperação do pai da criança, ele tenta promover a aproximação dele, depois de
perceber que as sessões terapêuticas revelaram o desejo da neta de conhecê-lo.
Questões individuais, afetivas, familiares e sociais emergem durante o processo
legal. O roteiro não escolhe lado, apenas relata as questões, revelando as imperfeições
dos indivíduos envolvidos e das necessidades reais da criança. Ela pode
escolher morar com o avô, não precisa por isso, perder a noção integrativa do
que representa família para ela. Não há
divisão, nem racismo, não é preto ou branco, pode ser como ela, um pouco de
cada um. Vale conferir! Preto
e branco
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante!