domingo, 16 de abril de 2017
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Os 13 Porquês – 13 Reasons Why
ASSUNTO
Depressão,
bullying, estupro, assédio, violência, omissão, homofobia, sexualidade, suicídio,
relações sociais, afetivas e familiares.
SINOPSE
Uma caixa de sapatos é enviada para Clay (Dylan
Minnette) por Hannah (Katheriine Langford), sua amiga e paixão platônica
secreta de escola. O jovem se surpreende ao ver o remetente, pois Hannah
acabara de se suicidar. Dentro da caixa, há várias fitas cassete, onde a jovem lista os 13 motivos que a levaram a interromper sua vida -
além de instruções para elas serem passadas entre os demais
envolvidos.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Febre
do momento, “OS 13 Porquês” foi baseado no livro homônimo de Jay Asher. Provocando
diferentes críticas, algumas favoráveis e muitas contrárias, a série está
levantando o assunto em diferentes segmentos da sociedade. Há quem diga que
pode se tornar um gatilho para aqueles que se encontram vulneráveis, outros
tantos afirmam que os assuntos abordados na trama podem e devem ser discutidos.
Indico abaixo links com diferentes opiniões. Por agora, prefiro destacar a
importância de falarmos sobre o tema, ou, sobre os temas levantados. Aliás,
acho que o aspecto mais positivo da proposta é, de fato, colocar os assuntos
abordados em discussão, é o que está acontecendo. As polêmicas estimuladas por
sua forma explícita ou pela fraqueza dos argumentos, cenas, etc., aqui não
serão discutidos ou julgados. Queremos dividir algumas reflexões motivadas pelo
contato com a série. A primeira coisa que chama a atenção foi o tom vingativo
apresentado pelo projeto de Hanah, que dilui a responsabilidade entre os
colegas (colegas??). Tudo bem, os relatos nos fazem pensar nas possíveis relações
tóxicas que enfrentamos, não só na adolescência. Por esse prisma, pode servir
como um alerta, um ponto de reflexão para aqueles que funcionam de determinada
forma agressiva ou abusiva, sem se dar conta do quanto podem estar machucando o
outro. Por outro lado, muitos suicídios cometidos por algum adolescente são por
si só motivadores de culpa nos colegas, que se perguntam o que poderiam ter
feito, ou deixado de fazer para evitar o desfecho trágico. Há também muito sofrimento
para os que ficam, sem que seja necessária uma acusação gravada em fitas
cassetes. Ok, a licença poética nos permite considerar a proposta como uma
perspectiva possível, para dar voz a quem partiu e promover uma possível
reflexão. Entretanto, é preciso refletir como o suicídio de um adolescente pode
afetar seu entorno, causando sofrimento e dor aos familiares, amigos e colegas.
Concordo com algo que li sobre o assunto, que afirma que o suicídio não é
opção, muito menos para vingança.
domingo, 9 de abril de 2017
Simple Simon / No espaço não existem sentimentos
ASSUNTO
Síndrome de Asperger, Relações familiares, afetivas e de casal.SINOPSE
Dirigido por Andreas Öhman, o filme conta a história de Simon, um jovem de 18 anos que sofre da síndrome de Asperger. Ele gosta do espaço, de ciência e de círculos, mas não consegue entender sentimentos. Ao ver sua vida transformada em caos após seu irmão entrar em depressão após o término de um namoro, Simon embarca em uma missão para conseguir a namorada perfeita pro seu irmão. Simon não entende nada de amor, mas tem um plano cientificamente perfeito. Mas, vítima da Síndrome de Asperger, Simon percebe que a busca é muito mais complicada do que poderia imaginar e fica em dúvida se realmente poderá ajudar Sam.
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Repetição da postagem de 26 de abril de 2014. Filme sueco, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, é uma comédia leve que fala, principalmente, de relações afetivas e as diferenças. Simon tem dificuldade de compreender sentimentos, é portador da síndrome de Asperger. Seu irmão, Sam, é o único a conseguir contatá-lo em seu mundo particular. Seu carinho, sua dedicação fazem com que fale a mesma língua, entrando em sua órbita e se relacionando de forma satisfatória. Para todos os outros não é tão fácil. Os pais não têm a mesma disponibilidade, o que faz com que Simon vá morar como irmão. A namorada não consegue conviver com a diferença e parte, Sam fica deprimido, Simon se desespera. Na tentativa “científica” de solucionar o problema do irmão, Simon “esbarra” em uma garota que não tem o menor problema em lidar com suas limitações. É a partir da compreensão da diferença e da aceitação de Simon como é, que a personagem se torna candidata em potencial a ser namorada do irmão. No desdobrar de seus planos é que Simon descobre que não é somente o irmão que é capaz de ir ao seu encontro, e, que sua estatística “afetiva” não corresponde ao mundo dos afetos. O filme, como bem lembrado por Thamires, é pouco reconhecido ou conhecido pelo público em geral. Entretanto, sua forma delicada e esclarecedora sobre as diferentes formas da existência faz da experiência uma necessidade para qualquer público. Mais do que esclarecer sobre as possibilidades do Transtorno do Espectro Autista, o filme nos fala sobre relações sociais e afetivas, e, sua riqueza nas diferenças. Desconstruir um saber sobre a ideia de normal ou ideal jeito de ser é um dos melhores trunfos do longa. Procure, vale conferir!
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Autismo,
potencialidades,
preconceito.,
Psicodiagnóstico,
Relações afetivas,
Relações sociais
sábado, 8 de abril de 2017
Léo e Bia
ASSUNTO
Relações
sociais, afetivas e familiares.
SINOPSE
Brasilia, 1973. No auge da ditadura
militar, sete amigos, jovens como a cidade em que moram, sonham viver de
teatro. Liderado pelo diretor Léo (Emílio Dantas), o grupo leva adiante
os ensaios de uma peça que tece comparações entre Jesus Cristo e o cangaceiro
Lampião. Enquanto a repressão política rola solta na capital federal e a
liberdade sexual ainda é tabu, Bia (Fernanda Nobre) se mostra cada vez mais
prisioneira da obsessão de sua mãe (Françoise Forton), fazendo com que todos
questionem, cada vez mais, os conceitos e valores da sociedade. (RC)
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Pegando carona com a
minissérie DE SONHOS E SEGREDOS, resolvi procurar outras obras de Osvaldo Montenegro.
Gostei do que encontrei. A relação entre o teatro e o cinema é o ponto de
partida do autor, que abusa da arte em sua totalidade para contar uma estória
(ou história?). Não se trata de um teatro filmado, há linguagem cinematográfica
costurando as cenas teatrais. Depois de assistir, fiquei com a impressão de que
a mensagem mais forte do filme se resume no pensamento “Um sonho sonhado sozinho
é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade”. Mas não é seu único
recado. Temos um grupo que troca afetos, que se une em prol de um projeto, há
presença física, contatos reais, eles compartilham experiências. A força do
grupo está na intimidade revelada na tela. Foi resultado de muito ensaio e
cumplicidade, parceria, durante um tempo de convivência. Por ser um cenário
único, a interpretação é o ponto chave, capaz de tocar o espectador.
Entretanto, não podemos deixar de lado o texto, que dá voz a uma geração, através
de frases e citações impactantes.
De Sonhos e Segredos (Minissérie)
ASSUNTO
Psicoterapia de grupo, arte e psicologia,
teatro e psicoterapia, relações sociais, afetivas e familiares.
SINOPSE
Minissérie
em 13 capítulos. O projeto de Osvaldo Montenegro criou enredos de vida para 6
personagens, buscou atores que interpretassem a cada um deles em sessões de
terapia para uma psicóloga real, Joana Amaral. “São três dimensões: a dos
personagens vivendo o que escrevi para eles, a da terapeuta reagindo àquilo no
padrão profissional, e a dos atores tentando
interpretar aquilo que é pedido” — conta Montenegro em entrevista ao Jornal O
Globo. Os personagens criados são: Mariana, que nasceu
Mariano; Paulo, (homem que se culpa pelo suicídio da esposa; Manuela, bailarina
que sofre com dores na coxa durante suas apresentações; Cláudio, artista
plástico que se sente inferior por necessitar de terapia; Lucia, que sempre
sofreu com a educação rígida recebida do pai e tem grande trauma ao vê-lo
beijando outro homem; e Julia, uma socióloga frustrada por descobrir que
seu namorado peruano místico é uma farsa. Os pacientes não conhecem a
vida nem os dramas uns dos outros. A cada novo episódio, o diretor explica ao
elenco o que acontecerá durante a sessão, e os atores precisam colocar em
prática a arte do improviso.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Osvaldo Montenegro fez uma homenagem aos profissionais envolvidos, ao
realizar um “casamento” entre o teatro e a psicologia. Não há como não se
encantar com o resultado da experiência. A interpretação de alguns atores torna
o drama do personagem quase real, e porque não dizer, verdadeiro. O diretor salientou:
atores tentando interpretar aquilo que é
pedido. A arte da interpretação tem contorno flexível do diretor, não é
limitada. Não é diferente do lugar do Terapeuta, que oferece contorno, ou
suporte, para o desabrochar do cliente. O ofício da dramatização envolve um
pouco da experiência pessoal com a história do personagem, um exercício de empatia
muito parecido com aquele do terapeuta com o cliente. Um aspecto encantador da
proposta é a mistura que faz da arte da interpretação com a perspectiva
terapêutica. Muitas vezes, a improvisação de uma cena é utilizada como
ferramenta terapêutica, uma possibilidade para o cliente ampliar sua visão de
mundo. Os atores aceitam a proposta, mas cada qual vive a experiência com sua singularidade. As questões apresentadas pelos pacientes são particulares e universais, tocam o espectador em seus desdobramentos. Impossível não se emocionar com cada revelação do drama pessoal, que poderá encontrar eco no espectador. A equipe do projeto, envolvendo atores, profissionais distintos, incluindo a psicóloga, e, também o público podem ser tocados pelo projeto do autor, que rompe barreiras e apresenta um resultado tocante, encantador, reflexivo e único.
quinta-feira, 6 de abril de 2017
Manchester à beira-mar
ASSUNTO
Perda, luto, relações
familiares, sociais e afetivas.
SINOPSE
Lee Chandler é uma espécie
de faz-tudo do pequeno complexo de apartamento onde vive, no subúrbio de
Boston. Ele passa seus dias tirando neve das portas, consertando vazamentos e
fazendo o possível para ignorar a conversa de seus vizinhos. Em suas noites
vazias, Lee bebe cerveja no bar local e arruma confusão com qualquer um que lhe
lançar um olhar. Quando seu irmão mais velho morre, ele recebe a desagradável
surpresa de sua nomeação como tutor de seu sobrinho. De volta a sua cidade
natal, ele terá que lidar com memórias queridas e dolorosas.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O
filme é um retrato da realidade, razão pela qual, talvez, não tenha
agradado aos que se acostumaram com a “receita pronta” de felicidade, comumente exibida nas telonas. É desconcertante assistir ao comportamento
insensato no qual Lee, entre silêncios, repletos de expressões angustiantes e agressões
gratuitas, transita pela vida. O drama surpreende por sua narrativa realista e
de fácil identificação com as possíveis perdas em nosso cotidiano. O assunto é
conhecido, mas pouco explorado em uma vertente tão sincera, aflitiva, afetuosa
e até engraçada. Todos nós temos alguma dificuldade em lidar com diferentes momentos
de perda e luto, principalmente quando se trata de alguém afetivamente
conectado com nossa existência. Em algumas situações, a perda pode ser
devastadora. Comovente, sem ser apelativo, às vezes cômico, sem virar comédia, o
filme é uma injeção de vida, apesar de falar de morte. É isso mesmo, você corre
o sério risco de sair da sala de cinema mais revigorado. A simplicidade em que
trata de assuntos tão complexos, traz um diferencial para o longa, que não
deixa de provocar algumas reflexões.
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Auto-suporte,
luto,
Relações afetivas,
Relações familiares,
Relações sociais
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Estrelas além do tempo
ASSUNTO
Relações
sociais, familiares e afetivas, racismo, preconceito.
SINOPSE
1961. Em plena
Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética disputam a supremacia na corrida
espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma
profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também
na NASA, onde um grupo de funcionárias negras é obrigada a trabalhar a parte. É
lá que estão Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia
Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), grandes amigas que, além de provar sua
competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito arraigado para que
consigam ascender na hierarquia da NASA.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Ser mulher nos anos 60
não era fácil, muito menos quando se for negra. O foco do longa está na trajetória
de 3 mulheres negras, que conseguiram conquistar um espaço profissional dentro
da NASA. Obviamente, precisaram lutar para isso. A segregação era explícita,
até os banheiros e locais de alimentação eram separados, independente do cargo
que ocupassem. Elas tiveram que enfrentar preconceitos sociais, raciais e de
gênero. O filme não as coloca no lugar de vítimas, pelo contrário, temos a
apresentação de verdadeiras heroínas, que precisaram suportar diversas pressões
para mostrar sua competência. O que nos faz refletir sobre quantos potenciais
gênios foram e ainda são perdidos por puro preconceito, das mais diferentes
formas. Ainda vemos pessoas competentes serem discriminadas, pouco ou nada
aproveitadas, e, quem perde é a humanidade. Acompanhar a luta dessas mulheres
durante uma época em que o preconceito racial era explícito nos remete ao
momento atual, como se tudo tivesse mudado o bastante. Não, não é o suficiente.
Qualquer diferença da massa é alvo de preconceito, estigmas, rótulos de todas
as espécies. Ainda é possível, por exemplo, encontrarmos dependência de
empregadas em imóveis das grandes metrópoles. O diagnóstico físico nos mostra o
quanto ainda estamos longe de permitir direitos iguais a todos os seres
humanos. A luta está longe de acabar, seja para negros, para mulheres, para
pobres, doentes mentais, homossexuais, etc.
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potencialidades,
preconceito.,
Relações familiares,
Relações sociais
terça-feira, 28 de março de 2017
Moonlight: sob a luz do luar
ASSUNTO
O Auto-suporte, abuso, dependência química, drogas, preconceito, homossexualidade, relações afetivas, sociais e familiares, violência.
SINOPSE
Três momentos da vida de
Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na
infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do
universo do crime e das drogas, este é um poético estudo de personagem. O
protagonista trilha uma jornada de autoconhecimento enquanto tenta escapar do
caminho fácil da criminalidade e do mundo das drogas de Miami. Encontrando amor
em locais surpreendentes, ele sonha com um futuro maravilhoso.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
O
filme poderia ter como título CHIRON EM BUSCA DE SI MESMO, pois retrata a trajetória
de Chiron na busca da própria identidade, diante de um contexto adverso, agressivo
e desestruturado. A jornada é universal e também particular, tendo em vista suas
peculiaridades. Ele é negro, pobre e ainda vive em uma família monogâmica e
disfuncional. Sim, a mãe não tem possibilidade de lhe oferecer suporte, sendo
dependente química, suas alterações abusivas contribuem para a infância
solitária do menino. Diante de um contexto tão insensível e adverso, Little (apelido de infância) sobrevive
como pode. Vítima de bullying, preconceito racial e homofóbico, seus conflitos
existenciais encontrarão algum suporte no afeto de Juan, o traficante, e sua namorada, pessoas que abrem espaço para sua autenticidade. A namorada contribui
para que o menino encontre uma brecha de suporte afetivo em meio ao conturbado
universo em que vive, enquanto Juan ocupa o vazio da figura paterna. Seu desenvolvimento encontra novos obstáculos, seja na
transição para a adolescência, ou para a vida adulta.
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Drogas,
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Relações familiares,
Relações sociais,
sexualidade,
violência
Beleza Oculta
ASSUNTO
Luto, relações sociais, familiares e afetivas.
SINOPSE
Após uma tragédia
pessoal, Howard (Will Smith) entra em depressão e passa a escrever cartas para
a Morte, o Tempo e o Amor - algo que preocupa seus amigos. Mas o que parece
impossível, se torna realidade quando essas três partes do universo decidem
responder. Morte (Helen Mirren), Tempo (Jacob Latimore) e Amor (Keira
Knightley) vão tentar ensinar o valor da vida para o protagonista.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Considerado
pela crítica como apelativo e superficial, o filme aborda temas existenciais de
forma rasa. No entanto, é possível encontrar uma perspectiva interessante,
quando percebemos não só o luto como tema, mas a morte como elemento
fundamental que liga os personagens. A perda de um filho pode ser devastadora
para qualquer ser humano, sem dúvida, a premissa da trama nos coloca em contato
com a dor de forma clara, sendo difícil não ser tocado pelo drama de Howard. Por
outro lado, o encontro com as personificações da morte, do tempo e do amor se
prestam metaforicamente ao processo de luto, que pode envolver reflexões a
respeito dos temas, mesmo que seja para discordar das abordagens apresentadas.
Não há dúvida que a maior riqueza do filme está em nos remeter para nossas
experiências particulares de perda. Aí, sim, cada espectador pode tirar
proveito da experiência, pois há uma oportunidade implícita de projeção e
atualização das próprias feridas. No mais, assistimos a prioridade dos interesses financeiros em detrimento do valor real da amizade, da dor do outro, da solidariedade. De fato, a escolha dos amigos e sócios beira a canalhice, ignora o plausível e a perspectiva afetiva do drama. Sim, a premissa inicial, repleta de potencial a ser desenvolvido, é esvaziada em seu desenvolvimento, tornando a trama confusa e fraca em argumentos.
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Relações familiares,
Relações sociais
FRAGMENTADO
ASSUNTO
Saúde mental,
transtorno dissociativo de identidade, abuso, relação terapêutica, relações
sociais.
SINOPSE
Kevin (James McAvoy)
possui 23 personalidades distintas e consegue alterná-las quimicamente em seu
organismo apenas com a força do pensamento. Um dia, ele sequestra três
adolescentes que encontra em um estacionamento. Vivendo em cativeiro, elas
passam a conhecer as diferentes facetas de Kevin e precisam encontrar algum
meio de escapar.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Transtorno dissociativo de
identidade (anteriormente conhecido como distúrbio de personalidade múltipla ou
transtorno de múltiplas personalidades) é uma condição psicológica
complexa que é provavelmente causada por muitos fatores, incluindo trauma grave
durante a primeira infância (abuso físico, sexual ou emocional geralmente
extremo, repetitivo). Diferente de SYBIL, um filme de 1976 que relata um caso
verídico de 17 personalidades, FRAGMENTADO mistura realidade e ficção, trazendo
um paciente mais complexo. Kevin é
acompanhado por terapeuta, que identificou 23 personalidades, até então. Na
trama, ele entra numa nova crise, dando pistas de uma 24ª personalidade, ainda desconhecida.
Sugerindo estar no comando, aos poucos ela irá controlar todas as outras
personalidades, provocando o sequestro das três adolescentes e outros
acontecimentos inesperados.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
Lion, uma jornada para casa
ASSUNTO
Adoção,
superação, resiliência, preconceito, relações familiares, afetivas e sociais.
SINOPSE
Quando tinha apenas
cinco anos, o indiano Saroo (Dev Patel) se perdeu do irmão numa estação de trem
de Calcutá e enfrentou grandes desafios para sobreviver sozinho até de ser
adotado por uma família australiana. Incapaz de superar o que aconteceu, aos 25
anos ele decide buscar uma forma de reencontrar sua família biológica.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Adaptação
do livro de mesmo título, o filme conta a história real de Saroo, um dos tantos
outros meninos que se perdem todos os dias na Índia. Apesar de ter sido adotado
por uma família que o educou com amor, o passado dele o atormenta, impedindo-o
de viver plenamente as oportunidades do momento presente. A trajetória de Saroo
é a materialização de uma busca comum a todo ser humano. Afinal de contas,
nossas neuroses estão diretamente ligadas ao passado mal elaborado. Ao
acompanhar sua busca, fica impossível não entrar em contato com algo da própria
infância, portanto, é improvável não se emocionar. Podemos chamar de ‘busca de
nossas origens’ ou de ‘passar nosso passado a limpo’, mas em algum momento, nos
defrontamos com circunstâncias que nos remetem a uma situação inacabada da
infância. Revisitar nossa história não significa mudar o presente, ao
contrário, nos permite viver o presente em sua plenitude, sem amarras. Assim,
nosso protagonista segue buscando suas origens.
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
Meu nome é Ray (About Ray)
ASSUNTO
Relações afetivas, sociais e familiares, transexualidade, homossexualidade, crise existencial e segredos.
SINOPSE
Três gerações de mulheres de uma família que
vive sob um mesmo teto em Nova York precisam lidar com uma grande transformação
de uma delas que vai afetar a todas. Ray (Elle Fanning) é uma adolescente que decidiu mudar de sexo. Sua mãe
solteira, Maggie (Naomi Watts) precisa rastrear o pai biológico de Ray (Tate
Donovan) para obter seu consentimento legal para a mudança. Dolly (Susan Sarandon), avó lésbica de Ray, está com dificuldade em aceitar que
agora tem um neto. Cada um deles precisa confrontar sua própria identidade,
aprender a aceitar a mudança e sua força como família para finalmente encontrar
compreensão e harmonia.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Embora,
apresente e discuta a transexualidade, o foco maior é na crise existencial da
mãe de Ray. Sim, Mag está em crise. Não há porque desmerecer tal enfoque,
afinal, Ray se reconhece como menino em corpo de menina, não há crise de
identidade para ele. E, no final das contas, a família sempre terá dificuldade
para lidar com a situação. Certamente, para Mag é mais do que isso, ela tem seu
segredo em relação à paternidade de Ray e uma dificuldade tremenda em lidar com
as próprias responsabilidades de mulher, adulta e mãe, sem falar na dificuldade
imposta pelas necessidades de Ray. Aliás, o ponto de partida da trama está exatamente
nessas necessidades. Aos 16 anos, Ray precisa da autorização do pai para
realizar procedimentos médicos que favoreçam sua existência. As relações
familiares são colocadas em foco a partir de então. Três gerações se encontram
morando no mesmo espaço, a mãe homossexual e sua companheira, Mag e Ray. As
críticas não pouparam alfinetadas, por uma simples razão, o tom pastelão da
comédia tira a chance dos temas abordados serem apresentados com maior seriedade.
Ainda assim, temos uma perspectiva interessante quando olhamos a interpretação
de Elle Fanning, que em diferentes momentos dá espaço para os conflitos
possíveis da sua condição, seja quando esconde seu peito ou quando trabalha
incansavelmente para desenvolver sua versão feminina. Há clara indicação de sua
necessidade primordial de encontrar uma vida mais autêntica. Sua avó
homossexual não compreende as angústias da neta. Em seu universo, o desejo pelo
mesmo sexo pode ser resolvido apenas assumindo a homossexualidade, sem que seja
necessário trocar de sexo. Ela não percebe que para a neta (o), o maior
problema não é a orientação do seu desejo, mas viver em um corpo que não
reconhece como seu. Desde os 4 anos, ela percebe que aquele corpo não lhe
pertence, que não é livre para ser ele mesmo, enquanto habita um corpo que lhe
aprisiona.
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sexualidade
Jane procura um namorado
ASSUNTO
Síndrome do espectro autista, relações afetivas, sociais e familiares.
SINOPSE
Jane é uma jovem mulher cheia de sonhos, mas
alguns deles limitados pela complexa Síndrome de Asperger, uma condição rara
que afeta a capacidade do indivíduo de se socializar e de se comunicar de
maneira afetiva. Ela encontra apoio sobretudo em sua irmã, Bianca, que decidiu
ajudá-la com uma missão ousada: achar o par ideial para começar a namorar.
TRAILER
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Ok,
é um filme clichê, uma comédia romântica, blá blá blá. Entretanto, falamos de uma
protagonista feminina com síndrome de Asperger. Só por isso já vale assistir.
Jane tem paixão pelos filmes antigos, exercita seu desejo de vivenciar romances, usa os filmes para treinar, afinal de contas, os portadores da síndrome têm dificuldade de reconhecer expressões e expressar emoções. O treinamento é necessário, quando o plano é entrar para o universo dos namoros. O filme não aprofunda a
questão diagnóstica, mas pincela algumas dificuldades comuns aos portadores da
síndrome. Ela quer ser reconhecida em sua fase adulta, como pessoa capaz, quer namorar. O
filme não revela aptidões específicas de Jane, como costuma ocorrer nesses
casos. Sabemos apenas de seu talento como estilista, sem termos noção de algum
direcionamento específico de sua inteligência. Asperger é uma condição neurológica do espectro autista caracterizada por dificuldades
significativas na interação social e comunicação não-verbal,
além de padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Difere de
outros transtornos do espectro autista pelo desenvolvimento típico da linguagem
e cognição. Embora não seja fundamental para o diagnóstico, ser fisicamente
desajeitado e ter uma linguagem atípica ou excêntrica são características
frequentemente citadas pelas pessoas com a síndrome. Em geral, os Aspergers têm
inteligência notável, o que não podemos constatar em Jane. Embora, algumas passagens mostrem seu interesse por leitura de temas, como astrologia, por exemplo.
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Sete minutos depois da meia-noite
ASSUNTO
Câncer,
processo de luto, imaginação, relações familiares, afetivas e sociais. Conceitos gestálticos: polaridades e ajustamento criativo.
SINOPSE
Conor
é um garoto de 13 anos de idade, com muitos problemas na vida. Seu pai é muito
ausente, a mãe sofre um câncer em fase terminal, a avó lhe parece megera, e ele
é maltratado na escola pelos colegas. No entanto, todas as noites Conor tem o
mesmo sonho, com uma gigantesca árvore que decide contar histórias para ele, em
troca de escutar as histórias do garoto. Embora as conversas com a árvore
tenham consequências negativas na vida real, elas ajudam Conor a escapar das
dificuldades através do mundo da fantasia. Ele refugia-se num mundo imaginário
digno de conto de fadas, onde vive sentimentos de coragem, de medo, de
compaixão, de fé e de perda.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Lidar com o processo de luto de um ente querido é sempre difícil.
Quando falamos de uma criança em fase de transformação tudo fica mais
complicado ainda. Conor é "velho
demais para ser criança e muito novo para ser um homem", ainda assim, precisa lidar
da melhor forma possível com a situação. Baseado no livro “O chamado do monstro”, a trama acompanha o
processo e as alternativas criativas para lidar com seus conflitos internos e
externos. Na costura das relações consigo e com o mundo, ele encontra na solidez
de uma árvore, a monstruosidade necessária para enfrentar a circunstância, que
já é bem assustadora. Tal qual um processo terapêutico, acompanhamos a procura de
sentido para tudo aquilo, através da busca de integração das polaridades em seu
contexto. O filme apresenta o processo de luto, sem desconsiderar as fases necessárias, quais sejam: Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
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Relações sociais
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
Cercas/ Um limite entre nós
ASSUNTO
Racismo,
relações familiares, afetivas e sociais, crise existencial e social.
SINOPSE
Baseado na aclamada e premiada peça teatral
homônima, um jogador de beisebol frustrado (Denzel Washington), que sonhava em
se tornar um grande jogador durante sua infância, agora trabalha como coletor
de lixo para sobreviver. Troy terá de navegar pelas complicadas águas de seu
relacionamento com a esposa (Viola Davis), o filho e os amigos.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A
primeira palavra que me veio à mente foi ‘amargura’, e, no desdobrar da trama, ‘poesia’.
Como é que duas palavras assim tão antagônicas podem preencher o enredo? Só
assistindo para compreender. Troy é complexo, uma pessoa frustrada, ferida,
amarga. Acompanhamos sua forma “engessada” de viver, e, sua dificuldade de
lidar com o mundo e consigo mesmo. Ele é produto de uma história dura,
transborda discursos intermináveis, sobrevive em uma armadura de valores
rígidos, que muitas vezes o impede de entrar em contato com as emoções. O
título do filme é uma metáfora. O limite das CERCAS é uma questão de honra, é
obrigação, proteção e prisão. Os “deveres” contornam seu discurso,
principalmente quando se refere à educação que impõe aos filhos. Não, ele não é
de ferro, nem consegue sobreviver segundo seus próprios princípios. As relações
familiares são ora poéticas ora extremamente rígidas. O amor está no ar, de uma
forma difícil de capturar. Dos vários
irmãos dele, sobrou o contato com Gabriel, um sobrevivente com sequelas da
guerra. Gabe pode ser problema, mas também solução. Com a amorosa esposa, Troy
consegue ser agradável, ela que lhe dá suporte, ao mesmo tempo em que contém
seus excessos. O amigo Bono é parceiro de jornada, bom ouvinte, respeitado e
querido. Como muitos pais, não há lugar para o desejo dos filhos, sua
receita de vida basta para impor suas crenças e valores. Ao relatar sua
infância, Troy revela sua dor, a ausência de afeto, a imposição de obrigações
com a família. Ele não aprendeu a amar, sua trajetória lhe deixou cicatrizes,
que não quer deixar para o filho caçula. Entretanto, suas escolhas não foram as
melhores. Preso a própria experiência, Troy não admite outras possibilidades. Impedimentos fazem parte da sua cerca, não lhe é permitido ouvir, ver,
sentir novas perspectivas para os seus. “Cercas” é um filme sobre relações familiares, sobre
nossa relação com a família de origem, sua influência em nossa família e vida
atual.
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
Lalaland – Cantando estações
ASSUNTO
Relações sociais e afetivas, realização profissional,
relação eu-mundo, passado-presente, razão-emoção, conceitos Gestálticos: totalidade, contato, estética, "boa forma", processo criativo.
SINOPSE
Ao chegar em Los Angeles o pianista de jazz
Sebastian (Ryan Gosling) conhece a atriz iniciante Mia (Emma Stone) e os dois
se apaixonam perdidamente. Em busca de oportunidades para suas carreiras na
competitiva cidade, os jovens tentam fazer o relacionamento amoroso dar certo
enquanto perseguem fama e sucesso.
TRAILER
O OLHAR
DA PSICOLOGIA
Aclamado pela crítica, o longa encanta pelo conjunto da obra. O musical
traz o ‘colorido da vida’ ligado pela ponte da cena inicial, ligação que pode
ser o lugar da busca pelo sonho, o lugar da vida, o lugar do encontro, o lugar
da existência . Temos uma bela metáfora, ligando passado e futuro (presente,
caminho, momento), realidade e sonhos, razão e emoção, dentro e fora, eu-mundo,
etc. Será que existe mesmo uma ponte que une/separa ou tudo é uma coisa só, uma
totalidade? Lalaland toca o coração do espectador, contando uma estória
simples, que resume muito bem o roteiro da vida de qualquer um. Como buscar a
realização profissional e o amor, como escolher, como seguir ou não as receitas
de felicidade? Oscilamos o tempo todo entre nossas necessidades e as
necessidades do mundo que nos cerca, somos parte e todo, e, é nesta relação, nesta
dança, neste lugar de ir e vir que vivemos e nos desenvolvemos. A ponte,
lugar de ligação e de paralisação do trânsito, é também lugar de dança, música e movimento.
Um recorte excepcional para expressar o processo da existência. Este é apenas o
ponto de partida, ou uma perspectiva inicial, para falarmos de Lalaland, que
canta e encanta em sua evolução, tocando o público de forma sutil, evidenciando
o lugar de encontro como tempo-espaço de ganhos e perdas, o lugar de escolhas. Não se trata de um
simples musical, e, sim, de uma forma poética de expressar resumidamente a
vida. Acompanhamos encontros e desencontros dos protagonistas em busca de seu lugar no mundo. O processo de conhecer a si mesmo e ao outro, descobrir-se,
descortinar-se a cada encontro, faz de Lalaland uma obra excepcional. Não
falamos apenas de estética cinematográfica, que inclui cores e sons para
englobar sua beleza, falamos da estética da vida, que supera os requisitos
exigidos pela academia da sétima arte, pois prioriza o fluir como condição necessária para
a busca da “boa forma”.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
O amor no divã
ASSUNTO
Relações afetivas, relação terapêutica, traição, casal e família, crise conjugal.
SINOPSE
Malka
Stein (Zezé Polessa) é uma renomada psicóloga e terapeuta especializada em
realizar terapias de casal e guiar casamentos para um lugar melhor. No entanto,
após trinta anos do seu próprio casamento e com a chegada de um novo casal ao
seu consultório, Malka começa a perceber que ela mesma pode estar precisando de
uma terapia de casal.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Estréia prevista para 8 de dezembro. Uma comédia leve e encantadora sobre a busca de terapia durante a crise conjugal. Confesso que me surpreendi, positivamente. Para terapeutas e casais, não há como não se identificar com uma ou outra passagem. Podemos chamar de clichê ou óbvio, mas não há como fugir disso, quando tentamos falar de crise conjugal. Afinal de contas, todos temos facilidade de reconhecer o óbvio na atitude dos outros, já em nós mesmos não é tão fácil assim. O filme é divertido, leve e provocante. Temos a crise como tema que costura a trama, não só com o casal que busca terapia, mas também com a própria terapeuta e mais dois casais que são entrevistados durante sua evolução. A forma de cada um lidar com os conflitos da relação é particular, entretanto, não é incomum encontrar reações semelhantes, como se fossem construídas socialmente. As diferentes perspectivas, do terapeuta e dos clientes, se desenrolam na tela de forma graciosa e bem humorada, sem deixar de apontar diferentes realidades. Uma obra de ficção não tem compromisso de retratar fatos, seja do processo terapêutico, do tempo de sessão, da forma de contrato, ou, do tipo de intervenção indicada, sensata ou ética. Sendo assim, foi surpreendente como o filme conseguiu extrair risos frouxos do público, principalmente, pela sutileza e obviedade que com a qual conseguiram se aproximar da realidade dos fatos. Críticas sutis e temas necessários, como traição, sexualidade, conflitos de casal, conflitos existenciais, fronteira individual de casal, e, até do terapeuta, se entrelaçam na tela, proporcionando momentos de diversão, descontração e reflexão. Sim, difícil sair de lá sem ter o que debater, seja como profissional terapeuta ou como parte de uma relação conjugal. Com tempo curto de projeção e sem precisar se aprofundar em cada tema, a comédia pode ser um programa pra lá de agradável, podendo render ricos debates.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
sábado, 5 de novembro de 2016
Requisitos para ser uma pessoa normal

ASSUNTO
Amizade, relações afetivas, sociais e familiares, autoestima, amor.
SINOPSE
Filme espanhol, escrito e dirigido por Leticia Dolera, a qual também atua
como personagem central do longa, Maria de las Montañas. Maria
tem 30 anos, é uma pessoa peculiar e tem um objetivo: se tornar uma pessoa
normal. Mas antes de tudo ela deve descobrir o que é exatamente isso. Que tipo
de pessoa que ela é? Ela é uma pessoa normal? O que exatamente isso significa?
Essa questão é mais profunda em sua mente. Depois que ela lista todos os
requisitos, ela se propõe alcançá-los. Nesse percurso ela vai encontrar a ajuda
de seu irmão, Alex, um rapaz de 25 anos com problemas mentais e que atinge
todas as necessidades da lista. Ela conhece Borja, um garoto obcecado com dietas
e perder peso. Eles vão fazer um pacto curioso: ela o ajuda a viver uma vida
ativa e saudável, e ele a ajuda a encontrar seu objetivo: se tornar uma pessoa
normal.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Conquistando o prêmio de fotografia do
Festival de Málaga do cinema espanhol, o filme supera as expectativas, se
revelando uma comédia encantadora e charmosa, que não deixa de apontar alguns
temas para reflexão. Sucintamente falando, REQUISITOS PARA SER UMA PESSOA
NORMAL conta a estória de duas pessoas deslocadas, que não se encaixando nos
padrões, tentam encontrar seu lugar. Durante uma entrevista de emprego, Maria
percebe que não atende aos requisitos de normalidade, de uma lista que ela
mesma criou, a saber; ter emprego, casa, namorado, vida social, vida familiar,
hobbies e ser feliz. Na busca por atender tais requisitos, ela encontra Borja,
um gordinho fofo, que tem buscado emagrecer sem sucesso. Eles combinam de
ajudar um ao outro, tornando hilárias as situações entre ambos. Alex, o irmão de
Maria é seu oposto, portador de síndrome de Down, desde cedo assumiu ser gay,
tem um emprego e não tem a menor pretensão de ser “normal”. Afinal, o que é ser
normal?
Marcadores:
Auto-suporte,
potencialidades,
Relações afetivas,
Relações familiares,
Relações sociais
Uma lição de vida / O aluno (netflix)
ASSUNTO
Adversidade, redenção, educação, inclusão,
exclusão, respeito às diferenças, respeito aos idosos, obstinação, perseverança,
amizade, preconceito, relações sociais e
afetivas.
SINOPSE
“The First Grader”, 2010, foi
lançado no Brasil em 2014 com o título “Uma lição de vida”, encontrado no
netflix como O ALUNO. Conta a história de Kimani Maruge, pessoa reconhecida
pelo Guiness book, o livro dos recordes, como o homem mais velho a ingressar
numa escola primária em todo o mundo. O filme inicia num vilarejo do Quênia, quando Maruge
(Oliver Litondo) ouve no rádio o anúncio da educação gratuita para todos. Não
tendo tido oportunidade de estudar no passado, o senhor de 84 anos – um
veterano da tribo Mau Mau que lutou para libertar o Quênia dos ingleses –
bate à porta da escola primária e espera uma chance de poder aprender a
ler. Rejeitado de início, ele não desiste: já de uniforme escolar e uma pequena
bolsa a tiracolo, volta a pedir por uma vaga e insiste até ser aceito pela
professora Jane (Naomie Harris). Em meio a lembranças do doloroso passado, o
ancião tem de enfrentar a revolta e as ameaças das autoridades, dos moradores
da região e dos pais dos alunos, inconformados por um idoso ter sido aceito em
uma classe de crianças de seis anos de idade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O filme é inspirador, particularmente para os
que desanimam diante dos obstáculos, é emocionante, sem precisar apelar para o
sentimentalismo, é histórico, pois conta parte da história que pertence a toda
humanidade, e, é também provocador, pois nos faz refletir sobre diferentes
temas. A experiência de vida de Maruge o motivou a buscar educação. Ele percebeu
a importância das letras ao receber documento enviado pelo governo e se ver
incapaz de compreender. Diante de si havia uma mensagem importante, como tantas
outras, ele precisava aprender, para decodificar não apenas aquela carta, mas
tudo o que o mundo lhe oferecia na forma de letras e números. Quando jovem, ele
lutara junto a um grupo extremista pela independência do país. Por conta disso,
fora preso e torturado antes de cair na miséria e no esquecimento. Ouvir que o
Governo oferecia educação “para todos” não seria suficiente. Maruge teve de
enfrentar a falta de vontade de autoridades locais, a desconfiança dos vizinhos
e a rixa tribal que ainda afligia o país. Foi preciso muita perseverança para
atingir seu objetivo, o que contaminou a professora Jane. Ambos são personagens
fortes, reais, que colocam a perseverança como base para se operar mudanças e
apontam a educação como a ferramenta principal para isso.
Marcadores:
Auto-suporte,
preconceito.,
Relações afetivas,
Relações sociais,
Terceira idade
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Sem filtro
ASSUNTO
Universo virtual, conflitos sociais, familiares e afetivos, ansiedade, pânico, qualidade de vida, mídias sociais, crise existencial.
SINOPSE
Pía ( Paz Bascuñán ) está à
beira de um colapso nervoso: Seu chefe a humilha, seu marido a ignora, seu
enteado não a respeita, e seu melhor amigo não a ouve. Pía tem uma forte dor no
peito e depois de tentar de tudo para curar ela decide se submeter a um tratamento
de acupuntura. O médico chinês descobre que a dor de Pía é causada por
sentimentos reprimidos e com uma técnica antiga que ele tira o filtro. A partir
de agora, Pía não vai filtrar e perceber que a única maneira de curar é para
dizer tudo o que ela pensa ... que não vai trazer bons resultados.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A
psicologia trabalha com o óbvio. Sim, aquilo que está bem na frente do nosso
nariz, e que, por conta do nosso envolvimento emocional, não conseguimos
enxergar. A comédia brinca com nosso cotidiano: as questões contemporâneas que
nos assombram. SEM FILTRO é uma comédia irreverente que nos confronta com o ônus
e bônus trazidos pelos avanços tecnológicos. Exite algo mais terapêutico do que a oportunidade de decortinar nosso ser? Quando o filme favorce a identificação do público, pode ser questionador, portanto, terapêutico. Não falamos apenas das questões trazidas pela virtualidade
de cada dia, pois o filme chileno também nos coloca na tela, quando inclui questões cotidianas
comuns, como: os problemas de trânsito, de comportamento das operadoras de telemarketing, do funcionário “padrão”, da geração de adolescentes "sem noção", da impessoalidade nas relações e das celebridades midiáticas. Tudo, sem esquecer da sedução de uma vida "perfeita", idealizada, consumida e fácil de ser aceita como objetivo. Acomodar-se ao que é confortável, nos parece sinônimo de felicidade. Para quem não se satisfaz com a realização do sonho existe medicação. Estamos no século XXI! Tudo que
está “bombando” na internet se torna prioridade. O público se vê em cada
conflito enfrentado por Pia, uma publicitária bem sucedida, que é responsável
pelo marketing digital de uma agência. Seu trabalho sofre mudanças radicais, na
tentativa de “acompanhar” os avanços da era digital. Como se não bastasse o
ambiente profissional, que a elege a categoria de “ultrapassada”, Pia enfrenta diferentes
problemas familiares e pessoais, que a levam a crises de ansiedade contínuas.
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
O clube dos incompreendidos - El club de los inconpreendidos
ASSUNTO
Adolescência, Fobia social, Terapia de grupo, relações sociais, familiares, sexualidade.
SINOPSE
El
Club De Los Incomprendidos é
baseado em uma novela chamada “Buenos dias princesa”. Valeria
(Charlotte Vega) é uma jovem que acaba de se mudar para Madrid após a separação
de seus pais. Ela acredita que isso
é mais uma forma de “sequestro” do que de mudança, isso porque ficará longe de
todos os seus amigos.
Em sua nova escola, ela é forçada a participar
de umas reuniões com o conselheiro, juntamente a outros companheiros de sala. O
que à primeira vista parecia um mau começo para a sua nova existência, acaba
tornando-se o início de uma incrível experiência de vida. Novas amizades,
uma cidade cheia de possibilidades, o primeiro amor... intensas experiências
que mudarão para sempre as vidas deste novo grupo de amigos. A amizade entre eles flui de maneira tão
forte que acabam dando o nome do grupo de “los incomprendidos”. Assim, toda a
rotina deles muda completamente e começam a fazer tudo juntos. Mas a confusão
começa quando os integrantes do grupo começam a gostar um do outro de uma forma
ainda maior que amizade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Valéria
anuncia o tema do filme, afirmando: “A adolescência é a época em que você percebe
qual será realmente a vida que seus pais projetaram pra você… A
pior de todas as mentiras é a própria adolescência, tiram todas as vantagens da
infância e não dão nenhuma dos adultos.” Sim, o filme espanhol de 2014 aborda a vida turbulenta
de adolescentes problemáticos, que vivenciam diferentes questões, desde
conflitos familiares até transtornos psicológicos. Em alguns momentos, a trama
se torna clichê, o que não prejudica o conjunto da obra. Os 6
adolescentes são convidados pela escola a participar do grupo terapêutico, cada qual por uma razão particular. Durante o processo, eles se consideram incompreendidos, por isso fundam
o clube. Eles aprendem no grupo terapêutico
a valorizar a amizade. Aliás, interessante notar que o grupo cria um movimento
próprio, se desenvolvendo para além da terapia. É uma perspectiva verdadeira
de qualquer terapia de grupo, onde o psicoterapeuta oferece espaço para que o
grupo possa encontrar sua própria força no processo. Assim sendo, o foco
não é o terapeuta, ao contrário, a trama se desenvolve no progresso do grupo,
que encontra em si a força necessária para enfrentar conflitos e mudanças.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Burn Burn Burn
ASSUNTO
Perdas, morte,
relações sociais, afetivas e familiares, segredo, aceitação, autoconhecimento.
SINOPSE
Seph (Laura Carmichael) e Alex (Chloe Pirrie)
são duas garotas com seus vinte e poucos anos que acabaram de perder o seu
melhor amigo Dan (Jack Farthing). Ele era engraçado, charmoso e elas o amavam
como um irmão. Dan, em um flashback revela, era a vida e a alma
do partido. O que ele não
mencionou a suas amigas é que ele tinha câncer pancreático terminal. Em seu funeral, são entregues a Seph e
Alex um pendrive contendo o
testemunho filmado de seu último desejo - a ser espalhados em quatro locais em
todo o Reino Unido, todos especiais para ele. Agora, a única coisa que
elas possuem é um pedido: espalhar as cinzas de Dan pelos locais que fizeram
dele a pessoa que era.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Uma comédia dramática sobre a morte,
assunto difícil, e ainda traz de quebra uma jornada emocional de autoconhecimento
para as amigas do falecido. Mas, falar de morte nos remete a vida, aos dias que
passam rápido, ao agora, instante que se esvai enquanto nos preocupamos com
tempos idos ou nos pré-ocupamos com impossibilidades. Tudo acontece tendo a Grã
Bretanha como “fundo”, pois Dan escolhe lugares inesquecíveis para que as
amigas espalhem suas cinzas. O Road movie inicia no velório de Dan, situação
confusa, que mistura dor, decepção e tristeza. O luto das amigas irá se misturar com
o processo de autoconhecimento de ambas, sem perder de vista a perspectiva de
Dan, que também descobre algo sobre si mesmo antes do fim.
Marcadores:
Doença física,
luto,
Memória,
Relações afetivas,
Relações familiares,
Relações sociais,
segredo
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Envelhescência - documentário
ASSUNTO
Terceira idade, processo de envelhescimento, relações sociais, potencialidades, relações familiares
SINOPSE
Dirigido por Gabriel Martinez e com argumento de Ruggero Fiandanese, o longa metragem Envelhescência relata a história de seis pessoas que vivem a vida de maneira plena e nos mostram, através de suas próprias experiências, que os costumes e a rotina após os 60 anos podem ser repletos de atividades e bom humor. Intercalado com comentários de especialistas (Alexandre Kalache, Mirian Goldenberg e Mário Sergio Cortella) o filme sugere uma nova perspectiva sobre o significado do envelhecimento em nossas vidas. Seis pessoas, todas com mais de 60 anos e idade, vivem de maneira plena a sua velhice. Ainda que com limitações físicas e adaptações à sua rotina, os idosos comprovam que os prazeres da vida não se esgotam, mas sim, se renovam.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
A quem pode incomodar ver uma senhora idosa que escolhe tatuagens por todo corpo? Talvez, às pessoas que estão presas a uma imagem congelada sobre o envelhecimento. Ainda há os que espera encontrar as vovós sentadas na cadeira de balanço fazendo croché, esperando a casa encher com os netos, etc. Entretanto, as idosas e os idosos do século XXI estão diferentes, em maior número e realizando diferentes atividades. Envelhecer não mais é sinônimo de esperar a vida acabar, muito pelo contrário, é tempo de se permitir viver, escolher novas formas sem se preocupar em agradar aos outros. A liberdade da terceira idade é exaltada no documentário, que apresenta um olhar atual sobre a vida. Apesar ou por razão dos limites já imposto pelo desgaste físico, a maturidade é também o momento de liberdade, de inaugurar outras formas de vivenciar o agora em sua plenitude, é hora de realizar, o tempo é já! Como dito por Miriam Goldenberg, há beleza na velhice e precisamos prestar atenção!! Os seis personagens entrevistados no documentário dão uma lição de vida, não só para os envelhescentes, para para qualquer ser humano que pretenda escolher viver, e, quem sabe ter o provilégio de chegar lá. Envelhecer com honestidade é olhar para o possível e não usar a velhice como desculpa para desistir da vida. Cada qual com suas experiências e escolhas, os entrevistados mostram diferentes formas de usufluir a plenitude da vida. Portanto, uma aula de vida para aqueles que não se permitem viver o próprio potencial, falamos também de jovens e adultos que ainda não chegaram lá, mas se acomodaram. É lindo assistir personagens reais que estão mudando esteriótipos encontrando novas perspectivas. Eles mostram que as limitações impostas historicamente são irreais, pois tudo é possível, nunca é tarde para mudar, para escolher, para realizar, para viver! Quebrando paradigmas, o documentário retrata novas possibilidades, enfatizando a aceitação da idade, não como um castigo, mas como um momento de liberdade, quando a experiência oferece suporte para novas e belas realizações. Vale muito conferir, recomendado para todas as idades!
Para quem tiver net, está disponível no now para aluguel, divirta-se!
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
6 anos
ASSUNTO
Relações
afetivas, sociais e familiares, casal adolescente,
SINOPSE
Um
jovem casal, Dan (Ben Rosenfield) e Mel (Taissa Farmiga), se conhecem desde a
infância e estão namorando há 6 anos. A princípio, eles parecem ter um amor
ideal, mas a notícia de uma oportunidade de emprego para Dan pode abalar o
romance e mudar o rumo das coisas dependendo da escolha que ele fizer. Talvez o
futuro que eles tinham imaginados juntos não se torne mais uma realidade.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
O
filme retrata os altos e baixos de um relacionamento, particularmente no que se
refere ao primeiro amor, o primeiro sonho de construir uma vida compartilhada.
Mas, no fundo, cada amor é único, vivenciado como especial e capaz de ser para
sempre... Viver uma paixão é acreditar que será para sempre! Dan e Melanie se conhecem
dede a infância, eles partilharam momentos de amor e de dor, vivenciaram
diferentes experiências, cresceram juntos. A relação do casal não é possessiva,
eles vivem uma relação saudável, respeitam a individualidade, revelam-se como
exemplo de “casal perfeito”. Os seis anos se tornam um marco. Os amigos
estranham e comentam, alegando que a estabilidade daquela reação poderia roubar
outras experiências. O “casal fofo” não aparenta ser afetado, a princípio. Entretanto,
logo surge desconforto, carência, descompasso,
descuido. A intimidade construída ao longo do tempo revela outra face, a
fronteira individual é invadida de forma inesperada. De forma sutil, a trama
revela a violência, o que favorece o debate sobre o perigo das relações
amorosas abusivas. Qual é o limite entre uma discussão saudável e o
descontrole, o desrespeito, a violência física ou psicológica? O mundo gira,
revelando que a perfeição não existe. As mudanças são necessárias, as
frustrações fazem parte do desenvolvimento. A capacidade de lidar com as
mudanças e frustrações é testada, o que provoca constantemente o
encontro com a imperfeição humana. Acontecimentos internos e externos,
previsíveis ou não, fazem parte da vida. Nem sempre é possível lidar com as
crises, seja por traição ou por uma reação descontrolada capaz romper a
barreira do respeito. Existem traições que ajudam ao casal a lidar com a crise,
afinal pode ser o sintoma da relação, capaz
de revelar a necessidade do contrato amoroso ser revisado. Entretanto, a crise de qualquer relação, seja
de 6, 7 ou qualquer outro par de anos, pode servir para o fim de um ciclo, um
recomeço, ou, pode resultar no rompimento. Tudo vai depender da forma do casal
lidar com as mudanças. Aí está o charme do filme, que retrata possíveis
transformações rotineiras de qualquer relação amorosa. Assim como uma roupa ou
sapato podem deixar de ser confortáveis, a relação pode se transformar a ponto
de não ser mais confortável para os envolvidos, buscar ajustes, adaptações ou
descartar, romper? Eis a questão. Sair da zona de conforto é sempre difícil,
ainda que não seja mais tão confortável assim... O desenrolar da trama não
pretende apontar caminhos, nem definir soluções, apenas conta como é possível
para eles lidar com aquela crise. Aliás, o amadurecimento individual pode ser
um ponto a ser considerado, pois a ‘certeza’ sai nitidamente da pauta do casal,
abrindo novas possibilidades, talvez incompatíveis com o status quo.
Marcadores:
adolescência,
Auto-suporte,
conflitos a dois,
Relações familiares,
Relações sociais,
sexualidade,
violência
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