terça-feira, 29 de novembro de 2016
sábado, 5 de novembro de 2016
Requisitos para ser uma pessoa normal

ASSUNTO
Amizade, relações afetivas, sociais e familiares, autoestima, amor.
SINOPSE
Filme espanhol, escrito e dirigido por Leticia Dolera, a qual também atua
como personagem central do longa, Maria de las Montañas. Maria
tem 30 anos, é uma pessoa peculiar e tem um objetivo: se tornar uma pessoa
normal. Mas antes de tudo ela deve descobrir o que é exatamente isso. Que tipo
de pessoa que ela é? Ela é uma pessoa normal? O que exatamente isso significa?
Essa questão é mais profunda em sua mente. Depois que ela lista todos os
requisitos, ela se propõe alcançá-los. Nesse percurso ela vai encontrar a ajuda
de seu irmão, Alex, um rapaz de 25 anos com problemas mentais e que atinge
todas as necessidades da lista. Ela conhece Borja, um garoto obcecado com dietas
e perder peso. Eles vão fazer um pacto curioso: ela o ajuda a viver uma vida
ativa e saudável, e ele a ajuda a encontrar seu objetivo: se tornar uma pessoa
normal.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Conquistando o prêmio de fotografia do
Festival de Málaga do cinema espanhol, o filme supera as expectativas, se
revelando uma comédia encantadora e charmosa, que não deixa de apontar alguns
temas para reflexão. Sucintamente falando, REQUISITOS PARA SER UMA PESSOA
NORMAL conta a estória de duas pessoas deslocadas, que não se encaixando nos
padrões, tentam encontrar seu lugar. Durante uma entrevista de emprego, Maria
percebe que não atende aos requisitos de normalidade, de uma lista que ela
mesma criou, a saber; ter emprego, casa, namorado, vida social, vida familiar,
hobbies e ser feliz. Na busca por atender tais requisitos, ela encontra Borja,
um gordinho fofo, que tem buscado emagrecer sem sucesso. Eles combinam de
ajudar um ao outro, tornando hilárias as situações entre ambos. Alex, o irmão de
Maria é seu oposto, portador de síndrome de Down, desde cedo assumiu ser gay,
tem um emprego e não tem a menor pretensão de ser “normal”. Afinal, o que é ser
normal?
Marcadores:
Auto-suporte,
potencialidades,
Relações afetivas,
Relações familiares,
Relações sociais
Uma lição de vida / O aluno (netflix)
ASSUNTO
Adversidade, redenção, educação, inclusão,
exclusão, respeito às diferenças, respeito aos idosos, obstinação, perseverança,
amizade, preconceito, relações sociais e
afetivas.
SINOPSE
“The First Grader”, 2010, foi
lançado no Brasil em 2014 com o título “Uma lição de vida”, encontrado no
netflix como O ALUNO. Conta a história de Kimani Maruge, pessoa reconhecida
pelo Guiness book, o livro dos recordes, como o homem mais velho a ingressar
numa escola primária em todo o mundo. O filme inicia num vilarejo do Quênia, quando Maruge
(Oliver Litondo) ouve no rádio o anúncio da educação gratuita para todos. Não
tendo tido oportunidade de estudar no passado, o senhor de 84 anos – um
veterano da tribo Mau Mau que lutou para libertar o Quênia dos ingleses –
bate à porta da escola primária e espera uma chance de poder aprender a
ler. Rejeitado de início, ele não desiste: já de uniforme escolar e uma pequena
bolsa a tiracolo, volta a pedir por uma vaga e insiste até ser aceito pela
professora Jane (Naomie Harris). Em meio a lembranças do doloroso passado, o
ancião tem de enfrentar a revolta e as ameaças das autoridades, dos moradores
da região e dos pais dos alunos, inconformados por um idoso ter sido aceito em
uma classe de crianças de seis anos de idade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme é inspirador, particularmente para os
que desanimam diante dos obstáculos, é emocionante, sem precisar apelar para o
sentimentalismo, é histórico, pois conta parte da história que pertence a toda
humanidade, e, é também provocador, pois nos faz refletir sobre diferentes
temas. A experiência de vida de Maruge o motivou a buscar educação. Ele percebeu
a importância das letras ao receber documento enviado pelo governo e se ver
incapaz de compreender. Diante de si havia uma mensagem importante, como tantas
outras, ele precisava aprender, para decodificar não apenas aquela carta, mas
tudo o que o mundo lhe oferecia na forma de letras e números. Quando jovem, ele
lutara junto a um grupo extremista pela independência do país. Por conta disso,
fora preso e torturado antes de cair na miséria e no esquecimento. Ouvir que o
Governo oferecia educação “para todos” não seria suficiente. Maruge teve de
enfrentar a falta de vontade de autoridades locais, a desconfiança dos vizinhos
e a rixa tribal que ainda afligia o país. Foi preciso muita perseverança para
atingir seu objetivo, o que contaminou a professora Jane. Ambos são personagens
fortes, reais, que colocam a perseverança como base para se operar mudanças e
apontam a educação como a ferramenta principal para isso.
Marcadores:
Auto-suporte,
preconceito.,
Relações afetivas,
Relações sociais,
Terceira idade
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Sem filtro
ASSUNTO
Universo virtual, conflitos sociais, familiares e afetivos, ansiedade, pânico, qualidade de vida, mídias sociais, crise existencial.
SINOPSE
Pía ( Paz Bascuñán ) está à
beira de um colapso nervoso: Seu chefe a humilha, seu marido a ignora, seu
enteado não a respeita, e seu melhor amigo não a ouve. Pía tem uma forte dor no
peito e depois de tentar de tudo para curar ela decide se submeter a um tratamento
de acupuntura. O médico chinês descobre que a dor de Pía é causada por
sentimentos reprimidos e com uma técnica antiga que ele tira o filtro. A partir
de agora, Pía não vai filtrar e perceber que a única maneira de curar é para
dizer tudo o que ela pensa ... que não vai trazer bons resultados.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A
psicologia trabalha com o óbvio. Sim, aquilo que está bem na frente do nosso
nariz, e que, por conta do nosso envolvimento emocional, não conseguimos
enxergar. A comédia brinca com nosso cotidiano: as questões contemporâneas que
nos assombram. SEM FILTRO é uma comédia irreverente que nos confronta com o ônus
e bônus trazidos pelos avanços tecnológicos. Exite algo mais terapêutico do que a oportunidade de decortinar nosso ser? Quando o filme favorce a identificação do público, pode ser questionador, portanto, terapêutico. Não falamos apenas das questões trazidas pela virtualidade
de cada dia, pois o filme chileno também nos coloca na tela, quando inclui questões cotidianas
comuns, como: os problemas de trânsito, de comportamento das operadoras de telemarketing, do funcionário “padrão”, da geração de adolescentes "sem noção", da impessoalidade nas relações e das celebridades midiáticas. Tudo, sem esquecer da sedução de uma vida "perfeita", idealizada, consumida e fácil de ser aceita como objetivo. Acomodar-se ao que é confortável, nos parece sinônimo de felicidade. Para quem não se satisfaz com a realização do sonho existe medicação. Estamos no século XXI! Tudo que
está “bombando” na internet se torna prioridade. O público se vê em cada
conflito enfrentado por Pia, uma publicitária bem sucedida, que é responsável
pelo marketing digital de uma agência. Seu trabalho sofre mudanças radicais, na
tentativa de “acompanhar” os avanços da era digital. Como se não bastasse o
ambiente profissional, que a elege a categoria de “ultrapassada”, Pia enfrenta diferentes
problemas familiares e pessoais, que a levam a crises de ansiedade contínuas.
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
O clube dos incompreendidos - El club de los inconpreendidos
ASSUNTO
Adolescência, Fobia social, Terapia de grupo, relações sociais, familiares, sexualidade.
SINOPSE
El
Club De Los Incomprendidos é
baseado em uma novela chamada “Buenos dias princesa”. Valeria
(Charlotte Vega) é uma jovem que acaba de se mudar para Madrid após a separação
de seus pais. Ela acredita que isso
é mais uma forma de “sequestro” do que de mudança, isso porque ficará longe de
todos os seus amigos.
Em sua nova escola, ela é forçada a participar
de umas reuniões com o conselheiro, juntamente a outros companheiros de sala. O
que à primeira vista parecia um mau começo para a sua nova existência, acaba
tornando-se o início de uma incrível experiência de vida. Novas amizades,
uma cidade cheia de possibilidades, o primeiro amor... intensas experiências
que mudarão para sempre as vidas deste novo grupo de amigos. A amizade entre eles flui de maneira tão
forte que acabam dando o nome do grupo de “los incomprendidos”. Assim, toda a
rotina deles muda completamente e começam a fazer tudo juntos. Mas a confusão
começa quando os integrantes do grupo começam a gostar um do outro de uma forma
ainda maior que amizade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Valéria
anuncia o tema do filme, afirmando: “A adolescência é a época em que você percebe
qual será realmente a vida que seus pais projetaram pra você… A
pior de todas as mentiras é a própria adolescência, tiram todas as vantagens da
infância e não dão nenhuma dos adultos.” Sim, o filme espanhol de 2014 aborda a vida turbulenta
de adolescentes problemáticos, que vivenciam diferentes questões, desde
conflitos familiares até transtornos psicológicos. Em alguns momentos, a trama
se torna clichê, o que não prejudica o conjunto da obra. Os 6
adolescentes são convidados pela escola a participar do grupo terapêutico, cada qual por uma razão particular. Durante o processo, eles se consideram incompreendidos, por isso fundam
o clube. Eles aprendem no grupo terapêutico
a valorizar a amizade. Aliás, interessante notar que o grupo cria um movimento
próprio, se desenvolvendo para além da terapia. É uma perspectiva verdadeira
de qualquer terapia de grupo, onde o psicoterapeuta oferece espaço para que o
grupo possa encontrar sua própria força no processo. Assim sendo, o foco
não é o terapeuta, ao contrário, a trama se desenvolve no progresso do grupo,
que encontra em si a força necessária para enfrentar conflitos e mudanças.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Burn Burn Burn
ASSUNTO
Perdas, morte,
relações sociais, afetivas e familiares, segredo, aceitação, autoconhecimento.
SINOPSE
Seph (Laura Carmichael) e Alex (Chloe Pirrie)
são duas garotas com seus vinte e poucos anos que acabaram de perder o seu
melhor amigo Dan (Jack Farthing). Ele era engraçado, charmoso e elas o amavam
como um irmão. Dan, em um flashback revela, era a vida e a alma
do partido. O que ele não
mencionou a suas amigas é que ele tinha câncer pancreático terminal. Em seu funeral, são entregues a Seph e
Alex um pendrive contendo o
testemunho filmado de seu último desejo - a ser espalhados em quatro locais em
todo o Reino Unido, todos especiais para ele. Agora, a única coisa que
elas possuem é um pedido: espalhar as cinzas de Dan pelos locais que fizeram
dele a pessoa que era.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Uma comédia dramática sobre a morte,
assunto difícil, e ainda traz de quebra uma jornada emocional de autoconhecimento
para as amigas do falecido. Mas, falar de morte nos remete a vida, aos dias que
passam rápido, ao agora, instante que se esvai enquanto nos preocupamos com
tempos idos ou nos pré-ocupamos com impossibilidades. Tudo acontece tendo a Grã
Bretanha como “fundo”, pois Dan escolhe lugares inesquecíveis para que as
amigas espalhem suas cinzas. O Road movie inicia no velório de Dan, situação
confusa, que mistura dor, decepção e tristeza. O luto das amigas irá se misturar com
o processo de autoconhecimento de ambas, sem perder de vista a perspectiva de
Dan, que também descobre algo sobre si mesmo antes do fim.
Marcadores:
Doença física,
luto,
Memória,
Relações afetivas,
Relações familiares,
Relações sociais,
segredo
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Envelhescência - documentário
ASSUNTO
Terceira idade, processo de envelhescimento, relações sociais, potencialidades, relações familiares
SINOPSE
Dirigido por Gabriel Martinez e com argumento de Ruggero Fiandanese, o longa metragem Envelhescência relata a história de seis pessoas que vivem a vida de maneira plena e nos mostram, através de suas próprias experiências, que os costumes e a rotina após os 60 anos podem ser repletos de atividades e bom humor. Intercalado com comentários de especialistas (Alexandre Kalache, Mirian Goldenberg e Mário Sergio Cortella) o filme sugere uma nova perspectiva sobre o significado do envelhecimento em nossas vidas. Seis pessoas, todas com mais de 60 anos e idade, vivem de maneira plena a sua velhice. Ainda que com limitações físicas e adaptações à sua rotina, os idosos comprovam que os prazeres da vida não se esgotam, mas sim, se renovam.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A quem pode incomodar ver uma senhora idosa que escolhe tatuagens por todo corpo? Talvez, às pessoas que estão presas a uma imagem congelada sobre o envelhecimento. Ainda há os que espera encontrar as vovós sentadas na cadeira de balanço fazendo croché, esperando a casa encher com os netos, etc. Entretanto, as idosas e os idosos do século XXI estão diferentes, em maior número e realizando diferentes atividades. Envelhecer não mais é sinônimo de esperar a vida acabar, muito pelo contrário, é tempo de se permitir viver, escolher novas formas sem se preocupar em agradar aos outros. A liberdade da terceira idade é exaltada no documentário, que apresenta um olhar atual sobre a vida. Apesar ou por razão dos limites já imposto pelo desgaste físico, a maturidade é também o momento de liberdade, de inaugurar outras formas de vivenciar o agora em sua plenitude, é hora de realizar, o tempo é já! Como dito por Miriam Goldenberg, há beleza na velhice e precisamos prestar atenção!! Os seis personagens entrevistados no documentário dão uma lição de vida, não só para os envelhescentes, para para qualquer ser humano que pretenda escolher viver, e, quem sabe ter o provilégio de chegar lá. Envelhecer com honestidade é olhar para o possível e não usar a velhice como desculpa para desistir da vida. Cada qual com suas experiências e escolhas, os entrevistados mostram diferentes formas de usufluir a plenitude da vida. Portanto, uma aula de vida para aqueles que não se permitem viver o próprio potencial, falamos também de jovens e adultos que ainda não chegaram lá, mas se acomodaram. É lindo assistir personagens reais que estão mudando esteriótipos encontrando novas perspectivas. Eles mostram que as limitações impostas historicamente são irreais, pois tudo é possível, nunca é tarde para mudar, para escolher, para realizar, para viver! Quebrando paradigmas, o documentário retrata novas possibilidades, enfatizando a aceitação da idade, não como um castigo, mas como um momento de liberdade, quando a experiência oferece suporte para novas e belas realizações. Vale muito conferir, recomendado para todas as idades!
Para quem tiver net, está disponível no now para aluguel, divirta-se!
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
6 anos
ASSUNTO
Relações
afetivas, sociais e familiares, casal adolescente,
SINOPSE
Um
jovem casal, Dan (Ben Rosenfield) e Mel (Taissa Farmiga), se conhecem desde a
infância e estão namorando há 6 anos. A princípio, eles parecem ter um amor
ideal, mas a notícia de uma oportunidade de emprego para Dan pode abalar o
romance e mudar o rumo das coisas dependendo da escolha que ele fizer. Talvez o
futuro que eles tinham imaginados juntos não se torne mais uma realidade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O
filme retrata os altos e baixos de um relacionamento, particularmente no que se
refere ao primeiro amor, o primeiro sonho de construir uma vida compartilhada.
Mas, no fundo, cada amor é único, vivenciado como especial e capaz de ser para
sempre... Viver uma paixão é acreditar que será para sempre! Dan e Melanie se conhecem
dede a infância, eles partilharam momentos de amor e de dor, vivenciaram
diferentes experiências, cresceram juntos. A relação do casal não é possessiva,
eles vivem uma relação saudável, respeitam a individualidade, revelam-se como
exemplo de “casal perfeito”. Os seis anos se tornam um marco. Os amigos
estranham e comentam, alegando que a estabilidade daquela reação poderia roubar
outras experiências. O “casal fofo” não aparenta ser afetado, a princípio. Entretanto,
logo surge desconforto, carência, descompasso,
descuido. A intimidade construída ao longo do tempo revela outra face, a
fronteira individual é invadida de forma inesperada. De forma sutil, a trama
revela a violência, o que favorece o debate sobre o perigo das relações
amorosas abusivas. Qual é o limite entre uma discussão saudável e o
descontrole, o desrespeito, a violência física ou psicológica? O mundo gira,
revelando que a perfeição não existe. As mudanças são necessárias, as
frustrações fazem parte do desenvolvimento. A capacidade de lidar com as
mudanças e frustrações é testada, o que provoca constantemente o
encontro com a imperfeição humana. Acontecimentos internos e externos,
previsíveis ou não, fazem parte da vida. Nem sempre é possível lidar com as
crises, seja por traição ou por uma reação descontrolada capaz romper a
barreira do respeito. Existem traições que ajudam ao casal a lidar com a crise,
afinal pode ser o sintoma da relação, capaz
de revelar a necessidade do contrato amoroso ser revisado. Entretanto, a crise de qualquer relação, seja
de 6, 7 ou qualquer outro par de anos, pode servir para o fim de um ciclo, um
recomeço, ou, pode resultar no rompimento. Tudo vai depender da forma do casal
lidar com as mudanças. Aí está o charme do filme, que retrata possíveis
transformações rotineiras de qualquer relação amorosa. Assim como uma roupa ou
sapato podem deixar de ser confortáveis, a relação pode se transformar a ponto
de não ser mais confortável para os envolvidos, buscar ajustes, adaptações ou
descartar, romper? Eis a questão. Sair da zona de conforto é sempre difícil,
ainda que não seja mais tão confortável assim... O desenrolar da trama não
pretende apontar caminhos, nem definir soluções, apenas conta como é possível
para eles lidar com aquela crise. Aliás, o amadurecimento individual pode ser
um ponto a ser considerado, pois a ‘certeza’ sai nitidamente da pauta do casal,
abrindo novas possibilidades, talvez incompatíveis com o status quo.
Marcadores:
adolescência,
Auto-suporte,
conflitos a dois,
Relações familiares,
Relações sociais,
sexualidade,
violência
sábado, 17 de setembro de 2016
O nosso ultimo verão na Escócia / O que nós fizemos no nosso feriado (Netflix)
ASSUNTO
Relações
familiares, afetivas e sociais, doença terminal. depressão, separação e morte.
SINOPSE
Doug e Abi decidem viajar
até à Escócia com os três filhos pequenos, para comemorar o aniversário de
Gordie, o pai de Doug, que celebra 75 anos. No entanto, os dois têm um segredo
que gostariam de esconder do resto da família, mas não será nada fácil ocultar
o divórcio com as crianças por perto… E o que prometia ser uma harmoniosa
reunião familiar acaba por trazer à superfície ressentimentos passados, quando
um dia na praia se transforma em tragédia e as crianças põem mãos-à-obra para
resolver o assunto.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Os
pais (Doug e Abbi) estão em processo de divórcio, não se ouvem mais, discutem o
tempo todo e fazem uma viagem juntos para comemorar o aniversário do pai de
Doug, na Escócia. As crianças, visivelmente afetadas pela separação e brigas
constantes dos pais, prometem não contar ao restante da família, que os pais já
moram em casas separadas. Elas sabem que o aniversariante está doente,
entretanto não sabem que a doença é terminal. A família, como qualquer outra,
tem lá seus segredos e problemas. Aos poucos, as questões emergem, revelando o
avesso do mundo adulto. Mas é o olhar das crianças que nos permite vislumbrar a
obviedade da vida. Temas como separação, depressão e morte são apresentados com
suavidade, sem que o peso e a complicação do mundo adulto, que usa o raciocínio
lógico para se afastar dos “sentidos”. É assim mesmo, as crianças mantém os
sentidos aguçados, vivem em plenitude as percepções de mundo, sem que qualquer
obstáculo racional impeça a experiência. E, são esses personagens graciosos os
responsáveis pelo encantamento e delicadeza da trama. Temos, de fato, muito que
aprender com as crianças! O avô, prestes a fazer 75 anos e enfrentando a doença
terminal, tem uma relação emocionante com os netos. Os diálogos são impregnados
de doçura e clareza, não há regra social capaz de obstruir a comunicação entre
eles.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Já estou com saudades
ASSUNTO
Relações
afetivas, sociais, familiares, câncer, amizade, parceria, luto.
SINOPSE
Jess (Drew Barrymore) e Milly (Toni Collette) são
melhores amigas desde a infância. Enquanto Milly se casou, teve dois filhos e
construiu uma carreira de sucesso, Jess decidiu levar uma vida pacata ao lado
do marido Jago (Paddy Considine). Após se submeter a um tratamento, Jess enfim
consegue engravidar. Mas a notícia vem justamente quando Milly descobre ter
câncer de mama e precisa passar por quimioterapia, o que necessitará do apoio
não apenas da amiga, mas de toda a família.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
O
tema central já foi apresentado em diferentes ocasiões, falamos de Câncer, uma
doença devastadora que atinge grande parte da humanidade. A dificuldade em
lidar com as pequenas e grandes questões (sociais, físicas, psicológicas) são
apresentadas de forma clara e honesta. Temos como pano de fundo a amizade sólida
de duas parceiras de vida, mulheres que se conhecem desde a infância e
partilharam aventuras e desventuras ao longo da vida. Os pontos e contrapontos
são costurados entre ambas, durante o processo de declínio de Milly frente à
doença, e, da busca e conquista de Jess, na construção da própria família.
Prepare o lenço, as lágrimas serão prováveis, bem como as risadas, muitas vezes
provocadas por diálogos inteligentes e com de pitadas de humor. Há uma honestidade quase cruel nos
pequenos gestos, encontros e desencontros atravessados pelo processo do adoecimento de Milly.
domingo, 28 de agosto de 2016
Amizades Improváveis
ASSUNTO
Luto, separação,
distrofia muscular, isolamento, adolescência.
SINOPSE
Após sofrer com uma
tragédia, Ben se torna um cuidador para conseguir dinheiro. Seu primeiro
cliente, Trevor, é um divertido jovem de 18 anos com distrofia muscular. Um
paralisado emocionalmente, outro paralisado fisicamente, Ben e Trevor saem pela
estrada para encontrar esperança, amizades, e Dot neste engraçado e emocionante
conto. Jennifer Ehle, Megan Ferguson, e Frederick Weller completam o elenco ao
lado do trio principal.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Amizades
improváveis é uma produção da Netflix despretensiosa, foi baseada em um livro
homônimo e desenvolvida como um Road Movie. Ainda que toque em temas de
conflitos existenciais, o longa não aprofunda, o que o torna leve, sem tons
excessivamente dramáticos. Ben está em processo de luto, com dificuldade de
lidar com a perda do filho e o divórcio eminente. O escritor se afasta do
próprio ofício e mergulha no curso de Cuidador, esta foi a forma encontrada
para evitar seu luto. Aqui, abro parênteses, pois ainda que apresentado de
forma superficial, sua estratégia é bastante usada em momentos de perdas ou
crises existenciais. É comum ver pessoas mergulhadas em projetos, investindo
energia, “ocupando” todo o tempo em algo que substitua a vivência da dor
eminente. Evitar a dor é um mecanismo de defesa muito comum, que nem sempre se
desdobra de forma favorável. Algumas vezes, o a fuga da elaboração do luto pode
ser apenas uma forma de adiar, podendo resultar em um quadro depressivo devido
ao acumulo de dor não elaborada. Não é o caso de Ben, pois sua intenção é
frustrada, a escolha dele se desdobra em situações que tenta evitar: o
enfrentamento de seu luto. Trevor surge como possibilidade de seu primeiro
trabalho , se tornando parte importante do caminho de retorno de Ben.
O rapaz não é nada simpático, tem distrofia muscular, isolamento social, é
implicante e provocador. Logo, percebemos que as provocações farão parte da
relação, impossibilitando que ambos permaneçam na zona de conforto. Assim,
iniciam uma viagem, na qual poderão conhecer mais sobre o outro e sobre si
mesmos.
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Mar adentro
ASSUNTO
Relações sociais, familiares e afetivas, eutanásia, direito de esdcolha.
SINOPSE
No Filme Online Mar Adentro, Ramón Sampedro (Javier Bardem) é um
homem que luta para ter o direito de pôr fim à sua própria vida. Na juventude
ele sofreu um acidente, que o deixou tetraplégico e preso a uma cama por 28
anos. Lúcido e extremamente inteligente, Ramón decide lutar na justiça pelo
direito de decidir sobre sua própria vida, o que lhe gera problemas com a
igreja, a sociedade e até mesmo seus familiares.
TRAILER
O
OLHAR DA PSICOLOGIA
Recentemente, postamos sobre o filme COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ, um drama
romanceado que discute um tema semelhante ao de MAR ADENTRO: O direito de
escolha, a dignidade do ser. O foco do tema é maior no drama de 2004, razão para este post. Ramón afirma repetidamente “Viver é um direito, não uma obrigação”. Difícil
compreender o desejo dele de acabar com a própria vida. Acompanhamos um homem
inteligente, sagaz, sensível e íntegro, lutando para ter o direito de escolher
o final da própria vida. Em um primeiro momento, é possível pensar que o filme
defende sua posição, só que não. O filme apresenta diferentes argumentos,
contra e a favor da eutanásia. Desde sempre, ele difere de outros, não se usa
como exemplo. Seu sorriso, que impressiona por sua magnitude, é expressão de
tristeza, embora pareça o contrário. Ele afirma que em suas condições, aprendeu
a chorar através do sorriso. Desconcertante, pois para o espectador, seu
sorriso poderia ser uma bela razão para manter sua vida. É seu sorriso que
ilumina os que o cercam, apesar de ser também cruel em sua relação com a
realidade dos fatos: a morte é para a maioria uma possibilidade, menos para os
que dependem de outrem. Ele luta pelo direito de escolha! Sua escolha é clara,
pensada e repensada por 28 anos.
domingo, 17 de julho de 2016
Anomalisa
ASSUNTO
“Síndrome de
Fregoli”, Depressão, solidão, relações sociais e afetivas, deturpação dos sentidos
SINOPSE.
Michael Stone (voz de David
Thewis) é um palestrante motivacional, marido, pai e respeitado autor de “Como
Posso Ajudá-lo a Ajudá-los?” Michael, que acaba de chegar à cidade de
Connecticut é um homem incomodado com a rotina da sua vida. Ele segue do
aeroporto direto para o hotel, onde está programado para dar uma palestra em
uma convenção, onde entra em contato com um antigo caso para que possam se
reencontrar. A iniciativa não dá certo, mas Michael se surpreende ao descobrir
uma possível escapada de seu desespero: Lisa, uma despretensiosa
representante de vendas, que pode ou não ser o amor de sua vida.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
“Anomalisa”
é uma animação para adultos, aliás, para poucos, embora imperdível. Há que se
ter abertura para mergulhar no conflito existencial de Stone, e, perceber o
mundo a partir dele. Sim, existe distorção na percepção dele em relação ao meio.
Não existe problema na percepção singular de cada ser, entretanto, logo fica
claro que há algo errado na percepção dele, que não consegue diferenciar a
singularidade do outro. Lhe falta empatia? Talvez,
mas não é a única questão explorada. Acompanhamos a rotina monótona de alguém
que, apesar do sucesso com seu livro motivacional, se encontra sem qualquer
motivação em sua rotina. Há um pé dele no passado mal resolvido, algo não
compreendido, situação inacabada - conceito caro para Abordagem gestáltica. Desde o início, é possível perceber uma voz
comum a todos os outros personagens, o que sugere sua indiferença em relação ao
seu entorno. Vozes e rostos sugerem uma semelhança incompreensível, talvez uma
máscara única em todos, além da voz única para diferentes personagens,
independente do gênero.
terça-feira, 12 de julho de 2016
Como eu era antes de você
ASSUNTO
Relações
afetivas, deficiência física, singularidade, livre-arbítrio, e, dos conceitos gestálticos, destacamos: Contato e fronteira de contato.
SINOPSE
Às vezes você encontra o amor onde menos imagina. E às vezes
ele te leva onde nunca esperou ir. Louisa "Lou" Clark vive em uma
pitoresca cidade de campo inglesa. Sem direção certa em sua vida, a criativa e
peculiar garota de 26 anos vai de um emprego a outro para tentar ajudar sua
família com as despesas. Seu jeito alegre no entanto é colocado
à prova quando enfrenta o novo desafio de sua carreira. Ao aceitar um trabalho
no "castelo" da cidade, ela se torna cuidadora e acompanhante de Will
Traynor, um banqueiro jovem e rico que se tornou cadeirante após um acidente
ocorrido dois anos antes, mudando seu o mundo dramaticamente em um piscar de
olhos. Não mais uma alma aventureira, mas o agora cínico Will, está prestes a
desistir. Isso até Lou ficar determinada a mostrar a ele que a vida vale ser
vivida. Embarcando juntos em uma série de aventuras, Lou e Will irão obter mais
do que esperavam e encontrarão suas vidas - e corações - mudando de um jeito
que não poderiam ter imaginado.
Rico e bem sucedido, Will (Sam Claflin) leva uma vida repleta
de conquistas, viagens e esportes radicais até ser atingido por uma moto, ao
atravessar a rua em um dia chuvoso. O acidente o torna tetraplégico,
obrigando-o a permanecer em uma cadeira de rodas. A situação o torna depressivo
e extremamente cínico, para a preocupação de seus pais (Janet McTeer e Charles
Dance). É neste contexto que Louisa Clark (Emilia Clarke) é contratada para
cuidar de Will. De origem modesta, com dificuldades financeiras e sem grandes
aspirações na vida, ela faz o possível para melhorar o estado de espírito de
Will e, aos poucos, acaba se envolvendo com ele.
TRAILER
O
OLHAR DA PSICOLOGIA
Um
filme que difere de outros romances, não só por seu desdobramento, mas também
por pequenos detalhes que fazem diferença. Por exemplo, o início mostra o “mocinho”
antes e durante o acidente, que o tornará tetraplégico. No momento do
atropelamento, Will estava distraído no celular. A cena pode passar
despercebida, mas não deixa de retratar uma realidade da nossa era, portanto,
trata-se de um alerta ou de uma crítica sutil. Por outro lado, temos personagens
fortes, capazes de nos provocar reflexões. Louise é dedicada, atrapalhada,
quase caricata, mas não há dúvida que tratamos de uma pessoa capaz de realizar
verdadeiros contatos. Se por um lado, a mesma se vira para atender às
necessidades do próximo, sua identidade fica bem definida em seu comportamento
autêntico. Na abordagem Gestáltica a
fronteira é ao mesmo tempo o lugar de contato e de imite, é o lugar da tensão e
do acontecimento, da diferença e do crescimento. Poucos personagens apresentam
a fronteira tão flexível quanto à da “mocinha”, que nos encanta com sua forma
de funcionar no mundo. Ela não abre mão de suas roupas estranhamente
simpáticas, que marcam sua presença. No entanto, abre mão de si mesma para dar
lugar ao outro querido, seja um familiar ou qualquer pessoa que evidencie
alguma necessidade pessoal. É uma personagem ímpar! Will é alguém que não
suporta ver o mundo de outra perspectiva. O acidente o obriga a visitar outros olhares,
ele se recusa. Após sua nova condição, Will apresenta sintomas depressivos, um mau
humor constante, um desprezo pela vida. A luz de Lou pode tornar o mundo menos
cinza e apresentar encantamento ao rapaz, mas não é suficiente para que ele
desista de seu plano. Ainda assim, somos convidados a assistir uma relação de
contato entre ambos, que sendo afetados por aquele contato autêntico, se
transformam. O afeto é oque afeta e se arrisca a ser afetado, o que, de fato, transforma. Ampliados
em sua forma singular de existir, ambos crescem através daquele contato.
domingo, 19 de junho de 2016
Mothers and Daughters 2016 (Mães e filhas?)
ASSUNTO
Relações
familiares e afetivas, segredo familiar, adoção, perdas
SINOPSE
A fotógrafa Rigby Gray (Selma Blair) deseja
produzir um ensaio sobre o papel da Mãe em diferentes famílias.Desde então,
inicia um projeto que a faz refletir sobre sua relação com a mãe e outras
possibilidades de relação semelhante. Buscando modelos, ela irá conhecer
diferentes histórias que a ajudarão a rever seu papel de filha, ao mesmo tempo
que se percebe grávida, e questiona sua possibilidade de tornar-se mãe.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Rigby
reflete sobre sua forma de olhar o mundo e o papel de sua mãe em seu viver. Diante
das cenas capturadas por sua lente de fotógrafa, o filme segue apresentando
outras histórias, que depois farão parte do seu projeto. De forma dinâmica, o
espectador é convidado a conhecer diferentes situações que se desdobrarão
durante o longa. Aos poucos, conhecemos diferentes mães e filhas, cada qual com
suas particularidades.
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Adoção,
Auto-suporte,
CASAL E FAMÍLIA,
Relacionamento casal,
Relações afetivas,
Relações familiares,
segredo
sábado, 18 de junho de 2016
Nise: O coração da loucura
ASSUNTO
Saúde mental, Movimento antimanicomial, Arteterapia, Terapia ocupacional, relação terapêutica, relações sociais, afetivas e familiares.
SINOPSE
Ao voltar a trabalhar em um hospital psiquiátrico
no subúrbio do Rio de Janeiro, após sair da prisão, a doutora Nise da Silveira
(Gloria Pires) propõe uma nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem da
esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. Seus colegas de trabalho
discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir o
abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de
lidar com os pacientes, através do amor e da arte.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
É
indiscutível a importância de Nise da Silveira, psiquiatra de reconhecimento
internacional ao defender terapias alternativas no tratamento de transtornos
mentais. O filme nos
presenteia com interpretações excelentes, retratando com fidedignidade uma
realidade cruel de sujeitos portadores dos mais diferentes tipos de transtornos
mentais e os procedimentos desumanos adotados na ocasião. A personalidade inquieta, inconformada e
desafiadora da psiquiatra é apresentada na trama, focando prioritariamente o
aspecto humano da profissional. Na tentativa de compreender
melhor as demandas daqueles pacientes, Nise ofereceu um lugar para expressão de
suas angústias, inaugurando um novo canal para trocas. Ela se preocupou com o
aspecto afetivo das doenças mentais, oferecendo espaço para que os sujeitos
pudessem “juntar os cacos” de si mesmo, numa tentativa de integração. Diferentes
aspectos sobre a importância de Nise da Silveira já tem sido exaustivamente discutido
nas críticas e nos diversos artigos sobre o filme. Aqui, escolhemos restringir as
considerações no aspecto humano da trama, desconsiderando o olhar na doença
mental e priorizando a saúde.
Alice através do espelho
ASSUNTO
Desenvolvimento,
perdas, tempo, aventura, crescimento, relações familiares, sociais e afetivas.
SINOPSE
Alice (Mia Wasikowska) retorna após uma longa
viagem pelo mundo, e reencontra a mãe. No casarão de uma grande festa, ela
percebe a presença de um espelho mágico. A jovem atravessa o objeto e retorna
ao País das Maravilhas, onde descobre que o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp)
corre risco de morte após fazer uma descoberta sobre seu passado. Para salvar o
amigo, Alice deve conversar com o Tempo (Sacha Baron Cohen) para voltar às
vésperas de um evento traumático e mudar o destino do Chapeleiro. Nesta
aventura, também descobre um trauma que separou as irmãs Rainha Branca (Anne
Hathaway) e Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter).
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Alice
volta a personificar questões humanas do seu, porque não dizer do “nosso”, ”vir a
ser” constante. Em “Alice através do Espelho” acompanhamos sua jornada já na
idade adulta, diante dos desafios da vida, enfrentando tempestades e se arriscando
acreditar no impossível. Como ela diz: “A
única maneira de acreditar no impossível, é acreditar que é possível”, temos
assim o ponto de partida para mais uma aventura, repleta de metáforas, que
caminham em direção ao crescimento. A crítica não perdoou a inconsistência do
longa, apontando a falta de aprofundamento em qualquer dos temas, dos excessos de
efeitos e da fragilidade no desenvolvimento da trama que muito se distancia do
livro, segundo eles. Um olhar mais inocente irá se maravilhar com os efeitos
especiais e a realização do impossível na tela. Trata-se de uma aventura, que
mescla o universo infantil com o adulto, de forma leve, nos permitindo um belo
entretenimento.
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potencialidades,
Relações afetivas,
Relações familiares,
Relações sociais,
Saúde mental
sábado, 21 de maio de 2016
Desajustados (Fúsi) - 2015
ASSUNTO
Solidão, relações afetivas, familiares e sociais, bullying,
depressão.
SINOPSE
Fúsi é um homem de 43
anos que ainda mora com sua mãe, ainda não teve coragem de entrar na vida
adulta. Ele vive uma pacata rotina monótona, não tem namorada, sofre bullying no trabalho, dedica seu tempo
livre a carrinhos e maquetes. Sua rotina é alterada quando conhece Hera, uma
menina de 8 anos, e a vibrante Alma, parceira da aula de dança. Tudo poderá mudar.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Que filme! Difícil saber por
onde começar, quando encontramos um drama de tamanha riqueza temática. O título
original se refere apenas ao nome do personagem, diferente do título em
português, que faz questão de “rotular” mais de um personagem como desajustado.
Afinal, do que falamos quando usamos tal rótulo? Seriam desajustados aqueles
que não se “encaixam” nas regras sociais e culturais do momento e lugar? Seriam
desajustados aqueles que estão à margem da sociedade por diferentes razões? Ou,
são considerados “desajustados” aqueles facilmente diagnosticados pela
psiquiatria ou psicologia? Independente
da resposta, podemos pensar que a proposta do filme é contrária a esse olhar,
pois o espectador é convidado a partilhar das vivências de Fúsi. Numa que tem
produzido solidão, sendo favorecida pelo mundo virtual e por soluções mágicas
para as frustrações do cotidiano, é desconcertante assistir ao mundo solitário de
Fúsi. Diferente dos excessos de estímulos produzidos pelos avanços
tecnológicos, que preenchem espaços, sem que haja tempo de digerir as informações,
temos na trama uma solidão que é ocupada pela rotina monótona e quase
infantil. O mundo dele é de repetição, segurança, conformismo, mas também há delicadeza,
doçura, inocência e até força diante das situações enfrentadas. Em certos
momentos, é possível pensar que o mundo de Fúsi é anestesiado, aparentando ser
impossível para ele desejar outra forma de estar no mundo. No momento em que tem a oportunidade de denunciar o bullying que tem sofrido, ele não o faz. Para o espectador é difícil suspender julgamentos e concordar com sua forma de reação ou ausência dela. Cenas de seu
cotidiano exibem pequenos detalhes que em relação ao todo produzem sentidos e
significados. Não há desejo de mudanças, ele parece não esperar
mais nada da vida, sua rotina lhe basta. Novas relações surgem para tirar Fúsi
de sua zona de conforto, favorecendo outra perspectiva de vida.
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Auto-suporte,
potencialidades,
Relações afetivas,
Relações familiares,
Relações sociais
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Frankie e Alice
ASSUNTO
Relações sociais e familiares, relação terapêutica, psicodiagnóstico, transtorno dissociativo de identidade.
SINOPSE
Frankie (Halle Berry) é uma dançarina noturna que
sofre com o transtorno de múltiplas personalidades, e luta diariamente contra
seus alter egos bem específicos: uma criança de sete anos chamada Genius e uma
mulher branca racista chamada Alice. A fim de eliminar estas vozes interiores,
ela passa a frequentar sessões com um psicoterapeuta, Dr. Oz (Stellan
Skarsgard), para decifrar e superar seus fantasmas pessoais.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Existe
um clássico sobre o tema chamado SYBIL, também baseado numa história real, que retrata
o tratamento do Transtorno Dissociativo de Identidade, originalmente denominado transtorno de múltiplas personalidades, conhecido popularmente como dupla
personalidade. Naquele filme foi
apresentado o caso de 17 personalidades e a intervenção proposta era distinta
do caso descrito em Frankie e Alice. Dr. Oz é convocado para o atendimento de
Frankie, que após alguns problemas com a justiça, se propõe ao tratamento,
desde que seja ele o médico responsável. O transtorno Dissociativo de
Identidade é uma condição mental em que um único indivíduo demonstra
características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, cada
uma com sua maneira de perceber e interagir com o meio. O pressuposto é que ao
menos duas personalidades podem rotineiramente tomar o controle do
comportamento do indivíduo. O critério de diagnóstico também leva em consideração perdas de
memória associadas, geralmente descritas como tempo perdido ou uma amnésia dissociativa aguda. Frankie sobrevivia com o dinheiro que ganhava num bar de
strip-tease e tinha um histórico de momentos de amnésia, acordando depois num
local desconhecido. Após observar pequenos detalhes no comportamento de
Frankie, o Dr, Oz levanta a hipótese de um caso clínico raro. A primeira observação
é a de que uma personalidade é fumante, a outra não. Daí em diante, ele
descobre diferenças no sotaque, na postura, até mesmo na cor! Ainda que Frankie
seja negra, uma das personalidades se apresenta como branca e racista.
White Frog
ASSUNTO
Autismo, homossexualidade, homofobia,
perdas, luto, relações familiares, sociais e afetivas.
SINOPSE
O
filme apresenta a história de uma família obcecada com a ideia de parecer
perfeita. O único problema aparente dos Young é o filho mais novo, Nick, que
nasceu com Síndrome de Asperger, que faz com que a pessoa tenha dificuldades
para se socializar. Quando Chaz, o filho mais velho, morre em um acidente, a
família cai em pedaços e Nick então precisa juntar as peças para seguir em
frente.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Logo somos tocados pela
linda relação construída pelos irmãos Chaz e Nick. A paciência, o carinho, a
dedicação do irmão mais velho tornam o mundo de Nick mais rico, sua autoestima
mais elevada, e, claro, seu desejo de desenvolver habilidades para compreender
melhor o mundo são também ampliadas. Não há qualquer proximidade entre o
autista e seu pai, que não compreende sua forma de estar no mundo. Sua mãe,
apesar de interessada, não consegue acessar o mundo do caçula. Infelizmente,
Chaz sofre um acidente fatal e deixa os familiares perdidos em seu luto. Nick,
que tinha no irmão seu único elo com o mundo, se vê desamparado, perdido. Acompanhamos
o luto familiar e a dificuldade daquela família lidar não só com a perda, mas
também de encarar a condição autista do filho. Sem Chaz como intermediário,
tudo fica mais difícil, tanto para Nick, como para os familiares. Na busca de
elaborar o próprio luto e restaurar a si mesmo, Nick caminha através das dicas
deixadas pelo irmão. Se aproximar de seus amigos é um bom começo, o que nos
brinda com cenas emocionantes, ora delicadas, ora bem humoradas. Desconstruir a
imagem de perfeição do irmão mais velho se torna um aprendizado ímpar, não só
para Nick, mas também para toda a família. Fica evidente a dificuldade de perceber
a imperfeição de cada um, trazendo até o homossexualismo para pauta, o que
evidencia a homofobia no seio familiar.
Arthur e o infinito, um olhar sobre o Autismo.
ASSUNTO
Autismo,
relações familiares e afetivas.
SINOPSE
O filme conta a história de
Marina e César, pais de duas crianças: Sofia de dez anos e Arthur(Eric Schon) de
seis . Quando tinha um ano e meio de idade, ele começou a apresentar um
comportamento diferente das outras crianças, como por exemplo a sua comunicação
era precária, parecia não ouvir quando seus pais o chamavam e quase não tinha
contato visual. Essas características levaram os pais a procurarem médicos e
especialistas. A longa busca dos pais só terminou quando Arthur completou seis
anos, e foi diagnosticado como autista. Marina sente maior responsabilidade
sobre o menino e decide se dedicar unicamente a tentar desenvolve-lo o máximo
possível. A família passará por momentos difíceis onde Marina colocará em
questão a sua capacidade de lidar com seu filho.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Diante
do pouco incentivo financeiro, o curta-metragem foi um projeto audacioso. O
resultado não pode ser uma mega produção, no entanto, seu alcance superou
qualquer expectativa. Trata-se de um relato sobre as dificuldades enfrentadas
no cotidiano da família do autista. A família procura respostas diante do
comportamento da criança.
Marcadores:
Autismo,
Relação terapêutica,
Relações afetivas,
Relações familiares
quinta-feira, 24 de março de 2016
A linguagem do coração
ASSUNTO
Deficiência auditiva e visual, limite, relação terapêutica,familiar, afetiva e aprendizagem.
SINOPSE
Final do século XIX, França. Marie Heurtin (Ariana Rivoire) é
uma moça que nasceu cega e surda. Vivendo em seu próprio mundo, sem conseguir
se comunicar, o pai dela a manda para um convento que cuida de crianças surdas.
Entretanto, devido à falta de condições para tratá-la, a madre superiora
(Brigitte Catillon) a recusa. Graças à insistência da freira Marie Margueritte
(Isabelle Carré), que diz que pode cuidar dela apesar de seu problema de saúde,
a madre superiora volta atrás em sua decisão. Só que fazer com que Marie
aprenda questões básicas de higiene e convívio com outras pessoas não é uma
tarefa nem um pouco fácil.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Logo,
o filme “Helen Keller
e o Milagre de Anne Sullivan” foi lembrado, pois em ambos há a
relação entre a criança com deficiência visual/auditiva com alguém que se
disponibiliza a conectá-la ao seu entorno. Entretanto, o contexto familiar
difere muito. Enquanto Helen tinha uma família que colaborava para seu
isolamento, Marie tem outro contexto. Diante da situação de isolamento da
filha, é o pai quem tem a iniciativa de buscar ajuda para socializá-la. A
família tem consciência da necessidade de inserir a filha no universo social e
na aprendizagem. Aqui, falamos de uma criança igualmente isolada, com um mundo
próprio e um comportamento arredio, muitas vezes “animalesco”. Baseado em uma
história real do final do século XIX, o longa apresenta a irmã Marie
Margueritte, que embora tenha problemas de saúde, encontra naquela criança uma
oportunidade de sua frágil vida ganhar sentido. Socializar e educar aquela criança passa a ser
um desafio para a religiosa, que enfrenta a madre superiora e as reações
agressivas da menina, sem esmorecer. As cenas de confronto durante o processo
trazem, a cada dia, um novo desafio, muitas vezes tornando sua tarefa um
projeto aparentemente inviável. Ainda assim, apesar de todos os obstáculos e as
repetidas reações agressivas, a irmã não desiste. Durante o processo de
adaptação, a trama ressalta a importância do aprendizado da linguagem para o
desenvolvimento do ser humano. A diferença aqui é que além do campo afetuoso da
relação, temos também o aspecto religioso na construção da relação que liberta
Marie do isolamento. A grandiosidade das cenas está na exploração dos sentidos,
particularmente do tato, que aos poucos se torna um meio de comunicação primordial
para ambas. Sim, Margueritte também aprende no encontro. Um dos aspectos mais
bonitos na construção da relação entre ambas é a curiosidade da irmã em relação
ao universo da criança. Ela tenta compreender como seria viver sem ouvir e sem
ver, para partir de onde está a criança, de que lugar ela percebe o mundo. A
empatia necessária para a criação do vinculo fica evidente. Tal aspecto torna a
relação bastante terapêutica”, pois não há possibilidade de obter êxito numa relação
psicoterapêutica, por exemplo, se o ponto de partida não for o lugar de onde a
cliente se encontra no momento terapêutico. A incapacidade do profissional de
perceber este lugar pode inviabilizar o processo terapêutico. A criança percebe
o mundo desconhecido como hostil, tornar o universo social algo acessível e
possível, ampliar o universo da criança (por consequência, também o seu),
torna-se objetivo para a irmã.
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