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sexta-feira, 14 de março de 2014

ELA (Her)

 
clip_image001ASSUNTO
Depressão, solidão, sexualidade, relações afetivas, sociais e virtuais.
SINOPSE
Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Dia desses, eu assisti uma cena que me incomodou bastante. Estava numa festa de família, quando vi dois sobrinhos, sentados na mesma mesa, cada um digitando em seu próprio celular. Eles têm poucas oportunidades de se encontrarem, são da mesma geração, e, no lugar de aproveitarem o momento para trocar ideias, fazerem contato real, o faziam através do celular. Pasmem, estavam falando um com o outro através do teclado, quando podiam fazê-lo ao vivo! Em outra ocasião, decidi dar um jogo chamado “Imagem em ação” para minha afilhada. Contei para ela o quanto o jogo promoveu momentos agradáveis entre amigos em diversas ocasiões. Ela me respondeu que não teria como usar, pois seus amigos gostam de jogos eletrônicos, não teria com quem brincar. Fiquei triste com isso. Dentro do consultório, vejo repetidamente o quanto às relações virtuais estão promovendo aproximações e afastamentos, muitas vezes causando patologias peculiares à nova geração. Não, não sou contra o avanço tecnológico, mas tenho receio que os contatos virtuais possam produzir maior afastamento entre as pessoas, e, novas patologias possam surgir.  Nossas relações afetivas, familiares, sociais estão em transformação. E, o papel toda tecnologia nessa transição está se tornando protagonista. Não há dúvida que a tecnologia promove avanços inimagináveis. Mas, qual o limite entre benefícios e malefícios promovidos por esta nova forma de relação? ELA (HER) é um filme extremamente atual, pois exibe uma discussão profunda sobre as relações humanas, sobre o vazio existencial e a solidão do mundo pós-moderno. O filme promove diversas reflexões e abre espaço para uma questões bastante necessárias.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Lola contra o mundo

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ASSUNTO
Relações afetivas, término da relação amorosa, autodescoberta.

SINOPSE
Lola tem 29 anos e está prestes a se casar com Luke. No entanto, três semanas antes de seu casamento, Luke termina tudo, o que deixa Lola devastada. Agora, ela deve se reerguer e partir em busca de sua felicidade, mas isso não será nada fácil.


TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
“Eu sei que a mudança é inevitável, mas se eu não quiser que as coisas mudem? E se eu gostar da minha vida do jeito que ela é?”. Assim Lola afirma ao completar 29 anos. Como tantas outras, há o desejo de manter o status quo. O medo do desconhecido ou apenas a vontade de eternizar um momento especial fazem com que vislumbremos a possibilidade de fazer o momento presente eterno, ainda que já tenha se tornado passado. Vida é sinônimo de transformação, se apegar ao passado não evita mudanças, elas de fato são inevitáveis. Logo de início percebemos que a protagonista não é uma personagem de conto de fadas, Lola é bem real, imperfeita, humana. Não é difícil se identificar com ela em diversos momentos, pois a “mocinha” sai de seu eixo e comete erros como qualquer ser humano. Seu mundo desaba quando o noivo rompe o compromisso às vésperas do matrimônio. O suporte dos amigos parece não ser suficiente, a dor é sua, de mais ninguém. Dormir, beber ou comer demais, ficar sem ar, se afastar do ex e ao mesmo tempo tentar saber tudo sobre ele, buscá-lo, investir energia em novos projetos ou “chutar o balde” são comportamentos ambíguos que tornam Lola humanamente real.

12 Anos de escravidão

 
imageASSUNTO
Preconceito racial, relações afetivas, familiares e sociais, violência, abuso físico e psicológico, período nebuloso da história americana, luta por direitos básicos.
SINOPSE
12 Anos de Escravidão é um filme baseado na inacreditável e verdadeira história de um homem que luta por sobrevivência e liberdade. Na época pré-Guerra Civil dos Estados Unidos, Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro livre do norte de Nova York, é sequestrado e vendido como escravo. Diante da crueldade (personificada por um dono de escravos desumano, interpretado por Michael Fassbender) e de gentilezas inesperadas, Solomon luta não só para se manter vivo, mas também para manter sua dignidade. No décimo segundo ano de sua odisseia inesquecível, Solomon encontra casualmente com um abolicionista canadense (Brad Pitt), que muda sua vida para sempre.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Mais do que apenas um absurdo da trajetória humana, a escravidão foi um período obscuro que revelou aquilo que há de mais desumano no homem: seu nível de crueldade. A ilusão de ser superior ao seu semelhante (ou seria a de sentir-se ameaçado pela diferença que não compreende?) fez e ainda faz o homem agir de forma violenta e ultrajante com a própria espécie. O filme conta a história de um e de muitos, pois retrata o que muitos negros vivenciaram durante a escravidão, fosse na América ou no Brasil. Infelizmente, a violência, a humilhação, a dor física e psicológica sofrida por eles não foram apenas parte obscura de  História deixada no passado. Este e utros tipos de preconceitos continuam a suscitar ações violentas que são estampadas regularmente em jornais. Na trama, acompanhamos a história de um homem livre, negro, que após ter constituído família e alcançado certa estabilidade social, é sequestrado e forçado a abrir mão da própria identidade. Solomon recebe uma proposta de trabalho como violinista e aceita viajar para Washington por alguns dias, para se apresentar junto a um grupo, o que promete um bom retorno financeiro. Logo, nos deparamos com a mudança drástica ocorrida em cena, acontece da noite para o dia. De noite, o clima era de comemoração pelo possível sucesso dos shows. De manhã, as correntes que prendem o violinista revelam outra atmosfera. Trata-se do tráfico humano, que é executado da forma mais ultrajante possível. Preso, espancado e humilhado, ele é transportado para o sul, para onde será contrabandeado (No sula escravidão ainda era uma realidade) e vendido para trabalhar em plantações. Atente para o fato que sua identidade precisa ser trocada, ele então é transformado de forma cruel em Pratt. A partir de então, acompanhamos cenas que chocam e partem o coração de qualquer pessoa.

Canção para Marion

imageASSUNTO
Relações afetivas e familiares, paciente terminal, luto e conflitos relacionais entre pai e filho.
SINOPSE
Arthur é mal humorado, rabugento e de poucos amigos. Sua esposa, Marion, apesar de ser doente terminal, é o oposto: está sempre bem humorada, de bem com a vida e cercada de amigos que a adoram. Ele e o filho têm problemas de comunicação, o que preocupa a esposa, que tenta aproximá-los antes de partir. Marion faz parte de um coro que é pouco convencional, o marido discorda de sua participação, pois o considera como ameaça a sua saúde.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Já existem alguns filmes que discutem as relações familiares no momento de perda de um de seus membros. Atendendo ao pedido de nossa colega Denise Chagas, assisti ao drama. Neste, falamos de Marion, uma mulher vibrante que apesar de estar em fase terminal de câncer, esbanja energia. Seu amor pela vida fica evidenciado em cada esforço que faz para compartilhar do coro com os amigos. Seu marido, ao contrário, faz questão de se isolar ou exibir seu mau humor a qualquer momento. No entanto, quando cuida de Marion, ele exibe sua capacidade cuidar, sendo amoroso e carinhoso com ela. Já com o filho e com os amigos de Marion a coisa é diferente, ele é seco e muitas vezes ríspido. Seu comportamento pode sugerir a presença de ciúmes, melhor dizendo, da necessidade que ele tem de possuir o máximo da esposa antes de sua partida. A relação deles já é tão antiga que ambos se misturam no mundo. O tempo de convivência o fez esquecer-se de boa parte de si. Ele não sabe como funcionar sem ela e seu processo de luto o torna ainda menos tolerante.

sábado, 16 de novembro de 2013

The first time

clip_image002ASSUNTO
Adolescência, virgindade,sexualidade, relações afetivas e sociais.
SINOPSE
2012 - Dave Hodgman, estudante do último ano do ensino médio e romântico incurável, conhece e se apaixona por Aubrey após uma noite de festa. Infelizmente, há alguns obstáculos para essa história ter um final feliz: Dave esteve até então loucamente apaixonado por outra garota, Jane Harmon, enquanto Aubrey mantém um relacionamento com Ronny, um jovem de 20 e poucos anos. Por serem estranhos um para o outro, eles compartilham seus verdadeiros sentimentos a respeito de suas vidas e acabam tendo uma incrível conexão. Ambos inexperientes, eles veem o seu mundo girar de lugares totalmente opostos para si mesmos. Com um forte sentimento, eles terão que arriscar um caminho que nunca percorreram: Sexo.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Virgindade ainda é um assunto polêmico para muitos. Para alguns adolescentes, a primeira vez pode ser um sonho e/ou um pesadelo. Sonhar com o momento único que pode ser com partilhado com uma pessoa especial é comum. Para alguns, o sonho se torna pesadelo muito antes de acontecer, pois pode ocorrer muito cedo ou tarde demais. De fato, este é um dilema comum para adolescentes. Meninas e meninos, independente da perspectiva, passam pela experiência de criar expectativas sobre o momento sonhado. O filme trata do assunto de forma delicada, simples e muito real. Trata-se de uma comédia romântica sensível, que encontra o tom certo para discutir o assunto. Tanto Dave quanto Aubrey já faziam planos sobre a primeira vez antes de se conhecerem. Entretanto, se esbarram ao acaso, e, talvez por isso, constroem uma relação autêntica. Aos poucos vão percebendo o quanto estão atraídos um pelo outro, o que acaba resultando na mudança de planos para ambos. Os conflitos experienciados pelos adolescentes são retratados com honestidade. O mais interessante  é a forma como apresentam a primeira vez. Para não saber detalhes do desfecho da trama, recomendo que não continue .

domingo, 10 de novembro de 2013

Mato sem cachorro

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Relações afetivas, familiares e sociais.

SINOPSE
Deco (Bruno Gagliasso) vive jogado no sofá de sua casa, apesar de ter bastante talento com a música. Um dia, ele encontra dois grandes amores de uma só vez: a radialista Zoé (Leandra Leal) e o cachorro Guto, que desmaia toda vez que fica muito animado. Não demora muito para que o trio viva como se fosse uma família. Só que, dois anos depois, Zoé termina o namoro, fica com a guarda de Guto e ainda por cima arranja um novo namorado (Enrique Diaz). Motivos mais do que suficientes para que Deco fique revoltado e prepare uma vingança: sequestrar Guto. Para tanto ele conta com a ajuda de seu primo Leléo (Danilo Gentili).
TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Já no início da trama temos uma desconstrução da ideia de família perfeita, que é propagada na grande mídia. Gostei de cara por concordar muito com isso. Desde “A família Watson” (os mais novos nem conheceram a série) que me pergunto a respeito. Em tempos de diversidade em estilos familiares, já não convém apontar a tal família perfeita. Não só por sua forma de existência, mas principalmente porque, como dizia Nelson Rodrigues, “de perto ninguém é normal”. Afinal, o que é ser normal? Formar uma família, definitivamente, não segue uma receita de bolo, ela é constituída dia após dia, num processo de prazeres e desprazeres ao longo de sua história. Pensar um ideal de família é perder a chance de vivenciar este processo com intensidade. Então, o filme assume a perspectiva de comédia romântica, entretanto tropeça em cenas de humor grosseiro e desnecessário, esbanjando palavrões, o que torna a trama imprópria para crianças.

sábado, 31 de agosto de 2013

Amor em tempos de guerra

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ASSUNTO

Homossexualidade, guerra, relações afetivas, familiares e sociais, preconceito, holocausto.

SINOPSE

O filme tem o seu início na primavera de 42, em Paris, Jean e Philippe arriscam as suas vidas para ajudar Sarah, uma amiga de infância de Jean que é judia e cuja família foi assassinada pela Gestapo. Jean é o grande amor de Sarah, mas ele é homossexual e apaixonado por Philippe, membro da resistência francesa. Mesmo assim, os três conseguem manter uma relação harmoniosa, até que entra em cena o irmão de Jean, colaborador dos nazistas. Quando Jean é falsamente acusado de manter um caso com um oficial alemão, começa a descida ao inferno sob o signo do triângulo rosa.

TRAILER




O OLHAR DA PSICOLOGIA

Transcendendo o tema da homossexualidade, o filme aborda as relações humanas em sua complexidade, abrangendo as relações afetivas, familiares e sociais em tempos de guerra, quando o que há de mais desumano na sociedade pode se revelar. Se ainda enfrentamos barbaridades por conta de preconceito contra a homossexualidade, não há como comparar com o que acontece em outro contexto. Os horrores da segunda guerra mundial, por diversas ocasiões, foram retratados em diferentes filmes. Temos presente algumas imagens das barbáries sofridas por judeus do mundo todo. A proposta deste filme francês é outra, o foco se desloca a intolerância com a homossexualidade. Jean ama Sarah de outra forma, como alguém muito querida, nunca como mulher. Seu corpo e coração pertencem a Philippe. Por mais estranho que pareça, os três encontram uma forma de convivência harmoniosa, até que seu irmão descobre a verdade. A revolta, o preconceito, ciúme e a inveja transformam a família. A primeira manifestação de preconceito surge na atitude irresponsável do irmão, que resulta na prisão de Jean. Os horrores começam a acontecer na tela, revelando como a homossexualidade também foi alvo de torturas e assassinatos cometidos pelos nazistas.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Khamoshi

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ASSUNTO
Deficiencia auditiva, relações afetivas, familiares e sociais, preconceito.
SINOPSE
1996 -Khamoshi conta a história de uma família dividida entre o silêncio e a música. Joseph (Nana Patekar) e Flavy (Seema Biswas) são um casal de surdo-mudos, e sua filha Annie(Manisha Koirala) é uma cantora talentosa e apaixonada por música que tem que cuidar dos pais. Após conhecer o compositor musical Raj (Salman Khan) ela se vê dividida entre dois mundos diferentes.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Depois de seduzida e surpreendida por alguns filmes indianos, como TODA CRIANÇA É ESPECIAL, 3 IDIOTAS e MEU NOME É KHAN, descobri alguns sites e/ou páginas de Orkut que disponibilizam alguns filmes indianos para baixar. Assim, tenho obtido novas surpresas, de filmes velhos ou novos, brindando essa forma peculiar indiana de fazer filmes. Ainda que não consiga imaginar a variedade de temas discutidos em seus filmes e os diversos estúdios de filmes indianos que nos são negados, opto por compartilhar aqueles que considero interessantes, no que tange a psicologia. Kamoshi é um filme sensível que compartilha as angústias e conquistas de Annie, a filha de dois surdo-mundos. Seus pais vivem em Goa, superando obstáculos e dificuldades sociais para formarem sua família. O casal conta com a ajuda de Maria, a avó, que não só auxilia na educação das crianças, Annie e Sun, como também os apresenta o universo da música. Ainda jovem, Annie perde o irmão e a avó, o que faz com que ela se torne a voz dos pais, se afastando da música por muito tempo. Já adulta, ao se apaixonar, Annie faz as pazes com a música através de Raj. Ainda que seus pais tenham se afastado da igreja desde a morte do filho, Annie mantém sua ligação e tenta fazer uma ponte entre o universo silencioso de seus pais e o mundo de sons e melodias capazes de tocar o coração. Os dramas dessa família envolve não apenas as dificuldades devido a deficiência auditiva dos pais, mas, principalmente, do isolamento causado pelo desrespeito às diferenças. A trama tem um toque indiano, ao apresentar romance, drama, musical, e, até comédia em um único filme, sem que nenhum dos estilos predomine ou torne a experiência cansativa. É um filme emocionante, sensível e rico, que discute o preconceito sob diferentes perspectivas, além de falar de intolerância com as diferenças, e, a sobrecarga emocional que pais podem delegar aos filhos, quando querem impor sua forma pessoal de ver o mundo aos seus.



English, Vinglish

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Preconceito racial, linguístico e sexual, auto-estima, relações familiares, afetivas e sociais.

SINOPSE

É um filme indiano de 2012 e escrito e dirigido por Gauri Shinde. O filme mostra a história de Shashi, interpretada por Sridevi, uma dona de casa indiana conservadora, que ainda segue alguns costumes tradicionais e só se comunica em híndi, o que dificulta sua convivência social, pois a esmagadora maioria da população indiana fala inglês usualmente. A partir dessa premissa, acompanhamos a viagem de Shashi, sem sua família, a Nova York para ajudar nos preparativos do casamento de sua sobrinha. As circunstâncias forçam-na a afirmar sua independência, inscrevendo-se em um curso de inglês e provando ao mundo que ela é tão capaz quanto qualquer outra pessoa. È possível encontrar o filme online ou para baixar em sites como telona.org.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA

Ainda que o filme trate de uma temática bem específica, ao focar a questão da língua inglesa substituindo a língua nativa, há também um tema universal em voga. Aqui, falamos de nossas formas tradicionais de funcionar no mundo. Quantas pessoas teimam em seguir um “livro de receitas” de como viver, mantendo tradições muitas vezes ultrapassadas. Novos conceitos nos invadem a cada momento, mídias diretas e indiretas repletas de informações. Se, por uma lado, alguns tratam de aparelhar-se com o que tem de melhor em termos de comunicação, outros preferem confiar nas antigas formas de acessar informações. Existem ainda aqueles que simplesmente se fecham dentro de suas certezas tradicionais, não aceitando qualquer mudança. Quantas esposas escolhem viver o papel de “boa dona de casa e mãe” e se esquecem de prestar atenção nos próprios filhos e nas mudanças da vida? Não há receita! Não creio que podemos julgar quaisquer dessas escolhas, pois qualquer extremo nos convida ao desequilíbrio. Sashi é uma dona de casa que preza pelo tradicional, entretanto, acaba por esbarrar em obstáculos sociais que tornam até mesmo suas relações familiares bastante prejudicadas.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O menino de ouro

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Luto, elaboração do luto, superação, relações afetivas, sociais e familiares e fé.
SINOPSE
Um casal decide adotar uma criança após diversas tentativas frustradas de ter um bebê. Zooey, em sua ida a um orfanato, se encanta por Eli, um pequeno garoto de 7 anos que anda de terno e gravata e se comporta como um adulto. Enquanto o coração de Zooey se enche de esperança com a possibilidade de vir a se tornar mãe, Alec, seu marido, tem de quebrar a cabeça para não deixar que a empresa, que seu pai construiu com tanta dedicação, vá a falência e seja obrigada a fechar as portas. Um filme para você acreditar realmente que o amor é para ser dividido e que nós estamos sempre rodeado por anjos, assim é Milagres Acontecem – O Menino de Ouro, que promete te emocionar do início ao fim.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Dia desses, um casal que atendo comentou sobre a experiência de ter assistido ao filme. Diante disso me senti na obrigação de ver. Assim como “A vida que segue”, o filme explora a elaboração do luto na perda de um filho. A diferença está na forma de elaboração. Nesse caso, o filho ainda era criança, e já pegamos o processo no momento que o casal estuda a possibilidade de adotar uma criança. Depois da perda, a mãe não consegue mais engravidar, ainda que fisicamente nada seja encontrado, que possa justificar sua dificuldade. Sua infertilidade é apontada como psicológica, tendo alguma ligação com a perda do filho. Ainda que o filme apresente uma visão surreal, incluindo mais de um anjo como suporte para o casal, o filme é emocionante e promove reflexão. No atendimento psicoterapêutico do consultório, é comum recebermos pessoas em situações de luto. Alguns apresentam algum sintoma físico, como consequência dessa dificuldade de enfrentar a nova realidade, outros podem apresentar sintoma psicológico ou apenas serem trazidos por parentes, quando reconhecem algo muito alterado no comportamento do indivíduo. Fato é que muito do que o filme apresentou, me remeteu ao papel do terapeuta no processo de luto de seus clientes. Os “anjos” do filme, representados pela criança misteriosa e o ‘sem teto’, dão suporte ao casal, facilitando que ambos descubram a própria força, apesar de todos os problemas.

Vida que segue

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Luto, relações afetivas, sociais e familiares.
SINOPSE
Nos meses anteriores ao seu casamento com Diana Floss (Careena Melia), Joe Nast (Jack Gyllenhaal) está morando com os pais daquela que foi sua noiva. Quando Diana é assassinada, ele se vê em uma situação estranha sua relação aos pais dela, Ben (Dustin Hoffman) e Jojo (Susan Sarandon). Todos os três têm de lidar com a tragédia e, junto com a procuradora do Estado, discutir ações legais sobre o caso. Joe faz o que pode para atender a expectativa de todos, lutando contra o sofrimento da perda e lidando com o novo relacionamento que terá pela frente com seus sogros. O casal Floss adora Joe, mas a tristeza e o luto de todos prejudicam a conexão natural que poderia existir entre eles. Quando Joe se apaixona por outra mulher, ele terá de encontrar uma fórmula para seguir o seu coração e não magoar os pais de sua ex-noiva.
CENAS DO FILME
OLHAR DA PSICOLOGIA
O luto já foi tema de diversos filmes. Neste caso, o foco está na elaboração do luto dos pais, que evitam enfrentar a perda da filha, quando resolvem “adotar” o suposto genro como filho. O filme nos trás diversas situações possíveis em dramas semelhantes. Enfrentar a perda de um filho é sempre mais doloroso do que o contrário, a perda dos pais. De fato, ainda que qualquer perda de entes queridos provoque reações inimagináveis, o filho, partir antes dos seus genitores, é um acontecimento inesperado. Ainda assim, Ben e Jojo decidem adotar um comportamento racional, se distanciando da dor profunda que a tragédia provocou. O suposto noivo, por sua vez, além de viver seu próprio luto, se deixa envolver no estranho jogo, tentando viver de acordo com as expectativas do casal. Os três se relacionam de forma artificial, tentando camuflar culpas, dores e segredos. Fugir da realidade transforma a rotina de todos em sucessivas cenas artificiais que não podem durar para sempre. Novos acontecimentos acabam provocando mudanças na situação, fazendo com que cada um precise enfrentar a própria realidade.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um divã para dois

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ASSUNTO
Relação terapêutica, sexualidade,  conflito familiar, relações afetivas e familiares, terapia de casal.
SINOPSE
Kay (Meryl Streep) e Arnold Soames (Tommy Lee Jones) estão casados há 31 anos. O relacionamento entre eles caiu na rotina e há tempos não tem algum tipo de romantismo. O sexo entre eles acabou faz tempo, e cada um segue a sua rotina entediante dia após dia. Eles poderiam continuar assim por mais algumas décadas. Mas Kay decide reagir. Querendo mudar a situação, Kay agenda para ambos um fim de semana de aconselhamento com o dr. Feld (Steve Carell). O Dr. Bernie é um famoso terapeuta de casais que já resolveu muitos casos complicados. Quando Kay finalmente consegue arrastar seu teimoso marido para a terapia, nunca mais nada será como antes, pois dividir o mesmo divã com o marido será mais complicado do que dividir a mesma cama. A surpresa é que, as consultas com o terapeuta  acabam servindo como um meio de o casal se conhecer novamente, após anos de intimidade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Muitos se verão retratados em cenas do filme. Quando falo muitos, não me refiro somente aos casais na mesma situação (muitos anos de casados), mas em relacionamento de todas as idades. O filme fala do que não é dito, do que está reprimido, e, isto ocorre em muitas relações, de formas diversas. Só por isso já valeria a pena indicar a trama, mas o filme oferece mais. Então, vamos por partes.
A aparição do ator Steve Carell pode fazer com que o espectador espere uma comédia estilo comercial, ledo engano. Logo, somos apresentados a um psicoterapeuta de casal, sério e comprometido com seu trabalho. Gostei do termo usado em uma crítica que dizia que o ator serviu de escada para os personagens Arnold e Kate discutirem a vida. Não porque concorde com essa afirmação em relação aos atores, nem tenho formação para avaliar tal questão, mas por encontrar no termo uma boa descrição para o papel do psicoterapeuta. Sim, no processo terapêutico, nós psicólogos servimos de escada para as questões e soluções dos clientes que possam emergir. No filme, tal qual ocorre no set terapêutico real, o psicoterapeuta tem a função de provocar o casal a sair do rascunho e passar suas vidas a limpo. Não se trata apenas de um intermediário ou conselheiro, mas um profissional que se torna ferramenta para favorecer a ampliação de possibilidades na vida dos clientes. O fato de se perceberem como estão funcionando abre novas opções de escolha, o que possibilita mudanças reais.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

As mulheres do sexto andar

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Relações familiares, afetivas e sociais, choque de classe social e cultural.
SINOPSE
2011 - Paris, anos 60. Jean-Louis Joubert (Fabrice Luchini) é um corretor da bolsa que leva uma típica vida burguesa ao lado da esposa, Suzanne (Sandrine Kiberlain). A vida do casal é alterada quando sua empregada doméstica, que trabalha com eles há 20 anos, pede as contas. Em seu lugar é contratada a espanhola Maria Gonzalez (Natalie Verbeke), que passa a morar com a tia e outras conterrâneas no sexto andar do prédio, onde ficam os alojamentos dos empregados. Impulsionado pela simpatia da nova contratada, Jean-Louis se aproxima de Maria e suas colegas, descobrindo um universo até então desconhecido para ele. Toda a alegria e simpatia das espanholas acabam contagiando Joubert e isso os aproxima bastante, mesmo sem a aprovação da família. O contato com essas mulheres o faz repensar sua vida e descobrir novas emoções. Jean-Louis começa a se aproximar dessas mulheres que, apesar dos dissabores da vida dura que levam, são alegres e bem dispostas. Tocado por estes seres femininos cheios de vida, ele começa a descobrir um novo universo, vivendo com emoção os prazeres mais sutis, em um ambiente completamente diferente aos modos austeros em que estava acostumado.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O drama é também um relato histórico, pois o 6ª andar era de fato um lugar destinado às empregadas na Paris de 1960, além do movimento de fuga da ditadura de Franco, evidenciado na invasão dessas mulheres espanholas na França. O que mais chama atenção na trama é o choque entre universos tão distintos. Ainda que fique claro o contraste entre os dois mundos, o aristocrata é seduzido pela vida que emana daquelas mulheres. Se vida é movimento, ele começa a perceber o quanto estava se distanciando de uma vida real. Até entrar em contato com outra realidade, Joubert era um homem detalhista e muito tradicional. Infernizou a vida das duas empregas que teve para ter um ovo quente perfeito, segundo ele: “Um ovo perfeito e o dia será muito bom”. Aos poucos, vai começando a entender melhor o drama daquelas mulheres...

domingo, 29 de julho de 2012

E aí, comeu?

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ASSUNTO
Relações afetivas, sociais e familiares, solidão,  crise no casamento, separação.
SINOPSE
Recém separado, Fernando (Bruno Mazzeo) não se conforma com o fracasso de seu casamento com Vitória (Tainá Muller), enquanto seu amigo Honório (Marcos Palmeira), um jornalista machão casado com Leila (Dira Paes), não para de desconfiar que a esposa está traindo ele. Também amigo da dupla, Afonsinho (Emilio Orciollo Netto) sonha em ser um escritor de sucesso, tira onda de intelectual e se relaciona com prostitutas. Juntos, eles vão debater e descobrir qual é o papel deles nesse mundo povoado por mulheres, sejam elas interesses amorosos ou não.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Fui assistir sem muito entusiasmo e me surpreendi. O diálogo inicial é desencorajador para qualquer mulher, trata-se de filosofia barata que faz questão de denegrir a imagem feminina. Aos poucos, nos damos conta que o assunto é semelhante a papo de pescador, pois, ainda que existam as tais “ariranhas”, são apenas amigos jogando conversa fora e afogando suas mágoas no botequim. Não é indicado para qualquer público, pois retrata uma realidade comum aos frequentadores de botequim, que debatem sobre diversos assuntos, incluindo sexo, filosofia chinfrim e muitos palavrões.

domingo, 15 de julho de 2012

Para Roma com amor

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Adultério, identidade, culpa, escolhas, relações afetivas, familiares e sociais, polaridades, “sociedade do espetáculo”.
O filme proporciona boas gargalhadas, mas não é só isso. Claro que não, falamos de Woody Allen, portanto há sempre um toque crítico e mágico que nos faz refletir. Roma é palco de quatro diferentes tramas, que exploram alguns dramas existenciais contemporâneos, de forma bem humorada.
SINOPSE
O longa é dividido em quatro segmentos. Em um deles, um casal americano (Woody Allen e Judy Davis) viajam para Roma para conhecer a família do noivo de sua filha. Outra história envolve Leopoldo (Roberto Benigni), um homem comum que é confundido com uma estrela de cinema. Um terceiro episódio retrata um arquiteto da Califórnia (Alec Baldwin) que visita a Itália com um grupo de amigos. Por último, temos dois jovens recém-casados que se perdem pelas confusas ruas de Roma.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O embate entre o pensamento americano e europeu pode ser visto na estória em que Allen faz o papel do sogro paranoico. Diante daquela família Italiana que tanto lhe desagrada, o profissional (como sempre: neurótico e fracassado) encontra uma possibilidade de passar a limpo suas frustrações profissionais. Por acaso, escuta o pai da noiva cantando no chuveiro e se encanta com a voz do indivíduo. Até então, ele não tinha ideia de que o chuveiro era contexto necessário para que o canto existisse. Interessante notar que o pai do noivo trabalha com a morte, ou seja, é dono de funerária e que no momento em que está debaixo do chuveiro solta sua voz. Para realizar um espetáculo grandioso e manter o espaço seguro do cantor, é necessário adaptar o cenário à necessidade do artista. As cenas que garantem boas gargalhadas me fizeram refletir. Nesse mundo do espetáculo, onde há necessidade de nos adaptarmos às transformações sucessivas, como seria possível acontecer o contrário, ou seja, fazer com que o mundo se adapte às minhas neuroses. A proposta fantasiosa da trama nos convida a pensar em um ponto de equilíbrio mais flexível.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pelos meus olhos

 
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Violência doméstica, relações familiares, casal e família, herança transgeracional, psicoterapia, processo terapêutico.



SINOPSE
A história de uma mulher que, numa noite de inverno, foge de casa levando o filho e mais algumas poucas coisas. Ela sabe que o marido vai procurá-la e isso a deixa apavorada. Ela é tudo para ele. Ele diz, inclusive, que foi ela que lhe deu os seus olhos. Ao longo do filme, as personagens vão revelando um fascinante quadro familiar, através do qual saberemos quem é quem e onde os conceitos de lar, amor e proteção se confundem com inferno, dor e medo.


                                                                          TRAILER


Concordo com Sérgio Vaz em 50anosdefilmes- clique aqui, quando diz que o filme é muito mais que uma boa surpresa, é uma obra excepcional. Trata-se de um filme espanhol de 2003, que fala sobre violência doméstica da forma mais clara e verdadeira possível. A trama é atual e se revela indigesta, tendo em vista que o tema é por si só difícil. Não é nada fácil assistir ao que insistimos em evitar. O processo se desenrola diante de nossos olhos, desde o primeiro momento no qual a esposa decide, na calada da noite, sair de casa. Ela já não podia mais aguentar aquele cotidiano violento.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
 Mas, como acontece na maior parte desses lares doentes, ele entra na terapia de grupo e a convence mais uma vez a voltar. Ela, mais uma vez, se entrega de corpo e alma à relação. PELOS MEUS OLHOS é o título em português, pois o original já traz em seu título o discurso de doação de si mesma ao esposo (Te dou meus olhos), ela coloca nas mãos do esposo todo seu corpo e sua alma. É incrível a verdade retratada, onde a esposa, ao retornar ao lar, acredita na possibilidade de nunca mais acontecer e se volta contra as pessoas que confrontam a situação real. O mundo passa a ser perseguidor daquele amor que é parte dela mesma. Esse outro é parte de si mesma, o que revela que o marido não é o único pouco saudável na relação. A terapia de grupo é retratada deflagrando diferentes pessoas com o mesmo problema, os agressores.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Triângulo amoroso

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ASSUNTO
Relações afetivas e sociais, casal e família, traição, sexualidade, novas relações amorosas, luto, doença física.



SINOPSE
A história do casal de meia-idade Simon (Sebastian Schipper) e Hanna (Sophie Rois) que vive em Berlim e, simultaneamente, se apaixona e se envolve com o mesmo homem (Devid Striesow). No entanto, quando Hanna fica grávida, surge a pergunta que irá mudar o relacionamento de todos: "quem é o pai?"

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O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme é sensível e impactante, ousado e delicado, provocador e reconfortante. Como pode ser tudo isso? Sempre vai depender de quem assiste e/ou qual o momento escolhido. O desenvolvimento da trama se dá em torno das relações contemporâneas e suas novas possibilidades. Falando de traição, sexualidade, luto, rotina, mudanças e muito mais, o filme é um trabalho que deve ser visto, discutido e pensado. Um relacionamento desgastado que se torna vivo após a traição. A vivência do luto da mãe, o enfrentamento da doença e o desgaste da relação. A descoberta de novas configurações, novas vivências, novos riscos. Depois de tantas perdas nada mais é chocante, as prioridades mudam. Seria homossexualidade ou apenas a restauração da bissexualidade, que é inerente ao ser humano? Prazer, culpa, traição ou tradição? O filme discute tudo isso com neutralidade, não há julgamento, apenas acontece. Com interpretações fantásticas, a fita nos conduz ao universo dos personagens com naturalidade. As cenas de sexo transmitem autenticidade, não há espaço para pornografia.

sábado, 21 de abril de 2012

Guerra dos sexos

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ASSUNTO
Relações amorosas, sexualidade, traição, impotência. 


SINOPSE
2011 -Quatro histórias independentes revelam, de maneira divertida e à italiana, como as divergências entre o homem e a mulher dão continuidade a eterna guerra dos sexos. Isso, claro, motivado em grande parte pelas neuroses femininas e obsessões masculinas.





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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Descompromissado, o filme apenas apresenta com humor possíveis cenas do cotidiano de qualquer casal. São quatro histórias distintas que encontram o tom da comédia exatamente na rotina de todos nós. Ou conhecemos ou já vivemos algo parecido. Não há qualquer aprofundamento em nenhum dos temas propostos. Entretanto, pode se tornar ferramenta terapêutica para pessoas em situações semelhantes que não se dão conta de alguma situação. Pode ser tema de debate, favorecendo a conscientização de algo. A traição é tema do casal que acaba de ganhar mais um membro. Ela não encontra mais disposição para cuidar da relação amorosa por conta dos cuidados com o neném. Ele, por outro lado, tenta ao máximo resistir às tentações da apaixonada jogadora de seu time. Quantas mulheres têm por algum motivo dificuldade de se aproximar do marido após o parto?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A cova da Serpente

clip_image002ASSUNTO
Saúde mental, psicoterapia, relação terapêutica, hospitais psiquiátricos.

SINOPSE
Virginia, uma jovem mulher, e Robert Cunningham encontram-se e terminam se apaixonando.  Pouco tempo depois, eles se casam.  Após o casamento, Robert começa a notar que Virginia não apresenta o comportamento de uma pessoa normal.  Percebendo que ela precisa de mais ajuda do que a que ele pode lhe proporcionar, Robert decide interná-la numa Instituição para doentes mentais. Lá, ela é atendida pelo paciente Dr. Mark Kick, que lhe dá toda a atenção, iniciando um tratamento  com eletro-choques, hipnoterapia e sessões de psicanálise, visando curá-la da amnésia depressiva em que se encontra.  Aos poucos, ela começa a apresentar melhoras animadoras. Entretanto, ela sofre muito nas mãos da enfermeira-chefe, que vive criando casos e a ameaçando de transferência para o Pavilhão 33, 'a cova das serpentes', onde são confinados os pacientes sem esperanças de cura.  A gota d'água ocorre quando Virginia diz à enfermeira que ela a trata mal porque está apaixonada pelo Dr. Kick e que tem ciúmes pelo fato do médico ser paciente e lhe dedicar bastante atenção. Virginia termina sendo transferida para o Pavilhão 33, onde sofre uma completa recaída.  O novo Pavilhão é tudo o que se possa imaginar de pior num Asilo, com os pacientes desenganados a gritarem e dançarem o tempo todo. Dr. Kick continua o tratamento, obtendo uma boa resposta de sua paciente que, aos poucos, vai se libertando de seus medos e descobrindo as causas de sua doença, causas essas ligadas a sentimentos de culpa mal resolvidos em relação principalmente a seu pai.  No final, completamente curada, ela recebe alta e volta para seu marido. Fonte, clique aqui.

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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Para quem tem interesse em saúde mental, o filme é um prato cheio. Ainda que antigo, é fonte inesgotável de informações sobretudo, quando nos referimos a tudo que motivou o processo da luta antimanicomial. O fato de ser preto e branco não tira o brilho da trama, que nos convida a acompanhar a luta de um profissional para tratar de sua cliente através da psicoterapia, evitando utilizar os tratamentos que estavam em voga. De fato, a paciente consegue reverter seu quadro patológico no durante o processo. Entretanto, não somos poupados de assistir diversos tratamentos inapropriados, que acontecem com todos os pacientes do hospital psiquiátrico. Enquanto a paciente é parte do processo, um detalhe me chamou a atenção. O tratamento dispensado pelo psiquiatra supera o objetivo individual, pois Virgínia consegue dar continuidade a arte de “estar com” ao se relacionar com outra paciente. Explico melhor...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Medianeiras: Buenos Aires na era do Amor Virtual

clip_image002ASSUNTO
Depressão, solidão, síndrome do pânico, rejeição, relações afetivas, sociais e virtuais, fobia social, psicologia social, clínica e escolar.

SINOPSE
Mariana e Martin são dois jovens solitários que moram em prédios vizinhos, mas não se conhecem. Ambos vivem num mundo interior que é contado ao espectador através de narrações e colagens de imagens. Compartilham as mesmas angústias de milhões de pessoas no mundo inteiro; solidão, isolamento, dependência de antidepressivos e problemas de relacionamento. Quase se esbarram a todo o momento, mas se tivessem uma oportunidade de ficar a sós poderiam juntar suas solidões.
Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual conta a história de Martin, Mariana e seus desencontros. Eles vivem na mesma cidade, na mesma quadra, em apartamentos um de frente para o outro mas nunca conseguem se encontrar. Só conseguem se relacionar via internet. Se conhecem online, mas na vida offline se cruzam sem saber da existência um do outro. Como se encontrar no mundo "real" em uma cidade de 3 milhões de habitantes? Nas palavras de seu diretor Gustavo Taretto, "Medianeras é o resultado de várias ideias, que em algum momento -- que eu nem sei dizer qual -- começaram a se unir. A maioria delas é o resultado de minhas observações e da minha curiosidade sobre Buenos Aires e seus habitantes que muitas vezes vivem suas vidas mais na internet do que fora dela.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Antes de qualquer coisa, devo admitir que as indicações da colega Renata Rodrigues são sempre nota mil. Ela escreveu em meu face: Filme fantástico onde percebo que são suscitadas bastante questões emergentes de forma poética e metafórica: O que estamos buscando? Que sentimentos tentamos evitar sob a fulgaz sensação de proteção e um possível afastamento das relações verdadeiramente humanas, do que é belo, do que realmente vale a pena ser vivenciado, muitas vezes, tentando nos proteger sobre a carcaça emocional proporcionada pela virtualidade como um todo?Através de narrações em off dos próprios personagens e com passagens de tempo marcadas por estações do ano, a história de dois jovens é contada em paralelo, com bom humor, ironia e uma pitada de reflexão que remete às nossas próprias realidades quando o assunto é o afastamento cada vez maior que temos do convívio das pessoas por conta do ritmo frenético e das mudanças de comportamento do mundo moderno. A frase de Martín “A Internet me aproximou do mundo, mas me afastou da vida” representa bem algumas das mensagens deixadas pelo filme. O título Medianeiras? Creio que não há uma definição única, só assistindo para darmos a nossa atribuição de sentido ao nome. Recomendo muito! Patricia Araujo Santos, dê uma olhada, tenho certeza de que irá adorar! - Ela tem razão, eu adorei! Um pouco mais que isso, se é possível, amei!
O início do filme me lembrou muito as aulas de Psicologia Escolar com a professora Marcia Parga. No estágio, fazíamos um trabalho de visitação às escolas, onde tínhamos que fazer um “diagnóstico físico” da mesma. A experiência me fascinou, pois não servia somente para escolas. Nós registrávamos tudo que era observável na disposição física do lugar, para que depois tentássemos compreender o que aquela aparência informava a respeito da instituição. Depois de compreender melhor o processo, percebi que estava ali uma evidência clara de que é possível estar disponível à sensibilidade através do que nos é óbvio, mesmo que a aparência tenha o histórico de nos enganar. De fato, estar disponível ao óbvio é o ato de conseguir perceber com sensibilidade o que de fato está sendo mostrado, sem explicações, apenas descrevendo: O fenômeno se revela no óbvio.