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quinta-feira, 12 de março de 2015

A passagem

                A Passagem                       

ASSUNTO

Relação terapêutica, relações afetivas, alucinações, culpa, medo, dor, suicídio.

SINOPSE

Sam Foster (Ewan McGregor) é um psicólogo que trabalha numa prestigiosa universidade americana. Certo dia um de seus jovens pacientes o procura para dizer que planeja cometer suicídio em breve. À medida que Sam estuda o caso, o rapaz começa a fazer estranhas e terríveis profecias que se realizam. Aterrorizado, Sam tenta ajudar seu paciente e impedir o suicídio de todas as maneiras, mas acaba se envolvendo numa misteriosa jornada da alma.

TRAILER (inglês)

O OLHAR DA PSICOLOGIA

De difícil compreensão, o filme só se explica no final. Até então, consideramos real tudo que se passa na tela. Os conflitos do Terapeuta e do cliente são apresentados como se assim ocorressem de fato. O que é verdade o que é alucinação? A relação terapêutica é apresentada de forma quase “misturada”, quando o terapeuta vive seus conflitos pessoais e os de seu cliente tal quais cartas embaralhadas. O que é real o que é imaginário? O que é do cliente, o que é de si? Assim questionamos durante a fita. Os resgates de cada um são o enredo vivido por Henry em seus últimos suspiros, A passagem fala exatamente desse momento: passagem: e todos os rostos que desfilam ao seu redor passam a fazer parte dele. Vítima de um acidente de carro fatal, para si, para a namorada e para os pais, Henry parece só um corpo, no chão, em meio a metal retorcido, fogo e barulho. As pessoas correm e o cercam, observam, oferecem ajuda. Ele ainda está vivo, mas, por apenas um instante. É nesse instante que ele fita vários olhares, ouve várias frases, sente o contato das pessoas. É o seu instante final, ele sabe disso. Mas, não se desespera. São estes olhares, frases e contatos que o farão reviver seus conflitos, os sentimentos que o dominam. Naquele instante, com aquelas pessoas, ele monta o enredo final de sua vida, tentando, de alguma forma, uma resolução para seus dilemas e sofrimentos. Nesse instante, só lhe vem a culpa. E é essa culpa que, num espaço de três dias (em seu tempo mental) ele vai viver intensamente, com todas as suas dores (depressão, abandono, medo, dor, suicídio). É nesse espaço de tempo mental que o filme se desenrola. Ele sabe que tudo agora é só um instante.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Jogo da Imitação

imageASSUNTO
Relações sociais, familiares e afetivas, homossexualidade, genialidade, coportamento anti-social.
SINOPSE
Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usam para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos estritamente lógico e focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que Turing, apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas 18 horas, de forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke (Keira Knightley) sua grande incentivadora.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme é baseado na vida do cientista Alan Turing, matemático considerado o pai da computação. Retratado com dificuldade de contato social, o gênio é um homem obcecado por seu trabalho, atividade que o encanta desde a infância. Por meio de flashbacks, somos apresentados aos momentos difíceis de seu desenvolvimento. Vítima de Bullying, incompreendido e com sérias dificuldades para entender as regras sociais de comunicação, porque não dizer as mentiras sociais, seu crescimento foi marcado por conflitos. Algumas cenas trazem situações surreais, pouco críveis, mas que podem ser perdoadas por conta do que é chamado de ‘licença poética’. Obviamente, as oscilações de incompreensão/compreensão de situações metafóricas, piadas e outras formas de comunicação não estão comprometidas com o quadro sugerido, pois a aprendizagem seria possível, mas trata-se de uma repetição aprendida e não uma reação natural. Fora isso, temos uma questão desumana no que se refere a homossexualidade. Sim, o rapaz é homossexual numa época em que, na Inglaterra, tal condição era considerada crime. Ele é arrogante, narcisista, grosseiro, incapaz de compreender mentiras, rodeios e metáforas, mas é um gênio. Desde criança, aprende a mentir para se manter em seu mundo lógico, distante da crueldade social e esconde sua homossexualidade.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

No espaço não existem sentimentos

ASSUNTO
Síndrome de Asperger, Relações familiares, sociais e afetivas, diferenças, amizade, amor fraterno.
SINOPSE
Quando a namorada de Sam rompe o relacionamento, ele fica muito deprimido. Para animá-lo e fazer com que volte à sua vida normal, Simon decide ajudar o irmão a encontrar uma nova e perfeita namorada. Mas, vítima da Síndrome de Asperger, Simon percebe que a busca é muito mais complicada do que poderia imaginar e fica em dúvida se realmente poderá ajudar Sam.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O título do filme nos remete ao funcionamento de Simon, que tem dificuldade de comprender e expressar sentimentos, mas se sente seguro onde não precisa lidar com emoções. O chefe de Simon diz: “Anda, tempo é dinheiro!” E Simon responde: “Tempo é tempo, dinheiro é dinheiro.” É assim que funciona para os portadores da Síndrome de Asperger, não há facilidade na compreensão do que que não é literal. Ele usa uma roupa que o identifica como portador da síndrome, deixando claro que não gosta de ser tocado, pois perde a tranquilidade e o controle nessas ocasiões. Outro problema para ele é mudar a rotina, qualquer coisa que saia do controle compreensível, previsível, repetido, para ele é sinônimo de caos. Ele não entende muito bem o mundo, e as pessoas em geral,  que por sua vez não entendem ele. Os pais não conseguem falar sua língua e qualquer ameaça de desestabilizar seu universo, ele se esconde em sua “nave”, um latão fechado, ou reage agressivamente.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Um certo olhar

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Autismo, aceitação, diferenças, amizade, relações afetivas, familiares e sociais.
SINOPSE
Alex (Alan Rickman) é um taciturno inglês que está no Canadá para se encontrar com a mãe de seu falecido filho. No caminho ele dá carona para Vivienne (Emily Hampshire), jovem que vai visitar a mãe. Na viagem um caminhão atinge o carro, matando Vivienne. Alex sai então à procura da mãe da jovem. Ao encontrá-la, descobre que ela (Sigourney Weaver) é autista. Linda não tem qualquer reação ao saber da tragédia, mas Alex decide ficar com ela até o funeral. É quando ele conhece Maggie (Carrie-Anne Moss), a vizinha sexy com quem se envolve.
Linda
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Mais do que falar sobre autismo, o filme oportuniza uma bela reflexão sobre nossas neuroses de cada dia. Explico melhor: Linda, uma autista de altas habilidades, a todo tempo sinaliza a obviedade da vida dos que são considerados “normais”. Um bom exemplo acontece quando ela repete, para seu hóspede “normal”, a frase: “perfecto mondo”. Ou seja, que normalidade é essa, na qual “fantasiamos” controle social de todos os nossos atos, ao considerar perfeito determinado padrão. Quer dizer, para ser socialmente aceito, o homem “normal” precisa se comportar de forma pouco autêntica?!?!? Quanto mais “polido”, menos autêntico e, ainda chamamos de patológico aquele que não consegue mentir, que é objetivo, autêntico e real. Sim, nossa neurose é politicamente correta! A vida é assim. Pois bem, nossa querida Linda nos mostra muito sobre o valor das pequenas coisas. Dentro de sua forma de funcionamento peculiar, ela revela o quanto perdemos contato com as pequenas coisas que poderiam fazer mais “sentido”. Tal qual sua filha, que era apaixonada pela singularidade da mãe, Alex descobre o encanto daquele ser, que além de aceitá-lo, pode ensinar muito sobre o quanto vida pode ser simples. Aliás, a filha já tinha sinalizado sobre o isolamento dele, sobre a evidência de sua solidão, um comportamento humani que a seduzia. Para a menina, as pessoas solitárias precisavam resgatar o contato com o mundo, assim, ela se candidatava ao lugar de facilitador desse processo. Escolher se aproximar de pessoas assim era para ela uma aventura. Ela dá o pontapé inicial para o melhor aprendizado que Alex pode ter, ou seja, aprender sobre sua capacidade de escolha. Nossa capacidade de escolha inclui o que fazer com o que fizeram de nós, podemos sair do lugar de “vítima das circunstâncias” e escolher fazer algo com a situação.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Adam

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Sindrome de Asperguer, Autismo, relação terapeutica, relações afetivas, familiares e sociais.
SINOPSE
O jovem engenheiro eletrônico Adam acaba de perder o pai. Com dificuldades de se socializar, vive isolado em seu excessivamente organizado apartamento em Nova York. Sua rotina se transforma quando a atraente Beth se muda para o andar de cima. Inicialmente reticente com o comportamento estranho do vizinho, ela aos poucos passa a conhecê-lo melhor e a entender as razões por trás de suas dificuldades de comunicação. Percebendo o interesse de Adam e a profunda conexão que se formou entre eles, Beth resolve dar uma chance ao relacionamento.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Adam é portador da Síndrome de Asperger, transtorno de espectro autista. Sua forma de funcionamento traz algumas peculiaridades, principalmente no que se refere à percepção. Costumamos considerar “Normal” ter a capacidade de selecionar o estímulo ambiental que nos interessa. Por exemplo, no universo dos neuróticos, escolhemos o que ouvir, o que ver, o que “perceber”. Muitas vezes, o trabalho da terapia é favorecer a ampliação da percepção, pois nossa tendência de selecionar o que é possível pode provocar comunicação ineficiente, causando sofrimento. Por outro lado, para compreendermos, de fato, o que estamos ouvindo, vendo, percebendo, é preciso focar no alvo de nosso interesse. Em Gestalt-terapia, chamamos de “figura” o estímulo em foco, e de “fundo” todo o restante. Assim, estando aberto ao fenômeno que se revela, ele é selecionado, “destacado”, em detrimento dos estímulos restantes, que vão para o fundo. O processo saudável consiste em trocas sucessivas de figura e fundo, de acordo com o interesse da pessoa, fluindo naturalmente e constantemente. A cada formação de sentido ou “fechamento de uma gestalt”, outro estímulo se torna figura e o anterior se torna fundo. Pessoas portadoras da Síndrome de Asperger não conseguem selecionar estímulos, o que transforma seu universo em alvo de múltiplos estímulos simultâneos. A sensibilidade com a informação sensorial, como luz, som, textura e gosto podem ser percebidas como invasivas, transformando o convívio social em uma ameaça insuportável. O isolamento social é consequência desse e de outros sintomas. Os “aspies” – como se autodenominam os portadores da síndrome – não apresentam nenhum traço físico aparente da doença e possuem inteligência normal, muitas vezes acima da média. Suas dificuldades de comunicação são confundidas muitas vezes como mera timidez, enquanto, na verdade, enfrentam problemas de primeira ordem relacionados à sociabilidade, compreensão da linguagem e interesse exclusivos por determinados assuntos, o que abala as estruturas convencionais na formação de vínculos com a sociedade. Dificilmente eles olham para seu interlocutor, sempre evitando o contato direto. Do mesmo modo, quando olham, eles não conseguem interpretar suas expressões faciais. Isso quer dizer que esteja você sorrindo ou com cara de zangado, a reação é a mesma e neutra, o que acusa a falta de entendimento das emoções. Essa característica provavelmente é uma das que mais lhes gera angústia, pois não conseguem compartilhar e entender os sentimentos do próximo. Uma característica peculiar da síndrome faz que seus portadores se interessem quase que exclusivamente por um único assunto, como pode ser visto com Adam. Cada caso é um caso, nem todos os sintomas são iguais ou têm a mesma intensidade nos portadores. O filme nos mostra como é para Adam, que depois de perder o pai, encontra-se perdido. Beth representa um vínculo nutritivo, que o auxilia a ampliar suas habilidades sociais, a partir de sua disponibilidade e carinho. O desdobrar da história, irá retratar alguns sintomas peculiares e novas revelações dentro  das possibilidades. Trata-se de um filme simpático, que não perde a chance de ser didático, pois a consciência da própria síndrome faz com que Adam explique parte do que ocorre em seu universo. A inaptidão para perceber a linguagem não verbal é amenizada pelo aprendizado lento, mas possível. O longa é super recomendado para melhor compreensão de outras formas de funcionamento no mundo, nem melhor nem pior, apenas diferente. Confira!




terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O lenhador

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Pedofilia, relações afetivas, sociais, familiares e relação terapêutica.
SINOPSE
Após 12 anos na prisão, Walter (Kevin Bacon) se muda para uma pequena cidade. Ele vai viver num apartamento em frente a uma escola de ensino básico, cheia de crianças. Walter arruma emprego em uma madeireira e se mantém o mais reservado possível, mas isto não o impede de se envolver com Vicki (Kyra Sedgwick), uma extrovertida colega de trabalho. Ele, porém, não pode escapar do seu passado e quando os colegas de trabalho descobrem seu crime, o clima amigável desaparece.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Confesso minha resistência em assistir ao filme. Pedofilia é um tema difícil, que provoca sentimentos conflitantes, dificultando a necessária neutralidade no processo terapêutico. Recordo que na época de seu lançamento, o longa foi recomendado por uma professora querida, que sinalizava a respeito da consciência que o terapeuta deve ter sobre os próprios limites. Existem situações nas quais o profissional pode ficar impossibilitado de manter a postura de imparcialidade, do não julgamento, a pedofilia pode ser uma delas. Como atender com imparcialidade um cliente, que em um momento de descontrole, é capaz de molestar uma criança indefesa? Como lidar com tal situação de forma imparcial? Certamente, o filme nos dá pistas sobre o outro lado da situação. Não há como não repensar nosso impulso de considerar o pedófilo como monstro, após assistir ao drama. Nós somos convidados a acompanhar os dias de Walter, após 12 anos de detenção. Aos poucos, somos apresentados ao seu drama, e seus conflitos cotidianos diante da necessidade de se reinserir na sociedade e seus conflitos internos, frente à possibilidade de se descontrolar novamente.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Numb

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Relações familiares, sociais e afetivas. Erros e acertos nas relações terapêuticas, transtorno de despersonalização.
SINOPSE
Um roteirista sofre de um  transtorno, que o faz perder contato com sua personalidade e ter sensações de irrealidade e estranheza. Suas tentativas de tratamento e cura são retratadas na fita.  Quando se apaixona por uma mulher, o esforço dele aumenta, passando por todo tipo de terapia existente para conseguir conquistá-la.
TRAILER
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Numb é um filme de 2007, que inicia com Hudson se percebendo de forma estranha. Havia algo errado em sua percepção, mas ainda assim, era possível manter as aparências. Ninguém percebia o que estava acontecendo com ele até o dia ao fumar maconha ele perde o controle. Diante do surto, ele procura ajuda. O médico descarta as doenças físicas e o encaminha para o psiquiatra. De acordo com a psiquiatria, o filme retrata o transtorno de despersonalização e desrealização, que de forma resumida relaciona-se a um estranhamento em relação ao próprio corpo e ao mundo externo e que ocorre puramente como patologia, ou como fenômenos em diversos transtornos psiquiátricos como transtornos dissociativo e no famoso transtorno do pânico. Hudson (Matthew Perry) define assim sua desordem metal: O transtorno de despersonalização é o desligamento de sensações exteriores. Consiste na persistência ou recorrente experiência de se sentir desligado, como se alguém fosse um observador de seus próprios processos mentais ou do corpo. Além de oferecer um material informativo sobre o transtorno, o filme apresenta diferentes intervenções, psicológicas e psiquiátricas, que revelam algumas situações terapêuticas pouco recomendadas. O material a seguir contém Spoiler (revelações do enredo), portanto é recomendado ser lido após o filme ter sido assistido.

domingo, 22 de junho de 2014

Terapia do sexo


ASSUNTO
Sexualidade, compulsão, relações sociais, afetivas, terapêuticas e familiares.

SINOPSE
Adam (Mark Ruffalo) e Phoebe (Gwyneth Paltrow) iniciam um relacionamento, só que quando ela quer apimentar um pouco as coisas ele hesita, pois não está pronto para contar a verdade: de que está passando por um tratamento contra o vício por sexo. Ao lado de Mike (Tim Robbins), Neil (Josh Gad) e Dede (a cantora Pink), Adam faz uma terapia de 12 passos contra essa dependência e compartilha frequentemente seus desafios, medos e confusões sobre o que está passando.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Com o título original THANKS FOR SHARING (Obrigada por compartilhar), a trama retrata as dores e angústias vividas por diferentes participantes de uma sala de autoajuda para viciados em sexo. Eles estão em diferentes estágios de uma mesma dependência: Adam é um solteirão, consultor ambiental, que mantém uma abstinência de cinco anos; Mike é um construtor civil de meia idade, desde sempre casado com a sua namorada do colegial e visto por todos como o guia do grupo; e Neil um jovem médico de urgências, em fase de negação, e, Dede, a mais nova integrante do grupo. Enquanto mostra as dificuldades enfrentadas por eles, a trama aborda também conflitos familiares, particularmente na relação de Mike com seu filho. O dilema do velho ditado “em casa de ferreiro o espeto é de pau” é bem ilustrado, ao mostrar a diferença entre a disponibilidade do pai em relação ao filho, daquela dispensada ao grupo. Adam irá enfrentar alguns obstáculos para construir uma relação afetiva que possa incluir o sexo, sem que perca o controle da situação. Com a entrada de Dede, Neil tem a oportunidade de estar do outro lado da situação, o que permite que se dê conta da própria perspectiva. Ambos abrem espaço para o apoio mútuo, o que permite novas configurações. A produção independente não conquistou sucesso de crítica, nem de público, mas tem seu devido reconhecimento ao abordar um assunto tão complexo em uma comédia romântica, o que torna o filme leve e esclarecedor. O programa de Doze Passos (twelve-step program) é a estratégia central da grande maioria dos grupos de autoajuda para o tratamento de dependências ou compulsões, sendo mais conhecidos no Brasil os Alcoólicos Anônimos (e grupos relacionados como Al-Anon/Alateen, voltados às famílias de alcoólatras) e Narcóticos Anônimos. O programa foi criado nos Estados Unidos em 1935, por William Griffith e Doutor "Bob" Smith, inicialmente para o tratamento de alcoolismo e mais tarde estendido para praticamente outros tipos de dependência, como acontece no grupo MADA (Mulheres que amam demais) e em grupos de viciados em sexo. A importância desses grupos de autoajuda é indiscutível, entretanto é necessário destacar a necessidade do acompanhamento psicoterapêutico na maior parte dos casos de dependência.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ninfomaníaca 1 e 2

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Sexualidade, compulsão sexual, crenças, religião, valores morais, gênero, conceitos e preconceitos.
SINOPSE
ATENÇÃO: CENAS DE SEXO EXPLICITO, NÃO INDICADAS PARA MENORES. Volume 1 - Bastante machucada e largada em um beco, Joe (Charlotte Gainsbourg) é encontrada por um homem mais velho, Seligman (Stellan Skarsgard), que lhe oferece ajuda. Ele a leva para sua casa, onde possa descansar e se recuperar. Ao despertar, Joe começa a contar detalhes de sua vida para Seligman. Assumindo ser uma ninfomaníaca e que não é, de forma alguma, uma pessoa boa, ela narra algumas das aventuras sexuais que vivenciou para justificar o porquê de sua auto avaliação.
Volume 2 - A continuação da história de vida de Joe investiga os aspectos mais sombrios de sua vida adulta, e o que a levou aos cuidados de Seligman. Últimos três capítulos de "Ninfomaníaca".
TRAILER
Volume 1 - clique aqui.
Volume 2 - clique aqui.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Antes de tudo, devo sinalizar que o filme é para poucos, pois é preciso ter abertura para compreender as críticas, explícitas ou sutis, feitas pelo diretor. Aos que esperavam um filme pornográfico o que encontraram foi frustração, pois a trama nos confronta com conceitos e preconceitos sócio culturais. Escolhi reunir os dois volumes por uma questão simples: Não é possível ter plena compreensão sem que ambos sejam assistidos. No primeiro volume, temos maior foco no relato de suas aventuras sexuais desde a infância. Não há qualquer dado que possa nos ajudar a aprofundar o conhecimento sobre o contexto da vida de Joe. Assistimos as trocas com Seligman, que não parece concordar com a autoavaliação da moça, que se deprecia, sentindo-se má pessoa por ser ninfomaníaca. Ao narrar a história de sua vida, Joe encontra nas reações de Seligman possíveis “interpretações” ou outras perspectivas, que poderiam ser também do espectador (ou que podem servir para induzir o público). Seus comentários estão sempre associados a alguma referência, o que nos conduz para possibilidades que não ocorreriam sem tal intromissão. Suas referências incluem a música, as artes plásticas, a poesia e filmes – incluindo “Anticristo” do mesmo diretor. Prazer e dor, deleite e desamor, desamparo e autonomia estão entre as polaridades expressas na trama, que choca, confunde e violenta diferentes formas de ver tudo que é apresentado. O senhor solitário entra no lugar do psicólogo, que escuta sem julgar, principalmente ao favorecer para que Joe possa se ver de outra forma. Seligman é um intelectual que domina vários campos do conhecimento, com isso ele tenta analisar e compreender a obsessão de Joe por sexo, ao mesmo tempo conduzindo o espectador ao questionamento e provocando reflexões sobre alguns tabus.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

FILMES SOBRE AUTISMO

Autismo-DAY-EMKT
Em homenagem ao DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO, OUTROS FILMES SOBRE AUTISMO:
O MENINO E O CAVALO
imageDurante uma viagem do Texas às estepes da Mongólia em busca de cura xamânica para seu filho autista, o casal Isaacson é visto lutando contra as dúvidas e comemorando as pequenas vitórias. Mas os vemos também no stress dos retrocessos e nos momentos de profundo cansaço e desânimo perante um desafio hercúleo. O pequeno Rowan tem uma relação especial com animais, principalmente cavalos, e esse é o fio condutor tanto da experiência, como do filme. A câmera viajante capta os comentários imediatos dos pais, em vez de reflexões ponderadas a posteriori. Daí um sentido de urgência, temperado pelo lirismo com que são tratados lugares e sentimentos.
TRAILER
Para assistir o filme completo online: clique aqui.

O Nomimagee dela é Sabine (Elle s’appelle Sabine) – 2007

A atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine, que é autista, através de imagens filmadas ao longo de 25 anos. Sandrine testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz num hospital psiquiátrico, passa a viver numa estrutura adaptada a ela. E, dessa forma, numa casa na região de Charente, na França, reencontra a felicidade. A partir desse episódio, o documentário mostra a penúria e o despreparo de algumas instituições especializadas e as dramáticas conseqüências que podem causar aos doentes.
TRAILER

 Mais filmes a seguir

sexta-feira, 14 de março de 2014

ELA (Her)

 
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Depressão, solidão, sexualidade, relações afetivas, sociais e virtuais.
SINOPSE
Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Dia desses, eu assisti uma cena que me incomodou bastante. Estava numa festa de família, quando vi dois sobrinhos, sentados na mesma mesa, cada um digitando em seu próprio celular. Eles têm poucas oportunidades de se encontrarem, são da mesma geração, e, no lugar de aproveitarem o momento para trocar ideias, fazerem contato real, o faziam através do celular. Pasmem, estavam falando um com o outro através do teclado, quando podiam fazê-lo ao vivo! Em outra ocasião, decidi dar um jogo chamado “Imagem em ação” para minha afilhada. Contei para ela o quanto o jogo promoveu momentos agradáveis entre amigos em diversas ocasiões. Ela me respondeu que não teria como usar, pois seus amigos gostam de jogos eletrônicos, não teria com quem brincar. Fiquei triste com isso. Dentro do consultório, vejo repetidamente o quanto às relações virtuais estão promovendo aproximações e afastamentos, muitas vezes causando patologias peculiares à nova geração. Não, não sou contra o avanço tecnológico, mas tenho receio que os contatos virtuais possam produzir maior afastamento entre as pessoas, e, novas patologias possam surgir.  Nossas relações afetivas, familiares, sociais estão em transformação. E, o papel toda tecnologia nessa transição está se tornando protagonista. Não há dúvida que a tecnologia promove avanços inimagináveis. Mas, qual o limite entre benefícios e malefícios promovidos por esta nova forma de relação? ELA (HER) é um filme extremamente atual, pois exibe uma discussão profunda sobre as relações humanas, sobre o vazio existencial e a solidão do mundo pós-moderno. O filme promove diversas reflexões e abre espaço para uma questões bastante necessárias.

sábado, 31 de agosto de 2013

Dá pra Fazer (Si Può Fare )

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Saúde mental, psicodiagnóstico, relações sociais, afetivas e familiares, esquizofrenia, reforma psiquiátrica.
SINOPSE
Nello, um sindicalista afastado do sindicato por suas ideias avançadas, se vê dirigindo uma cooperativa de doentes mentais, ex-pacientes dos manicômios fechados pela Lei Basaglia. Acreditando firmemente na dignidade do trabalho, ele convence os sócios (doentes mentais) a substituir as esmolas assistencialistas por um trabalho de verdade, inventando para cada um, uma atividade incrivelmente adaptada às respectivas capacidades, mas indo também de encontro às inevitáveis e humanas contradições.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Um filme que consegue ser comédia, drama e retratar a história, é mesmo sensacional! Para quem é da área de saúde, o filme é uma aula sobre a reforma psiquiátrica italiana, conhecida como psiquiatria democrática. A negação da psiquiatria que aprisionava em manicômios, faz com que o movimento, iniciado por Baságlia, priorize a inclusão do diferente na sociedade. Baseada em fatos reais, a trama gira em torno do encontro de um sindicalista, que defende suas ideias cooperativistas, e, um grupo de doentes mentais, que foram beneficiados pela recente reforma do sistema de saúde mental italiano, promovida por Franco Baságlia. De fato, o sindicalista nada sabia sobre a reforma psiquiátrica, conforme pode ser visto na cena em que o psiquiatra pergunta a respeito. No entanto, suas ações junto aos ditos “loucos”, ainda que por outras razões, acaba por ser a prática do pensamento da reforma, visto que prioriza a inclusão. Para o sindicalista, é a oportunidade de colocar em prática suas ideias cooperativistas, e, consequentemente, ele dá lugar para a singularidade de cada paciente. Eles se tornam sócios da cooperativa, saem da invisibilidade, encontram um lugar. Através do voto, cada sócio participa, encontrando seu valor no ato. Por outro lado, o diretor motiva e valoriza a singularidade de cada um, fazendo com que eles possam participar com suas próprias possibilidades. A oportunidade de ser ouvido faz com que as questões particulares e gerais encontrem espaço. Sendo assim, logo a trama tem a chance de discutir questões, que podem abranger outros segmentos da sociedade.

domingo, 2 de junho de 2013

Em frente da classe/O líder da classe/O primeiro da classe

ASSUNTO
Síndrome de Tourette, educação/ensino, diferenças, Abordagem Gestáltica (Teoria Paradoxal da mudança), Superação e preconceito.
SINOPSE
2008 - O filme (Front of the Class - O líder da Classe ou O Primeiro da Classe) mostra o preconceito que Brad Cohen (Jimmy Wolk) sofreu por toda a sua vida por fazer esses "barulhos" estranhos devido a Sindrome de Tourette. As pessoas não entendiam, achavam que era uma brincadeira de mal gosto e o desprezavam e o castigavam por isso (inclusive o seu próprio pai o maltratava). Mas ele não se deixou abater e mostrou que era superior a qualquer tipo de preconceito e então resolveu dar aulas para crianças, coisa que ele amava e sempre sonhou em fazer. E se tornou o professor mais amado entre seus alunos. Esse filme narra a história de vida de Brad Cohen(Jimmy Wolk),que tem Síndrome de Tourette(é um distúrbio neurológico que faz com que o corpo perca o controle e a pessoa com essa doença tem tiques nervosos) e mesmo assim ele não deixa que essa deficiência o vença. Desde os 6 anos,ele tem esse problemas, mas sua mãe sempre o incentivou a ter uma vida como a de todo mundo, não é por conta do Tourette que ele não podia ter uma vida comum. Foi um diretor que o fez ser aceito na escola e pela ignorância dos professores que ele teve na vida, decidiu o ser o professor que ele nunca tinha tido. Ele adora ensinar o mais importante: que nada nunca o impediu de viver. Baseado em fatos reais,hoje em dia o verdadeiro Brad é casado com Nancy, fez seu mestrado e faz o que ele ama fazer: dar aulas.
TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme conta a história de Brad Cohen, um professor dos Estados Unidos que "sofreu" muito mais com o preconceito, do que com a síndrome de Tourette, um transtorno neuropsiquiátrico que o acompanhou desde os seis anos. Sobre a doença, Brad insiste em dizer que foi sua companheira desde os seis anos, e, também a principal responsável por ele se tornar um professor “de verdade”. A história dele não se distancia muito das de outras pessoas com formas “diferentes” de ser. Aqui falamos de diversas formas de funcionar no mundo, seja por aquilo que chamamos de doença, ou sexualidade, cor, crença, etc. Neste aspecto, o filme é uma lição de vida, pois nos alerta sobre o perigo de qualquer tipo de preconceito ou estigma. De fato, o enredo nos chama a atenção sobre o quanto a reação social às diferenças podem provocar o agravamento de “doenças”, e, em alguns casos, até resultando em distúrbios até então inexistentes. A obra é um presente que nos conduz a discussões e reflexões importantes sobre relações familiares, afetivas, sociais,  professor/aluno, diferenças, preconceitos, relação terapêutica e Abordagem Gestáltica.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Terapia de Risco

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Indústria farmacêutica, efeitos colaterias de medicações psiquiátricas, psiquiatria, saúde mental, crise de ansiedade, depressão, relação terapêutica, manipulação, relações afetivas e sociais.

SINOPSE

A trama gira em torno da jovem Emily Hawkins (Rooney Mara), que acaba de ver o marido (Channing Tatum) ser libertado da prisão por um crime de colarinho branco. Mesmo aliviada, Emily tem crises de depressão e busca a ajuda de medicamentos prescritos para conter a ansiedade. Ela também busca amparo num tratamento psicológico, lidando com profissionais (Jude Law e Catherine Zeta-Jones). O tratamento, por mais que comece de forma positiva, vai gerar consequências inesperadas na vida da jovem.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA

Com o título original “Side Effects” – efeitos colaterais, o filme fala da transformação da felicidade em mercadoria de lucro, sobre a busca da felicidade através de medicamentos. Já na chamada, o trailer é finalizado com a imagem de diversos comprimidos e a seguinte frase: “TERAPIA DE RISCO, em alguns casos a morte pode ocorrer.” Em tempos de discussão sobre o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a discussão proposta na trama se encaixa perfeitamente. O DSM-5 vem sendo duramente criticado pela comunidade acadêmica e pelos profissionais de saúde mental do mundo todo. O novo manual traz em sua proposta a diminuição dos limites de diagnóstico e das categorias dos diagnósticos existentes, além de acrescentar novas categorias. A preocupação gira em torno de toda uma geração, que ao manifestar variações normais de comportamentos, que embora sejam considerados problemáticos, podem ser “categorizados” pelo DSM-5 como algum tipo de doença mental. Tal procedimento pode acarretar em prejuízo para toda uma vida, devido aos estigmas provocados pelos rótulos, além de indicar a prescrição de drogas psiquiátricas poderosas, que podem ter sérios efeitos colaterais. Rompendo as barreiras do Universo acadêmico e profissional, as propostas do DSM-5 devem ser discutidas por toda a sociedade, pois suas consequências podem afetar a saúde de pessoas. Trata-se de uma questão séria.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ferrugem e osso

 

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Relações afetivas, familiares e sociais, superação, auto-suporte, resiliência.

SINOPSE

De repente, ALI (Matthias Schoenaerts) se vê tendo que cuidar sozinho de uma criança de cinco anos. Ele mal conhece o seu filho SAM (Armand Verdure). Sem casa, sem dinheiro e sem amigos, Ali vai morar com sua irmã ANNA (Corinne Masiero) em Antibes, no sul da França. Tudo começa a melhorar imediatamente. A irmã hospeda os dois na garagem, ela cuida do sobrinho e a temperatura é magnífica. Ali, um homem alto e forte, vai trabalhar como leão de chácara em uma boate. Durante uma briga, ele ajuda Stéphanie (Marion Cotillard). Distante e linda, Stéphanie parece inatingível, mas Ali, franco e direto, consegue deixar o seu número de telefone com ela. Stéphanie é treinadora de baleias orca, em Marineland. Quando uma apresentação termina em tragédia, um telefonema os junta mais uma vez. Quando Ali volta a se encontrar com Stéphanie, ela está presa a uma cadeira de rodas, por ter perdido ambas as pernas e algumas ilusões. Stéphanie passa a depender da força física de Ali e ele, por sua vez, passa a admirar a força de vontade de Stéphanie. E Stéphanie volta a querer viver. À medida que a história de vida dos dois começa a se encontrar e a se separar, eles entram em um universo onde a beleza, a juventude e o sangue são considerados produtos, mas no qual a confiança, a verdade, a lealdade e o amor não podem ser comprados ou vendidos e a coragem aparece de várias formas.

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Existe a possibilidade de assitir online, mas tenha cuidado, contém cenas de sexo explícito, é indicado para maiores.  Se você  é maior de idade, clique aqui para assitir.

O OLHAR DA PSICOLOGIA

Eu já o tinha em minha fila de filmes para assistir, quando a colega Renata Rodrigues postou no meu face: “Ferrugem e Osso é um filme belíssimo e apresenta com profundidade duas almas perturbadas procurando por salvação e aprendendo a sobreviver. É tocante ver o quanto pode nascer algo sincero entre duas pessoas destruídas pelas circunstâncias impostas pela vida e pelas escolhas que elas abraçaram, encontrando um no outro a compreensão que o mundo não lhes ofereceu. É um filme denso e complexo, doloroso justamente por ser sensível. Não é um filme de fácil digestão, contudo, ele merece ser visto por todos... Ultra recomendado!”. Então, duplamente indicado, não tive outra alternativa, escolhi assistir logo. Logo, o que mais me chamou atenção foi um termo muito difundido na psicologia: resiliência. Este conceito psicológico, emprestado da física, é a capacidade que um indivíduo ou uma população apresenta, após momento de adversidade, conseguindo se adaptar ou evoluir positivamente frente à situação. O conceito surgiu na física e nada mais é do que a capacidade de alguns materiais voltarem ao estado natural depois de terem passado por uma tensão extrema. Ou seja, é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. A capacidade de resiliência envolve uma tomada de decisão, é quando alguém depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades. Durante o processo terapêutico, um dos objetivos é despertar a capacidade de resiliência do cliente.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A ira de um anjo

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Abuso,  Transtorno do desvio de conduta, psicopatia, Abuso sexual infantil, Adoção, relações familiares.
SINOPSE
O filme foi baseado na história real de Beth Thomas, uma criança que foi severamente abusada sexualmente e apresentou comportamentos violentos, conforme o documentário mostra. O vídeo retrata alguns trechos do processo terapêutico real e alguns depoimentos, da criança em duas fases, dos pais e do terapeuta. No filme, a trama aborda um drama familiar, focando na menina de 07 anos que foi adotada junto ao irmão por uma família bem-sucedida e até então feliz. Problemas começam a aparecer com o estranho comportamento da menina, que consegue influenciar maleficamente o irmãozinho, manipular os adultos ao seu redor, mostrando um lado violento e negro de sua personalidade. O casal imagina então que isso se deve ao passado desconhecido dessa criança, antes de desistir da adoção, os pais vão buscar respostas na história de vida da criança. As angústias vividas por esses pais, que se esforçam imensamente para amar essa menina apesar de se comportamento,  são retratadas no filme. Onde está o limite? A busca interessada e amorosa faz toda diferença.
Documentário completo sobre Beth
Filme Completo no YouTube
O OLHAR D APSICOLOGIA
Nem o filme nem o documentário são fáceis de assistir. A discussão sobre um fato tão delicado e atual, em alguns momentos se torna intragável. No filme, quando a família adota as crianças, a menina já tem 7 anos. Ao assistir suas atitudes maquiavélicas, o primeiro sentimento que surge no espectador é raiva, sim, raiva dessa menininha tão cruel. Não é fácil ficar neutro diante de tanta maldade e frieza. Difícil se colocar no lugar dos pais adotivos, que apesar de tantas complicações, escolhem tentar amá-la e ajudá-la a descobrir-se como ser humano. Catherine apresenta todos os sintomas do Transtorno de Desvio de Conduta, patologia prevista em crianças que tiveram privação emocional nos primeiros contatos com o mundo e/ou algum tipo de abuso. Sim, Cat sofreu abuso sexual infantil, cujo agressor foi o pai biológico. Agora, a menina não tem qualquer possibilidade de afeto ou empatia (se colocar no lugar do outro). Antes do tratamento, só raiva e medo são emoções que a menina conhece. Ela não tem ideia do que seja afeto, confiança, respeito, amor…

sábado, 13 de abril de 2013

SEM MEDO DE VIVER

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Transtorno de Estresse pós-traumático, relação terapêutica, familiar e social.
SINOPSE
1993 - Max Klein é um dos pouco sobreviventes de um acidente aéreo que vitimou a maioria dos passageiros. Afetado pela experiência, o comportamento de Max começa a sofrer grandes alterações. Não consegue retomar a sua vida, afasta-se da família e, julgando-se invulnerável, procura situações de risco, como andar no topo de arranha-céus. Depois de várias tentativas frustradas para ajudar Max, o psicólogo Bill Perlman apresenta-lhe outra sobrevivente, Carla Rodrigo, uma mãe traumatizada pela morte do seu bebê no acidente, e juntos vão iniciar o caminho para resolver os seus problemas...
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Um filme intenso, sensível e psicológico, que retrata bem o que vem a ser o Transtorno do Estresse pós-traumático (TEPT) - é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando se recorda do fato, ele revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais. No filme, o acidente de avião é o evento que altera a vida dessas pessoas, que reagem de forma diferente ao trauma.

sábado, 26 de janeiro de 2013

De pernas pro ar 2

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Sexualidade, vício em trabalho, relações afetivas e sociais.

SINOPSE

Alice (Ingrid Guimarães) agora é uma empresária bem-sucedida, que continua trabalhando muito mas sem deixar de lado o prazer sexual. Ela está bastante atarefada devido à abertura da primeira filial de sua sex shop em Nova York, ao lado da sócia Marcela (Maria Paula). Seu grande objetivo é levar para a América um produto erótico inédito, o que faz com que ela fique bastante estressada. Até que, durante a festa de comemoração pela 100ª loja SexDelícia no Brasil, Alice tem um surto devido ao excesso de trabalho. Ela é internada em um spa comandado pela rígida Regina (Alice Borges), onde conhece várias pessoas que buscam controlar suas obsessões e ansiedades.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

O filme segue a linha criativa do primeiro, desde sua preocupação excessiva com o trabalho, até a suas crises familiares pelo mesmo motivo. Porém, a evolução no roteiro brinca com outros assuntos, que devem ser levados a sério. É claro que o filme não tem a pretensão de aprofundar nenhum assunto, pois trata-se de uma comédia romântica no estilo Hollydiano. De todo jeito, o mais bacana é conseguir falar de de sexo sem precisar apelar para cenas eróticas ou palavrões. Aprovado pelo público e reprovado pela crítica, o filme tem lá o seu charme. A trama ironiza questões contemporâneas, como por exemplo, o vício pelo trabalho, que é deslocado para o universo feminino. Além disso, há o vício em redes sociais, a cleptomania e a compulsão sexual, que são problemas pincelados com humor durante as sessões de grupo no SPA –  cenas hilárias. No geral, não passa de um entretenimento leve que garante boas risadas, sem aprofundar qualquer tema. O que de certo modo é positivo, pois  alguns assuntos ganham maior liberdade ao serem apresentados de forma leve. Diversão garantida!

O lado bom da vida

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Família disfuncional, TOC, Transtorno Bipolar, compulsão sexual, relações familiares, afetivas e sociais.

SINOPSE

Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu absolutamente tudo na vida: sua casa, o emprego e a esposa. Deprimido, ele vai parar em um sanatório, onde fica internado por oito meses. Ao sair, Pat passa a morar com os pais e está decidido a reconstruir sua vida, o que inclui retomar o casamento, passando por cima de todos os problemas que teve. Entretanto, seu novo plano muda por completo quando ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma garota misteriosa que também tem seus problemas. É ela quem consegue fazer com que Pat mais uma vez se reconecte com a vida.

Na trama, acompanhamos um homem com sérios problemas emocionais que pegou a mulher o traindo com um homem mais velho e as consequências disso foram internação e distância da família. Algum tempo depois, tentando superar seus problemas, o problemático homem volta para casa e conta com o apoio da família, dos amigos e de uma moça que conhece por acaso. Entre danças e promessas uma amizade vai se construindo sob pilares genuínos, com verdade e sem segundas intenções, pelo menos não a princípio.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA

O transtorno bipolar do humor já foi retratado em outros filmes, mas aqui temos outras particularidades, não só deste diagnóstico, mas de outras formas de reagir aos conflitos existenciais. O foco da trama é a estória é sobre Pat, que acabou de sair da clínica psiquiátrica, onde foi internado por ter batido no amante de sua esposa. Ele descobriu que era um bipolar não-diagnosticado, mas se recusa a se medicar. Além de estar obcecado com a ideia de reconquistar sua esposa, ele tem que enfrentar o preconceito, o medo e o desprezo de vizinhos e amigos. Durante sua jornada de recuperação, conhece uma garota chamada Tiffany, que também se encontra em uma etapa difícil. Após se tornar viúva, ela desenvolve compulsão sexual, adquirindo um comportamento promíscuo que lhe traz má fama. Para ambos houve um conflito insuportável como agente provocador do desequilíbrio, ponto que tanto os atrai quanto repele a ambos. O pai do protagonista é um senhor de meia idade viciado em apostas, que acredita seriamente que alguns resultados de jogos são influenciados pela presença ou não de alguém na sala ou acontecimentos importantes que ocorram simultaneamente ao jogo. Além de arriscar a estabilidade familiar com apostas, o provedor da casa apresenta alguns sintomas de TOC. O descontrole emocional é frequente mas não é restrito ao protagonista.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Griff, o invisível

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ASSUNTO

Fobia social, diferenças, relações familiares, afetivas e sociais.

SINOPSE

Produção australiana de 2010 - Griff (Ryan Kwanten) durante o dia trabalha em um escritório, onde vive uma vida reclusa, intimidado por colegas de trabalho. À noite, ele é Griff - O invisível, um super-herói que perambula pelas ruas de seu bairro local protegendo os inocentes. Griff tem seu mundo virado de cabeça para baixo quando ele conhece Melody (Maeve Dermody), uma bela jovem cientista que compartilha a sua paixão pelo impossível.
Seus colegas de trabalho gostam de tirar sarro com a cara dele, seu irmão se preocupa com a personalidade excêntrica e tenta trazer Griff de volta à realidade, lembrando sempre que ele não pode mais se refugiar no mundo de super-heróis. No entanto, é o irmão racional quem fica atraído e namora Melody, uma pessoa que não aparenta gostar nada dessa realidade comum. Quando apresentada a Griff, ela fica fascinada pelas peculiaridades dele e começa a se apaixonar. A dificuldade do personagem em alcançar essa normalidade fica clara quando, na intenção de se camuflar especificamente à paisagem de um ponto de ônibus, Griff opta por sair de casa vestindo uma roupa chamativa, capaz de expô-lo em todos os demais cenários.

TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA

A identidade secreta de Griff é apenas o modo peculiar que jovem encontrou para preencher a própria vida. O filme fala de tolerância, de aceitação, fala sobre as diferentes formas de funcionar no mundo. O protagonista é uma pessoa com sérios problemas de socialização, indicando uma possível fobia social. Ele não tem amigos e ainda é perseguido por um colega de trabalho, que faz questão de evidenciar suas dificuldades. Seu irmão, seu único amigo, se esforça para trazer Griff para realidade, mesmo que se comporte de forma pouco convencional. Este irmão que surge como cuidador preocupado, também é aquele que opera uma “normalidade particular”, que se mostra enfadonha durante os encontros na casa da nova namorada, Melody. Aliás, ele é um cara muito esquisito. Ela, por outro lado, está fora dos padrões e quando é apresentada a Griff fica encantada, entrando em sintonia com o universo “diferente” em que ele vive.