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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O búfalo da noite

o bufalo da noite ASSUNTO
Relações afetivas, psicodiagnóstico, traições, paixões, desrazão.
Nada fácil de assistir, o filme não é recomendado para qualquer público. Trata-se de um filme pesado, muito longe de ser apenas um entretenimento prazeroso.
Um triângulo amoroso, mas dos menos convencionais que se possa imaginar, uma vez que um dos vértices é formado por Gregório, rapaz esquizofrênico que entra e sai de hospitais psiquiátricos. Ele namora uma moça, Tânia, e tem em Manuel seu melhor amigo. Nas ausências de Gregório para tratamento, Tânia e Manuel se aproximam. Então… E então é isso, um universo em desequilíbrio. O filme é impulsivo, como os personagens. Isso se traduz em linguagem nervosa, áspera, instável, com movimentos de câmera bruscos, sem ponto de estabilidade a propor para o espectador. Búfalo da Noite não deixa de ser uma fonte de inquietação, e é bem a isso a que se propõe. Não se trata de registrar a história de Gregório como caso isolado em uma ilha de normalidade mas, pelo contrário, buscar nele o sintoma de um meio já patológico em si. Será assim colocado de maneira mais clara quando Tânia e Manuel recebem a estranha herança deixada por Gregório, uma caixa contendo fotos e cartas. E que dá início à trip na qual culpa e loucura não deixam de se misturar em coquetel explosivo. É perceptível, nesse tipo de filme, a expressão de traços contemporâneos. Já não se acreditam em projetos coletivos, a ação individual parece a única alternativa. E, nela, o processo amoroso ocupa posição central. O indivíduo o vive de maneira exacerbada, como se a salvação ou a danação dele dependesse. O fato de um dos três vértices do triângulo ser diagnosticado como insano não impede que a loucura (entendida de maneira prosaica como desvio da norma ou da razão) contamine os outros. Clique aqui para ler mais
Apesar do personagem esquizofrênico, o filme quase nada acrescenta aos estudos psiquiátricos, pois a história gira em torno do seu amigo e da namorada. Contudo, a história em si, apesar do filme ser pouco envolvente, serve para lançar alguns ganchos sobre questões atuais, sobre relacionamentos, fidelidade e moral. O relacionamento de Manuel e Tania parece ter como único vínculo a atração física, como costuma acontecer entre amantes. Manuel parece não saber bem com quem quer ficar: "pegou" a namorada do amigo, a irmã do amigo e mais uma garota compromissada. As mulheres do filme não ficaram atrás, portanto. Nenhuma era "santa": a irmã de Gregório fica com o amigo dele enquanto este já era comprometido com Tania; Tania trai o namorado com o amante e o amante com o namorado; e a outra garota compromissada, por fim, recebe um telefonema de Manuel enquanto está com o namorado, Manuel pede que ela o mande embora, ela então fica nua para Manuel e diz que será a última vez que se verão, porque ama Manuel e prefere não vê-lo mais para não sofrer...Bem-vindos à modernidade... Clique aqui para ler mais
o longo do filme transparece a intenção de discutir o plano ético das relações (as escolhas e suas conseqüências sempre marcadas pelo inesperado, as paixões em seus excessos e limites, o ponto elas deixam de conduzir à expansão dos corpos e subjetividades, a construção-desconstrução dos laços e os valores que os sustentam) e junto com isso surge a possibilidade de refletir sobre o trinômio sexo-loucura-paixão (com a inevitável presença da morte) de uma perspectiva mais aguçada. Não que encontremos algo radicalmente novo. Ao contrário, nas várias cenas em que o casal protagonista comparece o filme faz jus ao famigerado estilo drama-mexicano. Mas o tratamento dado ao entrelaçamento das estórias sugere um deslocamento quanto aos valores que são apregoados na atualidade. Clique aqui para ler mais
SINOPSE
Gregorio é um rapaz esquizofrênico de 22 anos, que tem dois grandes amores: a namorada Tania, que ele adora, e o melhor amigo Manuel, a pessoa em quem ele mais confia. Enquanto Gregorio entra e sai de hospitais psiquiátricos, Manuel e Tania começam a se encontrar secretamente e vivem um intenso romance pelas suas costas.Pouco a pouco, o relacionamento vai se tornando mais profundo, e Manuel e Tania acabam se apaixonando. Tania decide terminar com Gregorio e começa a namorar Manuel. A amizade entre Manuel e Gregorio é rompida.Tempos depois, os médicos dão alta a Gregorio. Numa tentativa de se reconciliar com Gregorio, Manuel vai visitá-lo. Eles se abraçam, demonstrando carinho. Parece haver uma reconciliação. Dois dias depois, porém, Gregorio se suicida com um tiro na cabeça. Tomados de culpa e angústia, Manuel e Tania descem aos abismos da loucura e da desesperança.Alguns dias após o suicídio, Manuel recebe uma caixa que Gregorio deixou para ele. Nela estão cartas, fotos e mensagens cifradas. Manuel vai desvendando os segredos e, com muito sofrimento, descobre uma verdade que o fere, oriunda do túmulo de Gregorio, que se faz presente na vida de Manuel e Tania, levando-os aos mesmos territórios obscuros em que ele viveu. Sentindo-se perdido, Manuel tenta encontrar um sentido para sua vida, e o encontra quando se dá conta da importância do amor.
TRAILER OFICIAL

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A questão humana

a questao humana ASSUNTO
Relações sociais, Psicólogo em RH
Denso, difícil, polêmico, o filme está longe de ser um mero entretenimento. Diversos olhares já foram publicados, conforme pode ser conferido nos sites abaixo.
A Questão Humana” não é um filme de fácil digestão. A sinopse – falando de investigações e nazismo – pode até sugerir uma aventura policial ou coisa parecida. Mas não é nada disso. Com vários níveis e subníveis possíveis de leitura, trata-se uma obra riquíssima, de texto difícil mas fascinante (baseado no livro de François Emmanuel), e que faz uma irresistível provocação. Para o filme, o Nazismo não morreu. Ele apenas mudou de forma e modernamente se apresenta sob a formatação de grandes empresas multinacionais. Os novos uniformes dos prisioneiros agora são alinhados ternos pretos. Abrir uma válvula de gás num campo de concentração é trabalho menos elaborado, se comparado com o dos psicólogos que levam os funcionários à loucura. Relatórios técnicos minuciosamente detalhados que explicavam como transportar o maior número possível de judeus em caminhões, nada ficam a dever à tecnicidade fria dos burocratas de hoje. E se antes se lutava e/ou morria por uma nação, agora quem exige dedicação total até a morte é a empresa onde se trabalha. Mais clicando aqui
Concebido simultaneamente como suspense e como crítica aos modos de produção social (leia-se exercícios de poder) que se baseiam na exclusão e até no extermínio das diferenças, “A questão humana” traz a questão da neutralidade do conhecimento (dito) científico como um dos seus pilares. Como podemos acompanhar nas falas de um de seus mais importantes personagens (Arie Neuman), o exercício de poder que exclui e mata (embora nem sempre de forma direta e explícita) se apropria de tudo aquilo que constitui o campo das relações humanas, desde a linguagem e os sentidos que ela impõe até o conjunto de regras e leis que permeiam os diversos encontros. A artimanha da neutralidade e do apoliticismo serve invariavelmente à violência e à brutalidade, como nos indicam as referências ao nazismo. Ao final, resta a exigência de desconstruir as certezas dos saberes, inclusive para não cairmos na armadilha da eficácia e da performance a todo custo. Simon perceberá que a eficácia de que tanto se orgulhava e que o situava num patamar de destaque na empresa possuía raízes muito pouco nobres.Leia mais clicando aqui
Crítica do Estadão, aqui                   Outra crítica
Revista, aqui                                         Aqui uma crítica negativa

SINOPSE
O psicólogo Simon é chamado a investigar seu superior Mathias Jüst e oferecer uma “avaliação psicológica” que deve servir de suporte para uma estratégia de desmontagem do poder e influência de Jüst. Simon não se furta a esta tarefa. Contudo, os procedimentos que desenvolve bem como a proximidade com Jüst levarão Simon a descobertas que o confrontarão com horrores, sejam os que dizem respeito à função do seu trabalho, sejam os que remetem a experiências dolorosas de outros agentes, tão recalcadas quanto os fatos (históricos) que só aos se tornam compreensíveis. O psicólogo Simon é chamado a investigar seu superior Mathias Jüst e oferecer uma “avaliação psicológica” que deve servir de suporte para uma estratégia de desmontagem do poder e influência de Jüst. Simon não se furta a esta tarefa. Contudo, os procedimentos que desenvolve bem como a proximidade com Jüst levarão Simon a descobertas que o confrontarão com horrores, sejam os que dizem respeito à função do seu trabalho, sejam os que remetem a experiências dolorosas de outros agentes, tão recalcadas quanto os fatos (históricos) que só aos se tornam compreensíveis.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Os Delírios de Consumo de Becky Bloom

 os delirios de b bloom ASSUNTO
Auto-suporte, relações afetivas, Transtorno compulsivo.
Este longa exprime, mesmo que, em forma de comédia, um alerta sobre os cuidados que devemos ter dentro de uma sociedade tão consumista, principalmente a norte-americana.Becky Bloom é uma heroína às avessas. Cheia de falhas, fútil, mentirosa, insegura, consumista ao excesso, gasta mais do que ganha, dá foras enormes, não consegue entender muito bem os desejos e anseios dos outros, a menos que digam respeito a ela mesma. Apesar da ser previsível, o filme tem ótimos momentos para quem procura diversão leve e descompromissada. Como na cena em que o pai de Becky, vivido por John Goodman, tenta consolar a filha: "Se a economia americana pode ter bilhões em dívidas, você também pode, e vai sobreviver". Ou como quando a jornalista procura um grupo de auto-ajuda para consumidores compulsivos e deixa os membros ainda mais sedentos para usarem seus cartões de plástico. O filme fala justamente desse excesso. O foco não é moda, apesar da profusão de marcas desejadas, mas como o exagero em comprar atrapalha imensamente a vida de alguém. Afinal, a gente precisa de tanto? Ou deseja realmente tanta coisa?
SINOPSE
2009 - O filme “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom” é uma adaptação de um romance de Sophie Kinsella, “Confessions of a Shopaholic”. O filme ficou bem diferente do livro, como a maioria dos adaptados.Conta a história de uma jovem jornalista (Isla Fisher) que possui um grande vício: comprar! O grande problema é que Rebecca Bloomwood  não tem freios e faz dívidas estrondosas! A garota possui doze cartões de créditos! Se uma mulher já é capaz de fazer loucuras com um cartão de crédito, imagine vários cartões! A protagonista perde seu trabalho e em meio ao desespero com suas dívidas começa a trabalhar como colunista em uma revista de finanças. Becky  sabe tudo de moda / marca e seu sonho é trabalhar em uma renomada revista de moda, a chamada Alette. Trabalhar em uma revista de finanças é apenas uma solução temporária para pagar as contas e, ao mesmo tempo, tornar-se um caminho para entrar na revista de moda Alette. No desenrolar da história, Becky se apaixona por Luke (Hug Dancy), seu editor.
UM OLHAR GESTÁLTICO
A compulsão por compras pode ser considerada como transtorno grave, quando apresentada de forma severa, então chamada ONIOMANIA, registrada no DSM-IV como doença mental. Entretanto,  oneomania é um distúrbio bastante controverso do ponto de vista psiquiátrico e psicológico, sendo discutida em diversas publicações na busca de nova categorização do tipo de transtorno.
Sem desconsiderar o olhar psiquiátrico para a doença, nós gestalt-terapeutas consideramos a compulsão como uma busca de satisfação de uma situação inacabada. Portanto, olhamos a pessoa e não a doença. Nos casos mais graves trabalhamos em parceria com a psiquiatria, sendo que o nosso olhar permanece voltado para dar suporte ao cliente, durante o processo de atualização de suas necessidades. Isso ocorre, independente da necessidade de encaminhamento ao psiquiatra, com ou sem medicalização.
TRAILER CLIQUE AQUI

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Não correspondido (Unrequited)

NÃO CORRESPONDIDO ASSUNTO
Relações familiares, afetivas, sociais, psicoterapia, luto.
O filme relata a luta de um rapaz que vive em um internato, após assistir o suicídio do pai. A mãe ausente, a perda de um animal que esteve aos seus cuidados e o desprezo da ex-namorada disparam o descontrole do personagem.
SINOPSE
Michael Welch protagoniza o filme que é descrito como um thriller psicológico. Unrequited conta a história de Ben Jacobs, um jovem problemático que, no seu aniversário de 18 anos deve deixar a instituição para “adolescentes problemáticos” onde ele esteve vivendo nos últimos meses. Depois de voltar a viver com sua mãe, Ben descobre que sua namorada, Jéssica Morgan, continuou com sua vida e agora está saindo com um cara mais velho da faculdade. Desesperado por perder o amor de Jessica, o passado problemático de Ben o reencontra quando ele sequestra Jessica, numa tentativa de reaver sua afeição. Caindo numa espiral de descontrole e em um caminho muito perigoso, Ben deve decidir se deixa partir ou se mantem a pessoa que ele ama, mesmo que isso signifique destruir os dois no processo.
TRAILER

sábado, 13 de novembro de 2010

A ressurreição de Adam

a ressureição de adam ASSUNTO
Experiência traumática, trauma de guerra, saúde mental, suporte
Adam (Jeff Goldblum) é um sujeito que caminha entre a genialidade e  a loucura, como forma de tratamento o personagem é encaminhado a um sanatório com outros pacientes que possuem algo em comum, todos ainda sofrem com as conseqüências do Holocausto. O roteiro potencializa um jogo entre o passado e o presente a fim de destrinchar uma experiência psicológica, transitando através de flashbacks pela vida de Adam durante o período da Alemanha nazista, como uma tentativa de complementar seu comportamento presente. Há, portanto, a idéia de juntar peças e mover a narrativa a partir do estado psicológico de Adam, um personagem instável cuja alegria de vida é sombra daquela que tinha antes do campo de concentração. Destaque para o menino, que ninguém foi capaz de ajudar, e, que começa a utilizar Adam como suporte, desenvolvendo uma relação de suporte mútuo.
SINOPSSE
Nos anos 20, Adam Stein era um homem feliz: marido atencioso, pai orgulhoso de duas filhas e estrela da cena vaudeville de Berlim. Um palhaço, um mágico, um homem do espetáculo. É enviado para a guerra e, para sobreviver nas mãos do sádico Klein, comandante do campo de concentração, é forçado a se comportar, literalmente, como um cachorro. Anos mais tarde, Adam vive com outros sobreviventes do Holocausto em um sanatório no meio do deserto em Israel, onde tenta aliviar a dor fazendo palhaçadas e truques de mágica. Até que um dia descobre um paciente cuja existência foi escondida dele: um menino de 12 anos que acredita ser um cachorro. O garoto não fala - late; não anda - rasteja com os braços e pernas. A raiva inicial de Adam logo se transforma em cuidado e preocupação. O menino, que ninguém foi capaz de ajudar, começa a utilizar Adam como suporte. E juntos os dois embarcam em uma dolorosa jornada de volta para a vida.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Obsessão

obsessão ASSUNTO
Obsessão, relações familiares, relações afetivas
Conta a história de uma mãe solteira que foi maltratada na infância e, quando tem um filho, torna-se uma superprotetora e obsessiva. Seus pais viviam um relacionamento de idolatria mútua, ignorando a existencia da filha. Relação misturada entre mãe e filho, isolados do mundo real, vivendo na fantasia da mãe, não do filho. Quando ele entra em contato com o mundo externo, as coisas começam a mudar, pois torna-se ameaça a “perfeição” do mundo construído pela obsessão materna.
SINOPSE
Quando era garota, Emily (Kyra Sedgwick) não recebeu a atenção que achava que merecia de seus pais, Marty (Kevin Bacon) e Sybil (Marisa Tomei). Assim, quando ficou adulta, resolveu fazer uma "produção independente" e acabou tendo Paul (Dominic Scott Kay), que ela carinhosamente chamava de "Loverboy". Paul não gostava deste apelido, no entanto o que mais o incomodava era a atenção sufocante que Emily tinha com ele, não querendo nem mesmo que o filho fosse para a escola, pois assim passaria algumas horas sem a presença dele.
TRAILER

Os vigaristas

vigaristas ASSUNTO
TOC, Pânico, Agorafobia, hipocondria, relações afetivas, relações familiares.
Roy é um viciado em nicotina, obssessivo-compulsivo, sofre de síndrome do pânico, fobia de germes e tem pavor a lugares abertos? Uma agorafobia quase suicida.. Realmente é alguém que deveria encontrar outro tipo de trabalho - o único problema é que ele é bom demais naquilo que faz. Ao mesmo tempo em que narra a transformação que a responsabilidade gerada pela descoberta da paternidade pode causar em um homem, o longa jamais perde de foco a questão da vigarice. O texto tece uma trama que até cede à tentação das reviravoltas, mas faz isso com inteligência, de modo que as três pontas de narrativa se amarrem de forma inesperada. “Os Vigaristas” é um daqueles filmes que, ao final da projeção, estimula o espectador a repassá-lo mentalmente para verificar se há furos no raciocínio do roteiro. É uma história consistente.
Todos os sintomas do personagem revelam-se como hipocondria, no desenrolar da trama. Claro, nem tudo é o que parece, entretanto “o tiro sai pela culatra”, pois torna-se verdade aquilo que não era pra ser, e, sim, o personagem, ainda que saiba que nada era real, sente como se fosse, e se rende a transformação. Isso tudo me lembrou o movimento de tornar consciente da própria “verdade”, se dar conta do próprio movimento, do “ser no mundo”, tudo como condição necessária para nos fornecer capacidade de escolha. Ainda que a intenção não fosse somar, mas subtrair, me pergunto quem realmente ganhou. Confiram e tirem suas conclusões.

SINOPSE
Roy Walker (Nicolas Cage) é um especialista na arte do crime. Juntamente com seu sócio Frank (Sam Rockweel), ele pensa duas vezes em enganar pessoas em busca de dinheiro fácil. Na sua vida particular, no entanto, Roy padece de vários distúrbios: é hipocondríaco (a falta dos remédios provoca gagueira e piscadelas), não sai de casa e tem obsessão por limpeza e organização. Roy Walker (Nicolas Cage) é um especialista na arte do crime. Juntamente com seu sócio Frank (Sam Rockweel). Ele prepara-se para dar um último golpe, quando surge Angela (Alison Lohman), sua filha de 14 anos, que nunca chegou a conhecer. A partir daí, diversas reviravoltas advém deste encontro.
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O pescador de ilusões

o pescador de ilusões ASSUNTO
Esquizofrenia, A questão do outro, Relações Humanas
“O pescador de ilusões” se estrutura em basicamente três aspectos conflitantes e de extrema importância: o personagem Jack Lucas, que é ancora de um programa de radio de falsa auto-ajuda, onde em vez de ajudar, Jack faz uma psicologia reversa, desestruturando e zombando dos ouvintes. A tragédia ocorrida por conseqüência de um mau conselho de Jack a um ouvinte psicótico e o personagem Parry, um homem bem sucedido, vitima indireta da tragédia que se torna mendigo e psicótico. “O Pescador de Ilusões” é um filme recheado de aspectos relevantes a psicologia, que aborda de forma bem ilustrativa e próxima da realidade as doenças mentais, como por exemplo, a depressão, diferentes formas de psicose e as conseqüências de um trauma.

SINOPSE
O Pescador de Ilusões é uma comédia dramática que tem um senso de humor fabuloso e um lado dramático pesadíssimo, que reduz o zeitgeist dos anos 90: AIDS, mendicância, incomunicabilidade, a mídia responsável por tragédias, etc. Contando com uma trama que traz o peso da culpa do personagem Jack Lucas, é um olhar sensível sobre o povo em geral queNietzche carinhosamente chama de "mal-formados". O filme é tão perfeito em suas citações e em sua narrativa inusitada, que mistura cultura pop com o Santo Graal, Cavaleiros Vermelhos e mendigos, que seu final feliz soa mais do que perfeito. A cena em que Willians persegue sua amada enquanto todos dançam ao seu redor é uma das mais belas e singelas já filmadas na história do cinema.
Trailer

O outro lado da rua

o outro lado da rua ASSUNTO
Transtorno bipolar de humor, terceira idade, sexualidade
A narrativa mantém a estrutura policial, mas se concentra no relacionamento deles, desenvolve aspectos relativos à idade e à sexualidade. Os dois são bastante solitários (isso é desenvolvido sem pieguismo), possuem filhos, mas são relacionamentos complicados (que o filme também aborda sem melodrama, dando uma solução legal com restabelecimento de laços). Quando ela liga para seu próprio cachorro para contar que salvou uma senhora de um assalto, abismada, é triste ver que aquela senhora, cheia de energia e determinação, simplesmente não tinha mais ninguém com quem compartilhar o fato. Regina parte para uma aproximação com Camargo, o suposto assassino. Com o desenrolar da história, Regina encontra-se em uma encruzilhada: entregar o homem com quem mais teve relações nos últimos tempos e voltar para a solidão ou continuar a desenvolver esse relacionamento que vai ganhando mais dimensão a cada dia que passa?
SINOPSE
Regina, 65 anos de sinceridade excessiva e ironia incontida, vive em Copacabana com sua cachorrinha vira-lata. Como paliativo para a solidão, ela participa de um serviço da polícia, no qual aposentados denunciam pequenos delitos. Em uma noite de abandono, “fiscalizando” com seu binóculo o que acontece nos prédios do outro lado da rua, Regina presencia o que lhe parece ser um homem matando sua mulher com uma injeção letal. Chama a polícia, mas o óbito é dado como morte natural. Desmoralizada, Regina resolve provar que estava certa e acaba se envolvendo com o suposto assassino. Desse encontro tardio cheio de contradições, acontecido quando a maior parte das pessoas se contenta em esperar o tempo passar inexoravelmente, os dois irão reavaliar suas vidas de um modo que nunca poderiam imaginar.
Trecho do filme:

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mr. Jones

MR Jones ASSUN|TO
Transtornoo bipolar de humor
A história é sobre um homem que é bipolar - vai do êxtase à depressão com o estalar de dedos. Quando está “high”, ele é eufórico, hiper-ativo, alegre e incrivelmente cheio de vida. Isso não significa que ele está no paraíso, no entanto. Ataques de fúria, comportamentos altamente excêntricos e uma megalomania exagerada fazem a interação com o mundo “normal” extremamente problemática. Por outro lado, os problemas reais iniciam com a depressão. Como a maioria dos maníaco-depressivos, a depressão é debilitante, profundamente dolorosa e potencialmente suicida. O filme levantou algumas questões interessantes sobre identidade e como os diferentes estados de ânimo que enfrentamos são determinados por desequilíbrios químicos do cérebro. Até que ponto somos determinados pela nossa neuroquímica? Se tomássemos uma pílula que modificasse os nossos estados de ânimo completamente, deixaríamos de ser nós mesmos? O personagem do filme confronta sua psiquiatra diversas vezes no filme, afirmando que ele não é doente. A "doença" é parte de quem ele é.
SINOPSE
Richard Gere, Lena Olin e Anne Bancroft estrelam esta emocionante história sobre um homem á beira da autodestruição que é salvo pelo amor. Gere é um show de interpretação como Mr. Jones, um maníaco depressivo que, durante suas crises emocionais, é divertido, criativo e envolvente. Chocando a platéia esnobe de uma orquestra subindo ao palco para reger uma sinfonia de Beethoven, ou impulsivamente tomando uma caixa de banco e uma fuga romântica, Mr. Jones é um homem irresistível para qualquer mulher, incluindo a Dra. Libbie Bowen (Olin), a preocupa terapeuta designada para seu caso.
TRAILER

Leolo

leolo ASSUNTO
Esquizofrenia
Léolo passa a maioria de seu tempo lendo o livro L’avalée des Avalés, de Réjean Dumarche, também de origem franco-canadense. E é deste livro em particular, que o garoto tira toda a inspiração para escrever as mais escatológicas poesias e as histórias mais surrealistas dos constantes sonhos nos quais se refugia da vida. Grande parte do tédio que Léolo sente se deve à família. Segundo o garoto, um traço de loucura e esquizofrenia foi passada geneticamente pelo seu avô, pai de sua mãe, para todos os filhos e netos. Desta maneira, Léolo encontra um material espetacular para suas histórias nos tipos encarnados pelos familiares. Seu pai nutre uma obsessão pelo bom funcionamento dos intestinos de toda a família e faz todos os relativos tomarem doses diárias de laxante. O irmão halterofilista não consegue disfarçar sua constante fraqueza interior e o medo das pessoas em geral. Suas irmãs parecem não ter papel algum dentro de casa a não ser reforçar um ambiente assolado pela loucura.Apesar de ver a mãe como a única criatura consciente, terna e amável que vive ao seu redor, Léolo se sente cada vez mais imerso neste mundo de insanidade. Ela é reforçada pelas visitas à enfermaria psiquiátrica que boa parte da família começa a freqüentar. Depois, o garoto tenta matar o avô, o culpado pelo fracasso da família, e fica a um passo de perder os sentidos de vez. Dividido entre a paixão platônica por uma vizinha e a descoberta do próprio corpo, o garoto encontra nos sonhos e na imaginação uma fuga deste aparente buraco negro. Como ele próprio diz: “Porque eu sonho, eu não sou”. Assim, Léolo abre mão de sua liberdade física e começa a criar para si um mundo interior, que provavelmente está muito próximo do que Réjean Dumarche diz em seu livro: “A vida não se passa na terra, mas na minha cabeça”.O filme demonstra ser uma preciosidade rara no cinema, com uma fotografia estupenda e uma narrativa que compõe um retrato de infância baseado em cheiros, timbres, gostos e sensações. O flerte com o bizarro, com o lirismo e com a poesia, faz com que a transição para as memórias e lembranças seja ainda mais fantástica. A música tem papel fundamental aqui, como que por livre associação, a cabeça viaja através do som para os lugares mais longínquos, onde um fiapo de criança e da imaginação ainda resiste, mesmo que um tanto empoeirado.
SINOPSE
Uma família assolada pela loucura. Um pai obcecado com a saúde dos intestinos da família, um irmão cujos exercícios de musculação mal conseguem esconder seu medo das pessoas, duas irmãs que passam cada vez mais tempo em uma enfermaria psiquiátrica, e um avô, o responsável pelo fracasso genético da família. Léolo, o personagem principal, é cada vez mais afundado nessa insanidade. Mas através da liberdade e da imaginação, consegue viver uma vida dentro de si mesmo. O longa do diretor Jean Claude Lauzon conta a história de Léolo, filho de uma família com vários esquizofrênicos que tenta manter a sanidade num ambiente sórdido, no qual a própria biografia é reinventada em um diário. Leolo é o filho mais novo que luta, em meio à desagregação mental familiar, para construir uma identidade própria. Com seus esforços para fugir da loucura social e familiar, acaba se identificando com a possibilidade de expressar os seus sentimentos mais profundos por meio da escrita. Para ele, por coincidência do destino, seu pai é italiano e através de um acidente inusitado com tomates sua mãe foi escolhida ao acaso, o que fez com que o garoto nascesse no lugar errado.
TRAILER

K-pax

k-pax ASSUNTO
Relações terapêuticas, afetivas, sociais, hipnose, psicodiagnóstico.

SINOPSE
Prot (Kevin Spacey) é um homem misterioso, que vive dizendo ter vindo do planeta K-Pax, distante 1000 anos-luz da Terra. Por causa disto ele é internado em um hospício, onde conhece o Dr. Mark Powell (Jeff Bridges), um psiquiatra disposto a provar que ele na verdade sofre de um grave distúrbio de personalidade. Mas as descrições de Prot sobre como é a vida em seu planeta acabam encantando os demais pacientes do hospício, fazendo com que eles queiram ir com Prot quando ele diz que está próximo o dia em que deverá voltar ao seu planeta.
TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
Logo no início da projeção já fica claro que, dentro da representação de mundo desse paciente, ele realmente era um ser de um planeta distante. Como paciente, o Dr. Mark Powell cria uma forte interação e relação de amizade. Aqui vemos um exemplo clássico do movimento humanista, que considera a totalidade do ser, dentro de seu universo. Prot explica que veio de K-Pax, um planeta distante mil anos luz da Terra, viajando através da poderosa energia da luz, e seus conhecimentos em astronomia e supostas contribuições nas curas dos outros pacientes insanos do hospital conseguem confundir o psiquiatra que acaba considerando-o como o mais convincente dos loucos (ou não?). O Dr. Powell recorre então a sessões de hipnose com Prot e consegue descobrir informações importantes sobre seu passado obscuro que podem esclarecer a verdade. A eterna dúvida sobre a real identidade de Prot permanece durante todo o filme, podendo ter uma dupla interpretação no final. De fato, temos a possibilidade de pensar o psicodiagnóstico de esquizofrenia. Entretanto, o filme oferece um deslocamento desse olhar, trazendo uma perspectiva humanista da experiência do paciente. Ainda que seja utilizada a hipnose como suporte, o que fica evidenciado como ferramenta eficaz é o movimento de "estar com". Nesse aspecto, a empatia é fundamental, a realidade do cliente não é confrontada, ao contrário, é o ponto de partida possível para qualquer processo terapêutico. Independente da proporção, todo ser humano enfrenta situações que podem ser insuportáveis, em algum momento da vida. A possibilidade do organismo, diante das adversidades, pode ser acessar um universo particular fantasioso ou desenvolver algum sintoma. Sempre, qualquer alternativa é o melhor que pode ser feito naquele momento, a partir do repertório particular de cada um. K-pax é um filme charmoso, que privilegia o olhar humanista nas telonas, em detrimento dos rótulos habituais. Vale a pena conferir!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Helen

helen ASSUNTO
Depressão
OS acontecimentos vão revelando aos poucos a historia pessoal de alguém que já sofreu uma crise de depressão e quis esquecer. Quando uma nova crise rompe na vida da personagem, todo seu passado vem à tona, seu mundo desmorona. Filha, marido, intervenções médicas e psicológicas, apoio de companheiros com o mesmo diagnóstico, negação, são desdobramentos apresentados durante a trama, apresentando de forma sensível, alguns fatos e conseqüências possíveis de ocorrer nun caso de depressão grave.

SINOPSE
Uma professora de música, mãe e esposa começa a sofrer de depressão grave e viemos a descobrir que tinha havido um episódio passado que resultou no seu divórcio do primeiro marido e sua filha quando ela era muito jovem. Temos que ver o impacto da depressão atual com seu segundo marido, o seu impacto sobre ela agora filha de 13 anos. Há cenas de intervenção médica e psicológica, sua amizade com um estudante de música (com um passado), tanto como professor e depois como companheiros que apoiar uns aos outros.
TRAILER

Geração Prozac

geração prozac ASSUNTO
Transtorno de Humor ou Boderline ?
No filme é abordado um aspecto - o uso indiscriminado de medicação sem um aprofundamento do caso psicológico/clínico da paciente, no caso, Elizabeth, questionando-se ao final do filme, se a medicação alterou ou não seu comportamento frente à doença e as pessoas importantes em sua vida.
Mas frente à incapacidade de criarmos um mundo melhor, a partir de posturas humanas mais dignificantes, mais amorosas, que pudessem construir indivíduos mais inteiros; dezenas de milhões de pessoas usam remédios para alcançarem uma felicidade que suas miseráveis existências por si não lhes presentearão. (...) Leia mais clicando aqui.
Apesar de não deixar claro o diagnostico de Transtorno de Personalide Borderline (ou Boderline), este fica bem claro no decorrer da trama. Pela medicação utilizada, muitos podem levar a crer que Elizabeth tenha um transtorno de humor “apenas”.(...) Leia mais clicando aqui.
SINOPSE
Elizabeth "Lizzie" Wurtzel é uma adolescente que foi aceita em Harvard com uma bolsa de estudos em jornalismo. Ela foi com a sua mãe divorciada, Mrs. Wurtzel, desde os seus dois anos, mas ela sente a falta de seu pai e sente-se carente e depressiva. Quando ela entra na universidade, ela vive com um companheiro de quarto e Ruby tem a sua iniciação sexual com Noah. O seu artigo para o jornal local é concedido pela revista "Rolling Stone". Lizzie abusa no sexo e nas drogas, e a sua crise existencial e depressão aumentam e ela magoa os seus amigos e a sua mãe que a amam, enquanto namora com Rafe. Quando suas noites de trabalho regadas a drogas e sua instabilidade emocional a afastam de sua amiga de quarto e de seu namorado, Lizzie procura a ajuda profissional da Dra. Diana Sterling, que lhe receita o antidepressivo Prozac.
TRECHOS DO FILME:

TRAILER EM INGLÊS

Durval Discos

durval discos ASSUNTO
Psicose, Esquizofrenia
A trama começa mostrando que ali, naquela casa, naquela relação, para aquelas pessoas não há espaço para nada novo. Durval Discos é uma metáfora da vida que parou. Durval Discos tem um enredo que vai muito além do que a princípio se propõe. Tem início o segundo ato de uma história que beira o delírio e a loucura e, se descoberto antes, pode prejudicar totalmente o deleite do espectador. No final temos certeza: estamos diante de um filme que trata sobre a loucura.
Críticas sobre o filme, clique Aqui
SINOPSE
Durval e sua mãe Carmita vivem há muitos anos na mesma casa onde funciona a loja Durval Discos, que já foi muito conhecida no passado mas hoje vive uma fase de decadência devido à decisão de Durval em não vender CDs e se manter fiel aos discos de vinil. Para ajudar sua mãe no trabalho de casa Durval decide contratar uma empregada, sendo que o baixo salário acaba atraindo Célia (Letícia Sabatella), uma estranha candidata que chega junto com Kiki (Isabela Guasco), uma pequena garota. Após alguns dias de trabalho Célia simplesmente desaparece, deixando Kiki e um bilhete avisando que voltaria para buscá-la dentro de 3 dias. Durval e Carmita ficam surpresos com tal atitude, mas acabam cuidando da garota. Até que, ao assistir o telejornal, mãe e filho ficam cientes da realidade em torno de Célia e Kiki.
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Garotas do ABC

 garotas do abc ASSUNTO
Transtorno Dissociativo, preconceito, homofobia, relações afetivas e sociais
Fábio vive a contradição de namorar uma jovem negra, que é apelidada de Schwarzenega pela admiração que dedica ao astro austro-americano Arnold. Entre as demais personagens femininas, algumas se destacam: a operária Paula Nélson, que é assediada por um líder sindical, ao mesmo tempo em que tenta manter a harmonia entre as meninas da fábrica; Antuérpia, que aos 38 anos tenta iniciar-se na profissão de tecelã; e a casta Suzana, apaixonada pelo patrão. Ela parece sentir prazer com os pequenos acidentes de trabalho que sofre e deixam marcas em seu corpo, além de garantir um bom dinheiro a título de indenização. Entre os protagonistas masculinos o mais desprezível é Salesiano de Carvalho, o líder dos neonazistas e mentor intelectual da série de atentados que eles praticam contra nordestinos e negros.
“O grande mérito na engenharia poética deste grande filme brasileiro é unir o particular ao coletivo, o familiar ao social, o afetivo-sexual ao político...” em Cinema terra
 
SINOPSE
No ABC de São Paulo, região de fábricas têxteis e metalúrgicas, um grupo de operárias vive seu cotidiano de intenso trabalho, sonhos e ilusões. Entre elas, destaca-se Aurélia, operária negra, bela e atrevida. Aurélia (Michele Valle), namora Fábio Tavares (Fernando Pavão), um fisiculturista do ABC, com quem sonha em se casar um dia. O rapaz está cada dia mais se envolvendo com um grupo racista da região e gradativamente começa a participar de manifestações violentas contra nordestinos, homossexuais e negros.
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Preciosa

preciosa ASSUNTO
Racismo, pobreza, injustiça social, violência doméstica, abuso sexual, boderline
O filme é um drama pesado e realista, provavelmente não vai agradar a todos. Não é o tipo de filme que você sai leve do cinema; não, é o tipo de filme que, ao terminar a sessão, você sente que levou um soco no estômago. Preciosa é negra, pobre, morbidamente obesa e disléxica. Adolescente, é maltratada pela mãe, que passa o dia inteiro vendo TV, dependendo da caridade do governo e pouco se importando com a filha, a não ser para manter o seu benefício. Precious é fechada, sem amigos, sendo que seu único escape são alguns sonhos/devaneios, onde ela é famosa, tem um namorado branco e rico, etc. Algumas cenas no filme demonstram a fuga da realidade, um mecanismo de defesa que nega acontecimentos tão traumáticos. Com olhar perdido, voz marcante e ar de quem não sabe o que está fazendo neste mundo, a garota dá à sua personagem um incrível senso de alienação que mais tarde perceberemos não ser exatamente um descaso diante da vida, mas sim um escudo, uma crosta criada pelas feridas do mundo. No decorrer da trama, seu personagem cresce, ganha autoestima. E, nos momentos de sonho, a atriz se transmuta totalmente. Vira outra, bem diante dos nossos olhos. Ao resignificar a sua vida ela conseguiu não naturalizar a violência que sofria, a professora teve uma escuta ativa e a amou, sentimento esse nunca vivenciado por ela. O amor de pais nunca teve, o que teve no lugar deste amor nunca caracterizou algo de bom para Preciosa. Sua mãe com características boderline, traços característicos de psicose, é um destaque.
SINOPSE
Ela tem 16 anos, é uma gorda com obesidade mórbida e negra. Mora no Harlem. Seu pai lhe engravidou duas vezes, na 2ª gravidez é expulsa da escola que não lhe ensinou a escrever nem a se comunicar. Teve sua primeira filha aos 12 anos, ela é chamada de “Mongo” em referência à Síndrome de Donwn da qual é portadora, a criança é criada pela avó. Sua mãe é algo que só vendo para saber, mas recebe os cheques da Assistência Social. Ela sonha ter um namorado mas os meninos a odeiam. Sua vida é um inferno e algo acontece quando vai para uma escola alternativa onde conhece Blu Rain (Paula Patton). Além das estrelas Mariah Carey despida do invólucro de diva glamurosa, de um belo Lenny Kravitz e do show de falta de humor daquela que aprendemos a ver fazendo humor, Mo’Nique (Mary, a mãe infeliz de tanta infelicidade) temos muito o que perceber neste longa de temas indigestos e baseado em história real.
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Don Juan de Marco

Don juan de marco ASSUNTO
Esquizofrenia, relações afetivas, familiares e terapêutica
O jovem criou um mundo para si, onde buscava esquecer os acontecimentos traumáticos da sua vida, principalmente relacionados à sua mãe, que, ao que parece, foi uma mulher adúltera. Para se proteger , O “Dom Juan” se utiliza de vários mecanismos de defesa. Ele nega a sua realidade o tempo todo, porque aquilo lhe provoca uma angústia insuportável. O personagem busca assumir a identidade de Dom Juan, evitando assim o reconhecimento das suas próprias inadequações. Ele preferiu isolar os pensamentos que lhe remetiam a fatos desagradáveis da sua vida, desvinculando de outras idéias, para que esses fatos viessem a ficar “esquecidos”, com pouco acesso por ele próprio, evitando as fortes emoções Apesar de apresentar todo esse quadro, o rapaz também se mostrava o tempo inteiro consciente da sua fantasia. Ele sabia que aquela sua estória não era real, conhecia a sua realidade, apenas criou para si, um mundo no qual ele pudesse liberar seus desejos, suas fantasias. Utilizáva-se da máscara justificando esconder sua vergonha por ter sido o estopim da morte de seu pai. Ele conseguia manter uma capacidade de alternância entre a realidade e a fantasia. Estava extremamente consciente de sua vida, de que estava em um hospital psiquiátrico e etc., porém preferia encarar a situação daquela forma fantasiosa, porque lhe era menos desgostoso. O psiquiatra, ao invés de bombardeá-lo com medicamentos, resolveu ouvir sua história e embarcar no seu devaneio, e acabou por envolver-se por completo. Na relação ambos são afetados. O médico, então, passa a ter um comportamento diferente, começa a querer resgatar o romantismo no seu casamento. O delírio de Don Juan é extremamente apaixonante, pois trata de uma forma suprema e graciosíssima das questões do amor e da sexualidade. Uma história que nos leva a refletir sobre nossas visões limitadas de encarar o amor em todas as idades e épocas. É preciso ver através das máscaras.
Dom Juan DeMarco, sob a direção de Francis F. Copolla, mostra um jovem ( J. Deep), que afirma ser Dom Juan DeMarco, um conquistador de mulheres que usa a máscar, se veste como um cavalheiro e ameaça suicídio do alto de um prédio, deprimido pela perda de seu amor. Um psiquiatra,Jack Micller(Marlon Brando) é indicado para tratá-lo.Durante a primeira sessão, o rapaz pede-lhe que ele não lhe dope,que ele lhe contará sua vida. O diretor insiste  que o rapaz é um lunático e que seja tratado como tal.O psiquiatra pede-lhe um tempo, para que possa tratá-lo sem o uso de remédios, o diretor mesmo a contragosto concorda.Nas sessões seguintes, o jovem fala-lhe de sua vida na ilha onde cresceu, cercado de amor  e da paixão dos pais, de sua vida amorosa. Fala-lhe de uma maneira , tão envolvente, que o médico não sabe até onde é realidade ou fantasia.Apartir daí, o psiquiatra passa ter uma visão da vida e dos relacionamentos pessoais.Revigorado, passsa a tratar a mulher Marilyn( Faye Dunaway) , mais atenciosamente com uma paixão  jovial que há muito deixara de existir no relacionamento deles.Tornam-se companheiros e amantes. Quando se encerra o prazo dado pelo diretor,pede a Dom Juan que  fale perante a junta médico quem ele era, um jovem com problemas e que já estava curado. E asim ele recebe alta. O psiquiatra, que estava próximo de se aposentar,  vai para a ilha de Dom Juan , com a mulher e lá passa a viver feliz.
VÍDEOS:
Diálogo - Fantasia e realidade:
TRAILER:

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mary e Max

mary e max ASSUNTO
Saúde mental, exclusão social, compulsão alimentar, autismo, alcoolismo, Síndrome de Asperger, obesidade, gênero, amizade
É uma animação para adultos do diretor australiano Adam Elliot, que versa sobre a solidão e a vulnerabilidade humana, usando a comédia e a tragédia como tempero da sua narrativa. É uma animação que consegue falar poeticamente sobre questões sociais e de saúde mental: trabalho alienado, exclusão social, marginalidade conferida aos doentes mentais, compulsão alimentar, alcoolismo, síndrome de aspenger, suicídio; e do quanto essas questões acabam promovendo ao indivíduo uma sensação de isolamento social. Mary e Max é viagem que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais. Mary é uma garotinha australiana de oito anos, que não tem atenção dos pais, um pai taxidermista nas horas vagas e uma mãe alcoólatra. Max é um senhor judeu de 44 anos, que frequenta uma espécie de "comedores compulsivos anônimos", solitário e meio autista (na verdade, descobrimos mais tarde que ele tem Síndrome de Asperger). Daí, dessas duas almas solitárias (exceto pelo galo de estimação e pelo amigo invisível de Max), nasce uma amizade baseada na troca de cartas (e de presentinhos juntos). Mary e Max é um drama adulto, que tem seus momentos de alívio cômico, mas que é basicamente, um drama. E até meio depressivo. Apesar do clima bastante depressivo em várias partes (como quando Mary se vê no fundo do poço), o filme consegue não se tornar maçante com um clima pesado demais. Além dos diálogos (via cartas) serem muito bons, há ainda diversos alívios cômicos espalhados, o que quebram um pouco o ritmo sombrio e não deixam o filme ser apenas lágrimas. O filme critica a sociedade-do-pouco-contato em que vivemos, mostrando os vícios e as fobias dos personagens, não só dos protagonistas como também dos coadjuvantes, como a mãe e o vizinho de Mary; a vizinha e os cidadãos que Max observa. Uma frase, aparentemente simples, dita pelo médico de Max, Dr Hazelhof, resume o filme: “a vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (…) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”.

SINOPSE
Mary e Max é uma animação stop motion feita com massa de modelar, ou a popular massinha. Filme australiano, aconta a emocionante história (baseada em uma história real) de dois solitários muito diferentes, que por um acaso, acabam se tornando amigos através de cartas (algo que hoje equivaleria a você adicionar/seguir alguém sem conhecê-lo "ao vivo"). Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida.
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Trailer oficial

terça-feira, 10 de agosto de 2010

As confissões de Schmidt

as confissões de scimidt

ASSUNTO


Depressão, terceira idade, luto, Relações familiares, afetivas e sociais, aposentadoria

SINOPSE

2002 -Warren Schmidt é o típico cidadão classe média americano cuja vida baseia-se em dois pilares: trabalho e família. Funcionário há décadas de uma companhia de seguros e casado há 42 anos, de repente, Schmidt se vê aposentado e viúvo. Para piorar, sua única filha vai se casar com um vendedor de colchões medíocre. Agora, sem trabalho e sem família, Warren se pergunta: o que fazer da vida? Em busca de uma resposta, Schmidt embarca no trailer que comprou para viajar com sua esposa e pega a estrada decidido a impedir que sua filha passe a integrar aquela família estranha com gente esquisita Engraçadas e comoventes são as situações que Warren experimenta nessa sua jornada, todas relatadas em cartas destinadas a um garotinho africano que ele nem conhece, mas decidiu adotar à distância na esperança de dar algum sentido a sua vida. O filme conta a estória de um Homem depressivo, pós morte da esposa, o Homem de meia-idade, ao tentar controlar a vida de sua filha, se dá conta que não tem controle nem sobre sua própria existência.

TRALER



O OLHAR DA PSICOLOGIA

“A visão depressiva da vida de Schmidt é uma das melhores análises da sociedade americana e das relações familiares cada vez mais frágeis. Optou-se por um maior aprofundamento na vida de um único personagem e de suas relações com as outras pessoas. O distanciamento entre pais e filhos, um dos enfoques do filme, é uma reflexão sobre a importância dada ao sucesso individual exaltado pelos americanos. E a busca de Schmidt por um sentido para sua vida é altamente filosófica” .
“As Confissões de Schmidt é um filme sobre personagens com vidas comuns em situações comuns, que nos mostra, de maneira bem depressiva, a busca de Schmidt pelo famoso “sentido da vida”. Schmidt está se aposentando. Vive em um bairro de classe média em uma (mais uma) dessas cidadezinhas pequenas e anônimas do interior dos Estados Unidos. Sua vida é monótona ao extremo. Ele considera seus amigos desinteressantes, mesmo amando eles.(...) A cena inicial é magistral: Schmidt, como um robô, encara o relógio até este apontar o exato segundo para ele ir embora, no último dia de trabalho antes da aposentadoria. Essa cena é a síntese do filme, explicando que o que virá pela frente é uma história de tédio, rotina, e depressão. Não é um filme fácil. Muita gente pode sair do cinema deprimida, como o personagem de Nicholson. A história é apenas um pano-de-fundo para a realização do auto-conhecimento, e da busca pelo tal sentido da vida de Schmidt. Ele está ajudando um garotinho órfão na África, enviando-lhe cheques para comida e cartas para se corresponder com o garotinho. Nessas cartas (que servem também para analisarmos e descobrirmos como funciona a cabeça e os sentimentos de Schmidt) ele solta toda sua raiva e dúvida em relação à vida que está levando e às pessoas que o cercam. Profissional em estatísticas, ele sabe que tem 73% de chance de morrer nos próximos nove anos. Não há mais tempo a perder.”  Clique aqui para ler mais...