Atendendo em consultório particular em Copacabana e na Ilha do Governador, reflito sobre a influência dos filmes em minha trajetória, que foi atravessada pelo cinema em diversas fases. Ferramenta de auxílio para a compreensão de diversos conceitos, os filmes não só informam, mas são capazes de nos tocar, favorecendo assim, novas formas de lidar com nossas questões e conflitos.
Compartilho, então, alguns desses filmes.
Terceira idade, relações
familiares, afetivas e sociais.
SINOPSE
Quando Don Servando Villegas, patriarca mexicano de 85 anos,
é expulso de sua casa de repouso, seu filho mais novo Francisco o leva para
morar com ele. Don Servando está prestes a descobrir a verdade sobre o seu
filho e sua maneira de viver. O caçula na verdade mora em uma espaçosa casa com mais nove pessoas de diferentes partes do mundo e de todos os tipos, tem um relacionamento estável com Alma (Jacqueline Bracamontes) e é pai do jovem pintor Rene (Sérgio Mayer Mori). O filme está disponível na NETFLIX.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A comédia mexicana explora as
relações familiares numa perspectiva bastante interessante. Temos Don Servando
Villegas, um velho ranzinza, frio, controlador e hostil com todos. Apesar de
lúcido, o senhor residia em uma clínica para idosos, onde só fez inimigos, até
ser expulso. Uma perda financeira o obriga a buscar acolhimento na casa dos
filhos. Aos poucos, descobrimos que sua personalidade o afastou de todos,
inclusive dos filhos, que negam recebê-lo, restando para o filho caçula a
difícil tarefa. A ilusão do bom velhinho, tão atrelada aos idosos, é
desconstruída já no início. O comportamento do personagem, ainda na
instituição, é tão insuportável, que dá vontade de desistir do filme. Já seu
filho caçula vive de uma forma bem diferente da informada ao pai,
bem distante dos princípios e regras ditados pelo patriarca...
Homossexualidade, drogas, doença terminal, relações sociais, familiares e afetivas.
SINOPSE
Matteo (Riccardo Scamarcio) e Ettore (Valerio
Mastandrea) são irmãos com vidas distintas e que compartilham um laço afetivo
pouco desenvolvido. Enquanto o primeiro é um jovem empreendedor carismático e
"mente aberta", o segundo leva uma vida simples e reclusa na cidade
em que nasceram, trabalhando como professor no ensino médio de uma escola
local. Após um evento traumático, os dois começam a viver juntos em Roma,
durante alguns meses. A situação faz com que eles trabalhem suas diferenças,
possibilitando - em meio a um turbilhão de medo, fragilidade e euforia - o
nascimento de uma ligação genuína entre os dois.
TRAILER
O
OLHAR DA PSICOLOGIA
Disponível
na NETFLIX até o final de abril. Euforia, um drama familiar italiano, foca na
relação de dois irmãos, que após trilharem caminhos distintos, voltam a se
aproximar. O contraste entre os dois mundos, logo fica evidenciado. Matteo é a
própria euforia, vivendo num estado ilusório de sucesso e prazer permanentes.
De fato, ele é um jovem empreendedor bem-sucedido, que transita bem em seu meio
profissional e social. Entretanto, o distanciamento afetivo não parece somente acontecer com o irmão. Ettore, por sua vez, seguiu outro caminho, se manteve na cidade onde
nasceu, é professor, leva uma vida simples e retornou para casa da mãe após a
separação recente.
Juliet Ashton (Lily
James) é uma escritora na Londres de 1946 que decide visitar Guernsey, uma das
Ilhas do Canal invadidas pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, depois
que ela recebe uma carta de um fazendeiro contando sobre como um clube do livro
local foi fundado durante a guerra. Lá ela constrói profundos relacionamentos
com os moradores da ilha e decide escrever um livro sobre as experiências deles
na guerra.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Para lá de curioso, o título
nos remete ao processo de adaptação às circunstâncias adversas. No filme, um
grupo de amigos é flagrado nas ruas após o toque de recolher imposto, durante a
ocupação nazista da Ilha de Guernsey. Para evitar consequências perigosas,
surge a ideia de informar que saíam de um clube literário, rapidamente nomeando
como uma SOCIEDADE LITERÁRIA, título complementado com o que veio em mente,
naquele momento ameaçador, e, de acordo com o que era permitido. A alternativa
criativa, resposta urgente ao momento ameaçador, torna oficial os encontros
periódicos daquele grupo, fortalecendo o vínculo dos envolvidos durante o
período da ocupação e no pós-guerra. A literatura se torna ponte, conectando os
personagens, seja consigo mesmo, com os outros, e, até mesmo com o público.
Longe daquela ilha, acompanhamos a jovem escritora ser capturada pelas cartas
de um dos membros do grupo. Logo, é possível perceber que seu momento de
aparente sucesso profissional e pessoal, ela camufla o vazio deixado pela
guerra. Em busca de inspiração para seu artigo, Juliet é atraída pelas cartas e
se lança na aventura de conhecer de perto o clube de literatura. Daí em diante,
o público acompanha diferentes perspectivas do pós-guerra, que sendo
descortinadas, emocionam, encantam e surpreendem. São abordados diferentes conflitos sociais e
pessoais, com elegância, delicadeza e competência, fazendo com que o espectador
não consiga desgrudar os olhos da tela. Ajustamento criativo, autossuporte,
pertencimento, contato, identificação, dentre outros, são conceitos abordados
no filme, que alterna passagens do passado e do presente, equilibrando momentos
de mistério, romance, comédia e drama. Recomendamos continuar a leitura,
somente após assistir ao filme.
Adolescência, preconceito, racismo,
feminismo, relações sociais e afetivas.
SINOPSE
A trama acompanha Vivian (Hadley Robinson), uma jovem que começa a despertar o desejo de
lutar contra as coisas erradas que acontecem em sua escola - desde um “ranking
de garotas” feito pelos rapazes, até a vista grossa dos professores e diretoras
diante de assédio e discriminação. Sua maior inspiração são os zines antigos de
sua mãe, Lisa (Amy Poehler, também diretora do longa), que a fazem criar o Moxie, um
jornal independente da escola que começa a expor tudo o que acontece por lá.Adaptação do livro best-seller da autora Jennifer
Mathieu. Disponível na netflix,
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Quando você não quer pensar
muito, escolhe um filme leve, uma comédia adolescente, como Moxie, tudo que espera é um leve entretenimento. Aí,
você se depara com uma comédia adolescente capaz de pincelar assuntos
importantes, de uma forma leve, divertida e inspiradora. No mês em que é
comemorado o dia internacional da mulher, nada mais agradável do que acompanhar
jovens debatendo o feminismo com leveza. Focado na luta por igualdade de
gênero, o filme aborda questões importantes, sem perder o tom de comédia. A
transformação da protagonista é visível em sua expressão, que de alienada passa
a revelar revolta e inconformismo, diante do que sempre esteve lá, já normatizado,
oprimindo e sufocando as vozes femininas. Velhos movimentos de roupagem nova,
os jovens utilizam novas ferramentas, não só para divulgação, mas para
realização de protestos pacíficos e orquestrados. É o frescor da juventude
encontrando novas soluções! A protagonista convida o espectador a despertar,
ousar sair da mesmice, da tela do computador, ou telefone, e, partir para ação.
Apesar de a trama retratar uma escola americana, as questões dos adolescentes
em sua singularidade, o preconceito de gênero e o racismo são assuntos já
globalizados, muito próximos do que pode ser experimentado em qualquer lugar do
mundo. A proposta não foi aprofundar nenhum dos conflitos, as soluções se
revelaram fáceis e rápidas, mas nada que pudesse prejudicar o todo, afinal,
trata-se de uma comédia. Feita com e para adolescentes, o filme traz temas espinhosos
com frescor e jovialidade, transbordando energia, empatia, aceitação e criatividade.
Vale conferir!
Relações social, afetivas e de
casal, saúde mental.
SINOPSE
Adri (Álvaro
Cervantes) é o típico homem bem-sucedido na vida, garanhão, que não se prende a
ninguém. Certa noite, ele faz uma aposta com os amigos de que consegue seduzir
uma loira que está no bar, porém, quando estava a caminho da moça, Carla (Susana
Abaiatua) esbarra nele. Encantado pela energia eufórica da moça à sua
frente, Adri se sente hipnotizado e segue aquela enigmática moça em
todos os seus mirabolantes planos – e, com ela, tem a melhor noite de sua vida.
Porém, com o nascer do sol, a misteriosa moça sai correndo, deixando Adri sem
nenhuma informação sobre ela e com um enorme vazio no peito.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Que grata surpresa! Há muito
tempo que não assistíamos a um filme assim, leve, encantador e interessante.
Sim, interessante, pois a comédia romântica escolheu pincelar assuntos sérios e
necessários, de forma leve e provocante. Obviamente, loucura e amor são
assuntos já debatidos em diferentes contextos, pois sempre foram considerados parentes.
No filme, a loucura não se restringe ao estado da paixão enlouquecedora, mas
vai além, ao percorrer o caminho delicado da saúde mental. Sim, estamos diante
de Adri, personagem que se considera normal, e, após compartilhar a aventura de
uma noite inesquecível, se percebe capturado pela garota misteriosa. Carla,
personagem que lhe proporcionou a noite mais alucinante, prazerosa e inusitada
de sua vida, avisou que seria uma única noite, mas não bastava, ele queria
mais. Entorpecido, busca pistas para encontrar a mocinha. Até então, é
inevitável pensar na cinderela e o sapatinho dos contos de fadas...
Autossuporte, aceitação, relações afetivas e sociais.
SINOPSE
Renee (Amy Schumer) convive diariamente com insegurança e
baixa autoestima por conta de suas formas físicas. Depois de cair e bater
a cabeça numa aula de spinning, ela volta a si acreditando ter o corpo que
sempre sonhou e assim começa uma nova vida cheia de confiança e sem medo de
seguir seus desejos.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
I Feel Pretty, a tradução
literal seria "eu me sinto bonita", o título em português: “Sexy
por acidente”. Gosto mais do titulo original, que prioriza o “sentir”, processo
mais importante apresentado no filme. Sim, Renne, como muitos, é vítima de uma
pressão cruel, midiática e social, que teima em apresentar corpos e pessoas
perfeitas como modelo. Daí, um pulo fácil para a baixa autoestima e insegurança
gerada pela sensação de inadequação. Numa luta
diária com a busca da perfeição, ela vai se distanciando de si mesma, em
busca de lugar num mundo restrito de “aparências perfeitas”, onde tudo é
felicidade. Será? Bom, apesar de clichê, a comédia nos mostra um desejo
compartilhado por mulheres e homens do mundo todo, que ainda estão “contaminados”
pelo universo mágico da aparência perfeita. Renne tem dificuldade de emagrecer,
mas sonha com um corpo perfeito. Após diferentes tentativas, ela tem a ilusão
de que conseguiu realizar seu sonho. Ao acreditar ter o corpo sonhado, a
protagonista inaugura uma nova etapa de vida, onde o amor próprio e a
autoconfiança ditam seu novo comportamento. Daí, a trama se desenvolve como tantos outros filmes clichês, que
apresentam soluções fáceis e finais felizes, sem deixar de passar uma mensagem
interessante.
Superação, auto-suporte, relações sociais, afetivas e familiares
SINOPSE
Maud Lewis (Sally Hawkins) tem problemas de artrite
reumatoide, que causa inflamações e deformações nas articulações do seu corpo.
Apesar disso, possui incríveis habilidades artísticas. Passada para trás pelo
irmão e incomodada com a vigilância exagerada da tia, ela busca independência
trabalhando para um rabugento e pobre vendedor de peixes (Ethan Hawke).
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Somos convidados
a partilhar de um olhar único, através da janela, de onde Maudie observa as
transformações contínuas, que revelam “toda a vida já representada”. Em tempos
de pandemia, quando para muitos de nós, a janela tem sido ‘a perspectiva’, o
convite se faz único, encantador e necessário. O filme é baseado na história
real de Maudie, uma mulher decepcionada com a família, que decide sair de sua
zona de conforto e enfrentar o mundo, a partir de suas possibilidades. Para
além da superação dos próprios limites, da importância da vida e obra da
artista, escolhemos desenvolver a perspectiva relacional da personagem, que entre
pequenos gestos, em cenas sensíveis e delicadas, alinhavam a relação do casal.
Relações afetivas e virtuais, gestalt-terapia, machismo e polaridades.
SINOPSE
Diana (Luana Piovani), aos
42 anos, é uma mulher bem-sucedida, com uma carreira estruturada, culta e que
mantém um casamento feliz com seu marido (Marco Luque). A protagonista trabalha
como uma escritora fantasma, escrevendo bibliografias de celebridades, na maior
parte das vezes reinventando a vida daquelas pessoas que não tem muito para
contar, nem qualquer aptidão para a escrita.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
O
filme foi pouco apreciado pela crítica, que apontou falhas no desenvolvimento da
trama, nos personagens pouco verossímeis, além da forma rasa com a qual abordou
os assuntos propostos. De fato, é uma comédia romântica rasa, sem qualquer
conteúdo profundo que possa ser tema de debates ou grande reflexão. Entretanto,
em tempos de isolamento, pode ser um entretenimento leve e até divertido. Uma
mulher inteligente e independente, como a personagem principal, seria mesmo
capaz de viver com um homem tão diferente por tanto tempo? Uns dizem que não,
mas, convenhamos, quem sabe do que o coração é capaz? Quem não conhece alguém
que investiu toda sua energia em uma carreira de sucesso, ou, na construção de
seu patrimônio, esquecendo-se de suas necessidades emocionais básicas? Não sei
se Diana seria um personagem tão distante da realidade como apontam alguns
críticos.
Jornada
de autoconhecimento, relações sociais e afetivas, polaridades, relação parte e
todo, resiliência.
SINOPSE
Carol Danvers (Brie Larson) é uma ex-agente da
Força Aérea norte-americana, que, sem se lembrar de sua vida na Terra, é
recrutada pelos Kree para fazer parte de seu exército de elite. Inimiga
declarada dos Skrull, ela acaba voltando ao seu planeta de origem para impedir
uma invasão dos metaformos, e assim vai acabar descobrindo a verdade sobre si,
com a ajuda do agente Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da gata Goose.
TRAILER
O
OLHAR DA PSICOLOGIA
Não
se engane, Capitã Marvel não se limita a um filme sobre a heroína perfeita. Ao contrário,
vamos conhecer a imperfeição humana por trás dela. Somos convidados a
acompanhar sua jornada de autodescoberta. É interessante notar que seu momento
perfeito traz em si algumas lacunas, há uma percepção de situações inacabadas
em suas lembranças em flashes. Seu momento presente é invadido por imagens do
passado que parecem não ter sentido. Diante da pressão de seu entorno e a
necessidade pessoal de superar conflitos em busca da tão sonhada paz, ela
inicia um processo de questionamento sobre si mesma. Do ponto de vista dos filmes da Marvel, a trama ajuda a ligar pontos relevantes da história dos Vingadores, destacando sua importância no processo. Algo falta no quebra-cabeça daquela vida. Há falhas entre as informações e a falta de clareza em suas lembranças. Na busca de integração de
suas partes alienadas, Verls encontra Carol Danvers, sua origem humana, uma
mulher normal, que além de oprimida e desafiada constantemente, se revela como
exemplo claro de resiliência. Explico: Resiliência é a capacidade de se adaptar em relação a situações adversas que se apresentam na vida, superar obstáculos ou resistir à
pressão de situações adversas. Temos claras referências ao processo de
opressão e empoderamento feminino, como pode ser observado. Entretanto, penso que a proposta
da trama vai além da luta constante do gênero feminino, em busca de
reconhecimento do seu espaço.
Sexualidade,
terceira idade, relação afetiva, social e profissional.
SINOPSE
Curta-metragem indicado ao
Oscar de 23019. Uma mulher idosa e sua enfermeira desenvolvem uma amizade que a
inspira a descobrir desejos não reconhecidos e, assim, ajudá-la a fazer as
pazes com seu passado.
TRAILER
O
OLHAR DA PSICOLOGIA
O
curta-metragem encanta, ao apresentar a relação entre profissional e paciente,
de uma forma delicada e poética. Diferentes profissionais convivem com
pacientes terminais, em um processo delicado de fechamento de um ciclo. Não é
um trabalho fácil, considerando ao vínculo construído na relação, que sabemos, está
se aproximando do fim. Marguerite é uma senhora que escolhe não mais se submeter
aos tratamentos que exigem internação, ela quer seguir de seu modo, em sua casa,
enquanto seu corpo aguentar. Assim sendo, sua acompanhante faz o possível para
mantê-la confortável.
Jogos de poder
da realeza, relações sociais e afetivas.
SINOPSE.
Na Inglaterra do século XVIII, Sarah Churchill,
a Duquesa de Marlborough (Rachel Weisz) exerce sua influência na corte como
confidente, conselheira e amante secreta da Rainha Ana (Olivia Colman). Seu
posto privilegiado, no entanto, é ameaçado pela chegada de Abigail (Emma
Stone), nova criada que logo se torna a queridinha da majestade e agarra com
unhas e dentes à oportunidade única.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Fofocas
e intrigas da corte habitam a trama, que baseada em fatos reais, passeia pelo
mundo dos detentores do poder, em uma época em que a realeza decidia o rumo da
história, mesmo sem a menor condição de fazê-lo. Um jogo cruel e manipulador de
interesses políticos e pessoais são explorados no filme, evidenciando a força
da influência feminina. Falamos da disputa entre duas mulheres que servem a
rainha, através da amizade e de favores sexuais, ambas manipulam suas decisões,
seja por interesse pessoal ou político. Em forma de sátira, o Longa faz uma
crítica aos jogos sórdidos do poder, explorando as possibilidades e
impossibilidades dessas relações. A rainha, louca e com tendências
homossexuais, é, por sua vez, retratada como mimada. É possível perceber que
ela é falha, humanamente imperfeita, como todos podem ser. Apesar de ocupar um
cargo de liderança, tudo que ela quer é o lado bom da vida. Usufruir de todas
as possibilidades prazerosas, sem que seja necessário tomar decisões e ser
julgada por isso, que é desejável. Abrir mão da responsabilidade por suas
escolhas é um desejo comum nos mais diversos quadros patológicos. Por isso, ela se tornava alvo para a disputa daquelas
mulheres, a estrategista e a alpinista social, que rápido aprende a usar as
mesmas armas.