Alzheimer, relações familiares, afetivas e sociais, luto, momento presente - Abordagem gestáltica.
SINOPSE
A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora de linguistica. Aos poucos, ela começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. A doença coloca em prova a força de sua família. Enquanto a relação de Alice com o marido, John (Alec Baldwinse), fragiliza, ela e a filha Lydia (Kristen Stewart) se aproximam.
TRAILER
O OLHAR DA PSICOLOGIA
Filme sobre Alzheimer não é novidade, o tema já foi debatido em outras películas. O que há de novo nessa versão? Além de retratar a doença precoce, em sua versão rara, hereditária, que atinge pessoas em fases mais precoces da vida, o filme nos faz refletir sobre outros aspectos: processo de perda, adoecimento inesperado e relações familiares. Acompanhar a jornada de Alice não é nada fácil. Tocante, emocionante, dramático, o filme nos faz refletir sobre muitos aspectos, seja sobre o Alzheimer, sobre valores ou qualquer outra doença, que pode ser inesperada e atingir toda a família. Existe também um aspecto informativo no filme. Por exemplo, minha mãe tinha o hábito de fazer palavras cruzadas. Ela dizia que isso ajudava a exercitar a memória e evitar algumas demências. Se existe um aspecto positivo nisso, não tem qualquer relação com a capacidade cognitiva, como pode fazer crer. Talvez, ajude no exercício da repetição, como uma gravação que firma sua marca, tornando mais difícil perdê-la. No filme, quando o marido pergunta a respeito da preocupação com deterioração acelerada da memória, o médico diz: “Cada caso é diferente, casos familiares podem evoluir bem rápido. E, nas pessoas com alto grau de instrução, as coisas podem ser ainda mais aceleradas. Elas sustentam processos mentais por mais tempo, e isso atrasa o diagnóstico”. Ele afirma, assim, que as pessoas mais inteligentes, ao contrário do que possa ser esperado, podem ser as que mais se comprometem com o processo. Dentre os interessantes informativos, há também a visão do doente. Na cena em que a filha caçula pergunta como é estar assim, Alice esclarece: “Não é sempre a mesma coisa, tem dias bons e dias ruins. E nos dias bons, quase sou uma pessoa normal. E nos ruins, não consigo me encontrar. Eu sempre fui muito guiada por meu intelecto, pelo meu modo de falar, articulação. E agora, vejo as palavras na minha frente e não consigo me expressar. Não sei quem sou, não sei o que mais vou esquecer.”