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domingo, 1 de julho de 2012

Vincent quer ver o mar

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Anorexia, Síndrome de Tourette, TOC, luto, relações afetivas e familiares.



SINOPSE
Vincent, um rapaz que sofre de síndrome de Tourette, foge de uma instituição junto com outras duas pessoas, uma moça anoréxica e um rapaz com TOC, para viajar à Itália e realizar o último desejo de sua mãe.


TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Trata-se de um filme alemão de 2010, que apresenta a aventura de três pessoas com diferentes transtornos psiquiátricos. Ainda que retrate fielmente os comportamentos correspondentes a cada um dos transtornos, a trama nos presenteia com um olhar diferenciado e bem humorado. A viagem, que para Vincent tem a finalidade de atender ao desejo da mãe falecida, se torna um aprendizado para todos. Fora dos muros da instituição, as relações vão sendo desenvolvidas de forma surpreendente. Com humor e fotografias belíssimas, o enredo revela o desenvolvimento de novos sentidos para conceitos como respeito, amizade e solidariedade, sem que seja omitido o sofrimento e os conflitos pessoais de cada um.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A vida no paraíso - Como no paraíso

 
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Relações sociais, afetivas, terapêuticas e familiares, perdas, medo, violência doméstica, diferenças, auto-suporte, Gestalt-terapia.

SINOPSE
Um maestro de sucesso internacional interrompe inesperadamente sua carreira e volta para sua cidade natal no extremo norte da Suécia. Sua fama logo cria um burburinho na cidade, fazendo dele objeto de curiosidade, fascinação e desconfiança. Não demora muito para ele ser convidado a dar uma ajuda ao coro da igreja. Relutante em voltar 'ao centro do palco', ele acaba tendo que aceitar o convite e se surpreende com a redescoberta do amor que sentia pela música. O trabalho com o coro traz novas amizades, mas também novos - e velhos - inimigos. E também traz um novo amor. Fonte da sinopse, clique aqui.
TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
"Ouvir é o princípio de tudo.”
No caminho de volta, Daniel diz para si mesmo que não tem ideia do motivo que o traz para o lugar de lembranças tão dolorosas, desconfio que aí está a ilustração de como as situações inacabadas nos fazem retornar ao ponto de partida. Sempre podemos reescrever nossa história, não há dúvida. De fato, a sensação de pertencimento é o que o traz ao local que havia deixado marcas de dor em seu corpo e em sua alma. Mas, seu sonho sempre foi compor uma música que abrisse o coração das pessoas. Por mais que tente resistir ao seu dom musical, o maestro acaba encontrando sua liberdade exatamente na música. O processo de transformação que se dá a partir de si, numa troca rica entre os participantes do coro. O maestro busca a voz interior de cada um. Assim como o processo terapêutico gestáltico, Daniel utiliza de qualquer ferramenta que possa favorecer o encontro de cada um consigo e com o meio. É lindo assistir cada componente confrontar seus monstros pessoais e simultaneamente, descobrir seus potenciais. Despertando diariamente o potencial de cada um e de si mesmo, Daniel transforma e é transformado.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Filhos do paraíso

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Infância, relações afetivas, familiares e sociais, valores, amizade, respeito, objetivos.

SINOPSE
Ali (Amir Farrokh Hashemian) é um menino de 9 anos proveniente de uma família humilde e que vive com seus pais e sua irmã, Zahra (Bahare Seddiqi). Um dia ele perde o único par de sapatos da irmã e, tentando evitar a bronca dos pais, passa a dividir seu próprio par de sapatos com ela, com ambos revezando-o. Enquanto isso, Ali treina para obter uma boa colocação em uma corrida que será realizada, pois precisa da quantia dada como prêmio para comprar um novo par de sapatos para a irmã.
TRAILER



Indicado pela colega Renata, o filme se revelou imperdível. Costumo dizer que viajar e conhecer outras realidades nos dá a oportunidade de vida mais saudável. É verdade, quanto maior for o número de culturas diversas, mais nosso próprio mundo terá a chance de ser expandido. Simples assim. É como também acontece em nossas relações, quanto mais estreito for nosso círculo de amizades, maior o número de neuroses e conflitos. O mundo vai se fechando, vamos naturalizando “verdades”, “deveres”, certezas... Sobra pouco espaço para dúvidas, criatividades, novas questões ou sonhos. Nosso mundo fica pequeno e previsível. É como diz a propaganda: “o que move o mundo são as perguntas”.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
“Filhos do paraíso” nos convida a viajar para outro mundo, para o universo sensível, puro e simples da vida. Quanto Ali perde o sapato da irmã, não pretende colocar a culpa em outra pessoa, nem fugir da situação. Em nenhum momento, o menino se vale do ocorrido para fugir da própria responsabilidade. A parceria entre os irmãos é algo delicioso de se ver. Eles compartilham mais do que apenas o calçado, eles partilham esse período de vida tão delicado. O universo dessas crianças é muito diferente do que conhecemos. Falta dinheiro, modernidade, oportunidade, falta muito. Entretanto, sobram valores, sensibilidade, dedicação e amor. A ingenuidade do pai, quando vai bater de porta em porta, contrasta com a firmeza de seus valores, conforme fica evidenciada na cena do açúcar. Ainda que retrate o contraste entre diferentes classes sociais, o filme nos faz refletir sobre valores, prioridades, escolhas. O ator mirim que faz Ali nos ganha a cada instante. O que é aquela expressão de urgência do menino quando convence o professor de sua necessidade de participar da corrida? Em nenhum momento ele quer ir além do terceiro lugar, pois o que ele precisa – um calçado novo para a irmã – é prêmio para a terceira colocação. Ele pode mais, não interessa. Seu objetivo não é ser o primeiro, nem ganhar premio melhor. Ele só quer dar um calçado a sua irmã. Simples assim. Ele não mede esforços para tanto.

domingo, 22 de abril de 2012

Dias e noites

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Relações familiares, afetivas e sociais, abuso sexual e de poder, violência doméstica, identidade, história.
SINOPSE
Clotilde (Naura Schneider) se casou ainda jovem, por conveniência, com Pedro Ramão (Antônio Calloni), um rico fazendeiro do interior do Rio Grande do Sul. Decidida a não ceder às tentações da época e à violência do marido, Clotilde questiona os valores da sociedade local e resolve sair de casa. Isto faz com que perca a guarda de seus dois filhos. Já em Porto Alegre ela luta na justiça para reaver sua família, contando com a ajuda do advogado Motta (Zé Vítor Castiel) e do playboy Felipe Clerbon (Dan Stulbach). Entretanto a principal ajuda que recebe vem do empresário Aires de Lucena (José de Abreu).
TRALER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Não faz muito tempo, as verdades eram outras. Diante da comemoração de 5 anos da lei Maria da Penha, vale a pena assistir ao filme, que mostra uma realidade recente, violenta e abusiva, que retrara o poder masculino da família patriarcal. A história retrata a trajetória de uma mulher, que durante 3 décadas luta para sair do lugar comum e ainda assim reconquistar a família. O casamento da jovem Clotilde é resultado de um acordo comercial, mas ela tinha esperança de não ser apenas mercadoria, queria viver uma paixão, uma estória de amor, um sonho. Mas sua realidade é um bem diferente de seus sonhos, não há carinho, respeito ou amor em sua vida conjugal. Seu marido já tinha sido casado e ficou viúvo ao mesmo tempo em que perdia um filho, durante o parto da falecida esposa. Sua obsessão é ter um filho varão e não mede esforços para tanto. Vítima de violência física e psicológica, Clotilde enfrenta dias e noites de abusos, tal qual a égua indomada. Suas reações beiram a loucura, não é possível se adaptar seu sonho de família à realidade de sua vida conjugal, ela não suporta e sai de casa. As palavras de sua avó, no momento em que Clotilde repousa em seu colo, retratam os valores de uma época: “Você poderia ter escolhido ser apenas uma mulher. Mas você, meu amor, escolheu ser gente. E isso, nenhum deles pode entender.”

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A vida dos outros

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Regime totalitário, relações sociais, relações afetivas, solidão, arte, criatividade, sociedade do espetáculo, eu-outro, individualidade, identidade, História: Guerra Fria, Cortina de Ferro.

SINOPSE
Em 1984, quando o muro de Berlim ainda estava intacto e a Alemanha era dividida em duas, o autor teatral Georg Dreyman acredita fielmente no socialismo da República Democrática Alemã (RDA), se mantendo como um dos poucos intelectuais insuspeitos. Sedento pelo poder, o Ministro da Cultura Bruno Hempf decide investigar o autor, que, se tiver algum podre escondido, pode lhe render maiores cargos, além de mais liberdade em na relação com sua amante, a atriz fetiche e namorada de Dreyman, Christa-Maria Sieland. O oficial designado para a missão é Gerd Wiesler, o melhor interrogador da Stasi, a polícia política do regime. Vigiando momentos íntimos da vida de Dreyman, o agente passa a entender como os intelectuais enxergam a RDA, e passa ele mesmo a questionar os métodos usados, de invadirA Vida dos Outros. Quando um grande amigo de Georg se mata e ele descobre que o regime esconde os registros de suicídio, o escritor decide publicar secretamente um artigo sobre isto no Ocidente. Wiesler, então, terá que escolher de que lado irá ficar. Leia mais clicando aqui.


TRAILER
 

Indicado pela colega Rosane Pimentel, o filme revela uma realidade pouco explorada, ocorrida na Berlim Oriental de 1984. De fato, a forma como o governo controlava a população parece algo muito distante da realidade que é conhecida por muitos de nós. Não falamos da Alemanha de Hitler, falamos de pouco antes da derrubada do muro de Berlim. Uma história recente, com personagens que ainda estão vivos para contar o que viveram. É importante retomar a história para que seja possível compreender o que o filme retrata. Após a guerra, a Europa estava destruída e precisava se reerguer. Diversas reuniões entre os líderes políticos mundiais resultaram na divisão da Europa. O Leste ficou sob o domínio do Bloco Socialista (países da CORTINA DE FERRO) e o Oeste europeu ficou com o bloco capitalista. Na Alemanha de 1949 é formada a RDA (República Democrática Alemã) ou Alemanha Oriental. A política do líder sociético Stalin é muito dura em países como a Alemanha. O Estado possuía poder absoluto sobre a vida dos alemães de então e criam o Ministério de Segurança do Estado (STASI). A STASI funcionava nos moldes soviéticos, tornando-se um serviço Secreto de ideais socialistas caminhando para o totalitarismo. Sendo “o Escudo e a espada do partido”, a STASI sufocava qualquer possibilidade de oposição, garantindo os ideais do Estado através de violência física e/ou psicológica, prisões, espionagem e censura. O regime totalitário estabeleceu o terror, restando pouco espaço para a humanidade de cada indivíduo, como veremos no filme.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Medianeiras: Buenos Aires na era do Amor Virtual

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Depressão, solidão, síndrome do pânico, rejeição, relações afetivas, sociais e virtuais, fobia social, psicologia social, clínica e escolar.

SINOPSE
Mariana e Martin são dois jovens solitários que moram em prédios vizinhos, mas não se conhecem. Ambos vivem num mundo interior que é contado ao espectador através de narrações e colagens de imagens. Compartilham as mesmas angústias de milhões de pessoas no mundo inteiro; solidão, isolamento, dependência de antidepressivos e problemas de relacionamento. Quase se esbarram a todo o momento, mas se tivessem uma oportunidade de ficar a sós poderiam juntar suas solidões.
Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual conta a história de Martin, Mariana e seus desencontros. Eles vivem na mesma cidade, na mesma quadra, em apartamentos um de frente para o outro mas nunca conseguem se encontrar. Só conseguem se relacionar via internet. Se conhecem online, mas na vida offline se cruzam sem saber da existência um do outro. Como se encontrar no mundo "real" em uma cidade de 3 milhões de habitantes? Nas palavras de seu diretor Gustavo Taretto, "Medianeras é o resultado de várias ideias, que em algum momento -- que eu nem sei dizer qual -- começaram a se unir. A maioria delas é o resultado de minhas observações e da minha curiosidade sobre Buenos Aires e seus habitantes que muitas vezes vivem suas vidas mais na internet do que fora dela.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Antes de qualquer coisa, devo admitir que as indicações da colega Renata Rodrigues são sempre nota mil. Ela escreveu em meu face: Filme fantástico onde percebo que são suscitadas bastante questões emergentes de forma poética e metafórica: O que estamos buscando? Que sentimentos tentamos evitar sob a fulgaz sensação de proteção e um possível afastamento das relações verdadeiramente humanas, do que é belo, do que realmente vale a pena ser vivenciado, muitas vezes, tentando nos proteger sobre a carcaça emocional proporcionada pela virtualidade como um todo?Através de narrações em off dos próprios personagens e com passagens de tempo marcadas por estações do ano, a história de dois jovens é contada em paralelo, com bom humor, ironia e uma pitada de reflexão que remete às nossas próprias realidades quando o assunto é o afastamento cada vez maior que temos do convívio das pessoas por conta do ritmo frenético e das mudanças de comportamento do mundo moderno. A frase de Martín “A Internet me aproximou do mundo, mas me afastou da vida” representa bem algumas das mensagens deixadas pelo filme. O título Medianeiras? Creio que não há uma definição única, só assistindo para darmos a nossa atribuição de sentido ao nome. Recomendo muito! Patricia Araujo Santos, dê uma olhada, tenho certeza de que irá adorar! - Ela tem razão, eu adorei! Um pouco mais que isso, se é possível, amei!
O início do filme me lembrou muito as aulas de Psicologia Escolar com a professora Marcia Parga. No estágio, fazíamos um trabalho de visitação às escolas, onde tínhamos que fazer um “diagnóstico físico” da mesma. A experiência me fascinou, pois não servia somente para escolas. Nós registrávamos tudo que era observável na disposição física do lugar, para que depois tentássemos compreender o que aquela aparência informava a respeito da instituição. Depois de compreender melhor o processo, percebi que estava ali uma evidência clara de que é possível estar disponível à sensibilidade através do que nos é óbvio, mesmo que a aparência tenha o histórico de nos enganar. De fato, estar disponível ao óbvio é o ato de conseguir perceber com sensibilidade o que de fato está sendo mostrado, sem explicações, apenas descrevendo: O fenômeno se revela no óbvio.

terça-feira, 20 de março de 2012

3 idiotas

 
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Vida acadêmica, escolha profissional, sistema educacional, suicídio, amizade, relações afetivas, familiares e sociais
O filme Indiano anda me atraindo muito. Temos pouco acesso ao estilo, infelizmente, mas nenhum dos que me foram indicados decepcionou. Muito pelo contrário, cada vez me surpreendo mais com o estilo. Definitivamente virei fão de carteirinha! 3 Idiotas me foi indicado por um leitor da África, que após descobrir em meu blog outro filme indiano, sugeriu que eu o assistisse. Só tenho a agradecer por essa joia do cinema de Bollywood. Trata-se de um filme longo, porém não nos damos conta disso, tal a dinâmica da trama. Marca registrada do filme indiano, não há como definir um único gênero. Podemos considerá-lo comédia, devido à proposta geral, entretanto drama e musical fazem parte do show. Isso tudo sem torná-lo confuso ou pesado, pois as mudanças ocorrem num piscar de olhos, sem que dê tempo de fixar um único estilo. Dentre os temas discutidos no filme, temos: A escolha profissional e a influência familiar; A formação no estilo de formatação, ou seja, sem oferecer estímulo a construção de novos pensamentos; A concorrência de mercado em detrimento do talento pessoal; A amizade e a busca da auto-realização.
Rancho é um personagem único, que nos encanta todo tempo. Ele tem coragem de questionar o estatus quo, seu único interesse é aprender cada vez mais. Como ele afirma, a busca da excelência será primordial, o dinheiro será consequência. Seguindo a máxima de que o que move o mundo são as perguntas, o personagem incomoda aqueles que não percebem a estreiteza do lugar comum, seguro, tradicional. Há resistência à mudança, o que é algo bem conhecido no mundo neurótico em que vivemos. Como se fosse possível cristalizar alguma forma de vida, paralisando-a com algum encantamento. A vida sem transformação deixa de ser vida, e até mesmo aquele lugar de inquestionável fama e sucesso, perde seu status quando a tradição insiste em estacionar no tempo e espaço. Rancho denuncia os prejuízos sociais promovidos pela forma como o ensino superior é oferecido na região, o que resulta em alto índice de suicídio entre os jovens. Ele busca respostas no que se revela óbvio, priorizando os fenômenos como acontecem, e não as explicações e justificativas que vão aprisionando conceitos obsoletos. Em cada cena, Rancho se mostra sensível aos fatos que o cercam, e tudo que faz é apenas questionar o óbvio, a dissonância entre atos, lógicas e sensações. Inteligente, fiel a si mesmo, Rancho se revela sensível à necessidade dos amigos e com seu jeito particular de ser, consegue tocar cada um. Posso ousar dizer mais sobre o personagem, chega a ser terapêutico tê-lo como amigo. A empatia lhe é peculiar. Aos que nao conhecem o termo, empatia é a capacidade de se perceber no lugar do outro, compreendendo sua dor ou alegria, seu mundo particular, deixando em suspenso sua forma de ver o mesmo mundo. Ainda assim, depois de retornar ao mundo pessoal, é incapaz de julgar o outro, apenas sinaliza as aspirações que consiguiu perceber. Logo no início do filme percebemos a marca de sua passagem na vida das pessoas, pois revê-lo se torna para os amigos uma prioridade. A mistura de estilo só faz encantar, pois até mesmo as músicas e danças são inseridas de forma tão deliciosa, que você se pega querendo dançar ou cantar junto. Então, quando pensamos que a solução simples virá a seguir, a trama nos surpreende com algo impactante, vamos do riso ao choro em segundos, sem que nenhuma sensação permaneça por muito tempo. É marca de um estilo diferente, que torna a experiência deliciosa. A propósito, nenhum deles é idiota, o sistema denunciado por eles, sim! Vale a pena conhecer esse universo, recomendo!
3 Idiotas discute a educação rígida na Índia, na qual muitos rapazes são mandados para escolas de engenharias pelos seus pais, sem direito à escolha, visto que é uma profissão que tem um futuro promissor nesse país, além de questionar os métodos de ensino, que tratam os alunos como máquinas e não seres humanos (Leia mais clicando aqui.).
Trecho musical do filme
SINOPSE
É a história de três amigos, os três idiotas do título, que estudavam engenharia na mesma universidade, sendo essa muito renomada e a causa de muito estresse entre seus alunos. Rancho (Aamir Khan, que coincidentemente está em Lagaan e Somos Todos Diferentes – nesse último também é diretor) é um aluno genial, que foge do convencional (ele procura entender e aprender, ao invés de decorar) e com uma história de vida desconhecida. Após a conclusão do curso, ele some. Passados cinco anos, um ex-colega de classe reaparece aos dois amigos de Rancho, alegando que tem pistas do seu paradeiro. Dessa forma, não só a viagem em busca dele começa como também a do próprio espectador, que além de conhecer alguns lugares da Índia, entenderá como essa bela amizade foi construída e porque Rancho é uma figura tão marcante e querida, além de saber sua verdadeira história. Leia mais...
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segunda-feira, 19 de março de 2012

A árvore da vida

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Casal e família, auto-suporte, relações afetivas, familiares e sociais, divino/natural, luto, conflitos existenciais.
Confesso que já tinha visto o filme e não tive inspiração para postar. Hoje, uma seguidora sugeriu que comentasse sobre, eu me senti como uma criança quando lhe puxam a orelha. Fui, então, rever o filme para avaliar a possibilidade e descobrir o motivo de não ter dado a atenção devida. Desde o início do blog, venho amadurecendo a forma comentar os filmes, que vem sofrendo transformações ao longo do processo. Certamente, em determinada ocasião foi priorizado um ou outro aspecto, dependendo do meu contexto de vida em cada momento.
Cinema e psicologia podem se encontrar em diferentes perspectivas, seja pelo tema que propõe a trama ou pela indicação deste ou aquele tipo de público que irá assistir. De fato, foi difícil para mim, por exemplo, classificar as postagens. O tema de um filme pode abordar uma questão psicológica explícita, informar ou desenvolver soluções. Pode também ser indicado para um estilo de público ou apenas ser um filme utilizado por terapeutas como ferramenta de trabalho que auxilia um processo psicoterapêutico. De acordo com a fase que estou vivendo eu priorizo um ou outro aspecto, tudo vai depender da forma que o filme me toca. Confesso que quando assisti “A Árvore da vida” eu o achei muito, muito chato, cansativo, pesado e não tive nenhuma vontade de comentar sobre. Agora, a indicação da Telma provocou reflexões sobre tudo isso e, claro, me fez reconsiderar o filme. Não me permiti descobrir o porquê de não tê-lo feito antes, pois acredito que tudo nos é revelado no devido tempo, ou seja, cada um tem seu tempo para contatar de um jeito ou de outro as novas experiências que o mundo oferece.
De fato é um filme de difícil compreensão, um estilo pouco apreciado pelo público em geral. Capaz de provocar diferentes reflexões, a trama pode também ser considerada muito, muito chata. Concordo com o comentário de Marco, quando diz que é um filme para poucos. E acrescento, não apenas pelo estilo, mas também pelo momento em que a pessoa assiste. Como ele afirma: um filme disposto a mexer com crenças e dogmas, e é um bom convite ao ato de pensar. (...) Não é fácil assistir ao filme, isso é notório. Fato é que é possível admirá-lo, senti-lo e mesmo assim não saber ao certo o que tudo quer dizer. Por vezes, pode ser recorrente a dúvida em saber se toda essa experiência foi proveitosa, enriquecedora, ou uma bagunça incapaz de encontrar coerência em sua linguagem. (leia mais clicando aqui.).
Por coincidência, assisti na última sexta, o sensacional monólogo “A alma imoral”. E, de fato fez toda a diferença em minha experiência de rever o filme. A peça é baseada no livro de Nilton Bonder, que entre outras reflexões, afirma: A natureza animal (cobra) escolhe a mulher para plantar a semente da transgressão e repassá-la ao homem para que, juntos, transgridam. O Criador implanta a primeira consciência através de uma proibição. Quando proíbe a criatura, abre a porta da co-criação. A alma é transgressora, é livre e não pode ser aprisionada no corpo, que segue o que é correto. Ele continua adiante: A verdadeira alma é transgressora. (...)A tensão entre BOM (alma) e CORRETO (corpo) nos oferece a experiência de bem-estar.
No filme, somos convidados a refletir também sobre polaridades. No início, o filme aponta ser possível viver o caminho da natureza, mundano, que satisfaz a si mesmo ou o caminho da graça, absoluta e universal - e diz inicialmente que é preciso escolher um deles. A trama se desenrola sugerindo que esses dois rumos são complementares. Dualidade que também está presente em A alma é imortal, quando sugere a JUSTA TENSÃO (excitamento) que nos oferece a experiência de bem estar. Não está em jogo a luta, falamos da tensão que se revela na experiência e reconhecimento da profunda dependência entre o BOM e o CORRETO, ALMA e CORPO. Podemos considerar a dualidade pai e mãe que lutam dentro do personagem, o amor severo e o amor quase divino, e a dualidade do próprio filme que pode ser considerado super chato ou um filme genial. Parece que essa tensão é o fato mais marcante da obra, que deixa a encargo de quem assiste escolher um dos lados de uma guerra, ou apenas refletir com a tensão. Fica a dica, se não viu ainda, escolha um bom momento para fazê-lo.
O filme mostra as origens e o significado da vida através dos olhos de uma família da década de 1950, tendo temas surrealistas e imagens através do espaço e o nascimento da vida na Terra. A trama passa pela história dessa família americana, com o pai opressor, que carrega o peso da responsabilidade e da educação dos três filhos, que veem na mãe o porto-seguro de afeto que necessitam. Esse pai quer apenas cumprir seu papel, ser o melhor “pai” dentro daquilo que percebeu como modelo de pai. A mãe, por outro lado, segue a linha do afeto, daquele modelo que compreende como o correto da função de ser mãe, não contestando qualquer das ações da função paterna. A polarização está presente nessa trama familiar, que revela a cotidiana tensão entre o bem e o mal, o bom e o correto. Ao mesmo tempo, o diretor dialoga com o futuro de um desses garotos, perdido nesse emaranhado de edifícios, espremido ainda por essa criação e o trauma da morte do irmão. A partir desses dois pontos, A Árvore da Vida então convida seu espectador a passear pelo significado de existir, e se não encontra a resposta é por que tem a clara certeza que é função de cada um chegar as suas próprias conclusões. O filme vai do Big Bang ao final de todas as coisas e cria essa experiência sensorial, profunda, tremendamente visual... (leia mais Clicando aqui ).
(...) a luta interna de seu personagem central, Jack (Sean Penn), amargurado filho de um casal com ideologias completamente diferentes. A trágica morte do irmão mais jovem do protagonista, aos 19 anos, marcou aquela família para sempre, com este trauma ainda se fazendo presente muitos anos depois. Clique aqui para ler mais.
Outros olhares
Este filho, um pouco mais velho, está na fase do Complexo de Édipo e tem vontade de matar o pai, literalmente. Vive o conflito de não poder fazer tal ato. Ama a mãe, mas também briga quando ela não o defende dos atos imperiosos do pai. Todas as derivações da formação do indivíduo são colocadas em cena. Repare bem isso no filme. Inclusive nas relativizações no tempo e no tempo psicológico da formação do indivíduo, no caso, este menino. Leia mais...
Enredo/resenha Clique aqui.
SINOPSE
O cotidiano de uma família comum da década de 50, os ensinamentos comuns à figura paterna e as consequências da pressão sofrida na infância são os principais temas pelos quais se debruçam os personagens de Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain. O enredo, que faz referências aos mistérios da existência como o Big Bang e o fim do mundo, culmina na busca pelo perdão e pelo amor oferecido de forma gratuita.
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domingo, 19 de fevereiro de 2012

Meu nome é Khan

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Autismo, “Síndrome de Asperger”, Luto, preconceito etnico, diferença, violência, amor, perdas, superação, potencialidades.
SINOPSE
O filme “My Name is Khan” conta a história de Rizvan Khan, um indiano portador da síndrome de Asperger's, um tipo de autismo. Depois que se muda para os Estados Unidos, Khan se apaixona por Mandira, uma cabeleireira separada que vive com o filho Sameer (Sam). Khan é maometano e Mandira, hindu, mas suas diferenças religiosas não impedem que se casem. Os problemas começam com o 11 de Setembro, quando passam a ser atacados por sua origem étnica e devido a generalizações preconceituosas. Depois de sofrer bullying por parte de colegas, Sam é morto em uma briga, e Mandira, revoltada, culpa o marido, e lhe diz que ele só poderia voltar depois que dissesse ao presidente da república que ele não é um terrorista, e que o filho dela também não era. Rizvan interpreta isso literalmente, e empreende uma peregrinação para ter sua esposa de volta.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Madrugada, carnaval, ligo a TV e encontro o filme no telecine. “Asperger” me chama a atenção na sinopse, mas a intenção era apenas que me ajudasse a dormir e depois poderia procurar o filme para assistir com calma. Eu já estava com muito sono, no entanto fui despertada pela trama que me envolvia mais e mais, a cada momento. Acabei por ver o filme completo, às vezes chorando, às vezes rindo, mas completamente encantada. Ultimamente tenho me deparado com filmes indianos imperdíveis, este é um deles, recomendo! Trata-se de uma trama muito bem costurada que aborda assuntos diversos. A história de uma pessoa diagnosticada com Síndrome de Asperger, e sua forma de funcionar no mundo diante das mais diferentes dificuldades que encontra em seu caminho. Khan é também mulçumano e está incluído no grupo das pessoas boas, pois como dizia sua mãe “só há uma única diferença entre os seres humanos, as pessoas boas e as más”. Apesar dos obstáculos impostos por seu funcionamento, o amor de sua mãe o permitiu desenvolver suas potencialidades, tornando-o um adulto inteligente e habilidoso. Ao trabalhar com a venda de produtos para salão de beleza, Khan conhece Mandira, uma cabelereira por quem se apaixona. Logo que compreende o que sente, embora tenha dificuldade tanto de expressar sentimentos como de fazer contato, ele se emprenha em convencê-la a se casar com ele. Mandira têm um filho que aos poucos vai se tornando também filho dele, que acaba por registrá-lo como tal. A família se muda para Los Angeles, onde a esposa começa o próprio negócio, um salão de beleza, onde o casal segue trabalhando, construindo a família tão desejada por ambos. Até aqui, somos convidados a compartilhar momentos de alegria com essa doce e pura criatura e sua determinação e pureza de lidar com o mundo. A trama muda de tom e nos proporciona momentos de tristeza e perplexidade diante de todos os acontecimentos a partir de 11 de setembro.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O silêncio de Melinda

 
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Abuso, Adolescência, relações familiares, afetivas, sociais e terapêuticas, psicologia escolar, familiar e do adolescente.
A princípio, achei que fosse um filme sobre o universo adolescente. Afinal, guardando as devidas diferenças culturais, alguns dos dilemas da adolescência são universais. O que logo fica evidente na estória é a ambigüidade tão peculiar a esta etapa de vida. A necessidade de se diferenciar e, ao mesmo tempo, de sentir-se igual outros. A dicotomia é comum na mudança para o mundo adulto, pois há um ímpeto em querer ser “único”, se destacando na multidão, se opondo a tudo que lhe parecia até então “verdadeiro”. Por outro lado, há também a necessidade de se identificar com algum grupo que lhe dê um “lugar”, nessa fase que se entende como um “nada”, para algumas situações não é mais criança, para outras ainda não é adulto.
Pois bem, Melinda relata suas sensações a partir do primeiro dia de aula, com as reclamações que poderiam ser de qualquer aluno nesta fase. Aos poucos, vamos acompanhando com detalhes seus contatos com o universo escolar e começamos a desconfiar que a personagem seja vítima de bullying. Podemos acompanhar sua angústia diante de cada rejeição, cada fato que lhe causa dor. No desenrolar da trama, acontecimentos do ano anterior, aos poucos são revelados, nos fornecendo pistas sobre o que poderia ter causado, não apenas seu comportamento isolado, mas também o comportamento de todas as tribos que a rejeitavam.
Logo ficamos sabendo que os colegas a odeiam por ter chamado a polícia numa festinha do outro ciclo escolar, prejudicando muitos. Sua versão dos fatos começa a nos ser apresentada através de flashbacks, que nos revelam trechos dessa mesma festa. As relações de Melinda foram contaminadas. Fica clara a diferença entre a Personagem “enturmada” no passado e a que se revela isolada, sendo considerada “esquisita” por aqueles que não presenciaram a festa. Em casa ela dá sinais de que algo anda errado, tanto quanto no ambiente escolar, mas nem seus pais nem seus professores tentam descobrir o que de fato ocorre com a moça. Então, somos familiarizados com a origem de tudo: O galã da escola havia a estuprado na tal festa e na atualidade namora a sua ex-melhor-amiga. O silêncio de Melinda é também o silêncio de muitas que passam pelo mesmo episódio, faz parte de um comportamento padrão, quando a vítima é paralisada, fica confusa entre a culpa e a vergonha, sem conseguir elaborar o fato.
Então, o professor de artes, começa a dar espaço para a expressão de sua dor. Aqui, como no filme “Somos todos diferentes”, o professor de artes configura perspectivas da relação terapêutica. Ele estimula sua expressão a cada momento, dando espaço para que ela possa aos poucos se reconstruir, se integrando, organizando através da arte seu mundo dilacerado. Suas angústias vão sendo aos poucos enfrentadas, restando apenas o segredo do passado que implora por ser revelado.
Faço aqui um intervalo para chamar atenção sobre outras formas de comunicação. Pais e professores que conhecem o aluno podem perceber mudanças bruscas que tentam dizer algo. É certo que a adolescência em si caracteriza comportamento diferenciado, mas as bruscas mudanças estão sempre a serviço de comunicar algo. É preciso mais que ouvir palavras, o corpo e as atitudes também falam! Tente perceber as diversas tentativas desse “organismo” se comunicar no filme, seja o momento do pesadelo, ou de diversos outros movimentos. Em gestalt-terapia, nossa visão de homem abrange um “organismo em relação”, que é o conjunto do ser e sua forma de estar no mundo. O “organismo” comporta seu campo – configurado por todas as relações que influenciaram e permanecem na sua forma de estar no mundo agora. De acordo com essa visão, nosso organismo está sempre em busca do equilíbrio, da auto-regulação, buscando atender as necessidades do indivíduo.
Ao telefonar para a polícia, a intenção era denunciar o abuso que tinha sofrido. No desdobrar dos acontecimentos, a personagem paralisa, mais do que só o corpo, seu organismo tinha sido violentado como um todo. A cena do retorno para sua casa mostra o quanto está desnorteada e perdida, seu caminhar é vazio, segue no “automático”, sobrevive ao fato, funcionando de “forma disfuncional”, o silêncio serve a busca de auto-regulação, mas não atende a auto-realização, que é natural ao ser humano. A situação inacabada, assim considerada em gestalt-terapia, busca um fechamento satisfatório. A “forma” (=GESTALT) de funcionamento de Melinda denuncia uma situação inacabada, durante a fita, acompanhamos as diversas tentativas de ser concluída, sendo trazidas, aos poucos para sua consciência, como necessidade urgente. A expressão artística de suas dores vai abrindo espaço para contatar o mundo como é agora, se libertando aos poucos de cada trecho do passado que consegue elaborar, se aproximando de fato de sua “forma” de ser. A adolescente começa a fazer contato com o mundo, está pronta para ouvir a colega, quando lhe explica que:  para ela realmente tornar-se uma revolucionária, o silêncio não pode ser tão eloquente como seu discurso. A cena na qual Melinda cabula a aula, ilustra a emergência de sua necessidade de fechamento, quando ela reflete sobre a possibilidade de contar para alguém, qualquer pessoa...
Na trama, após um difícil comunicado – Melinda escreve para a amiga, pois ainda não consegue falar sobre o fato-, o autor do estupro busca silenciá-la através de uma segunda tentativa de estupro. Entretanto, não há mais silêncio no mundo da adolescente, existe reação por agora e por ontem. A menina está pronta para falar, assim a fita segue até o momento que a mãe oferece a opção do silêncio, ao que ela retruca, “Não, eu quero falar”. Desfecho com sabor de liberdade.
O filme é de fato sobre o estupro, sem perder de vista os dilemas do adolescente e suas possibilidades. Uma denúncia ao silêncio, tão comum em fatos semelhantes, o filme nos oferece a oportunidade de refletir sobre outros aspectos do universo familiar e escolar. Entre publicações sobre o filme, destaco os artigos a seguir, que merecem atenção:
SINOPSE
É o primeiro dia do primeiro colegial para Melinda, mas ela não se mistura à euforia dos corredores da escola, na verdade é como se nem estivesse ali. Isolada pelos amigos por ter chamado a polícia durante uma festa da galera, ela não consegue falar do terrível trauma que sofreu naquela noite, nem para as amigas, nem para si mesma. Mas decide tentar reencontrar sua voz e, finalmente, se expressar. O Silêncio de Melinda é um filme contundente e perturbador, adaptado do best seller "Speak" vencedor do prêmio New York Times.
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sábado, 28 de janeiro de 2012

Os descendentes

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Luto, relações familiares, relações afetivas, legado, traição, casal e família, adolescência.

A volta ao simples é o que marca a indicação do filme ao Oscar. Simples assim, um filme que fala de conflitos familiares, aqueles tão próximos da realidade de cada um de nós. Acompanhamos a perspectiva de Matt King frente às reviravoltas que a vida dá. Já no início, suas reflexões relatam seu momento de vida, quando aponta o contraste entre a aparência externa do paraíso e sua realidade particular. Esse externo/interno nos convida a ir além do lugar geográfico, refletindo sobre o lugar “pessoa”. Matt prossegue nos familiarizando com a situação, compartilhando o impacto do acidente da esposa em sua vida. A ameaça de perda o faz refletir sobre suas ações, seu distanciamento da família, sua responsabilidade como pai e marido. Assim, somos apresentados ao momento de vida de um homem comum enfrentando crises existenciais pelas quais qualquer pessoa pode passar. Devo sugerir que assistam ao filme antes de continuar a leitura, para que suas reflexões sejam despertadas pela experiência de assisti-lo, sem que nossos comentários  possam influenciar. Fica o convite para retornar e partilhar sua percepção.
Um legado familiar, uma esposa desenganada, filhas desconhecidas e a traição são eventos que devem ser enfrentados por Matt, que é provocado a fazer novas escolhas, a cada momento. O luto é vivido em diferentes estágios durante o desenvolvimento da fita. Aos poucos ele vai reconhecendo as filhas, como funcionam no mundo, como estão enfrentando a situação. A filha menor, que está em fase de transformação da infância para a adolescência, apresenta problemas de comportamento. Não muito diferente, a filha mais velha é flagrada com bebida alcoólica, os primos o pressionam a decidir pela venda da propriedade herdada e o sogro o culpa pelo destino da filha. Como cada um reage ao luto? Como é enfrentar a perda de um membro familiar? Raiva, tristeza, desespero, apatia, negação, quantas emoções podem ser vividas na situação!
A filha mais velha é personagem também marcante, que vive um processo de auto-descoberta durante a trama. Mesmo brigada com a mãe, ao saber da notícia, mergulha em lágrimas e gritos – cena forte que simboliza um “mar de lágrimas”. Ao compartilhar com o pai sua angústia, a traição revelada, ambos se unem com um objetivo. Aos poucos irão amadurecendo como indivíduos e contribuindo para a integração familiar. Raiva, frustração, tristeza, amor e reconhecimento da parte idêntica a sua mãe que lhe constitui são etapas de crescimento. Sem esquecer do colega, que faz um contraponto, aparentando alienação, que no final das contas também encobre suas dores. O diálogo com Matt na madrugada se faz aprendizado sobre as diferentes formas de lidar com nossas crises de cada dia, além de ilustrar, de novo, que aparência não é tudo...
O filme encanta pela naturalidade de sentimentos e reações bastante humanas. Não há busca pelo que é correto ou não, pelo exemplo a ser seguido ou lição, há apenas a exposição de uma situação familiar em crise, que a transforma em oportunidade. Todos os sentimentos são explorados na trama, tristeza, raiva, vingança, ódio, amor, e, finalmente, o perdão. É no reconhecimento dos próprios erros, que descobrimos a humanidade de todos nós. Então, na cena que sintetiza todos os conflitos emocionais pelos quais passou, Matt se despede da esposa, momento ímpar no filme. No inicio, vimos a imagem de paraíso dos cartões postais sendo questionada. No final, somos presenteados com a simplicidade, a volta ao cotidiano da família, um momento de cumplicidade e união.
Um filme emocionante, envolvente, simplesmente delicioso, eu recomendo.
(...)Passa da dor da perda ao incômodo de ver tudo que acreditava ser uma mentira, como se estivesse sobrando dentro de uma camisa apertada depois de uma corrida tão característica ao personagem que todos no cinema vão ter a certeza de que era exatamente daquele modo que o personagem deveria correr em uma situação daquelas. (...) pela desenvoltura de discutir um assunto tão sensível como a morte e como ela pode inocentar as pessoas daquilo que fizeram em vida, já que o ciclo se fecha e sobra para quem fica achar um significado para tudo aquilo. Leia mais clicando aqui.
A cena em que ele aparece correndo de chinelo pelas ruas da sua vizinhança é a antítese da corrida tecnicamente perfeita de um Tom Cruise e por si só já valeria a indicação à estatueta dourada. (...) É na hora de pegar a filha mais nova na escola que o pai percebe que não existe na sua memória uma lembrança recente de ter feito isso em muito tempo. É ali no hospital, ao ver a mãe paralisada na cama do hospital, que a filha percebe o quanto é parecida com a mãe que ela se acostumou a destratar.(...) Fidelidade, dinheiro, paternidade, relacionamentos, sentimento de culpa, tudo isso é colocado em xeque de uma forma discreta, mas bastante eficaz. Continue lendo...
Matt não é um herói, nem um anti-herói. Apenas uma pessoa comum, imperfeita e que se vê em sua situação conflituosa, tendo que tomar decisões importantes para poder seguir seu caminho.. Leia mais...
Alguns conceitos impostos pelo roteiro, como a analogia entre a família e o arquipélago – onde a família é fragmentada entre várias ilhas, como um arquipélago -, fazem com que o espectador reflita um pouco sobre o verdadeiro sentido da família. A crítica completa, clique.
um mundo que repousa sobre um exte­rior muito bonito, mas que esconde maze­las e tris­te­zas como qual­quer outro lugar. Leia nais
Matt notabilizou-se por uma vida econômica nos gastos e afetos – (...) Payne conduz seu protagonista num labirinto emocional em que se vê desafiado a crescer. (...) o filme discute a fragilidade humana, especialmente a masculina, porque seu protagonista fica mais em evidência. Com os segredos e verdades desta família sendo enfrentados paulatinamente, comprova-se também a possibilidade de elaborar melodramas sem histeria, com mais verdade. Outro olhar, clique aqui
Os diálogos entre George Clooney e Shailene Woodley divertem e rendem grandes momentos ao retratar a cumplicidade entre pai e filha. o amigo da filha que também está passando por situações pessoais complicadas e mesmo assim está do lado da amiga dando força e ele é o responsável pelas as situações mais hilárias do filme. Critica, aqui
O filme é uma oportunidade para se emocionar com vicissitudes que afetam ou afetarão todos nós em algum momento. Na história perfeitamente orquestrada por Payne e Clooney, não ficam dúvidas de que a família, mesmo aos trancos e barrancos, é tudo que resta no final. continue lendo...
Este talvez seja outro grande ponto do filme: por mais que busquemos justificar o que acontece em nossas vidas, muitas vezes não encontramos a resposta, o que nos frustra e nos deixa zangados. importância de se preservar aquilo que nos é mais caro, aquilo que nos define como pessoa. Leia mais...
(...) a família é como um arquipélago: os membros fazem parte de um mesmo todo, mas individualmente, cada um é uma ilha isolada se afastando cada vez mais.(...) Através do ótimo ator, vemos que o personagem está meio perdido e assustado, com os ombros caídos e derrotados, a face espantada com as surpresas que lhe aparecem. Mas a despeito de tudo, ele permanece forte e enfrenta todos os infortúnios. Mais sobre...
SINOPSE
Com toques de comédia e drama, o filme conta a história de Matt King (George Clooney) um marido indiferente e pai de duas meninas, que é forçado a reexaminar seu passado e abraçar seu futuro depois que sua esposa sofre um acidente de barco. O trágico acontecimento acaba por aproximar Matt das filhas, que o ajuda na difícil decisão de vender um terreno herdado da família. Elizabeth (Patricia Hastie) sofreu um sério acidente de barco e entrou em coma. Desde então cabe a Matt cuidar das filhas Scottie (Amara Miller) e Alexandra (Shailene Woodley), que estuda e vive em outra ilha do arquipélago. Quando é informado pelos médicos que sua esposa irá morrer em breve, Matt resolve trazer Alexandra de volta. Ele conta com a ajuda dela para contar a triste notícia aos amigos e familiares, de forma que eles possam se despedir de Elizabeth ainda em vida. Desbocada e de gênio difícil, Alexandra surpreende o pai ao contar que sua mãe o estava traindo. A notícia afeta profundamente Matt, que passa a querer saber quem era o amante de sua esposa e se ela o amava.
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A chave de Sarah

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Conflitos sociais, afetivos,  familiares, segredos, guerra, identidade, auto suporte, história, holocausto.
Queria primeiro agradecer pela indicação de Selma Ciornai, valeu a muito a pena, é imperdível. O filme poderia ter o título “A chave do segredo”, sim, pois falamos daqueles segredos familiares, aqueles que fazem parte de nossa constituição e dos acontecimentos históricos que tentamos esquecer. Dois dramas estão entrelaçados na trama: O episódio histórico que ocorreu na França ocupada pelos nazistas em 1942 e o drama pessoal de Sarah, e seus desdobramentos. Os segredos da humanidade e os segredos familiares vão sendo desvendados no desenrolar do enredo. Além de uma aula histórica, “A chave de Sarah” também nos ensina sobre a influência dos segredos familiares, ainda que tenham ocorrido muito antes de nosso nascimento. Somos convidados a refletir sobre os aspectos de nossos antepassados que ainda insistem em nos habitar, repetindo sucessivos apelos à autonomia do ser, estimulando nossa capacidade de escolha. Discordo de alguns críticos, quando apontam a pequenez dos conflitos pessoais apresentados pela jornalista nos dias atuais. Atentem para a “coincidência” de sua pesquisa ocorrer exatamente no momento de gerar outro ser, seus conflitos familiares na decisão e seu envolvimento na trama familiar que fará parte da constituição deste novo ser. E não podemos perder de vista o compromisso afetivo que sustentou a sobrevivência de Sarah durante a guerra. O desdobramento marca sua existência, a posterior busca de sobrevida através do segredo é também o que não permite sua integração, uma incompletude que atormenta seus dias. Outro olhar sobre as feridas da guerra, que ainda nos assombram, provocam reflexões sobre as desrazões que promoveram e continuam promovendo conflitos tão desumanos. Um filme daqueles que podem dizer muito mais, pois nos convida a trocas sobre o coletivo e o individual, permitindo distintas percepções que enriquecem, afinal, “somos produtos de nossa história”.  Por tudo isso recomendo e os convido a compartilhar novos olhares.
Embora armado, notoriamente, para atrair o grande público e, por isso, acumulando detalhes sentimentais que o mantenham fisgado, "A Chave de Sarah" tem mais qualidades do que defeitos. Acontecendo simultaneamente em duas épocas e engajando novos personagens a cada momento, a narrativa é envolvente. Crítica completa, clique aqui.
SINOPSE
Julia é uma jornalista americana que vive em Paris há mais de 20 anos e é casada com o francês Bertrand. Escrevendo um artigo sobre a onda de prisões de judeus na cidade durante a 2ª Guerra, ela se depara com um segredo conectado à sua vida: tudo indica que o apartamento de seu marido pertencia à família de Sarah, uma menina judia que, junto com os pais, foi levada de casa pela polícia nazista.1942, durante a ocupação alemã na França, na 2ª Guerra Mundial. Sarah Starzynski (Mélusine Mayance) é uma jovem judia que vive em Paris com os pais (Natasha Mashkevich e Arben Bajraktaraj) e o irmão caçula Michel (Paul Mercier). Eles são expulsos do apartamento em que vivem por soldados nazistas, que os levam até um campo de concentração. Na intenção de salvar Michel, Sarah o tranca dentro de um armário escondido na parede de seu quarto e pede que ele não saia de lá até que ela retorne. A situação faz com que Sarah tente a todo custo retornar para casa, no intuito de salvá-lo.  a jornalista Julia Jarmond (Kristin Scott Thomas) é encarregada de preparar uma reportagem sobre o período em que Paris esteve dominada pelos nazistas. Quanto mais a fundo Julia segue a história, mais descobre sobre o marido, a França e sobre si própria. Baseado no romande de Tatiana de Rosnay. Selecionado para o Festival de Toronto 2010.
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Eu me chamo Elisabeth

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Rito de passagem, separação, abandono, solidão, depressão infantil, saúde mental.
É um filme delicado, que fala um pouco sobre solidão infantil e o rito de passagem da infância para a adolescência. Enquanto o casamento dos pais está em processo de dissolução, Elisabeth está em situação de isolamento. A mansão é muito grande e a falta de contato com outras pessoas, vai fazendo a menina sentir-se abandonada, chegando a apresentar sintomas de depressão. Sua carência fica evidente quando encontra no paciente psiquiátrico uma oportunidade de fazer amizade, se relacionar. Há que se observar muitos aspectos da vida moderna na trama. Gostaria de chamar a atenção para a situação de carência da criança, hoje tão comum nas famílias “modernas”. A importância das relações sociais para a construção de nossa identidade é notória. Quantos pais e mães deixam seus filhos, seja por necessidade ou negligência, em situações parecidas? Seja em casamentos em crise ou não, qual é o círculo de convício das crianças? Outro aspecto que me chamou a atenção foi o contato puro que fez com o paciente fugitivo.
Trabalhei um tempo com pacientes psiquiátricos graves, e percebi o quanto a falta de amor, carinho e atenção, os prejudica. A desospitalização, processo que rompeu com o tratamento desumano dos manicômios, não foi suficiente para reparar esse equívoco. A intolerância coma as diferenças ainda permanece em nossa sociedade, até mesmo no interior da família.  O funcionamento diferente do que consideramos “normal” se torna sempre algo a ser excluído, isolado ou pior, ignorado. Percebam que o rapaz, mesmo com problemas mentais, constrói um vínculo forte com a menina. A relação é elaborada aos poucos,  com carinho, cuidado e pureza. Não há qualquer pré-julgamento em Betty quando se aproxima do rapaz, que se transforma em seu porto seguro. Na escola, as relações são frustrantes, pouco confiáveis. A relação da criança com o paciente psiquiátrico vai sendo fortalecida, até o momento que é necessário tirá-lo da cabana, pois será transformada em sala de jogos. Ela o orienta, vence seus medos e o acompanha, dando-lhe instruções para viagem. Aos poucos, seu desamparo ressurge e a dor a impulsiona para buscar seu fim. E seu amigo reaparece e a resgata de um possível suicídio. Os conflitos familiares motivam a  fuga  com seu amigo. E, é também no final do filme, que o amigo a salva. O mesmo que é considerado suspeito de tê-la seqüestrado é quem, apesar de seu estado mental, tem a lucidez “emocional” suficiente para resgatá-la. A cena nos convida a refletir sobre a importância do carinho, cuidado, atenção nas relações em geral, independente das diferenças. Vale a pena conferir, é um filme tocante!
SINOPSE
Na trama, passada na década de 1940 no interior da França, uma garotinha assustada vive com seus pais e irmã numa mansão ao lado de uma clínica psiquiátrica. O pai é diretor do local e se vê às voltas com o sumiço de um dos pacientes, justamente enquanto luta para manter o casamento. Deixada praticamente sozinha durante o dia, apenas na companhia da babá deficiente mental, a pequena Betty (Bellugi) certo dia encontra o fugitivo escondido na cabana ao lado de casa - e passa a cuidar dele. A relação se torna seu segredo mais íntimo e a única coisa pela qual ela tem controle em meio às difíceis mudanças de sua vida. Clique aqui.
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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Noiva em fuga

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ASSUNTO


Auto suporte, relações afetivas, familiares e sociais, gestalt-terapia.

SINOPSE

Maggie Carpenter (Julia Roberts) possui um grave problema: não consegue se casar. Já tentou por 3 vezes, mas na hora da cerimônia algo acontece e ela sempre foge do altar. Quando a história chega aos ouvidos de Ike Graham (Richard Gere), um jornalista machista da cidade grande, ele a publica em sua coluna e logo em seguida demitido por não ter confirmado a história antes. Decidido a recuperar o emprego, Ike parte para a cidade de Maggie a fim de provar que a história da noiva fujona verídica.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

Vi pela primeira vez por indicação de minha primeira professora de Gestalt-terapia: Eliane Farah. Éramos um grupo de gestalt-terapeutas em formação que se reuniam com a supervisora uma vez por semana para discutir os casos que estávamos atendendo. Um de nós atendia a uma cliente que tinha uma relação “misturada”, o que em gestalt-terapia chamamos de “confluência” e em psicanálise é conhecida como “simbiose”. Isto significa dizer que a cliente em atendimento funcionava muito fusionada com o parceiro, ou seja, pouco sabia de si. Em gestalt-terapia, privilegiamos qualquer ferramenta que possa ajudar ao cliente a “se dar conta” do seu funcionamento, em detrimento de uma informação. Nesse caso, por exemplo, sinalizar para a tal cliente que ela funcionava desta forma poderia gerar negação ou apenas uma informação a nível cognitivo, sem alcançar suas sensações ou ações de fato. Claro, isso também ajuda, mas qualquer ferramenta que faça a pessoa “se dar conta” de forma a “cair a ficha” sempre será mais eficaz. Por esse motivo, é a fita é uma ótima indicação para pessoas que perdem sua identidade na relação afetiva.
O filme não foi muito aclamado pela crítica, principalmente por ter sido comparado com “Uma linda mulher”, estrelado anteriormente pelos mesmos atores. Sendo considerado como apenas uma jogada de marketing para tentar repetir o sucesso do primeiro, o filme “Noiva em fuga” foi bastante preterido. Trata-se de uma comédia romântica que aparenta ser como todas as outras. Entretanto, é um prato cheio para a psicologia, tendo em vista que retrata um dos nós mais comumente encontrado nas relações amorosas.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Um golpe do destino

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ASSUNTO
Empatia, psicologia hospitalar, auto-suporte, humanismo, ética médica, doença.
Assisti pela primeira vez, ainda na faculdade. Desde então, tenho procurado para rever e postar com minha apreensão do momento, visto que naquela ocasião já tinha marcado bastante. É realmente um filme magnífico que foca especificamente a relação médico-paciente. Mas, não deixa de apresentar uma visão bem delicada de todo tipo de relação. Para mim, particularmente, foi importante verificar a importância da psicologia hospitalar. Sim, pois ainda que o personagem em questão tenha a oportunidade de estar do outro lado e por isso rever seus conceitos e sua forma de se relacionar com o paciente, nem sempre isso é possível. No início do filme, somos pegos por um sentimento de revolta perante o comportamento desumano do médico com seus pacientes. Entretanto, um olhar neutro é capaz de também ver o lado do profissional que lida com a morte todo o tempo. Fica muito claro que a impessoalidade da maior parte desses profissionais nada mais é do que um mecanismo de defesa, para suportar o enfrentamento com perdas diariamente. Mas, então, como é possível dosar esse mecanismo de defesa de forma a não comprometer o atendimento à pessoa do cliente? É aí que encontramos a importância da psicologia hospitalar, que dentre outras funções, esta apta a prestar um caro serviço aos que circulam nos corredores hospitalares. Certamente, o filme nos provoca outras reflexões, seja sobre relações sociais, familiares, afetivas ou sobre vida e morte, duas certezas que rondam a humanidade. Importante perceber que o que o movimento de transformação do personagem começa após alcançar um olhar sobre si mesmo. E quem realmente dá uma lição de vida é a personagem que enfrenta a proximidade da própria morte, fantástico! E o que dizer sobre a doença em si? No filme é retratada a reação do indivíduo nos 4 estágios da doença: negação, revolta, depressão e enfrentamento.
Além da indicação para qualquer profissional de saúde, o filme é recomendado para todos, tendo em vista que a fita fala da humanidade de cada um de. Ainda que os assuntos abordados no filme sejam difíceis, eles são explorados de forma leve, tocante e bem humorada, inesquecível!
Leia mais clicando aqui.
SINOPSE
Um médico de sucesso, rico e arrogante. Até o dia em que descobre ter um câncer na garganta, o que o leva a uma reflexão profunda sobre sua vida. Como é a reação de um famoso cirurgião que por força do destino se vê na situação de paciente? Essa é uma experiência que certamente enriqueceria qualquer currículo médico. Para o doutor Jack McKee se traduz em uma lição de vida. O convívio com outros pacientes em igual condição o faz despertar para a importância do afeto e da compaixão, alterando radicalmente seu comportamento como médico.
Um filme elogiado pela crítica e que reúne novamente após o sucesso de Filhos do Silêncio, a diretora Randa Haines e o brilhante Willian Hurt.
Uma história emocionante que é retratada com doses exatas de sensibilidade e de bom humor.
O filme é centrado na vida de um renomado cirurgião, arrogante, egoísta e até mesmo indiferente aos seus pacientes, chegando a referir-se a eles como números, leito ou pela enfermidade que os acomete. Em sua vida pessoal percebe-se o afastamento criado entre ele e sua esposa, como também em relação ao seu filho, devido à falta de tempo e aos seus inúmeros compromissos.
Tudo isso começa a mudar depois que o doutor percebe que aquela tosse, ignorada a um certo tempo, começa a se agravar, chegando em certa ocasião a cuspir sangue. Quando se submete a exames específicos descobre, através de uma frase fria e direta, o que acometia sua garganta : “você tem câncer”.
A partir desse momento o médico, antes seguro de si e auto-suficiente, passa a demonstrar fragilidade e angústia diante de seu quadro. Agora ele não se via mais na condição de médico e sim de paciente, assim, sente o que é enfrentar a burocracia e a indiferença dos médicos, o que é esperar por horas o resultado de um exame, o que significa ser apenas mais um número. Ao passo que vai percebendo o quanto está sendo maltratado como paciente, vai mudando seu comportamento, inclusive com seus próprios pacientes. Percebe a importância de explicar-lhes o procedimento que está sendo adotado, a importância de chamá-los por seus nomes, de dar-lhes atenção; enfim, de tratá-los como pessoas. Uma cena que chama a atenção para isso é quando leva seus residentes a uma determinada ala do hospital e fala da importância de saber lidar com o paciente, afirma que para saber isso a melhor forma é se passar por paciente e sentir a angústia e o medo do mesmo, por isso avisa que a partir daquele momento os residentes seriam internados ali mesmo e passariam pelo procedimento padrão ao qual seus pacientes seriam submetidos. Leia mais clicando aqui.
PRIMEIRA CENA LEGENDADA, CLIQUE AQUI.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Com amor... da idade da razão

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ASSUNTO
Relações familiares, afetivas, sociais, auto-percepção, filosofia, psicoterapia.
Não sei se eu estava cansada, mas o fato é que cochilei no começo do filme. Ainda pensando que não valeria a pena, fui despertada por uma cena corriqueira, e aí, não pisquei mais o olho. O filme é tudo de bom. O resgate de nossa criança nos é relembrado a cada instante. Sim, quantos de nós esquecemos a criança que ainda habita em nós? E ainda chamamos isso de “amadurecer”... Será? Nossa criança é aquela que sente, pouco explica, apenas nos lembra quem somos realmente. Pois bem, o filme é um convite à reflexão, vale à pena conferir!
SINOPSE
Sophie Marceau é Marguerite Flore, uma bem su­cedida empre­sária que, ao completar 40 anos, recebe uma carta de uma garota de sete anos. A mensagem, porém, foi escrita por ela mesma na infância e pediu que o tabelião da cidade onde vivia, na França, lhe entregasse em 2010. Isso porque ela queria ter certeza sobre o rumo que a sua vida tomaria e o que havia planejado, ainda pequena, para quando crescesse. Além de trabalhar feito doida e de ter o marido que não era aquele com que sonhava em casar, o espectador vai acompanhar as mudanças no seu comportamento, além da (falta de) relação com o irmão e o sobrinho. Assim, o desenvolvimento da personagem pode fa­zer, por exemplo, com que o espectador também acompanhe o rumo da sua própria vida e, portanto, fazer uma auto-avaliação. Afinal de contas, não é só na tela grande que a vida nem sempre toma o rumo que se pretende.
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Por que eu me casei também?

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Relações afetivas, familiares, sociais e terapêutica, casal e família, auto-estima.

Dando continuidade ao primeiro filme, a fita explora algumas questões relacionadas ao casamento e suas dificuldades. Entretanto, agora é possível focar as questões pessoais da psicóloga, que está em crise depois da perda de um filho. Perceber que a profissional também tem suas questões é um adicional nesta comédia. Assim como o primeiro, o filme é indicado para casais e profissionais que atendam casais e famílias.

SINOPSE

Os quatro casais escolhem um novo destino para sua reunião anual: Bahamas. O objetivo, como sempre, renovar os votos do matrimônio, trocar experiências de vida enquanto aproveitam para discutir com humor seus respectivos relacionamentos. Mas as coisas complicam quando o ex marido Mike (Richard T. Jones) aparece na área disposto a reconquistar Sheila (Jill Scott), atualmente casada com Troy (Lamman Rucker). Está aceso o estopim de uma série de questionamentos que surgem também com os outros integrantes do grupo.

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Somos Todos Diferentes

SOMOS TODOS DIFERENTES

ASSUNTO


Dislexia, relações sociais, familiares, terapêutica e afetivas, potencialidade, percepção, psicodiagnóstico e tolerância

SINOPSE

Ishaan é um garoto de oito anos que não possui muitos amigos, é cheio de imaginação e gosta muito de desenhar e brincar. Solitário, tem como amigos os cães e os peixes do aquário. Suas brincadeiras passam por poças d'água e pipas. Vive com sua família em um conjunto na Índia. Ishaan apresenta muitas dificuldades na escola, tendo sido reprovado no ano anterior. Já seu irmão é o melhor da classe,tendo sucesso nos esportes também. Após uma reunião com os professores de Ishaan, que informam aos pais que o menino não apresenta avanços na escola, eles decidem enviar o garoto a um colégio interno para que seja disciplinado e consiga êxito nos estudos. Após um período em que se torna cada vez mais triste e solitário, sofrendo severas punições dos professores, Ishaan conhece o professor Nikumbh, que além do trabalho no colégio, leciona também em um colégio para crianças com necessidades educacionais especiais. Nikumbh percebe a existência de um problema e, na busca da solução, devolve a alegria e a auto-confiança de Ishaan.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA


Filme indiano de 2008 que recebeu duas traduções no Brasil: “Como Estrelas na Terra” e “Somos Todos Diferentes”. Nos Estados Unidos, foi exibido com o título: Every Child is Special (Todas as crianças são especiais). Como todas são afirmativas verdadeiras, deixemos de lado tal divergência, pois o mais importante é considerar a qualidade do filme, que é simplesmente excepcional!!! Falamos de um filme sensível, espetacular, uma obra prima indiana. O desdobrar da estória do menino disléxico revela a complexidade e a importância das relações em nossa existência. É fato  nos afetarmos e sermos afetados pelas reações interpessoais, entretanto, um mesmo acontecimento pode ser percebido de formas diversas, dependendo do “afeto” de cada um. Por isso, é necessário ter cuidado com nossas formas de “cuidar” do outro e de nós mesmos.Entre outras cenas inesquecíveis, há uma passagem na qual o professor conversa com o pai de Ishaan, questionando o que significa a palavra “cuidar”. Neste momento sublime, o mestre alerta para que não aconteça com Ishaan o que acontece com as árvores das Ilhas Salomão, que morrem após as pessoas gritarem, repetidamente. palavras ofensivas à sua volta. Afinal, as palavras têm poder, e, quais são as palavras que usamos com a intenção de “cuidar” do outro?Mais do que falar de dislexia, o filme fala das relações afetivas e sociais. Me lembrei de uma frase que li há muito tempo, que descreve muito bem a mensagem principal do filme: “Você é especial e único, não existe outro de você no mundo, sua singularidade faz de você quem é, não esqueça disso.”