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segunda-feira, 23 de março de 2015

Clube de compras em Dallas

Clube de Compras Dallas
ASSUNTO
Indústria farmacêutica, AIDS, homofobia, preconceito, relações familiares, afetivas e sociais, perseverança.

SINOPSE
Baseado em uma história real, o filme se passa na década de 1980 e retrata o dia a dia do eletricista texano Ron Woodroof após ser diagnosticado com o vírus da AIDS. Em uma batalha contra a indústria farmacêutica e os próprios médicos, Ron procura tratamentos alternativos e passa a contrabandear drogas ilegais do México.

TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A “doença maldita” era sinônimo de fim, degradação, preconceito e muito mais, estamos falando da epidemia da AIDS, que em seu início representava o mal do século.  O filme retrata a realidade cruel de mulheres e homens debilitados e segregados, que lutaram sozinhos contra o sistema. Embora pensassem que AIDS era a doença dos homossexuais, logo foi possível perceber que não era bem assim. Ron era homofóbico, como muitos dos amigos dele, mas também era viciado e promíscuo, sendo também vítima da doença. Sexo, apostas e drogas faziam parte de seu cotidiano, tudo ocorria sem limite ou seleção. O caipira eletricista não esperava que algo semelhante lhe pudesse acontecer. Descobrir-se contaminado foi difícil de aceitar, tornando sua trajetória mais verdadeira. Logo, ele descobre o preconceito, não só em relação ao HIV, mas também duplamente enfrentado por aqueles que são transexuais ou homossexuais. Enfrentar a doença, que segundo os médicos lhe dá 30 dias de vida, se torna um desafio diário. Então, só depois de ultrapassar o período de negação, que ele vê no fim da estrada,  um poço que parece sem fundo, mas não é. Suas crenças e valores são desafiados e afetados durante o processo de confronto com seu destino anunciado.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Teoria de tudo

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Relações familiares, sociais, acadêmicas, afetivas e terapêuticas – auto-suporte. Conceitos gestálticos: Priorizar os sentidos, momento presente, teoria paradoxal da mudança (aceitar o que está sendo para que a mudança ocorra, favorecendo se tornar quem de fato é).
SINOPSE
Baseado na biografia de Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora degenerativa, quando ele tinha apenas 21 anos.
TRAILER



O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme retrata um período importante da vida do famoso astrofísico, que foi acometido ainda jovem pela doença degenerativa denominada ‘síndrome de Charcot’. O médico informa, ao esclarecer o caso, que embora a doença não vá afetar o seu cérebro,  a ligação entre este e os músculos será interrompida gradativamente, o que impossibilitará sua comunicação com seu entorno. Ao assistir a cena em que o médico fez tal declaração, fiquei me perguntando como o jovem astrofísico poderia sobreviver ao rompimento de sua relação com o mundo. A abordagem gestáltica prioriza o ‘entre’, a “fronteira” é considerada como o lugar de desenvolvimento da existência. O “contato” é a realidade mais simples e primeira, sem o qual não há construção de indivíduo - individuação. Este contato com o que está “fora” vai dando contorno à noção de quem somos. Como seria para o astrofísico sobreviver sem a possibilidade de contato? Seu momento trouxe um contato especial, capaz de expandir as próprias fronteiras: o amor. Razão e emoção se encontram e perfazem novas configurações. Ele está determinado a encontrar uma “eloquente explicação” para o Universo, seu mundo é matemático, racional. Ele busca a lógica, tem o objetivo de explicar fenômenos do universo, como o tempo. Jane, por outro lado, é emocional, poética e personifica a fé, busca a compreensão do universo através dos sentidos. Esse encontro torna possível expandir suas fronteiras, permitindo que as probabilidades científicas sejam desafiadas. O “tempo”, seu objeto de estudo, é vivido em sua plenitude pelo casal, que encontra novas alternativas para cada novo desafio imposto pela enfermidade.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Homens, mulheres e filhos

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Relações interpessoais, relações familiares, afetivas e sociais, sexualidade, anorexia, pornografia
SINOPSE
Adultos, adolescentes e crianças amam, sofrem, se relacionam e compartilham tudo, sempre conectados. A internet é onipresente e, nesta grande rede em que o mundo se transformou, as ideias de sociedade e interação social ganham um novo significado. Algumas situações como um casal que não tem intimidade; uma garota que quer ser uma anoréxica melhor; um adolescente que vive em num mundo de pornografia virtual, fazem o expectador repensar a relações humanas.
Homem, Mulheres & Filhos´ conta a história de um grupo de adolescentes do ensino médio e de seus pais enquanto tentam lidar com as diversas maneiras nas quais a Internet mudou seus relacionamentos, suas comunicações, suas auto-imagens e suas vidas amorosas. O filme trata de questões sociais como a cultura dos videogames, anorexia, infidelidade, busca da fama e a proliferação de material ilícito na Internet. Na medida em que cada personagem e cada relacionamento é testado, podemos ver a variedade de caminhos que as pessoas escolhem – alguns trágicos, outros cheios de esperança – e fica claro que ninguém está imune a esta enorme mudança social que vem através de nossos telefones, nossos tablets e nossos computadores.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme fala das mudanças nas relações a partir do universo virtual. De que forma os avanços tecnológicos que trouxe smartfones, tablets, netbooks, smarttvs estão colaborando ou prejudicando as relações entre as pessoas? É disso que trata o enredo. As novas formas de contatar ou evitar os contatos nossos de cada dia. Afetos virtuais, aproximações e afastamentos, pornografia virtual, perda de tempo, privacidade, anorexia, infidelidade, fama, exibicionismo, crimes virtuais, jogos virtuais e tantas possibilidades são discutidas, pontuando a influência da tecnologia na transformação das formas do ser humano se relacionar. Longe de propor respostas, o filme apresenta diferentes perspectivas nas relações mediadas pela internet, muitas vezes tornando o contato real e nutritivo distante daqueles que priorizam as relações virtuais. Certamente, trata-se de um pequeno alerta, não apontando muitos benefícios que o bom uso da internet pode trazer.

O porco espinho

 
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ASSUNTO
Relações familiares, afetivas e sociais, filosofia, pré-adolescência.

SINOPSE
Paloma é uma menina séria e inteligente de 11 anos, decidida a se matar em seu décimo-segundo aniversário. Fascinada por arte e filosofia, a menina passa o dia filmando seu cotidiano, a fim de fazer um documentário. À medida que a data de seu aniversário se aproxima, ela conhece pessoas que a fazem questionar sua visão pessimista do mundo.


TRAILER (em espanhol)
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme foi baseado no livro “L’Élégance du Hérissson”, a elegância do porco espinho. Arthur Schopenhauer expôs a parábola do porco-espinho, na sua obra Parerga e Paralipomena, como uma metáfora acerca dos desafios subjacentes às relações de intimidades dos seres humanos. Segundo o filósofo, para enfrentar um Inverno rigoroso um grupo de porcos-espinhos precisaram de se juntar para que pudessem aquecer-se mutuamente, de forma a enfrentarem o frio que os atingia. No entanto, terminada a aproximação, os porcos-espinhos começaram a afastar-se, pois os espinhos que cobrem os seus corpos (servem de defesa contra os predadores) tornaram essa mesma proximidade demasiado dolorosa de suportar. Mas como é que eles iriam encontrar a distância adequada de forma a se aquecerem sem se magoarem? O dilema do porco-espinho é um dilema humano. No filme, a pequena filósofa decide registrar aproximações a afastamentos existentes no universo a sua volta, antes de partir. A menina é parte de uma família disfuncional, onde o pai é um político ausente e a mãe, que toma ansiolíticos diariamente, cuida mais de suas plantas do que das filhas.  Sim, ao considerar o vazio de sua existência, particularmente no que se refere a vida adulta que conhece, ela decide marcar a data de se retirar do mundo, que para ela não tinha sentido. Eis que surgem personagens que podem transformar sua visão de mundo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Pão e Tulipas

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Relações afetivas, familiares e sociais, auto-descoberta
SINOPSE
2000 - A dona de casa Rosalba (Licia Maglietta) está viajando em uma excursão de ônibus com sua família. Ao parar em um restaurante à beira da estrada, ela é esquecida pelo marido e pelos filhos. Uma situação propícia para que possa fazer o que sempre quis: conhecer Veneza. Pede carona, deixando apenas um evasivo recado na secretária eletrônica do marido: "Férias". Mas incidentes transformam a rápida escapada em algo mais duradouro. Enquanto isso, o marido contrata um encanador fanático por histórias de detetive para ir atrás da mulher. Mas Rosalba já organizou sua nova vida: arrumou um emprego, divide um apartamento com um garçom finlandês, ganhou a amizade da vizinha, voltou a tocar acordeão. Quando o encanador-detetive a encontra, ele também percebe que a vida pode ser muito mais divertida do que parece.
 
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Também recomendado por Cláudia Távora, em seu artigo “Três ensaios sobre o self: Intencionalidade, crise e mudança”, que foi publicado no livro “Encontros”, IGSP, o filme revela muito sobre nossas relações com e no mundo. Promovendo diversas reflexões, a trama nos convida a pensar sobre o nosso funcionamento no mundo, nossas possíveis acomodações, nossos sonhos esquecidos, nossa necessidade ambígua de “voar em segurança”. Estamos falando daquela necessidade de mudança que nos causa medo, ela é necessária e também assustadora. Auto-descoberta é o ponto forte do filme. Gosto do pensamento que des-cobre, no sentido de revelar, tirar aquilo que cobre. Pois é assim com Rosalba, que em momento de crise, aproveita a oportunidade para se re-conhecer, se re-conectar a si mesma, se re-descobrir. E, como esse é um processo que se faz nos contatos, foi preciso também existir novos e nutritivos contatos capazes de promover seu crescimento. Explico, Rosalba é esquecida por sua família, num momento bastante simbólico. Para alguém que vive em função do seu contexto (casamento/ família), é exatamente sua preocupação - em recuperar a aliança que havia caído no vaso sanitário - que fez com que se perdesse o ônibus. Entretanto, nem a organização da excursão nem sua família percebem sua falta. Como seria sentir que sua ausência não foi notada? Como é perceber sua “não existência” para o outro a quem dedicamos nossa vida? Para muitos, poderia ser um momento de tristeza sem fim, perceber que a própria família não sente sua falta. Ainda mais, quando a pessoa se anula em favor dessa família. Fora do contexto familiar, onde sua presença se faz de outra forma, ela deixa de ser notada, percebida, considerada. Momento difícil para qualquer pessoa em qualquer momento.

domingo, 31 de agosto de 2014

Herói por acidente

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Self, personalidade, gestalt-terapia, ética jornalística, relações sociais, afetivas, e familiares e produção midiática.
SINOPSE
1992 -Dustin Hoffman, Andy Garcia e Geena Davis estrelam nesta cativante comédia de Stephen Frears. Davis é a ambiciosa repórter Gale Gayley, que literalmente aterrissa na história de sua vida, quando é uma das passageiras do avião que cai em uma ponte de Chicago. No meio da fumaça e da escuridão, ela é salva por um corajoso e mal educado herói, que rapidamente desaparece na noite deixando apenas seu sapato para trás. Quando a emissora de TV de Gale oferece um milhão de dólares para o herói misterioso, um educado veterano do Vietnã (Garcia) aparece para reclamar o prêmio - e dividi-lo com os sem-teto da cidade. Mas esta excêntrica história de Cinderela é complicada pelo fato de que o verdadeiro herói é um pequeno picareta (Hoffman), no qual ninguém acredita. Os dois homens têm algo de heróico, bem como algo a esconder, e cabe a Gale descobrir o verdadeiro significado da coragem.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme foi indicado por Claudia Távora no livro ‘Encontros’. No artigo “Três ensaios sobre o self: Intencionalidade, crise e mudança”, ela apresenta três filmes e propõe uma ‘jornada cinematográfica clínica’. Sugerindo que os filmes sejam assistidos após a leitura, ela faz considerações sobre os conceitos gestálticos e propõe novos olhares. Para os que se interessam pela Gestalt-terapia, vale a pena procurar o livro, que está disponível no IGSP. Indo além do self, “personalidade”, etc, o filme trás outros aspectos a serem considerados. Uma das sacadas mais legais do filme é a apresentar como é fácil restringirmos a “personalidade” algo estagnado, sem lembrarmos que vida é movimento... Para os jornalistas, será importante focar na discussão ética que se revela na trama. A jornalista Gale Gayley prioriza a profissão, trazendo a discussão a respeito da ética, a falta dela e suas consequências. Ainda considerando esse aspecto, a trama faz uma crítica à mídia e a crença geral em qualquer coisa que é divulgada, sem que seja considerada a realidade dos fatos. O que está em foco é a melhor imagem, o que todos querem ver, crer, aceitar... Notícia também vira produto de consumo! Bernie La Plante e John Bubber nos convidam a pensar em alguns aspectos interessantes sobre aparências e outros assuntos. A primeira frase que me veio a mente foi “A ocasião faz o ladrão”. Embora não concorde que se dê dessa forma, pois somos constituídos pelo encontro, a força do meio é realmente impressionante. É no encontro com o desconhecido que nos revelamos, não só ao mundo, mas também para nós mesmos. Fora essa discussão, que rende muitas reflexões, os dois personagens retratam uma realidade difícil de ser aceita: ninguém é de todo mau, muito menos, bom. O potencial humano revela ambiguidades, não devemos “engessar” nem uma personalidade, nem um acontecimento, pois tudo acontece sem que tenhamos planejamento suficiente para dar conta do devir. O AGORA revela encontro de diferentes “forças”, ou “campo de forças” que se desdobrarão no inesperado. Vale a pena conferir!







quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A Culpa é das Estrelas

ASSUNTO
Doença terminal, luto, perseverança, tempo, relações afetivas, sociais e familiares, autoconhecimento, superação, prioridades.
SINOPSE
Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Atendendo ao pedido de uma colega do grupo, Christiana Chagas, finalmente assisti A CULPA É DAS ESTRElAS. Por sorte minha não o fiz no cinema. Explico: Sou chorona por natureza, e, se o fizesse rodeada de pessoas, poderia ser constrangedor, talvez não fosse possível soltar toda emoção. Em casa, sozinha, eu pude dar vazão às emoções, chorei muito. Não, o filme não é um daqueles dramas melodramáticos que prioriza manipular o espectador colocando “o dedo na ferida”, explorando imagens da doença ou apelando para a compaixão do público. Apesar de conter diálogos ricos, recheados de “tiradas geniais”, o foco maior está no que não é dito. Os atores cumprem o trabalho, cada olhar ou gesto transmitem muito, fica impossível não ser tocado em algum momento. Bom, não é bem assim. Há pessoas que são como Gus, escondem suas emoções ou inseguranças em frases irônicas e bem humoradas, ou em sorrisos sarcásticos ou deboches. São apenas formas singulares de expressão. Fato é que, lá no fundo, existe um lugar que é tocado, mesmo que a pessoa não consiga expressar como o ‘outro’ é capaz de fazer. Aliás, uma coisa engraçada é essa de chorar. Embora seja a expressão autêntica de uma emoção, na maior parte das vezes, surge alguém que diz a célebre frase: “Não chore.” Por que não chorar? Tenho me perguntado o motivo de sentirmos vergonha disto, sendo o choro coerente com o momento ou não... Voltando ao filme: O silêncio das cenas toca o espectador no conjunto de suas próprias experiências, não pela semelhança com os fatos retratados, mas pelas sensações percebidas como “conhecidas”. Obviamente, cada um será tocado em sua particularidade, portanto, não há como explorar todas as possibilidades. Sendo o filme baseado em um livro escrito para adolescentes, é esperado que a trama pudesse atingir ao mesmo público. No entanto, os temas abordados podem superar as expectativas e afetar ao público em geral. Isto ocorre, principalmente, por focarem em assuntos que permanecem como tabus para a humanidade: câncer, morte, doença, tempo, a finitude.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A Delicadeza do Amor

ASSUNTO
Relações afetivas, familiares e sociais, luto, superação, autoestima, amor.
SINOPSE
Nathalie (Audrey Tautou) é jovem, bonita, tem um casamento
perfeito e leva uma vida tranquila, com tudo no lugar. Contudo, quando seu marido vem a falecer após uma acidente, seu mundo vira de cabeça para baixo. Para superar os momentos tristes, ela decide focar no trabalho e deixa de lado seus sentimentos. Até o dia em que ela, sem mais nem menos, tasca um beijo em Markus (François Damiens), seu colega de trabalho e os dois acabam embarcando numa jornada emocional não programada, revelando uma série de questões até então despercebida por ambos, o que os leva a fugir para redescobrir o prazer de viver
e entender melhor esse amor recém-descoberto.


TRAILER


O OLHAR DA PSICOLOGIA
Lançado no Brasil em 2012, o filme tem uma capacidade expressiva tão grandiosa, que dispensa minha forma habitual de escrever. A trama  supera qualquer expectativa, principalmente pelo não dito. A linguagem não verbal é alternada com as poucas palavras que vão costurando a trama com sutileza. É difícil encontrar um filme que tenha a capacidade de provocar tanto com tão pouco. A ausência de glamour encanta. Cada cena traduz um episódio crível, que despido de alegorias, irá abraçar cada instante como simples fenômeno em ato. Começando pelo final feliz de “contos de fadas”, a tal “receita da felicidade” vai sendo desconstruída. Assim, como a vida que só pode ser construída entre altos e baixos, o filme transita entre perdas e ganhos, frustrações e conquistas, alegrias e tristezas. O gracioso “A delicadeza do amor” acompanha os caminhos da vida de “pessoas reais”, com seus defeitos e qualidades, tudo é elaborado com bom humor e sensibilidade. O luto, a luta, a ansiedade, a negação, a rejeição, o medo, a dor, a paixão, a saudade, o preconceito, a mudança de ciclo, o renascimento, a superação são temas explorados na trama. Partindo de uma história de amor interrompida, o filme acompanha a elaboração do luto da protagonista, sem com isso pesar no tom dramático. Após o tempo necessário para ela, o verdadeiro encontro, aquele que só é possível na diferença, simplesmente acontece. Desde a perda do marido “perfeito”, ela se entregou ao trabalho, transformando-o numa obsessão. Vivendo no modo automático, ela evita contatos afetivos. No entanto, em um dia qualquer, algo “transborda” em Stéphane, o que provoca um ato impensado: o impulso ncontrolável de beijar o estranho Markuz, um simples funcionário de sua equipe de trabalho. Ele, o típico perdedor de poucos amigos e baixa autoestima, é surpreendido pelo acontecido, que irá transformar sua forma de ver o mundo. Partindo do inesperado, o verdadeiro encontro se dá. Há entre a beleza, que não quer ser vista, e a feiura, habituada ao anonimato, o desenvolvimento sensível de possibilidades, que podem ser vivenciadas a cada instante, na forma que se apresentar aos sentidos. De “Penso, logo existo” ao “Existo, onde não penso”, a trama encanta por sua meiguice natural, apresentando em poucas palavras, como a vida pode ser. O filme é recomendado para todos, sem exceção! Não existem palavras suficientemente capazes de descrevê-lo, pois a trama estimula mais os “sentidos” do que a razão, merecendo, portanto, ser percebido e sentido. Deixe-se afetar pelo inesperado, singelo e terno “A delicadeza do amor”!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Eu, mamãe e os meninos

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Relações familiares, afetivas e sociais, sexualidade, homossexualidade, autodescoberta, identidade, gênero, construção de personagem do ator.
SINOPSE
Concebido, dirigido e protagonizado pelo comediante francês Guillaume Gallienne, o filme autobiográfico tem início num palco de teatro, onde a ideia ganhou espaço pela primeira vez numa peça de sucesso na França. Guillaume tem uma história de vida curiosa: quando era criança, sua mãe autoritária sempre pensou que ele fosse diferente dos irmãos, e decidiu criá-lo como uma garota. Anos depois, já adulto, ele relata a relação complicada que tinha com o pai, os maus-tratos dos colegas de escola e seus primeiros amores. Depois de várias confusões e histórias engraçadas, Guillaume decide fazer uma peça de teatro para contar como consegui finalmente fazer as pazes com a sua sexualidade.
TRAILER
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Ah, como “EU, MAMÃE E OS MENINOS” é divertido, sem deixar de provocar diversas reflexões sobre diferentes perspectivas do desenvolvimento humano e a importância das relações familiares em nossa constituição. Trata-se de uma comédia dramática, que escolhe uma abordagem, que não se esgota no tema “homossexualidade” ou “sexualidade”. O filme fala sobre autoconhecimento, intolerância homofóbica, gênero, definição da identidade, julgamento, e, obviamente, relações familiares. Há diferentes formas de olhar os temas desenvolvidos na trama, de tão rica que é. Por exemplo, os que são atores encontrarão um verdadeiro laboratório de expressão artística, o que é uma deliciosa homenagem ao processo de formação de ator. Já dentro das abordagens psicológicas, é possível encontrar também diferentes olhares, o que pode confirmar o merecimento de seus prêmios. Para a abordagem gestáltica, a visão de homem é a que considera a totalidade organísmica, ou seja, o homem em relação com o meio ambiente (pessoas/mundo). Não há como olhar o ser, sem que seu contexto seja incluído. Sendo assim, o desenvolvimento do ser humano acontece durante os contatos que realiza desde o nascimento. Obviamente, os pais, sendo os primeiros contatos relacionais do ser, fazem parte da construção primária da identidade. O titulo do filme é justificado na frase que a mãe usa ao chamar os filhos: “Os meninos e Guillaume, à mesa”. O que retrata clara diferenciação do olhar da mãe, que o exclui da categoria “meninos”. A mãe se revela dominadora, sem com isso deixar de ser admirada, idolatrada e bastante imitada pelo filho, que aceita de bom grado o lugar destinado a ele pela mãe. A trama sugere que a mãe projeta nele o desejo ser mãe de uma menina.

domingo, 20 de julho de 2014

Confissões de adolescente

 
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Adolescência, sexualidade, escolha profissional, relações afetivas, sociais e familiares, bullying.
SINOPSE
Baseado no livro homônimo de Maria Mariana, que também originou a peça teatral e a série televisiva. O filme mostra em 2013, as confissões e confusões de irmãs adolescentes que vivem os amores, dúvidas, decisões e aventuras de sua geração. O difícil rito de passagem dos 13 aos 19 anos. 
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Adolescência é um marco de transformação já bastante discutido, entretanto a trama tem como ponto de partida de outra mudança, a da realidade desta família, o que provoca boas oportunidades de novas descobertas para todos. O choque de realidade dá lugar para novas necessidades, tornando possível que novos valores sejam conhecidos. Diante da nova situação, Tina, Bianca e Karina passam o olhar o mundo por outro ângulo. O filme abre um diálogo claro com a garotada jovem, preenchendo uma lacuna onde diversas dúvidas surgem e comumente não encontram espaço para discussão. Sendo assim, temas como sexualidade, busca da profissão, gravidez, aborto, bullying, relações familiares e sociais são explorados na trama. Não há qualquer pretensão de responder às inúmeras questões dos jovens espectadores, ou esclarecer algo para pais e familiares. No entanto, a trama acompanha os ritos de passagem vividos por três irmãs, focando principalmente as escolhas que fazem parte da vida e desenvolvimento do ser humano. O primeiro beijo, o primeiro emprego, a primeira desilusão, o primeiro contato com novas realidades... O filme é mesmo endereçado para jovens, mas não custa nada que adultos abram um pouco sua visão de mundo, podendo encontrar na trama uma forma de aceitar a possibilidade de seus “protegidos” estarem passando por crises semelhantes. Recomendo!






domingo, 22 de junho de 2014

Toda forma de amor

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ASSUNTO
Relações familiares, sociais e afetivas, dificuldade em relações afetivas estáveis, luto, doença terminal, depressão e homossexualidade. 

SINOPSE
Oliver Fields (Ewan McGregor) é um sujeito de vida pacata como artista gráfico que perdeu a mãe há cinco anos. Ele sofre um novo abalo ao receber duas notícias vindas de seu pai, Hal (Christopher Plummer), que anuncia ter câncer e ser homossexual. Oliver embarca em um relacionamento com a atriz francesa Anna (Mélanie Laurent) e espera que as experiências passadas em seu núcleo familiar, ainda que inusitadas, o auxiliem na construção de sua vida amorosa.

TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
Estamos diante de um tema bastante atual que atinge pessoas de diversas idades: A dificuldade em estabelecer uma relação afetiva estável. A trama acompanha as reflexões e enfrentamentos de Oliver, um sujeito deprimido que se encontra em momento de luto, vagando em pensamentos que insistem em prendê-lo ao passado. As lembranças de Oliver surgem em flashbacks e vão costurando a trama, retratando momentos de sua vida. Em suas lembranças de infância há somente a presença mãe, indicando a ausência paterna durante longo tempo. O pai se torna mais presente após a morte da mãe, quando se revela gay aos 75 anos, momento em que revela também ter câncer – situação pouco compreendida pelo filho. O título original Begginers já sugere a ideia central, que pretende mostrar o quanto somos todos iniciantes em matéria de relacionamentos afetivos.

Malévola

ASSUNTO
Relações afetivas, conflitos existenciais, amor.

SINOPSE
Baseado no conto da Bela Adormecida, o filme conta a história de Malévola (Angelina Jolie), a protetora do reino dos Moors. Desde pequena, esta garota com chifres e asas mantém a paz entre dois reinos diferentes, até se apaixonar pelo garoto Stefan (Sharlto Copley). Os dois iniciam um romance, mas Stefan tem a ambição de se tornar líder do reino vizinho, e abandona Malévola para conquistar seus planos. A garota torna-se uma mulher vingativa e amarga, que decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora (Elle Fanning). Aos poucos, no entanto, Malévola começa a desenvolver sentimentos de amizade em relação à jovem e pura Aurora.


TRAILER

O OLHAR DA PSICOLOGIA
 
clip_image002A mais encantadora das criaturas se chama Malévola, uma fada-menina linda que tem chifres, asas e mora no reino encantado de Moors, repleto de criaturas mágicas, encantadoras, estranhas e diferentes do que os humanos podem considerar belo. A harmonia com a natureza é marca deste lugar que não tem rei. Há entre os habitantes respeito mútuo, o que garante a harmonia. Muito próximo há outro reino, que habitado por humanos, tem um rei e está repleto de sentimentos “demasiadamente humanos”, como ganância, disputa pelo poder, inveja, intolerância, etc. Malévola, por ser a mais poderosa das fadas, assume o lugar de protetora de seu reino, pois a harmonia com a natureza e a boa convivência com as diferenças se tornam alvo de incompreensão e inveja do reino vizinho. Assim começa a história daquela que se transformou em uma das vilãs mais conhecidas dos contos de fadas. A grande diferença está em apresentar um novo ângulo.

sábado, 26 de abril de 2014

Os melhores dias de nossas vidas

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Relações sociais, afetivas e familiares. Distrofia Muscular de Ducchene, paralisia cerebral, intolerância, diferenças, cuidador e alguns conceitos da abordagem Gestáltica.

SINOPSE
Rory (James McAvoy) é um jovem rebelde, bem-humorado, que fala o que pensa, não liga para as convenções sociais, nem para nada, nem para ninguém. Seu oposto é Michael (Steven Robertson), que sempre levou uma vida completamente sem graça e enfadonha. O que estas duas pessoas tão diferentes poderiam ter em comum? A resposta é cruel: Rory é tetraplégico e Michael tem paralisia cerebral. Descontentes com as 'regras da vida', estes dois amigos inusitados planejam deixar a instituição onde estão internados com a ajuda de Siobhan (Romola Garai) para que eles finalmente atinjam seus objetivos: viver a vida em toda sua intensidade. Mas quais as surpresas que o mundo fora dos portões da instituição irão revelar aos dois rapazes.
TRAILER
 
O OLHAR DA PSICOLOGIA
clip_image003Um dos aspectos mais interessantes do filme é a oportunidade que ele oferece de refletirmos sobre os rótulos que usamos nas pessoas. É comum pensarmos em pessoas com necessidades especiais como pessoas “deficientes”, com tendência a esquecermos da parte “pessoa”. Uma pessoa com necessidades especiais é antes de tudo uma pessoa! Como tantas outras, a pessoa em questão têm diversas outras necessidades, desejos, funcionalidades e formas que vão compor sua personalidade. Falando em personalidade, isso é o que não falta em Rory, um rapaz rebelde que é portador de “Distrofia Muscular de Duchene”. Ele não é tetraplégico, trata-se de uma doença genética que afeta somente ao sexo masculino. O portador desta doença tem uma degeneração muscular durante a vida, o que levou Rori para a cadeira de rodas. Falaremos mais sobre a doença depois, agora, voltemos ao filme. Rori é desprendido, audacioso, quer curtir a vida, como e enquanto for possível, ele não aceita ser limitado além do que a própria doença impõe. Ao ser internado em uma instituição para pessoas com necessidades especiais, ele conhece Michael, um rapaz introvertido com paralisia cerebral. Ao contrário de Roni, Michael é quieto, conformado com a vida que tem levado. Até então, o que fazia parte de seu mundo era o seu cotidiano enfadonho, repetitivo e limitado. Sua dificuldade em se comunicar fazia com que vivesse ainda mais isolado de que o necessário. Suas dores não tinham espaço além do silêncio e o conformismo diante daquilo que conhecia como vida.

quarta-feira, 12 de março de 2014

A menina que roubava livros

 
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Guerra, preconceito, racismo, violência, perdas, resiliência, luto, arte, solidariedade, vida e morte.
SINOPSE
Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe (Emily Watson) e brinca com a amigo Rudy (Nico Liersch).
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Para além do registro sobre as crueldades do Nazismo, o filme nos convida a testemunhar um belo exemplo de resiliência. Sim, Liesel é um modelo perfeito para a compreensão deste conceito que nos é tão caro em psicologia. O termo resiliência refere-se à capacidade dos indivíduos para superar os períodos de dor emocional e adversidades. Na abordagem Gestáltica, entendemos a resiliência como a capacidade do indivíduo realizar ajustamentos criativos funcionais diante de situações adversas. A arte de superar, que transforma adversidades em oportunidades, parece ser dominada pela menina. Sua trajetória está repleta de situações adversas que são superadas, na maior parte das vezes, usando os livros como suporte para realização de seus ajustes criativos. Curiosamente, somos apresentados a Liesel pela morte, que narra à árdua jornada da menina de forma surpreendentemente simpática. O primeiro livro cruza seu caminho em momento de extrema dor, durante o breve enterro de seu irmão caçula. Ainda sem compreensão sobre a leitura, ela percebe quando o coveiro deixa o livro cair na neve. Antes mesmo de compreender o significado daquelas letras, ela rouba e atribui um sentido ao objeto, que se revela como único vínculo com a sua família.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A vida secreta de Walter Mitty

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ASSUNTO
Relações sociais, afetivas e familiares, auto conhecimento, autoestima, fobia social, relações virtuais, espaço e tempo (aqui e agora).
SINOPSE
Walter Mitty (Ben Stiller) é o responsável pelo departamento de arquivo e revelação de fotografias da tradicional revista Life. Ele é um homem tímido, levando uma vida simples, perdido em seus sonhos. Ao receber um pacote com negativos do importante fotógrafo Sean O'Connell (Sean Penn), ele percebe que está faltando uma foto. O problema é que trata-se justamente da foto escolhida para ser a capa da última edição da revista. É quando, Walter, com o apoio de Cheryl (Kristen Wiig) é obrigado a embarcar em uma verdadeira aventura.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Uma cliente adolescente já tinha comentado sobre o desejo de assistir ao filme, consegui uma versão dublada e guardei. Recentemente, uma colega renomada o indicou também, tive que verificar. A princípio, o filme aparenta ser uma daquelas comédias “sem noção”, apenas mais um besteirol americano. Entretanto, os mais sensíveis poderão perceber a riqueza da trama. Diversos olhares se tornam possíveis diante da experiência. Para alguns, o filme pode ser sobre o Universo particular de alguém com dificuldade em se relacionar, que tem uma rotina metódica e que encontra na fantasia algum tipo de compensação. Para outros, o foco pode estar na necessidade de qualquer ser humano de dar asas à própria imaginação, de criar situações, de viver aventuras, de se permitir, ou seja, de agir no lugar de pensar. Pode também ser apontado como uma comédia dramática a respeito de crises existenciais dos novos tempos, que englobam o tempo ou a falta dele, o espaço real ou virtual, as relações familiares e sociais. Fato é que o filme parte de um momento de crise, sim, para acompanhar o processo de autoconhecimento de nosso anti-herói. A vida secreta dele é também a de cada um de nós, quando escolhemos nos refugiar em pensamentos, no lugar de sentir a vida no momento que ela acontece.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Lola contra o mundo

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ASSUNTO
Relações afetivas, término da relação amorosa, autodescoberta.

SINOPSE
Lola tem 29 anos e está prestes a se casar com Luke. No entanto, três semanas antes de seu casamento, Luke termina tudo, o que deixa Lola devastada. Agora, ela deve se reerguer e partir em busca de sua felicidade, mas isso não será nada fácil.


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O OLHAR DA PSICOLOGIA
“Eu sei que a mudança é inevitável, mas se eu não quiser que as coisas mudem? E se eu gostar da minha vida do jeito que ela é?”. Assim Lola afirma ao completar 29 anos. Como tantas outras, há o desejo de manter o status quo. O medo do desconhecido ou apenas a vontade de eternizar um momento especial fazem com que vislumbremos a possibilidade de fazer o momento presente eterno, ainda que já tenha se tornado passado. Vida é sinônimo de transformação, se apegar ao passado não evita mudanças, elas de fato são inevitáveis. Logo de início percebemos que a protagonista não é uma personagem de conto de fadas, Lola é bem real, imperfeita, humana. Não é difícil se identificar com ela em diversos momentos, pois a “mocinha” sai de seu eixo e comete erros como qualquer ser humano. Seu mundo desaba quando o noivo rompe o compromisso às vésperas do matrimônio. O suporte dos amigos parece não ser suficiente, a dor é sua, de mais ninguém. Dormir, beber ou comer demais, ficar sem ar, se afastar do ex e ao mesmo tempo tentar saber tudo sobre ele, buscá-lo, investir energia em novos projetos ou “chutar o balde” são comportamentos ambíguos que tornam Lola humanamente real.

domingo, 17 de novembro de 2013

O último amor de Mr. Morgan

clip_image001ASSUNTO
Terceira idade, solidão, luto, segredos, relações afetivas, sociais e familiares.
SINOPSE
No dia em que a jovem Pauline lhe estendeu a mão para ajudá-lo a entrar em um ônibus, o viúvo inglês Matthew Morgan reencontrou a felicidade. Professor teimoso e de natureza ranzinza, ele repentinamente resgata sua curiosidade pela vida durante seus passeios em parques e viagens ao campo, sempre ao lado da bela Pauline. A nova relação renova em Matthew sua noção de família. Com isto, ele se reaproxima do filho Miles, que logo se sensibiliza com as mudanças visíveis no pai. Mas as consequências deste reencontro são imprevisíveis.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme reúne alguns temas familiares, ao retratar a história solitária de um viúvo ranzinza que segue em processo de luto. Conflitos familiares, processo de envelhecimento, solidão e segredo famíliar estão presentes no longa. Desde a morte da esposa, Mathew, como tantos outros viúvos, sobrevive à perda de forma solitária e depressiva. Ele se isola do mundo, seguindo sua rotina. Seus olhos carregam tristeza, resta pouco ou quase nada do brilho de vida de outrora. Pauline, por sua vez, traz luz em sua forma de ser. No encontro de ambos, logo fica claro o quanto é possível trocar na diferença. Já de cara, a moça diz que aquele senhor faz lembrar o pai dela. Ele enxerga nela a figura da esposa que se foi, mas não necessariamente uma substituta. Eles compartilham a dor de terem e não terem uma família. Muitos viúvos e viúvas sentem-se perdidos no mundo depois da perda de seu ente querido. Após anos de compartilhamento de vida, é difícil sobreviver sem aquele que fazia parte do próprio universo. É comum ouvirmos relatos de companheiros que partem pouco tempo depois. Mathew já não conseguia ver sentido na vida, principalmente pela imensidão do único amor que conheceu e a quem dedicou todo afeto que pensava ter: sua esposa. Ele mesmo afirma não entender o que a amada esposa teria visto nele.

sábado, 16 de novembro de 2013

The first time

clip_image002ASSUNTO
Adolescência, virgindade,sexualidade, relações afetivas e sociais.
SINOPSE
2012 - Dave Hodgman, estudante do último ano do ensino médio e romântico incurável, conhece e se apaixona por Aubrey após uma noite de festa. Infelizmente, há alguns obstáculos para essa história ter um final feliz: Dave esteve até então loucamente apaixonado por outra garota, Jane Harmon, enquanto Aubrey mantém um relacionamento com Ronny, um jovem de 20 e poucos anos. Por serem estranhos um para o outro, eles compartilham seus verdadeiros sentimentos a respeito de suas vidas e acabam tendo uma incrível conexão. Ambos inexperientes, eles veem o seu mundo girar de lugares totalmente opostos para si mesmos. Com um forte sentimento, eles terão que arriscar um caminho que nunca percorreram: Sexo.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Virgindade ainda é um assunto polêmico para muitos. Para alguns adolescentes, a primeira vez pode ser um sonho e/ou um pesadelo. Sonhar com o momento único que pode ser com partilhado com uma pessoa especial é comum. Para alguns, o sonho se torna pesadelo muito antes de acontecer, pois pode ocorrer muito cedo ou tarde demais. De fato, este é um dilema comum para adolescentes. Meninas e meninos, independente da perspectiva, passam pela experiência de criar expectativas sobre o momento sonhado. O filme trata do assunto de forma delicada, simples e muito real. Trata-se de uma comédia romântica sensível, que encontra o tom certo para discutir o assunto. Tanto Dave quanto Aubrey já faziam planos sobre a primeira vez antes de se conhecerem. Entretanto, se esbarram ao acaso, e, talvez por isso, constroem uma relação autêntica. Aos poucos vão percebendo o quanto estão atraídos um pelo outro, o que acaba resultando na mudança de planos para ambos. Os conflitos experienciados pelos adolescentes são retratados com honestidade. O mais interessante  é a forma como apresentam a primeira vez. Para não saber detalhes do desfecho da trama, recomendo que não continue .

Marie Kroyer

 
clip_image001ASSUNTO
Saúde mental, disfunção familiar, traição, esquizofrenia.
SINOPSE
2012 - Marie Kroyer vive um casamento infeliz com o famoso pintor dinamarquês P.S. Kroyer, no final do século XIX. Ele divide-se entre as funções de artista, mãe e esposa, e ainda é obrigada a conviver com uma doença mental do marido. Com o tempo, ela se sente cada vez mais sozinha e angustiada. Decide, então, fugir da rotina e sair de férias. No período, conhece o compositor sueco Hugo Alfvén, por quem se apaixona loucamente.
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Baseado em fatos reais o filme conta a história de Marie, artista, esposa de um renomado artista, que é portador de transtorno mental. Logo percebemos o amor e cuidado que ela tem com o marido, que apesar de muito amá-la, ele não consegue retribuir seu carinho. A dedicação da esposa não é suficiente para conquistar a reciprocidade, principalmente porque a doença afeta o comportamento do marido, que além de apresentar delírios e alucinações, traz a franqueza cruel como marca. Acompanhamos algumas crises do marido e os esforços da Marie para manter seu casamento. A família é afetada pela doença, que torna cada dia mais difícil sua manutenção. Apesar da dedicação da esposa, os surtos psicóticos do pintor tornam a esposa extremamente infeliz. Após longo período de internação, o artista passa um tempo lúcido até que explode em novo surto, afetando diretamente a filha. É cruel a forma com que ele obriga a criança a se comportar como um cachorro, que segundo ele, seria bem mais bonito que ela. Mesmo  tendo superado ameaça à própria vida, a cena é a gota d’água para a esposa. Sendo assim, Marie aceita o convite de sua amiga e parte para a Suécia, levando a filha. Lá conhece o compositor que será pai de sua segunda filha. A trama se desenrola focando a luta de Marie, sua força diante dos obstáculos de sua época. O amor do artista por Marie é indiscutível, mas sua doença prejudica não só a relação com a esposa, mas também afeta a filha Vibeke, que demonstra evidente carência afetiva. Em seus poucos momentos de lucidez, Kroyer assume total responsabilidade pela consequente traição sofrida, mas em nenhum momento se dá conta da forma que assustava a própria filha. O filme não tem a proposta de aprofundar a doença mental, no entanto faz um recorte interessante sobre o tamanho do sofrimento dos familiares de um portador de doença mental, especialmente quando não haviam recursos terapêuticos eficientes para o tratamento de transtornos psicóticos.



domingo, 10 de novembro de 2013

O presente

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Relações afetivas, familiares e sociais, valores, perdas, luto, auto-conhecimento, amizade, segredos, amor, compreensão, empatia, mudanças.
SINOPSE
Jason acabou de perder o avô bilionário que sempre odiou e estava certo de que não herdaria nada. Mas se enganou: "Red" Stevens (James Garner) deixou 12 tarefas para Jason, ao fim das quais ele será avaliado e, se merecer, terá direito ao que Red chama de "o maior de todos os presentes". Cada uma dessas tarefas tem o objetivo de promover alguma mudança em Jason, mas nenhuma terá tanta força quanto o encontro casual com a pequena Emily (Abigail Breslin).
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O OLHAR DA PSICOLOGIA
Indicado por um seguidor, o filme é de fato um presente. A trama, ainda que não pretenda retratar fatos reais, pois dificilmente seria possível realizar tal plano de forma tão bem amarrada, termina por provocar boas reflexões. Trata-se de um drama de 2006 que exemplifica a importância da experiência vivida para nosso desenvolvimento. Conselhos podem ser bem vindos, mas pouco ou nada valem diante da experiência vivenciada. Na abordagem gestáltica, priorizamos a experiência, ou melhor, o experimento, exatamente por alcançar melhor resultado no que se refere à possibilidade de mudanças. Assim também pensa o avô de Jason, que através de sua proposta promove  diversas experiências que irão transformar sua vidade Jason para sempre. Até então, o neto era apenas um “payboy” sem noção de alguns valores que são essenciais para o ser humano. Sua vida era resumida em prazeres financeiramente dispendiosos, atividades fúteis e relações vazias. Apesar de ser bem instrído, o rapaz não tinha em seu universo qualquer aplicação para tudo que aprendeu em sua formação. Todo conhecimento adquirido era desperdiçado, pois desconhecia a palavra necessidade, fosse de produção ou de vontade de brigar por algo. O fato de tudo estar disponível, todo o tempo, fez com que Jason perdesse contato com seus sentidos.